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Já o lucro é resultado do que sobra da receita total pagos todos os custos da produção, ou seja: Lucro = Receita total-Custo total Custos como custos de oportunidade Imagine que a Weiss seja dona de uma fábrica de biscoitos. Fazemos então uma conexão com um dos Dez Princípios de Economia: o custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la. Lembre-se de que o custo de oportunidade de um item refere-se a todas as coisas que renunciamos para adquiri-la. Quando os economistas falam no custo de produção de uma empresa, incluem todos os custos de oportunidade da produção dos bens e serviços desta. Quando a Weiss paga R$ 1000,00 pela farinha, esse valor representa um custo de oportunidade porque ela não pode usá-lo para comprar outra coisa. De maneira similar, quando ela contrata trabalhadores para fazer biscoitos, os salários que paga são parte dos custos de oportunidade da empresa. Como esses custos de oportunidade exigem que a empresa desembolse dinheiro, são chamados custos explícitos. Já outros custos de oportunidade da empresa, denominados custos implícitos, não exigem que se desembolse dinheiro. Imagine que a Weiss tenha bastante habilidade com computadores e possa ganhar R$ 100,00 por hora como programadora de VBA. Para cada hora que passa em sua fábrica de biscoitos, ela deixa de ganhar R$ 100,00 de renda e essa renda da qual ela abre mão também é parte de seu custo. O custo total do negócio da Weiss é a soma dos custos explícitos e implícitos. O custo do capital como custo de oportunidade Um custo implícito importante em quase todo negócio é o custo de oportunidade do capital financeiro que foi investido na atividade. Suponhamos que a Weiss tenha usado R$ 300.000,00 de suas economias para comprar a fábrica de biscoitos do proprietário anterior. Se ela tivesse deixado o dinheiro em uma conta de poupança a 5% de juros a.a, ganharia R$ 15.000,00 por ano. Portanto, para ser proprietária da fábrica de biscoitos, Weiss abre mão de R$ 15.000,00 em renda de juros por ano. Essa quantia de que ela abre mão é um dos custos de oportunidade implícitos do negócio da Weiss. Lucro econômico versus lucro contábil Um economista mede o lucro econômico da empresa como a receita total menos todos os custos de oportunidade (explícitos e implícitos) da produção dos bens/serviços vendidos. Já um contador mede o lucro contábil da empresa somente como receita total menos os custos implícitos. Visão do Sérgio Visão do Borinelli PRODUÇÃO E CUSTOS A função de produção N° de trab. Produção/hora Produto marginal do trabalho Custo da fábrica (A) Custo dos trabalhadores (B) Custo total dos insumos (A+B) 0 0 0 R$30 R$0 R$30 1 50 50 R$30 R$10 R$40 2 90 40 R$30 R$20 R$50 3 120 30 R$30 R$30 R$60 4 140 20 R$30 R$40 R$70 5 150 10 R$30 R$50 R$80 6 155 5 R$30 R$60 R$90 Como vemos nas duas primeiras colunas, se não há trabalhadores na fábrica, Weiss não produz nenhum biscoito. Quando há um trabalhador, ela produz 50 biscoitos. Quando há dois trabalhadores, ela produz 90 biscoitos e assim por diante. Lucro Econômico Lucro Contábil Custos Implícitos Custos Explícitos Custos Explícitos Receita Receita Custos de oportu- nidade totais A relação entre a quantidade de insumos (trabalhadores) e a quantidade produzida (biscoitos) é chamada função de produção. Quantidade de biscoitos produzidos/hora x Número de trabalhadores empregados O produto marginal de qualquer insumo no processo de produção é o aumento da quantidade produzida que se obtém a partir de uma unidade adicional do insumo em questão. Observe que, à medida que o número de trabalhadores aumenta, o produto marginal diminui. Essa propriedade é chamada produto marginal decrescente. Inicialmente, quando há poucos trabalhadores empregados, eles têm fácil acesso ao equipamento de cozinha da Weiss. Com o aumento do número de trabalhadores, eles passam a ter que compartilhar equipamentos e trabalhar com uma lotação cada vez maior. Da função de produção à curva de custo total 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 0 1 2 3 4 5 6 Função de produção 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 20 40 60 80 100 120 140 160 Curva de custo total A inclinação da curva de custo total aumenta com a quantidade produzida, enquanto a inclinação da função de produção diminui. Uma produção elevada de biscoitos significa que a cozinha da Weiss está lotada de trabalhadores. Como a cozinha está cheia demais, cada trabalhador adicional acrescenta menos à produção de biscoitos, refletindo o produto marginal decrescente. AS DIVERSAS MEDIDAS DE CUSTO Custos fixos e variáveis Tomemos o exemplo da Iogurteria Kavita. O custo total da dona, Kavita, pode ser dividido em dois tipos. Os custos fixos não variam com a quantidade produzida, a empresa incorre neles mesmo quando não produz nada. Já os chamados custos variáveis mudam à medida que a quantidade produzida varia, custo ligado a alguns insumos (no caso corante, leite, açúcar, etc). O custo total é a soma destes dois custos anteriores. Custo médio e marginal Como proprietária da empresa, Kavita precisa decidir quanto produzir. Uma parte-chave dessa decisão se refere a saber como os custos variarão à medida que muda o nível de produção. Para tomar essa decisão, ela pode fazer duas perguntas sobre o custo de produção de café ao seu supervisor de produção. Quanto custa fazer um pote de iogurte médio? Quanto custa aumentar a produção de iogurte em um pote? Para identificarmos o custo da unidade típica produzida, dividimos os custos da empresa pela quantidade produzida. O custo total dividido pela quantidade produzida é chamado custo total médio. Como o custo total é a soma dos custos fixos e variáveis, o custo total médio pode ser expresso como a soma do custo fixo médio e do custo variável médio. O custo marginal é o custo de se produzir uma unidade a mais de um produto. Matematicamente: Curvas de custos e suas formas CMg CVM CFM CTM O gráfico apresenta quatro curvas: custo total médio (CTM), custo fixo médio (CFM), custo variável médio (CVM) e custo marginal (CMg). Existem três características típicas das curvas de custo no mercado: Custo marginal ascendente: O custo marginal da Kavita aumenta com a quantidade produzida, o que reflete a propriedade do produto marginal decrescente. Quando a Kavita está produzindo uma pequena quantidade de iogurtes,ela tem poucos trabalhadores e grande parte de seu equipamento não está sendo utilizado. Como ele pode facilmente colocar esses recursos ociosos em uso, o produto marginal de um trabalhador extra é alto e o custo marginal de um pote de iogurte é baixo. No entanto, quando ela está produzindo uma grande quantidade de iogurte, seu estabelecimento está lotado de empregados e a maior parte do seu equipamento está sendo utilizado. Por essa razão, quando a quantidade de iogurte produzido é elevada, o produto marginal de um trabalhador adicional é baixo e o custo marginal de um pote de iogurte é alto. Curva de custo total médio em forma de U: A curva de custo total médio da Kavita tem forma de U, como mostra o gráfico. Para entender o porquê disso, lembre-se de que o custo total médio é a soma do custo fixo médio e do custo variável médio. A parte mais baixa da curva em U ocorre na quantidade que minimiza o custo total médio. Essa quantidade é, às vezes, chamada de escala eficiente da empresa. A relação entre custo marginal e custo total médio: Sempre que o custo marginal for menor que o custo total médio, o custo total médio estará em queda. Sempre que o custo marginal for maior que o custo total médio, o custo total médio estará aumentando. A relação entre CTM e CMg tem um importante corolário: a curva de CMg cruza a curva de CTM em seu ponto médio. Curvas de custos típicas Em muitas empresas, o produto marginal decrescente não começa a ocorrer imediatamente após a contratação do primeiro trabalhador. Dependendo do processo de produção, o segundo ou terceiro trabalhadores podem ter um produto marginal maior que o primeiro porque uma equipe de trabalhadores pode dividir as tarefas e trabalhar com maior produtividade que um único trabalhador: CMg CTM CVM CFM A partir de determinado nível de produção o custo marginal aumenta com o aumento da quantidade produzida A curva de custo médio total tem a forma de U A curva de custo marginal cruza com a curva de custo total médio no ponto em que o custo total médio é mínimo Capítulo 14 – Empresas em mercados competitivos O QUE É UM MERCADO COMPETITIVO? Um mercado perfeitamente competitivo tem três características: Há muitos compradores e vendedores no mercado Os bens oferecidos, em grande escala, são os mesmos As empresas podem entrar e sair livremente do mercado Também temos que a receita média é a receita total dividida pela quantidade. Assim: Logo: Para as empresas competitivas, a receita marginal é igual ao preço do bem. MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO E A CURVA DE OFERTA DE UMA EMPRESA COMPETITIVA As empresas possuem, geralmente, como objetivo final a maximização do lucro (RT-CT). Pelas curvas de custos vistas no capítulo anterior temos que o custo marginal possui curva em U. Assim, as empresas possuem um ponto onde o lucro é máximo, que é quando a receita marginal (isto é, a receita obtida com a venda de um produto a mais) é maior que o custo incidido com tal produção (da última unidade fabricada). Então, se o custo marginal for menor que a receita marginal, uma empresa fabricará uma unidade a mais. Caso contrário, a empresa diminuirá sua produção até o ponto em que RMg=CMg. A curva de custo marginal e a decisão de oferta da empresa P Para ampliar a análise da maximização do lucro, considere as curvas de custos do gráfico acima. Elas têm três características que, como vimos no capítulo anterior, descrevem a maioria das empresas: curva de CMg com inclinação ascendente, curva de CTM com forma em U e a curva de CMg cruza com a curva de CTM no ponto em que este é mínimo. Além disso, dado que o mercado é competitivo, o preço é dado pelo mercado e idêntico para qualquer quantidade produzida pela empresa. Podemos agora ver como uma empresa competitiva determina a quantidade do bem que fornecerá ao mercado. Como uma empresa competitiva é tomadora de preços, sua receita marginal é igual ao preço de mercado. Para qualquer preço dado, a quantidade de produto que maximiza o lucro de uma empresa competitiva está na intersecção do preço com a curva de CMg. As decisões de suspensão de atividades e de saída de um mercado Como uma empresa decide suspender suas atividades: Se uma empresa paralisa suas atividades, perde toda a receita de vendas. Ao mesmo tempo economiza os custos variáveis de produção. Assim, a empresa paralisa as atividades se a receita que obteria produzindo for menor que os custos variáveis de produção. Assim: Dividindo pela quantidade produzida temos RT/Q e CV/Q. Então: Ela continuará perdendo dinheiro (pois os custos fixos continuarão a incidir), entretanto, perderá menos dinheiro do que se continuasse a produção. Como uma empresa decide sair de um mercado: Se a empresa decide sair, perderá toda a receita de venda de seus produtos, porém economizará todos os seus custos de produção, tanto fixos como variáveis. Assim, a empresa sai do mercado se a receita que obteria com a produção for menor que seus custos totais. Assim: CMg CTM CVM Fazendo o mesmo procedimento que anteriormente temos: De maneira inversa podemos ver quando uma empresa decide entrar num mercado: Medindo o lucro/prejuízo da empresa competitiva por meio de um gráfico Lembre-se de que o lucro é igual à receita total (RT) menos o custo total (CT): Podemos reescrever a definição multiplicando e dividindo o lado direito por Q: Mas observe que RT/Q é a receita média (que é igual ao preço) e CT/Q é o CTM. Então, Caso o P < CTM, ou seja, a empresa esteja incorrendo em prejuízo, ele será mínimo na quantidade em que P=CMg, assim como se quisesse maximizar o lucro caso P > CTM CTM CTM CMg CMg P P CTM CTM Prejuízo Lucro Capítulo 15 – Monopólio POR QUE SURGEM OS MONOPÓLIOS Recursos de monopólio: um recurso-chave necessário para a produção é exclusivo de uma única empresa Regulamentações do governo: o governo concede a uma única empresa o direito exclusivo de produzir um determinado bem ou serviço. O processo de produção: uma única empresa consegue fornecer produtos a custo mais baixo que um grande número de produtores. Recursos de monopólio A maneira mais simples pela qual um monopólio pode surgir é uma única empresa ser proprietária de um recurso-chave. Um exemplo clássico de poder de mercado que resultou de tal propriedade é o da DeBeers, empresa de diamantes da África do Sul. A empresa às vezes controla cerca de 80% da produção mundial de diamantes. Como sua participação no mercado é menor que 100%, a DeBeers não é exatamente um monopólio , mas mesmo assim a empresa exerce influência considerável no mercado, e, consequentemente, no preço mundial dos diamantes. Monopólios criados pelo governo Em muitos casos, os monopólios surgem porque o governo concede a uma só pessoa ou empresa o direito exclusivo de vender algum bem ou serviço. Às vezes, o monopólio decorre da influência política de quem deseja ser monopolista. As leis de patentes e direitos autorais são dois exemplos importantes. Quando uma companhia farmacêutica descobre um novo medicamento, pode requerer do governo uma patente. Se o governoconsiderar que o medicamento é realmente original, a patente é aprovada, o que confere à empresa o direito exclusivo de fabricação e venda por certo período. Monopólios naturais (o processo de produção) Uma indústria é um monopólio natural quando uma só empresa consegue ofertar um bem ou serviço a um mercado inteiro a um custo menor que duas ou mais empresas. Ele existe quando há economias de escala para toda a faixa relevante de produção, ou seja, para qualquer quantidade dada de produto, um maior número de empresas leva a uma menor produção por empresa e um custo total médio mais elevado. Um exemplo de monopólio natural está na distribuição d’água. Para levar água aos moradores de uma cidade, uma empresa precisa construir uma rede de tubulações. Se duas ou mais empresas competissem na prestação desse serviço, cada empresa teria de pagar o custo fixo da construção da rede. Assim, o custo total médio d’água é menor se uma só empresa suprir o mercado. COMO OS MONOPÓLIOS DECIDEM PRODUZIR E COMO DETERMINAR O PREÇO Monopólio versus competição Um monopólio como a única produtora em seu mercado, pode alterar o preço de seu bem ajustando a quantidade que oferta ao mercado. Uma maneira de enxergar essa diferença entre uma empresa competitiva e uma monopolista é examinar a curva de demanda que cada uma delas enfrenta. Quando analisamos a maximização do lucro pelas empresas competitivas no capítulo anterior, representamos graficamente o preço como uma linha horizontal. Como uma empresa competitiva pode vender a quantidade que quiser a esse preço, enfrenta uma curva de demanda horizontal, como no gráfico à esquerda abaixo. Em contraposição, como um monopolista é o único produtor de seu mercado, sua curva de demanda é a curva de demanda do mercado (como podemos ver no gráfico à direita abaixo). Preço Preço Qtde produzida Qtde produzida A RECEITA DE UM MONOPÓLIO Imaginemos a casa de lanches Sowé. A tabela abaixo representa a quantidade de salgados vendidos, o preço cobrado, a receita total, média e marginal para cada quantidade vendida possível. Quantidade de Salgados (Q) Preço (P) Receita Total (RT=P*Q) Receita Média (RM=RT/Q) Receita Marginal (RMg=dRT/Q) 0 R$11 R$0 - R$10 1 R$10 R$10 R$10 R$8 2 R$9 R$18 R$9 R$6 3 R$8 R$24 R$8 R$4 4 R$7 R$28 R$7 R$2 5 R$6 R$30 R$6 R$0 6 R$5 R$30 R$5 R$-2 7 R$4 R$28 R$4 R$-4 8 R$3 R$24 R$3 - A tabela mostra um resultado importante para o entendimento do comportamento da empresa monopolista: a receita marginal do monopolista é sempre menor que o preço do bem. Por exemplo, se a empresa aumentar a produção e a venda de salgados de 3 para 4 unidades, a receita total aumentará apenas R$ 4, embora ela seja capaz de vender cada salgado por R$ 7. Para um monopolista, a receita marginal é menor que o preço porque ele se depara com uma curva de demanda com inclinação descendente. Para aumentar a quantidade vendida, uma empresa monopolista precisa reduzir o preço do bem que cobra de todos os clientes. Assim, para vender o quarto salgado, o Sowé tem de obter uma receita de R$ 1 a menos para cada um dos três primeiros salgados. Essa perda de R$ 3 corresponde à diferença entre o preço do quarto salgado (R$ 7) e a receita marginal desse mesmo salgado (R$ 4). Quando um monopolista aumenta a quantidade vendida, afeta de duas formas a receita total (P*Q): O efeito quantidade: é vendida uma quantidade maior, de modo que Q é maior, o que tende a aumentar a receita total; O efeito preço: o preço cai, de modo que P é menor, o que tende a diminuir a receita total. Como as empresas competitivas podem vender tudo o que quiserem ao preço de mercado, não existe para elas o efeito preço. Como as empresas competitivas são tomadoras de preços, sua receita marginal é igual ao preço do bem. Um monopolista, por sua vez, quando aumenta a produção em uma unidade, precisa reduzir o preço cobrado por unidade vendida, e essa redução do preço reduz a receita advinda das unidades que já vinha vendendo. Matematicamente temos: Visualmente temos: P Receita Marginal Demanda (Receita Média) Maximização do lucro Aqui, aplicamos a lógica da análise marginal à decisão do monopolista sobre quanto produzir. Suponhamos, inicialmente, que a empresa esteja operando com um baixo nível de produção (como Q1). Neste caso, o custo marginal é menor que a receita marginal. Se a empresa aumentar a produção em 1 unidade, a receita adicional excederá os custos adicionais, e o lucro aumentará. Assim, quando CMg < RMg a empresa pode aumentar o lucro produzindo mais unidades. O inverso também é válido para Q2, onde CMg > RMg. Então, como nas empresas competitivas, as empresas monopolistas decidem produzir a quantidade em que o CMg = RMg. O lucro de um monopolista Matematicamente temos: Como RT/Q é a receita média (que é igual ao preço) e CT/Q é o custo médio, temos: Assim como numa empresa competitiva, entretanto, pelo gráfico abaixo, vemos que, visualmente, o lucro difere da empresa competitiva: Qmáx Preço Monopolista Custo Total Médio Preço Monopolista Demanda (Receita Média) Receita Marginal Custo Marginal 1. A intersecção da curva de receita marginal e da curva de custo marginal determina a quantidade de maximização de lucro... 2. … e então a curva de demanda mostra o preço consistente com essa quantidade. Lucro do Monopolista Custo Marginal Demanda (Receita Média) Receita Marginal Custo Total Médio O CUSTO DO MONOPÓLIO EM RELAÇÃO AO BEM-ESTAR Como o monopólio leva a uma alocação de recursos diferente da que ocorreria num mercado competitivo, o resultado deve, de alguma forma, falhar na maximização do bem-estar econômico total O peso morto A curva de demanda reflete o valor do bem para os consumidores, medido por sua disposição a pagar por ele. A curva de custo marginal reflete os custos para o monopolista. Assim, a quantidade socialmente eficiente encontra-se no ponto em que as curvas de demanda e custo marginal se cruzam. Abaixo dessa quantidade, o valor de uma unidade extra para os consumidores excede o custo marginal de ofertá-la, de modo que aumentar a produção aumentaria o excedente total. Acima dessa quantidade, o custo de produzir uma unidade extra excede o valor daquela unidade para os consumidores, de modo que diminuir a produção elevaria o excedente total. Na quantidade ótima, o valor de uma unidade extra para os consumidores é exatamente igual ao custo marginal da produção. Como vimos, o monopolista decide produzir e vender a quantidade em que as curvas de receita marginal e custo marginal se cruzam; um planejador social escolheria a quantidade em que as curvas de demanda e de custo marginal se cruzam. Quando um monopolista cobra um preço superior ao custo marginal, alguns consumidores em potencial atribuem ao bem um valor superior ao custo marginal mas inferior ao preço monopolista, acabando por não comprar o produto vendido e gerando peso morto. Vemos no gráfico abaixo o peso morto gerado pelo monopólio: Preço Monopolista Custo Marginal Demanda (Receita Média) Receita Marginal Quantidade do Monopólio Quantidade eficiente Como a curva de demanda reflete ovalor para os consumidores e a curva de custo maginal reflete o custo para o monopolista, a área do triângulo que representa o peso morto entre a curva de demanda e a de custo marginal se iguala à perda do excedente total, por causa do preço de monopólio. O poder de mercado do monopolista provoca a diminuição do bem-estar econômico. FORMAS DE MINIMIZAR A INEFICIÊNCIA ECONÔMICA DO MONOPÓLIO Discriminação de preços: Tal prática consiste da empresa cobrar preços distintos de consumidores com disposições a pagar distintas, algo que ocorre, como exemplificado em aula, com os livros nos EUA -> As editoras lançam primeiro uma edição hard cover, mais cara (para leitores que possuem maior disposição a pagar) e posteriormente, uma versão pocket book, no intuito de captar a demanda que possui menor disposição a pagar. Nesta disposição, a perda de bem-estar econômico é reduzida , com o produtor assumindo todo o excedente do consumidor e o que era, até então, peso-morto: Regulamentação: Outra maneira de lidar com o problema pode ser pela regulamentação governamental de monopolistas, que podem estabelecer um preço máximo e subsidiando o produtor para que este produza a quantidade socialmente eficiente. Um exemplo seria o transporte público paulistano: a R$ 3,80 o sistema não é capaz de fornecer transporte em quantidade eficiente, assim o governo municipal gasta bilhões por ano recompensando os fornecedores (Metropolitano, ViaQuatro, cooperativas) por operarem no prejuízo (fornecendo então a quantidade socialmente desejável). Políticas antitrust: Uma outra maneira governamental de evitar monopólios é proibindo fusões que fariam com que duas ou mais empresas assumissem, na forma de uma única, mais de metade do market-share. Um exemplo fictício seria a proibição de uma fusão da Pepsi Co. com a Coca-Cola. Estatização do monopólio: Neste caso, o monopólio continuaria existindo, junto com todas as suas ineficiências. Entretanto, o governo assumiria diretamente os prejuízos por tentar operá- lo no nível socialmente eficiente. Aqui, entra-se na discussão dos incentivos dos formuladores Preço Monopolista Lucro Excedente do consumidor Peso-morto Excedente do produtor = Lucro de políticas públicas em minimizar os custos, algo que seria menor do que se o monopólio fosse privado (impostos versus lucros dependentes de uma boa performance por si só). Fazer nada: Caso a ineficiência for mais “barata” que o custo para resolvê-lo, é melhor deixá-lo do jeito que está. Capítulo 16 - Competição Monopolística ENTRE O MONOPÓLIO E A COMPETIÇÃO PERFEITA Embora os casos de competição perfeita e monopólio ilustrem ideias importantes sobre o funcionamento dos mercados, a maioria deles não se encaixa em nenhum dos dois extremos. Então, a empresa típics enfrenta uma competição que não é tão rigorosa a ponto de fazê-la uma simples tomadora de preços, possui certo poder de mercado (por oferecer produtos que não são exatamente iguais aos da concorrência). Assim, a maioria das empresas encaixa-se numa terceira categoria, a competição imperfeita/monopolística. As principais características deste mercado são: Muitos vendedores: há muitas empresas concorrendo pelo mesmo grupo de clientes Diferenciação dos produtos: cada empresa oferece um produto pelo menos um pouco diferente das demais empresas. Assim, em vez de ser tomadora de preços, cada empresa se defronte com uma curva de demanda de inclinação descendente Livres entrada e saída: as empresas podem entrar e sair do mercado sem restrições. Assim, o número de empresas se ajusta até que o lucro econômico chegue a zero COMPETIÇÃO COM PRODUTOS DIFERENCIADOS A empresa monopolisticamente competitiva no curto e longo prazo Como seu produto se diferencia dos oferecidos por outras empresas, a empresa monopolisticamente competitiva se defronta com uma curva de demanda de inclinação descendente. Assim, as empresas monoplisticamente competitivas seguem as regras monopolistas de maximização do lucro: escolhem a quantidade em que RMg = CMg e verifica, pela curba de demanda, o preço condizente a essa quantidade. Os gráficos abaixo mostram diferentes situações no que se refere ao lucro de uma empresa monopolisticamente competitiva. Na esquerda, o preço supera o custo total (situação de lucro) já na direita, o preço é inferior ao custo total (situação de prejuízo): P CTM CTM P RMg RMg CMg CMg Demanda Demanda CTM CTM Agora veja o gráfico de equilíbrio de longo prazo abaixo: P Observe que a curva de demanda dessa figura mal toca a curva de custo total médio. Matematicamente dizemos que elas são tangentes uma à outra. Elas devem ser assim no momento em que a livre entrada e saída de tal mercado reduziu o lucro econômico a zero. Como o lucro por unidade ventida é a diferença entre o preço (encontrado na curva de demanda) e o CTM, o lucro máximo somente ocorrerá quando as duas curvas se tocarem sem se cruzar. Observe também que esse ponto de tangência ocorre na mesma quantidade em que a RMg se iguala ao CMg, o que não é coincidência uma vez que esse é o ponto onde a quantidade maximiza o lucro, e o lucro máximo é exatamente zero no longo prazo. Em suma, são duas as características do equilíbrio de longo prazo destes mercados: Como no mercado monopolista, o preço é superior ao custo marginal. Essa conclusão surge porque a maximização do lucro requer que a receita marginal seja igual ao custo marginal e porque a curva de demandade inclinação descendente faz com que a receita marginal seja menor que o preço Como no mercado competitivo, o preço é igual ao custo total médio. Essa conclusão surge porque a livre entrada/saída do mercado levam o lucro econômico a zero. RMg Demanda CMg CTM Capítulo 17 - Oligopólio e Teoria dos Jogos Em essência, um mercado oligopolista é aquele em que há poucos vendedores. Como resultado, as ações de qualquer vendedor podem ter grande impacto sobre os lucros de todos os outros. Ou seja, as empresas oligopolistas são interdependes de uma maneira que as competitivas não o são. MERCADOS COM POUCOS VENDEDORES Como em um mercado oligopolista há somente um pequeno número de vendedores, uma característica-chave desta forma de organização do mercado é a tensão entre cooperação e interesse próprio. Os oligopolistas se beneficiam quando cooperam e agem como se fossem um monopólio-fabricando uma pequena quantidade de produto e cobrando um preço superior ao custo marginal. Mas, como cada oligopolista se preocupa somente com seu próprio lucro, há fortes incentivos em ação que impedem que um grupo de empresas mantenha os resultados cooperativos. Um exemplo de duopólio Imagine uma cidade em que apenas dois habitantes - Hélio e Ademir - tenham poços que produzem água potável. Todo sábado, Hélio e Ademir decidem quantos galões d’água vão bombear, levar até a cidade e vender. Para simplificarmos, vamos imaginar que eles podem bombear tanta água quanto quiserem sem custo (CMg = 0) A tabela abaixo mostra os resultados: Quantidade (em galões) Preço Receita total 0 R$120 R$0 10 R$110 R$1100 20 R$100 R$2000 30 R$90 R$2700 40 R$80 R$3200 50 R$70 R$3500 60 R$60 R$3600 70 R$50 R$3500 80 R$40 R$3200 90 R$30 R$2700 100 R$20 R$2000 110 R$10 R$1100 120 R$0 R$0 Se os dois proprietáriosdos poços venderem um total de 10 galões de água, cada galão custará R$ 110. Caso venderem 20 galões, cada um sairá R$ 100, e assim por diante. Se representássemos graficamente a tabela, teríamos uma curva de demanda padrão, com inclinação descendente. Competição, monopólios e cartéis Se o mercado de água fosse perfeitamente competitivo, as decisões de produção de cada empresa levariam a uma igualdade entre o preço e o custo marginal. Como supusemos que o custo marginal da produção é zero, o preço de equilíbrio, em competição perfeita, também é zero. O preço d’água reflitiria o custo de produção e a quantidade eficiente dela seria produzida e consumida. Vendo a tabela anterior, temos que o lucro total é maximizado quando a quantidade é de 60 galões e o preço é de R$ 60/galão. Assim, um monopolista maximizador de lucros produziria essa quantidade e cobraria esse preço. O resultado seria ineficiente no momento em que a quantidade d’água é inferior ao nível socialmente eficiente de 120 galões. Que resultado devemos esperar de Hélio e Ademir? Uma possibilidade é que eles se reúnam e façam um acordo em relação à quantidade e preço da água a ser produzida. Um acordo sobre produção e preços como este é chamado conluio, e o grupo de empresas que age conforme um acordo é denominado cartel. Uma vez que é formado um cartel, o mercado passa, na prática, a ser atendido por um monopólio e podemos aplicar nossa análise do capítulo 15. O equilíbrio para um oligopólio Os oligopolistas gostariam de formar cartéis e obter lucros monopolistas, mas isso geralmente não é possível. Os conflitos entre membros de um cartel sobre como dividir o lucro do mercado geralmente tornam impossível um acordo entre eles. De inícrio seria de esperar que eles chegassem ao resultado monopolista por si próprios porque esse resultado maximiza o lucro conjunto. Entretanto, na falta de um acordo entre as partes o resultado monopolista é improvável. Para saber por que isso pode ocorrer, imagine que Hélio ou Ademir produzam, cada um, apenas 30 galões: “Eu também poderia produzir 30 galões. Nesse caso, seria vendido um total de 60 galões de água. Meu lucro seria de R$ 1800 (30 galões x R$ 60 por galão). Eu poderia produzir 40 galões e então seriam vendidos um total de 70 galões ao preço de R$ 50. Meu lucro seria de R$ 2000 (40 galões x R$ 50 por galão). Embora o lucro total do mercado diminuísse, meu lucro individual aumentaria pois eu teria uma participação maior no mercado.” É claro que o outro participante poderia seguir o mesmo raciocínio. Nesse caso ambos levariam à cidade 40 galões de água cada, totalizando 80 galões no mercado que teriam o preço individual de R$ 40. Assim, se os duopolistas perseguissem somente seus interesses próprios ao decidirem quanto produzir, produziriam uma quantidade total maior que a quantidade monopolista, cobrariam um preço inferior ao monopolista e teriam lucro menor que o monopolista. Agora, vendo que o concorrente também coloca no mercado 40 galões, um deles pensaria: “Agora, meu lucro é de R$ 1600. Suponhamos que eu aumente a produção para 50 galões. Assim meu lucro seria de apenas R$ 1500. Em vez de eu aumentar a produção e diminuir o preço, é melhor eu mantê-la assim.” O resultado (40 galões para cada) parece ser um equilíbrio. Este equilíbrio é chamado de equilíbrio de Nash. Ele consiste em uma situação em que a escolha tomada por todos os participantes é similar e é a a melhor resposta para qualquer ação que o(s) concorrente(s) decida(m) tomar. Como o tamanho de um monopólio afeta o resultado de mercado Suponhamos que Arnaldo e Flávio subitamente descubram fontes de água em suas propriedades e decidam se unir a Hélio e Ademir no oligopólio da água. Se os vendedores puderem formar um cartel, tentarão novamente maximizar o lucro total produzindo a quantidade de monopólio. Assim, como ocorria no duopólio, os membros precisariam chegar a um acordo que maximizaria os lucros. Entretanto, como este é maior, fica mais difícil que o grupo chegue a um acordo que maximizaria os lucros individuais e total. Quanto maior for o número de vendedores, cada um se preocupará menos com seu impacto sobre o preço de mercado. Assim, a medida que o número de venddores aumenta, o mercado oligopolista fica cada vez mais parecido com um mercado competitivo. O preço se aproxima do custo marginal e a quantidade produzida se aproxima do nível socialmente eficiente. Isto se deve ao fato de que o efeito preço assume menor importância ao efeito quantidade quanto maior o número de participantes de um mercado: O efeito quantidade: como o preço é superior ao custo marginal, vender mais um galão de água ao preço em vigor aumentará o lucro. O efeito preço: aumentar a produção aumentará a quantidade total vendida, o que diminuirá o preço da água e o lucro de todos os demais galões vendidos. A ECONOMIA DA COOPERAÇÃO E A TEORIA DOS JOGOS Começamos introduzindo o conceito do equilíbrio de Nash: Considerando como o espaço de estratégias possíveis e como todas as estratégias possíveis de um jogador , temos que a função pay-off ( ) de uma estratégia qualquer é dado por uma estratégia dentro de todas as possíveis de um possível espaço de estratégia. Assim: Com G denotando o jogo em questão. O equilíbrio de Nash consiste em uma situação em que um jogador, unilateralmente,não receberá um pay-off “ ” maior, para qualquer que sejam as outras alternativas que possui, dado que os outros jogadores já jogaram as suas best responses. Agora, desenvolvem-se três estratégias básicas para a resolução de game theoretic situations: 1. Eliminação iterada de estratégias estritamente dominadas Considerando o Dilema dos Prisoneiros temos: Não admitir Admitir Não admitir -1,-1 -9,0 Admitir 0,-9 -6,-6 Tal procedimento consiste de cada jogador eliminar a opção que dá o menor pay-off considerando qualquer outra decisão possível do concorrente. Nele, se um jogador admitir a culpa então o outro prefirirá admitir também e ficar seis meses preso e não nove. Também decide por admitir a culpa caso o outro venha a não admitir, saindo da prisão imediatamente e não ficando um mês preso (caso também não admitisse). Portanto, para o jogador , é melhor admitir em qualquer cenário possível. 2. Modelo de Duopólio de Cournot É o primeiro dos modelos clássicos de solution concept. É baseado no conceito de que as empresas concorrem em quantidade produzida e que o lucro é advindo de tal fato. Neste modelo temos que: Assim, 3. Modelo de Duopólio de Bertrand É o segundo dos modelos clássicos de solution concept. É baseado no conceito de que as empresas concorrem por preço e que o lucro e a quantidade oferecida são advindos de tal fato. Neste modelo temos o exemplo, dado em aula, das companhias aéreas. No exemplo, as empresas abocanhavam todo o mercado caso cobrassem menos que sua concorrente (ambas vendiam produtos idênticos, como passagens econômicas por exemplo), metade cada caso cobrassem o mesmo preço e nada caso cobrassem mais caro. Como ambas tinham forte incentivo a baixar o preço, ambas chegavam ao equilíbrio quando não podiam mais baixar o preço (P=CMg), pois operariam no prejuízo. Assim: