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Clareamento dental de consultorio e caseiro

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Revista Científica Faesa, Vitória, ES, v. 13, n. 1, p. 37-42, 2017
ISSUE DOI: 10.5008/1809.7367.111
ISSN 1809-7367
Clareamento dental
Dental bleaching
Maximilian Mendes1, Stanislaw Duda Deps1, Mariana Itaborai Moreira Freitas2, 
Fausto Frizzera3, Marcele Jardim Pimentel4, Gabriela Cassaro de Castro5
1 Graduados do curso de Odontologia (FAESA), e-mails: max_oliveira1@hotmail.com, stanislaw1984@gmail.com
2 Graduanda do curso de Odontologia (FAESA), e-mail: marianaitaborai@hotmail.com
3 Especialista, Mestre e Doutor em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara (UNESP), professor de 
Odontologia (FAESA), e-mail: faustofrizzera@yahoo.com.br
4 Especialista em Prótese Dental pela Faculdade de Odontologia de Bauru (USP), mestre e doutora em Clínica Odontológica 
– Prótese Dental pela FOP/Unicamp, pós-doutoramento pela Universidade Federal da Paraíba, professora substituta 
na Universidade Estadual da Paraíba, e-mail: marcelejardim@gmail.com
5 Especialista em Prótese Dental, Mestre e Doutora em Clínica Odontológica - Prótese Dental pela FOP/Unicamp, 
Professora de Odontologia da FAESA, e-mail: gabriela.cassaro@faesa.br
Resumo: O clareamento dental é um método bastante procurado atualmente por pacientes que desejam 
um sorriso mais branco. Encontra-se duas formas de se realizar esse tratamento: o clareamento caseiro, 
que é feito pelo próprio paciente, e o clareamento de consultório, que é feito na clínica odontológica pelo 
cirurgião-dentista, bem como a possibilidade de associação de ambas as técnicas. A variedade de produtos 
existentes no mercado, sua efetividade com diferentes tipos de pigmentações e a escolha da técnica de 
clareamento ainda geram dúvidas entre os clínicos. Assim sendo, neste trabalho, tem-se por objetivo comparar 
estudos acerca dessas informações, a fim de elucidar dúvidas sobre qual a melhor técnica a ser utilizada e 
de que forma devem ser aplicadas, ou possíveis diferenças no resultado final. Conclui-se que a técnica de 
consultório tem resultados mais rápidos se comparados aos da técnica caseira, porém o resultado final de 
ambos os procedimentos são equivalentes.
Palavras-chave: Clareamento dental. Técnica caseira. Técnica de consultório.
Abstract: Dental bleaching is a method currently very sought after by patients who want a whiter smile. 
There are two ways to perform this treatment: home bleaching, which is made by the patient, and in-office 
bleaching, which is performed by a dentist in a specialized clinic. A combination of both techniques is also 
possible. The variety of products available in the market, their effectiveness with different pigmentations and 
the choice of bleaching technique still raise doubts among clinicians. Therefore, this work aim to compare 
studies on this information in order to clarify doubts about the best technique to be used, and how it should be 
applied, as well as possible differences in the final result. We conclude that the in-office technique has faster 
results compared to the home bleaching technique, but the end results of both procedures are equivalent.
Keywords: Dental bleaching. Home bleaching. In-office bleaching.
INTRODUÇÃO
Atualmente, a busca pelos valores e conceitos 
estéticos amplamente difundidos pela mídia insere-se 
no dia a dia das sociedades modernas, levando 
à busca por “dietas milagrosas”, procedimentos 
estéticos em geral e cirurgias em larga escala. 
Com o passar dos anos, a odontologia evoluiu. 
Hoje, há procedimentos estéticos cada vez mais 
divulgados por pesquisas que chegam ao público. 
Um desses procedimentos é o clareamento dental 
que vem sendo procurado pelos pacientes que 
almejam dentes mais brancos.
A vaidade, muito mais do que o desejo de melhor 
mastigar, tem sido o motivo dominante do 
desenvolvimento da Odontologia. Um dos problemas 
estéticos mais comuns é a alteração da cor dental. 
(PORTOLANI; CANDIDO, 2005, p.91).
Mendes, M. et al.38 Revista Científica Faesa, Vitória, ES, v. 13, n. 1, p. 37-42, 2017
O clareamento dental trata-se de uma reação química 
de quebra ou redução molecular das moléculas de 
pigmento, na qual é reduzida a absorção de comprimento 
de onda eletromagnética, tornado a aparência do dente 
mais clara (OLIVEIRA et al., 2009).
A aplicação de técnicas de clareamento dental vem 
sendo registrada há tempos por meio das grandes 
civilizações. De acordo com Vieira et al. (2006), era 
possível identificar o uso de vinagre e abrasivos no 
Egito Antigo para obter clareamento dental. Também 
há relatos de que na Roma Antiga se usava, de forma 
curiosa, urina para obter clareamento, técnica essa 
que se propagou no século XVIII entre os países 
europeus.
A primeira publicação foi proposta por Chapple, 
a qual indica o uso de ácido oxálico para promover 
clareamento de dentes vitais. Ainda de acordo com 
Vieira et al. (2006), com o passar dos anos, alguns 
testes foram realizados, como o incremento do uso 
de cloro e a utilização de fonte de luz, até que em 
1950 Pearson utilizou peróxido de hidrogênio e calor 
nos dentes desvitalizados. Somente em 1989, Haywood 
e Heymann criaram a técnica de clareamento caseiro 
com moldeiras individuais utilizando peróxido de 
carbamida a 10%, técnica essa utilizada até os dias 
atuais (VIEIRA et al., 2006).
Atualmente, existe grande variedade de agentes 
clareadores disponíveis para dentes vitais, tanto 
para a técnica de clareamento caseiro quanto a de 
consultório, possibilitando mais alternativas para o 
branqueamento dental, todavia deixando o clínico 
em dúvida sobre a melhor indicação e resultado.
A técnica de clareamento dental caseiro incide 
em um protocolo de baixo custo e pouco tempo em 
consultório. O único procedimento em ambiente 
clínico é o registro das arcadas por meio de moldes 
de alginato e confecção de moldeiras individuais de 
acetato ou silicone. O paciente é orientado a inserir 
apenas um filete de gel clareador durante o período 
noturno, em média seis semanas, para obter resultados 
satisfatórios (PASQUALI et al., 2014).
Outra opção é o clareamento dental realizado em 
consultório, utilizando produtos com mais concentração 
do princípio ativo, com a sequência clínica de registro 
da cor inicial, proteção do periodonto com a barreira 
gengival, em seguida a aplicação do gel clareador na 
superfície do esmalte na face vestibular e ativação 
por meio de aplicação da luz, tendo por finalidade 
acelerar a reação química. Após cada sessão, é 
retirada a barreira gengival, realizado o polimento 
dos dentes, aplicada água bicarbonatada e efetuado 
registro final de cor.
No entanto, todo tratamento vem acompanhado 
de fatores indicativos e contraindicativos para sua 
execução. Tratamentos clareadores estão indicados para 
dentes escurecidos pela idade, dentes acometidos por 
traumatismo e dentes amarronzados (VIEIRA et al., 
2006). As contraindicações se referem a dentes que 
apresentam grande sensibilidade, hipoplasia do 
esmalte, crianças com idade inferior a 10 anos em 
razão do formato de sua câmara pulpar, mulheres 
grávidas e àqueles com alergia ao agente clareador 
(VIEIRA et al., 2006).
Visando ao melhor entendimento das técnicas 
clareadoras atuais, busca-se, por meio de revisão da 
literatura, comparar eficácia e manutenção de duas 
técnicas de clareamento em dentes vitais, a caseira 
e a de consultório.
REVISÃO DE LITERATURA
Agentes clareadores
A ação dos agentes clareadores ocorre mediante 
reação de oxidação na qual as matérias orgânicas são 
convertidas em dióxido de carbono e água. Segundo 
Mandarino (2003), a transformação das moléculas de 
pigmento em compostos intermediários mais claros 
ocorre em conjunto com a liberação do oxigênio 
nascente. Ao atingir o máximo de saturação, tem-se 
o topo do clareamento. A partir desse ponto, o agente 
clareador atua em outros compostos que possuem 
carbono, como as proteínas doesmalte.
Segundo Mendonça e Paulillo (1998), a oxidação é 
resultante do processo químico de quebra de materiais 
orgânicos que serão convertidos em dióxido de carbono 
e água. Pelo fato de o peróxido de hidrogênio ser 
um composto altamente instável, a velocidade da 
reação dependerá da sua concentração e do nível de 
peroxidase salivar.
De acordo com Kwon e Wertz (2015), as fases de 
clareamento podem ser subdivididas em três: a primeira 
delas é a de movimentação do agente clareador para a 
estrutura do dente, a segunda é a de interação do agente 
clareador com as moléculas de mancha e a terceira 
é a de modificação da superfície dental, em que seu 
reflexo perante a luz será modificado, resultando na 
cor final do dente. O peróxido de carbamida (CH6O3) 
utilizado para clareamento dental tem concentração 
que varia de 10% a 35% e forma sólida cristalina 
branca que, em contato com a água, libera oxigênio. 
O peróxido de hidrogênio tem forma viscosa líquida 
e peso molecular baixo, o que facilita sua penetração 
na dentina, onde realiza as quebras dos compostos 
orgânicos. Sua concentração varia de 5% a 35%.
Vieira et al. (2006) ressaltam que os peróxidos 
são soluções de baixo peso molecular que facilmente 
penetram e movimentam-se pelo esmalte e pela dentina.
Embora o clareamento em dentes vitais seja 
uma forma de tratamento conservador e seguro 
biologicamente, o profissional deve se manter atento 
às preocupações em relação aos produtos altamente 
Clareamento dental 39
concentrados, pois seu uso pode acarretar sensibilidade 
aos tecidos dentários (MARSON et al., 2005).
Portanto, é necessário que o cirurgião-dentista tenha 
amplo conhecimento teórico dos agentes clareadores 
que usam, buscando ordenar o agente clareador com 
o tipo de técnica clareadora.
Clareamento de consultório
O clareamento conhecido como de consultório 
ocorre com a utilização do peróxido de hidrogênio 
ou carbamida em concentração que vai de 35% 
a 40%. O tempo em que se alcança o resultado 
do branqueamento é menor, contudo necessita de 
atendimento com tempo prolongado, elevando seu 
custo em razão do tempo clínico despendido pelo 
dentista.
Essa técnica não depende da colaboração do paciente 
em casa, conferindo ao cirurgião- dentista mais 
controle sobre os locais de aplicação do gel clareador. 
Porém, o paciente pode relatar mais sensibilidade 
comparada à técnica de clareamento caseira, uma 
vez que a concentração de hidrogênio puro chega à 
polpa com mais disponibilidade que o peróxido de 
carbamida e o uso da luz aumenta a temperatura da 
polpa, elevando o nível de sensibilidade do paciente, 
além de ser necessário mais tempo de atendimento 
clínico. Esse tipo de clareamento não é recomendado a 
pacientes com condições pré-cancerígenas, fumantes, 
gestantes, lactantes e àqueles que apresentam irritações 
gengivais severas (SOARES et al., 2008).
Segundo Bernardon et al. (2010), o clareamento 
de consultório pode apresentar resultados possíveis 
de serem observados em uma a duas sessões, mas é 
possível que haja incidência de sensibilidade dental.
Quanto à utilização da fonte de luz no clareamento 
de consultório, Fausto et al. (2014) afirmam que é 
apto para aumentar a temperatura do gel, acelerando 
a reação, mas pode ocasionar desconforto aos tecidos 
moles e também agravos à polpa.
Attia et al. (2005) ressaltam que apenas o uso 
da fonte de luz não promove o branqueamento dos 
dentes, atuando somente como um acelerador da 
reação química entre o agente clareador e as moléculas 
de pigmento.
Segundo Bernardon et al. (2010), o uso da luz não 
interfere no nível de clareamento e sua atuação como 
adjuvante do clareamento vem sendo questionada na 
literatura acadêmica.
Segundo Mandarino (2003), a relação do 
cirurgião-dentista com o paciente deve ser clara 
no sentido de deixá-lo ciente de que poderá haver 
sensibilidade dental e gengival. Nos casos em que 
houver restaurações, ele deverá ser alertado sobre 
possíveis alterações. Durante o tratamento, o paciente 
deverá evitar o consumo de corantes, além de não 
poder fumar no período de tratamento, para, assim, 
obter resultados satisfatórios.
Em cada sessão, o número de vezes que o gel 
clareador será aplicado deverá ser de duas a três. Para 
chegar a resultados satisfatórios, em algumas situações, 
poderão ser empregadas até seis sessões, respeitando 
um intervalo de sete dias (SOARES et al., 2008).
Há estudos nos quais a utilização de peróxido de 
hidrogênio a 35%, durante 45 minutos, reduziu sua 
eficácia e causou hipersensibilidade, no entanto, 
quando o gel ficou em contato com o dente durante 
15 minutos, em três aplicações, a sensibilidade causou 
menos incômodo. Porém, hoje, no mercado, há 
produtos mais novos, também compostos de peróxido 
de hidrogênio a 35%, que não necessitam da troca do 
gel clareador da superfície do dente, podendo agir 
durante 50 minutos (GUTH et al., 2012).
De acordo com Bernardon et al. (2010), é possível 
notar resultados em apenas uma sessão, mas, quanto 
à satisfação dos pacientes, observou-se que uma 
sessão não atingiu a expectativa.
Clareamento caseiro
O clareamento caseiro é definido assim, pois o 
paciente é responsável por administrar o gel em 
uma moldeira fora do ambiente de consultório, 
conferindo-lhe liberdade.
Segundo Pasquali et al. (2014), o clareamento 
caseiro consiste em uma técnica de baixo custo e 
pouco tempo de consultório, sendo indicada para 
dentes com manchamentos médios. São realizadas uma 
consulta para confecção das moldeiras individuais, 
orientações sobre como manipular o gel clareador e 
informações sobre a utilização do produto clareador. 
As consultas seguintes têm o objetivo de avaliar o 
andamento do tratamento.
De acordo com Briso et al. (2014), os agentes 
clareadores presentes no mercado são os peróxidos 
de carbamida 10% a 16% e peróxido de hidrogênio de 
6% a 9,5%, sendo sua posologia descrita em relação ao 
tempo de uso da moldeira, não apresentando diferença 
no resultado final, quando comparados os produtos.
Os mais utilizados são os peróxidos de carbamida 
a 10% e 16%. Nos casos de pigmentação mais grave 
ou quando é necessário tratamento em curto prazo, 
recomenda-se gel a 16%. Já o gel a 10% é indicado 
a dentes naturalmente amarelados, escurecidos pela 
idade, em casos de pigmentação normal ou quando a 
sensibilidade dental é mais intensa (MARSON et al., 
2005).
Segundo Pasquali et al. (2014), quanto ao tempo 
médio de uso do gel clareador, o peróxido de carbamida 
(10% a 16%) usado durante a noite varia, em média, 
de seis a oito horas, e quando utilizado durante o dia, 
por até duas horas, durante aproximadamente duas 
Mendes, M. et al.40 Revista Científica Faesa, Vitória, ES, v. 13, n. 1, p. 37-42, 2017
semanas. Tais autores relatam que para diversos 
autores o peróxido de hidrogênio (5,5% a 7,5%) deve 
ser usado duas vezes durante o dia, não ultrapassando 
uma hora.
É importante alertar o paciente da quantidade do 
material a ser aplicado na moldeira, restringindo-o 
a apenas uma gota sobre cada dente da moldeira. 
Durante o período em que estiver utilizando o gel, 
o paciente não deverá ingerir alimentos para que o 
agente clareador não sofra diluição nem contaminação. 
Quando alcançar a cor almejada, o paciente poderá 
interromper o tratamento ou o cirurgião-dentista 
poderá optar por continuar a aplicação do gel durante 
mais uma semana, visando estabilizar a cor obtida 
(SOARES et al., 2008).
De acordo com Bernardon et al. (2010), no período 
de avaliação, chegou-se à conclusão de que ao usar 
peróxido de carbamida a 10% a sensibilidade foi 
tão baixa que foi considerada inexistente. Talvez a 
utilização por alguns fabricantes de nitrato de potássio 
e fluoreto de sódio tenha reduzido o desconforto, por 
tal substância agir como dessensibilizante.As vantagens da técnica caseira incluem a utilização 
de agentes clareadores de baixa concentração, que 
podem ser aplicados, concomitantemente, em vários 
dentes e de substâncias fáceis de serem encontradas 
no mercado, alem de não causar sequelas nos 
dentes nem em tecidos moles, quando utilizados 
adequadamente. No caso de recidiva, apresenta fácil 
reaplicação. Suas desvantagens incluem a evolução do 
tratamento, que necessita da cooperação do paciente 
(SOARES et al., 2008).
Ultimamente, altas concentrações de géis têm 
sido desenvolvidas a fim de se obter efeitos em 
curto prazo, tornando esse tratamento popular e 
gerando bons resultados, sendo, assim, seguro e 
eficaz (ATTIA et al., 2005).
Eficácia do clareamento dental
A eficácia do tratamento clareador depende do 
conhecimento do cirurgião-dentista e do domínio de 
técnica clareadora, bem como de todo o protocolo 
clínico a ser realizado.
Leonard (1998) nos descreve que o clareamento 
noturno tem 95% de eficácia. Quando a mancha se 
origina do uso de tetraciclina, com a alteração do tempo 
e da concentração do agente clareador, a eficácia do 
tratamento chega a 90%. Quando utilizado peróxido 
de carbamida a 10%, a eficácia do tratamento chega 
a 82% após 47 meses do final do clareamento.
Para se obter um tratamento eficaz, alguns cuidados 
devem ser dirigidos aos pacientes, como evitar 
alimentos com corantes, líquidos que apresentem cola 
na composição, vinho tinto, tabagismo, entre outros, 
pois nas primeiras 24 horas após iniciado o tratamento 
os dentes estão sujeitos à impregnação pelo aumento 
da permeabilidade dental (MANDARINO, 2003).
Ainda que se descreva que a taxa de sucesso é 
superior a 90%, é inevitável que haja uma regressão 
e se faça necessário o retratamento, em geral em um 
período de um a três anos. É importante ressaltar 
que sua eficácia depende da supervisão de um 
cirurgião-dentista e da colaboração do paciente 
(LUIZZI, 2013).
DISCUSSÃO
No que diz respeito aos clareamentos caseiro e de 
consultório, apesar das diferenças, ambos promovem 
resultados satisfatórios, desde que respeitem as 
especificidades de cada técnica, sejam as indicações 
ou contraindicações, o gel clareador mais adequado 
e o uso da fonte de luz durante o procedimento, 
quando necessário.
Ao comparar a efetividade do clareamento caseiro 
com o de consultório, observa-se que na primeira 
semana do tratamento a técnica de clareamento de 
consultório produz estatisticamente um branqueamento 
superior ao caseiro, entretanto, ao passar duas semanas 
de tratamento, as técnicas se assemelham quanto ao 
grau de clareamento (BERNARDON et al., 2010). 
Segundo Marson et al. (2005) e Vieira et al. (2006), a 
ação do gel clareador no tratamento caseiro quanto à 
eficácia independe do maior tempo de exposição, pois 
sua efetividade é reduzida em 50% após o período de 
duas horas de sua aplicação. Logo, atribui-se mais 
velocidade inicial do clareamento de consultório ao 
emprego de peróxido, tanto de carbamida quanto de 
hidrogênio em maiores concentrações.
Durante a ação dos peróxidos nos pigmentos 
corantes, aquele de carbamida diferencia-se do 
peróxido de hidrogênio por uma reação inicial na 
qual o peróxido de carbamida quebra-se em peróxido 
de hidrogênio e ureia. Logo, o princípio ativo é o 
mesmo, variando apenas a velocidade de liberação 
e concentração. Quando avaliadas, todas as técnicas 
mostram-se eficazes no clareamento de dentes 
vitais. O peróxido de hidrogênio apresenta a mesma 
eficácia de um agente clareador independentemente 
do regime de aplicação ou da concentração do gel 
(BERNARDON et al., 2010).
Segundo Martinelli (2004), a concentração do 
gel pode variar de acordo com a velocidade do 
clareamento caseiro, de modo que se o paciente 
necessitar de clareamento em menos tempo, pode-se 
escolher peróxido de carbamida nas concentrações 
de 15%, 16% e 22%. Ainda, pode-se optar pela 
associação de técnicas clareadoras, otimizando o 
tempo de tratamento clareador.
Na associação de técnicas, a aplicação do peróxido 
em maiores concentrações é realizada no consultório, 
uma vez por semana, seguida por aplicações diárias 
Clareamento dental 41
do gel clareador em menores concentrações na técnica 
de clareamento caseiro.
As técnicas de clareamento para dentes vitais 
evoluíram muito em relação ao tempo de aplicação 
do tratamento e, principalmente, à fonte ativadora 
(calor/luz). Entre elas, há clareamento a laser de 
argônio, laser de diodo, clareamento com LEDs, 
clareamento com luz de xenônio (lâmpadas de 
plasma), clareamento com luz do fotopolimerizador 
e, mais recentemente, clareamento com luz violeta 
(PARISE, 2015).
Os lasers excitam rapidamente as instáveis 
moléculas de peróxido de hidrogênio, quebrando-as em 
diferentes partes. Fragmentos iônicos extremamente 
reativos rapidamente se combinam com a estrutura 
de moléculas orgânicas, alterando-as e produzindo 
cadeias químicas simples, clareando a estrutura dental. 
Já a luz violeta quebra os pigmentos dos dentes da 
mesma forma como os géis de peróxido, porém age 
de maneira mais física, enquanto os géis agem na 
forma química (PARISE, 2015).
Quando se comparam os dois modelos de tratamento 
no clareamento de consultório, com a utilização ou 
não das fontes de ativação, não existem evidências 
científicas do benefício do uso. O que vem ocorrendo 
é um real problema entre a má informação que é dada 
pelo mercado aos pacientes leigos, que tem uma falsa 
ideia de que o uso da fonte de luz é a melhor maneira 
de clarear os dentes. Sendo assim, há profissionais 
que, pressionados, acabam adotando o uso da fonte 
de luz, agradando os pacientes, porém invertendo 
valores éticos e profissionais, já que, com receio 
de perder os pacientes, permitem que eles decidam 
a técnica a ser aplicada (RIEHL; NUNES, 2007).
Sabe-se que o uso da fonte de luz no clareamento de 
consultório não influencia o nível de branqueamento 
nem a magnitude da sensibilidade provocada. A duração 
do efeito torna não recomendada a irradiação da luz 
durante o tratamento (BERNARDON et al., 2010).
Quando se trata de clareamento de consultório, 
o agente clareador mais utilizado é peróxido de 
hidrogênio a 35%. É importante ressaltar que se deve 
respeitar as especificidades de cada técnica e produto. 
Não é recomendado a fumantes, gestantes lactantes, 
pessoas pré-cancerígenas nem com irritação gengival 
severa. É indicado nos casos em que o paciente 
deseja resultados rápidos em pouco tempo. Quando 
selecionado o uso da luz, é importante observar o 
que o fabricante recomenda em relação à exposição 
desta ao dente.
Assim, pode-se concluir neste trabalho que o uso 
da técnica de clareamento a ser utilizada depende 
do conhecimento do cirurgião-dentista no que tange 
às limitações de cada procedimento e ao perfil do 
paciente que será submetido a ela. O resultado final 
do tratamento (técnica caseira ou de consultório) será 
semelhante, pois não há diferença comprovada de 
que uma seja melhor que a outra. Quanto à utilização 
da fonte de luz, mais estudos devem ser realizados 
para preencher essa lacuna. Há uma tendência mais 
conservadora que não indica o uso da luz, justificando 
os danos causados pelo aquecimento, já outros autores 
indicam a ativação do gel.
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v. 35, n. 1, p. 3-10, 2010.
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Clareamento dental de consultório em dentes vitais 
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de Curso (Especialização) – Universidade Federal de 
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