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Qualidade nos Serviços de Transporte de Cargas SEST – Serviço Social do Transporte SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte Fale Conosco 0800 728 2891 ead.sestsenat.org.br Curso on-line – Qualidade nos Serviços de Transporte de Cargas – Brasília: Sest/Senat, 2016. 57 p. : il. – (EaD) 1. Transporte de carga - qualidade. 2. Transporte de carga - prestação de serviço. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título. CDU 656.025.4:658.56 3 Sumário Apresentação 5 Unidade 1 | Qualidade nos Serviços de Transporte de Cargas 7 1. Avaliação dos Serviços de Transporte de Cargas 9 2. Diferença entre Produto e Serviço 10 3. Qualidade no Atendimento ao Cliente 11 4. No que Consiste o Serviço de Transporte Rodoviário de Cargas? 13 Glossário 14 Atividades 15 Referências 16 Unidade 2 | Desempenho da Atividade de Transporte 17 1. O Papel do Transporte na Cadeia Logística 19 2. Análise de Desempenho das Atividades de Transporte 20 3. Os Programas de Qualidade nas Empresas de Transporte 24 Glossário 26 Atividades 27 Referências 29 Unidade 3 | O Nível de Serviço Logístico 30 1. A Logística e o Nível de Serviço Logístico 32 1.1 Disponibilidade 33 1.2 Confiabilidade 33 1.3 Prazo 34 1.4 Flexibilidade 35 1.5 Perdas e Danos 35 Glossário 36 Atividades 37 4 Referências 38 Unidade 4 | Indicadores de Desempenho do Transporte de Cargas 39 1. Estabelecendo Indicadores de Desempenho 41 2. Principais Indicadores de Desempenho 42 2.1 Pedido Correto 42 2.2 Prazo de Entrega 44 2.3 Tempo de Formação do Pedido 45 2.4 Índice de Perdas e Danos 46 2.5 Índice de Reclamações dos Clientes 47 2.6 Nível de Utilização da Capacidade dos Veículos 48 2.7 Nível de Ociosidade da Frota 49 2.8 Confiabilidade do Prazo de Entrega 49 2.9 Produtividade do Pessoal de Logística 50 2.10 Percentual de Acidentes e Quebras no Transporte 51 2.11 Disponibilidade de Estoque 52 2.12 Produtividade Média dos Veículos 52 Glossário 53 Atividades 54 Referências 55 Gabarito 56 5 Apresentação Prezado(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) ao curso Qualidade nos Serviços de Transporte de Cargas! Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e ajudar na compreensão do conteúdo. O curso possui carga horária total de 30h e foi organizado em 4 unidades, conforme a tabela a seguir. Unidades Carga Horária 1 - Qualidade nos Serviços de Transporte Rodoviário de Cargas 8 horas 2 - Desempenho da Atividade de Transporte 8 horas 3 - O Nível de Serviço Logístico 7 horas 4 - Indicadores de Desempenho do Transporte de Cargas 7 horas 6 Fique atento! Para concluir o curso, você precisa: a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas “Aulas Interativas”; b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; c) responder à “Avaliação de Reação”; e d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado. Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat. org.br ou pelo telefone 0800 72 82 891. Bons estudos! 7 UNIDADE 1 | QUALIDADE NOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE CARGAS 8 Unidade 1 | Qualidade nos Serviços de Transporte de Cargas f Você já teve a oportunidade de avaliar o serviço fornecido por alguma empresa de transporte rodoviário de cargas? Ou, então, sua empresa já foi avaliada por algum cliente? Como foi o processo? Os resultados te surpreenderam? Você acha isso importante para a empresa melhorar seus serviços? É fundamental saber como são avaliados os serviços de uma empresa de transporte de cargas pelos clientes ou usuários do serviço. Nesta primeira unidade, trataremos juntos de um conceito importantíssimo que nos dá embasamento para realizar a avaliação: a qualidade dos serviços. Vamos começar? 9 1. Avaliação dos Serviços de Transporte de Cargas A avaliação dos serviços de transporte de cargas tem o objetivo de levantar e analisar o ponto de vista dos clientes acerca da qualidade dos serviços que lhes são oferecidos. No entanto, a avaliação do serviço permite verificar se a empresa de transporte tem desempenho adequado, conforme estabelecido no planejamento do serviço pelos gestores. Para entendermos melhor como esse processo é desenvolvido, vamos primeiro conhecer o conceito de qualidade. A qualidade é o mínimo que o cliente espera de qualquer produto ou serviço. Pode ser vista como uma das mais importantes ferramentas para conquistar consumidores e obter ganhos em competitividade e produtividade. Sabe-se, porém, que a satisfação do cliente não é resultado apenas da qualidade do produto ou do serviço que ele adquire. A qualidade percebida envolve também o comportamento da empresa quanto aos prazos de entrega, à pontualidade na entrega, às condições de pagamento, ao atendimento no pré-venda e no pós-venda, à flexibilidade, entre outros aspectos. No transporte rodoviário de cargas, oferta-se um serviço ao cliente, não um produto. E então o serviço deve ser avaliado em função de suas características e em função do atendimento que a empresa oferece aos seus clientes. Mas, qual é a diferença entre um produto e um serviço? O que tem o transporte de específico em relação à oferta de outras empresas? É isso que veremos no item a seguir. b Observe a diferença entre produto e serviço no link a seguir. https://www.youtube.com/watch?v=7CS4EJh7LaA 10 2. Diferença entre Produto e Serviço Todos sabemos que algumas empresas comercializam produtos (móveis, alimentos, roupas etc.), e outras comercializam serviços (transporte, telefonia, bancos etc.). Um produto pode ser definido como o “conjunto de bens resultantes da atividade produtiva”, ou seja, é o resultado concreto da atividade humana, do trabalho e se materializa por ser um bem físico, palpável. Já um serviço é algo não palpável, não material. É a atividade que normalmente acontece entre o fornecedor (uma empresa ou um funcionário ou um autônomo) e o cliente que precisa desse serviço. Para entendermos com mais clareza a diferença entre produtos e serviços, vejam suas características na tabela a seguir. Tabela 1: Características de Produtos e Serviços PRODUTOS SERVIÇOS Tangíveis (materiais) Intangíveis (não materiais) Podem ser estocados Não podem ser estocados Podem ser transportados Não podem ser transportados Produzidos antecipadamente Serviço e consumo são simultâneos Baixo contato com o cliente Alto contato com o cliente Qualidade nos bens é visível Qualidade percebida pelo consumo 11 e Observe que nos serviços, inclusive no transporte rodoviário de cargas, objeto de nosso estudo, a qualidade é identificada e relacionada ao consumo. Ou seja, ao recebermos o serviço, relacionamos suas características (prazo, confiabilidade, pontualidade, perdas e danos, entre outras) à qualidade. 3. Qualidade no Atendimento ao Cliente Várias empresas de transporte, cooperativas de transporte e transportadores autônomos podem oferecer o serviço de transporte aos clientes. b Os transportadores que trabalham para terceiros sob remuneração precisam ser cadastrados e habilitados no Registro Nacional do Transportador Rodoviário de Cargas (RNTRC). Este é um registro mantido e gerenciado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Vale a pena consultar as informaçõessobre o mercado de transporte rodoviário de cargas no Brasil, pois nos atualiza sobre a quantidade de transportadores existentes e nos dá ideia da dimensão desse setor. Acesse o conteúdo disponível no link a seguir. www.antt.gov.br Ora, mas se existem tantos transportadores, por qual razão um cliente optaria pelos serviços de sua empresa ou dos seus serviços de transportador autônomo, em vez de optar por um concorrente? Você já pensou sobre isso? Vamos buscar uma resposta para essas perguntas? 12 Primeiramente, somos todos consumidores, e sabemos que a escolha da empresa ou organização, que pode atender às nossas necessidades, dá-se a partir de vários aspectos, tais como: oferta de serviço de qualidade, pontualidade na entrega, segurança, compromisso, responsabilidade social, entre outros. Por outro lado, o cliente de uma empresa de transporte de cargas espera que o serviço ocorra conforme os aspectos a seguir relacionados: • Certeza da entrega; • Pontualidade do serviço prestado; • Integridade do produto sem quebras, avarias ou extravios; • Recebimento do pedido completo e sem erros; • Ausência de acidentes com o caminhão e/ou a carga; e • Preservação do meio ambiente. c É consenso no mercado que, em uma próxima oportunidade, o cliente escolherá outra empresa caso não seja ofertado um bom serviço. Nesse sentido, pesquisas de satisfação mostram que: • 49% dos clientes trocam de empresa fornecedora de produtos e serviços devido a atendimentos de baixa qualidade; • 21% trocam de empresa por falta de atenção (o cliente não gravou o nome da empresa, por exemplo); e • 15% trocam de empresa pela diferença de preço ou qualidade do produto ou serviço. 13 4. No que Consiste o Serviço de Transporte Rodoviário de Cargas? Além da atividade inerente de movimentação de um bem, de um local de origem até um local de destino, o transporte rodoviário de cargas envolve outras atividades para completar o processo de movimentação com êxito. Nesse sentido, atividades que apoiam a movimentação são cruciais para uma oferta de serviço de qualidade. Veja algumas delas: • Carga e descarga; • Manuseio da carga durante o transporte; • Conferência dos produtos antes de entregar ou coletar; • Embalagem, acondicionamento e unitização da carga (agrupamento das cargas em unidades para transporte, armazenagem e proteção da mercadoria, por meio de contêineres ou paletes, por exemplo); e • Outros serviços logísticos oferecidos. g Muitos transportadores estão evoluindo nas suas atividades — passaram a oferecer serviços adicionais para os clientes, visando atingir mercados e clientes mais exigentes. Os transportadores transformam-se em Operadores Logísticos por meio da oferta de atividades como controle de estoques, armazenagem, consolidação e desconsolidação de cargas, transbordo, embalagem e unitização. Essas atividades, até pouco tempo restritas aos operadores logísticos, são hoje uma grande oportunidade para os transportadores! 14 Resumindo Lembre-se sempre de que a satisfação do cliente será diretamente proporcional à qualidade do serviço recebido. O segredo da qualidade no atendimento está em se colocar no lugar do outro, ou seja, o serviço sempre deve ser realizado como se fosse para nós mesmos, de forma a antecipar as necessidades do cliente. Agindo dessa maneira estaremos assegurando a prestação do melhor atendimento possível. As atividades que apoiam a movimentação são cruciais para a oferta de um serviço de qualidade. Glossário Flexibilidade: diz-se daquilo que é flexível, que pode ser alterado. Operadores logísticos: são profissionais responsáveis por fornecer todos os recursos para a execução das atividades da empresa, bem como transporte, materiais, armazenamento de mercadorias, processamento de pedidos e armazenamento de informações. 15 d 1) É uma característica dos serviços: a. ( ) São tangíveis. b. ( ) Não podem ser estocados. c. ( ) Podem ser transportados. d. ( ) Todas as alternativas estão corretas. 2) Os transportadores de cargas precisam realizar o cadastro e a habilitação no RNTRC. Isso se faz em qual órgão? a. ( ) DNIT. b. ( ) Ministério dos Transportes. c. ( ) ANTAQ. d. ( ) ANTT. 3) São elementos relacionados à qualidade da oferta do serviço de transporte de cargas: a. ( ) Certeza da entrega e o custo. b. ( ) Pontualidade e customização. c. ( ) Integridade e respeito ao meio ambiente. d. ( ) Prazo e produtividade. 4) Serviços adicionais podem ser oferecidos atualmente pelos transportadores aos clientes, tais como: armazenagem e controle de estoques. ( ) Verdadeiro ( ) Falso Atividades 16 Referências ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística Aplicada: suprimento e distribuição física. São Paulo: Pioneira, 1994. BALLOU, R. R. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e Logística Empresarial. Porto Alegre: Editora Bookman, 2001. _______. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais e Distribuição Física. São Paulo: Editora Atlas, 1993. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006. FLEURY, P. C. Logística integrada. In: Fleury, P. C., Wanke, P.; Figueiredo, K. F. (orgs.). Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Editora Atlas, 1997. KAPLAN, R.; NORTON, D. Balanced Scorecard: indicadores que impulsionam o desempenho. INSERIR HBR – Harvard Business Review, 1992. LIMA JR., O. F. Análise e avaliação do desempenho dos serviços de transporte de carga. In: CAIXETA-FILHO, J. V.; MARTINS, R. S. (Orgs.). Gestão logística do transporte de cargas. São Paulo: Atlas, 2001. MIRANDA. L. C.; GOMES DA SILVA, J. D. Medição de Desempenho. In: SCHMIDT, Paulo (Org.). Controladoria: agregando valor para a empresa. Porto Alegre: Bookman, 2002. NOVAES, A. G. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição: Estratégia, Operação e Avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001, p.41. 17 UNIDADE 2 | DESEMPENHO DA ATIVIDADE DE TRANSPORTE 18 Unidade 2 | Desempenho da Atividade de Transporte f Você conhece os programas de qualidade nas empresas de transporte? Já ouviu falar em avaliação do desempenho da atividade de transporte? Você sabe a importância do transporte para o processo de movimentação das mercadorias? Para que a empresa consiga implantar suas propostas e planos de oferta do serviço, é necessário planejá-las. Isso é feito, normalmente, no âmbito de programas de qualidade que nascem a partir do entendimento da importância do transporte nas cadeias de movimentação de produtos e da necessidade de se oferecer serviços padronizados e de qualidade aos clientes. Nesta unidade, vamos tratar desses assuntos. 19 1. O Papel do Transporte na Cadeia Logística Conforme já foi ressaltado neste curso, transportar não se resume a levar produtos de um lugar para outro. O transporte envolve uma série de outros fatores interligados e que são indispensáveis para o oferecimento de bons serviços aos clientes. O transporte de cargas envolve a movimentação das mercadorias entre os pontos de fornecimento e os pontos de consumo. No entanto, para gerenciar a movimentação, chamada de fluxo físico, é necessário ter conhecimento do desenrolar de algumas outras atividades como: pedidos, estoque, armazenagem de produtos, embalagem etc. Isso se faz no âmbito da logística. Segundo definição utilizada pelo Council of Supply Chain Management Professionals (BOWERSOX et al., 2006), uma das mais importantesentidades que estudam o assunto, Logística é o processo de planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo e armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades do cliente. Traduzindo para uma linguagem mais simples, a logística é a arte de comprar, receber, armazenar, separar, expedir, transportar e entregar o produto ou o serviço certo, na hora certa, no lugar certo, ao menor custo possível. 20 De forma simplificada, o fluxo de produtos em uma cadeia logística, desde o fornecedor até o cliente, dá-se com a realização de três etapas. Primeiramente, um cliente solicita ao seu fornecedor os produtos de que necessita (faz o pedido e o transmite ao fornecedor). Em seguida, o fornecedor verifica seus estoques, processa e monta o pedido. Por fim, ele entrega a mercadoria a um transportador, que a entregará ao cliente. c O transporte é considerado o principal componente do sistema logístico. Sua importância pode ser comprovada por meio de, pelo menos, três indicadores: custos, faturamento e lucro. Além disso, o transporte tem papel fundamental na avaliação da qualidade dos serviços logísticos, pois impacta diretamente o tempo de entrega, a confiabilidade e a segurança dos produtos (FLEURY, 1999). É certo que o transporte é essencial para o sucesso das trocas de mercadorias, mas, como se pode avaliar o desempenho dessa atividade? 2. Análise de Desempenho das Atividades de Transporte Estudos realizados por Bowersox e Cooper (2006) e Fleury (1997), entre outros, estipularam medidas logísticas para avaliação dos serviços de transporte e distribuição física, a partir da ótica dos clientes. Essas medidas são baseadas em nove dimensões: 21 Tabela 2: Dimensões e Variáveis Dimensões Variáveis Disponibilidade do produto - Quantidade entregue comparada ao total pedido. - Tempo de espera para o recebimento de entregas pendentes. Tempo de ciclo do pedido - Tempo decorrido entre o pedido e o recebimento das mercadorias. Consistência do prazo de entrega - Percentual de entregas atrasadas. - Atraso médio. Frequência de entrega - Número de entregas feitas. Flexibilidade do sistema de entrega - Condições especiais de entrega. - Condições regulares de entrega. - Percentual das solicitações atendidas com condições especiais de entregas. Sistema de recuperação de falhas - Motivos de reclamações. - Percentual dos pedidos com reclamações. - Percentual das reclamações na 1ª solicitação. - Tempo de espera para a resolução de problemas. 22 Observe que muitos dos indicadores podem ser diretamente influenciados pela atividade de transporte de carga. Vamos analisar alguns deles? O tempo do ciclo de pedido é diretamente influenciado pela atividade de transporte, já que a movimentação da mercadoria de um ponto a outro depende do transporte e do tempo de viagem. A consistência do prazo de entrega também pode ser influenciada pelo transporte, dado que atrasos na movimentação originados pelos mais diversos problemas (greves dos rodoviários, acidentes, interdições nas rodovias etc.) tendem a reduzir a velocidade da movimentação. Sistema de informação de apoio - Qualidade do atendimento. - Tempo de antecipação na informação de mudanças com o pedido. - Percentual das solicitações de informação sobre a situação do pedido. - Tempo de espera para receber informações sobre a situação dos pedidos. Apoio na entrega física - Qualidade do atendimento. Apoio pós-entrega - Percentual das solicitações de assistência e/ou informação sobre produto. - Percentual das solicitações que são atendidas. - Tempo de espera para receber assistência e/ou informação sobre produtos. 23 A frequência da entrega é dependente da oferta de veículos pelos transportadores para efetuar as entregas. A flexibilidade do sistema é influenciada pela flexibilidade do transportador em movimentar cargas de diversas naturezas, de oferecer serviços expressos, de movimentar cargas completas ou parciais, de oferecer fretes de retorno, entre outros aspectos. c A disponibilidade de informações de apoio depende muito da tecnologia empregada pelo transportador para o gerenciamento de sua frota. Assim, caminhões equipados com tecnologia embarcada (computador de bordo), com GPS (sistemas de georreferenciamento por satélite), tecnologias de rádio frequência (RFID), entre outros, viabilizam mais rapidamente a comunicação entre fornecedor, transportador e cliente, permitindo o monitoramento das cargas em tempo real. b Fazer a leitura do artigo “Como a telemetria pode ajudar o gestor de frotas”, de Giovanni Benedetti Penha, disponível no link a seguir. http://www.tecnologistica.com.br/portal/artigos/67726/ telemetria-ajudar-gestor-frotas/ O apoio na entrega física é atividade essencial do transportador e depende quase que exclusivamente dele. Isso envolve desde os processos de carga, passando pela movimentação, manuseio e acondicionamento durante o transporte, até a descarga da mercadoria no destino. Nesse sentido, as transportadoras estão sujeitas a um elenco de critérios ou indicadores bastante amplo, pois a medição de seu desempenho não se restringe à 24 atividade de transporte. Todos os itens contribuem para a melhoria dos serviços prestados pelo transportador e são considerados pelos clientes nas avaliações de desempenho. 3. Os Programas de Qualidade nas Empresas de Transporte Os programas de qualidade no setor de transportes procuram desenvolver a excelência de seus recursos humanos. Um dos motivos é que a qualidade dos serviços está diretamente relacionada à qualidade no contato com o cliente, sendo fundamental estar atento ao comportamento daqueles funcionários que lidam diretamente com o usuário. Além de melhorar o atendimento ao cliente, os programas de qualidade visam capacitar os funcionários quanto à pontualidade do serviço, tempos de viagem acordados com o cliente, garantia de serviços com menores riscos de roubo, danos e avarias da carga transportada, entre outros. a Os programas de certificação da qualidade chamados de ISO são importantes instrumentos para guiar a implantação de programas de qualidade em empresas de transporte. b Você pode aprofundar-se um pouco mais no assunto acessando o texto disponível no link a seguir, ou, simplesmente, fazendo uma consulta em algum buscador da Internet com a palavra ISO, para encontrar artigos ou textos que contêm aplicações e casos práticos sobre o tema. http://www.iso.org/ Adicionalmente, alguns instrumentos podem ser utilizados pelas empresas de transporte para aprimorar a qualidade do atendimento, melhorando a sua imagem no mercado de transporte de cargas. 25 São exemplos: • Pesquisas: promover periodicamente pesquisas em diferentes segmentos de público, estabelecendo parâmetros de aferição da evolução da imagem da empresa, da demanda, da satisfação com os serviços etc. • Segmentação: distinguir os usuários, considerando suas especificidades de acordo com o tipo de carga transportada, os veículos utilizados, os destinos preferenciais, os prazos e os períodos de atendimento etc. • Novas mídias: explorar a diversificação de mídias existentes atualmente, com destaque para a internet, buscando aperfeiçoar a comunicação e aumentar a possibilidade de contato do cliente com a empresa. • Diversificação dos serviços: oferecer serviços complementares que atendam às expectativas e necessidades do cliente. Uma empresa que realiza transportes podeatrair mais clientes se fornecer também serviços de embalagem ou estocagem por curtos períodos, por exemplo. • Mensuração: desenvolver instrumentos de mensuração da qualidade do serviço oferecido, procurando corrigir aspectos não satisfatórios. • Canais de comunicação: aperfeiçoar os canais de comunicação existentes na empresa ou mesmo adotar novos canais. 26 Resumindo As empresas de transporte têm à sua disposição uma série de ferramentas, indicadores e programas de qualidade que podem ajudá-las a medir seu desempenho e a dispor de instrumentos que lhes permitam melhorar o atendimento aos clientes. O transporte está inserido nas cadeias logísticas. Indicadores de qualidade são utilizados para avaliar o desempenho dos serviços oferecidos pelas empresas. Glossário Consistência: constância, regularidade, perseverança (numa atividade, na disposição, nas ações). Parâmetros de aferição: são critérios para avaliar determinado desempenho. 27 d 1) São atividades na Cadeia de Processos: a. ( ) Transporte de mercadorias ou cargas. b. ( ) Recebimento de pedidos. c. ( ) Armazenagem e embalagem de produtos. d. ( ) Todas as alternativas estão corretas. 2) São exemplos de instrumentos que devem ser utilizados pelas empresas de transporte para melhorar a qualidade de seu atendimento e a sua imagem no mercado de transporte de cargas: a. ( ) Pesquisa. b. ( ) Diversificação dos serviços. c. ( ) Mensuração da qualidade do serviço. d. ( ) Todas as alternativas estão corretas. 3) Os programas de qualidade devem procurar, além de melhorar o atendimento ao cliente, capacitar e motivar os empregados das empresas. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 28 4) As seguintes dimensões do desempenho logístico podem ser influenciadas pelo transporte (assinale a alternativa incorreta). a. ( ) Tempo de ciclo do pedido. b. ( ) Frequência de entregas. c. ( ) Flexibilidade do sistema. d.( ) Disponibilidade do produto. 29 Referências ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística Aplicada: suprimento e distribuição física. São Paulo: Pioneira, 1994. BALLOU, R. R. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e Logística Empresarial. Porto Alegre: Editora Bookman, 2001. _______. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais e Distribuição Física. São Paulo: Editora Atlas, 1993. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006. FLEURY, P. C. Logística integrada. In: Fleury, P. C., Wanke, P.; Figueiredo, K. F. (orgs.). Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Editora Atlas, 1997. KAPLAN, R.; NORTON, D. Balanced Scorecard: indicadores que impulsionam o desempenho. INSERIR HBR – Harvard Business Review, 1992. LIMA JR., O. F. Análise e avaliação do desempenho dos serviços de transporte de carga. In: CAIXETA-FILHO, J. V.; MARTINS, R. S. (Orgs.). Gestão logística do transporte de cargas. São Paulo: Atlas, 2001. MIRANDA. L. C.; GOMES DA SILVA, J. D. Medição de Desempenho. In: SCHMIDT, Paulo (Org.). Controladoria: agregando valor para a empresa. Porto Alegre: Bookman, 2002. NOVAES, A. G. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição: Estratégia, Operação e Avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001, p.41. 30 UNIDADE 3 | O NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO 31 Unidade 3 | O Nível de Serviço Logístico f Por que falar em nível de serviço logístico em um curso de avaliação do serviço do transporte de cargas? Você já pensou nisso? Atualmente, o transporte de cargas só existe no âmbito das cadeias logísticas. O que isso quer dizer? É o que tentaremos mostrar nesta unidade: o papel do transporte para a consecução dos níveis de serviços logísticos aos clientes. 32 1. A Logística e o Nível de Serviço Logístico Para Ballou (2006), a qualidade do gerenciamento dos fluxos de bens e serviços em uma cadeia logística define o que se entende por nível de serviço logístico. Vários autores trabalharam o conceito de nível de serviço logístico — Ballou (2001); Bowersox et al. (2006); Novaes (2001), entre outros. Cada autor levanta peculiaridades e especificidades do nível de serviço logístico, mas existem, ao menos, cinco fatores comuns na bibliografia que são considerados fundamentais para se identificar o nível de serviço logístico oferecido ao cliente, e que têm relação direta com a qualidade do serviço de transporte: • Disponibilidade; • Confiabilidade; • Prazo; • Flexibilidade; e • Perdas e danos. Vamos compreender melhor o que cada um desses fatores significa na prática para o transportador? 33 1.1 Disponibilidade A disponibilidade compreende a capacidade da empresa de ter o produto em estoque (disponível) no exato momento em que ele é desejado pelo cliente. Vamos a um exemplo para ilustrar esse conceito? Duas empresas vendem o mesmo produto. Um cliente prefere a primeira empresa e vai até o ponto de venda, mas não encontra o produto desejado, porque não está disponível no estoque. Então, o cliente decide comprar na segunda empresa, que dispunha do produto disponível para aquisição imediata. Se essa situação for recorrente, em geral o cliente optará pela segunda empresa, fazendo sua escolha com base na disponibilidade imediata do produto desejado. O transportador tem papel fundamental para garantir a disponibilidade, uma vez que é o responsável por movimentar a mercadoria entre o fornecedor e o cliente, assim que o pedido é realizado. 1.2 Confiabilidade A confiabilidade trata da variação temporal em torno dos prazos definidos em contrato para a entrega das mercadorias ao cliente. Obviamente, quanto menor for a variação em torno do prazo combinado para a entrega, mais confiável será o serviço. O transportador colabora com isso, executando o serviço no prazo estabelecido para a viagem entre a origem e o destino das cargas. 34 Para o cliente, atrasos eventuais decorrentes de situações inesperadas são bastante compreensíveis e aceitáveis. No entanto, quando esses atrasos passam a ser frequentes e originados na etapa de transporte, perde-se a confiabilidade no transportador. Portanto, empresas confiáveis são aquelas que cumprem os prazos acordados em contrato para disponibilizar o produto ao cliente. 1.3 Prazo O prazo envolve o tempo decorrido entre a solicitação de um produto ao fornecedor (pedido) até a chegada do item ao cliente. a Como exemplo, podemos citar os produtos dos Correios. Cada tipo de SEDEX possui uma hora máxima de entrega, garantida, como é o caso do SEDEX 10 e do SEDEX Hoje. b Acesse o site www.correios.com.br e verifique como funcionam os serviços de entrega em função dos prazos prometidos pelos Correios. No setor de transportes, o tempo é um elemento fundamental. Com a evolução tecnológica, procurou-se melhorar o desempenho do setor desenvolvendo-se veículos mais potentes, que atingissem velocidades superiores com maior segurança. Para comportar esses veículos mais rápidos, foram necessários investimentos em infraestrutura para 35 buscar mais segurança. Além disso, a tecnologia de informação para o monitoramento e a gestão da frota contribuíram com os avanços no setor e permitiram muito maior agilidade aos veículos de transporte. 1.4 Flexibilidade Flexibilidade é a capacidade da empresa de lidar com solicitações extraordinárias de serviço dos clientes. Algumas dessas solicitações podem ser ilustradas por: mudanças ocasionais nos serviços de entrega, entregas emergenciais e troca de produtos fornecidos com defeito.A flexibilidade em atender aos pedidos extraordinários do cliente deve ser complementada com a capacidade do transportador de fornecer a informação sobre a carga e a mercadoria, de forma instantânea, ao cliente. Isso se viabiliza com o uso de boa tecnologia de informação. 1.5 Perdas e Danos Este fator trata das perdas, danos, avarias, extravios e roubos que podem ocorrer com a mercadoria desde o despacho no fornecedor, até a descarga e conferência do produto pelo cliente. Observe que este fator de nível de serviço logístico é inteiramente de responsabilidade do transportador, explicitando, mais uma vez, a importância desse agente para o sucesso da operação na cadeia logística. 36 Resumindo Em vários aspectos do nível de serviço logístico, o transportador tem papel fundamental para garantir a movimentação do produto, dentro do prazo, nas condições estabelecidas em contrato, até o local desejado, e isento de perdas e danos. Quanto melhor o nível de serviço logístico, mais satisfeito estará o cliente com o serviço de transporte. Transporte de cargas faz parte da cadeia logística. Glossário Avaria: qualquer dano, prejuízo, estrago; falha, dano, defeito ou mau funcionamento. Solicitação extraordinária: refere-se a pedido fora do comum, fora do previsto. 37 d 1) Três fatores fundamentais com os quais o planejador deve se preocupar para identificar o nível de serviço logístico são: a. ( ) Disponibilidade, Confiabilidade e Custo. b. ( ) Confiabilidade, Integridade e Desempenho. c. ( ) Prazo, Confiabilidade e Disponibilidade. d. ( ) Flexibilidade, Confiabilidade e Custo. 2) Um fator de nível de serviço logístico de inteira responsabilidade do transportador é: a. ( ) Velocidade b. ( ) Flexibilidade c. ( ) Pontualidade d. ( ) Perdas e danos 3) A confiabilidade é a exatidão no cumprimento da programação do prazo estabelecido para o serviço de transporte. ( ) Certo ( ) Errado 4) A variabilidade em torno do prazo de entrega mede a confiabilidade do serviço. Quanto maior for a variação, maior será a confiabilidade. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 38 Referências ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística Aplicada: suprimento e distribuição física. São Paulo: Pioneira, 1994. BALLOU, R. R. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e Logística Empresarial. Porto Alegre: Editora Bookman, 2001. _______. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais e Distribuição Física. São Paulo: Editora Atlas, 1993. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006. FLEURY, P. C. Logística integrada. In: Fleury, P. C., Wanke, P.; Figueiredo, K. F. (orgs.). Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Editora Atlas, 1997. KAPLAN, R.; NORTON, D. Balanced Scorecard: indicadores que impulsionam o desempenho. INSERIR HBR – Harvard Business Review, 1992. LIMA JR., O. F. Análise e avaliação do desempenho dos serviços de transporte de carga. In: CAIXETA-FILHO, J. V.; MARTINS, R. S. (Orgs.). Gestão logística do transporte de cargas. São Paulo: Atlas, 2001. MIRANDA. L. C.; GOMES DA SILVA, J. D. Medição de Desempenho. In: SCHMIDT, Paulo (Org.). Controladoria: agregando valor para a empresa. Porto Alegre: Bookman, 2002. NOVAES, A. G. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição: Estratégia, Operação e Avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001, p.41. 39 UNIDADE 4 | INDICADORES DE DESEMPENHO DO TRANSPORTE DE CARGAS 40 Unidade 4 | Indicadores de Desempenho do Transporte de Cargas f Como você define um indicador? Você já criou algum indicador para medir o desempenho de sua empresa ou de algum processo? Qual a utilidade de um indicador? Cite outras áreas em que o uso de indicadores é importante. Pois bem, para criar e analisar indicadores, é necessário definir primeiro em que nível a empresa deseja operar. Por exemplo: 20% dos clientes de uma empresa se mostram insatisfeitos e telefonam para reclamar. A empresa quer reduzir essa insatisfação para 5%. Então, o parâmetro de referência é 5%. Ela deve melhorar seus serviços e reduzir as reclamações até atingir sua meta. Quando isso ocorrer, ela terá atingido o padrão de qualidade que desejava. O índice deverá ser monitorado constantemente para verificar se o padrão de qualidade está sendo mantido. 41 Esta unidade apresenta os principais indicadores de desempenho utilizados para avaliar os resultados do serviço de transporte de cargas. Serão apresentados e discutidos os indicadores, bem como as formas pelas quais as empresas e os planejadores do serviço poderão utilizá-los. 1. Estabelecendo Indicadores de Desempenho A definição de indicadores para avaliar resultados deve ser um processo racional, planejado e sistêmico, de forma que seja possível medir os efeitos e consequências de uma ação. a Antes de adotar um indicador ou variável, é importante responder às seguintes questões (LIMA JR., 2001): • Como será o indicador e onde será aplicado? • Como será seu cálculo e em que unidade será expresso? • Como será medido e quais fontes de dados alimentarão seu cálculo? • Qual será a frequência de seu levantamento? • Que causas e efeitos ele poderá medir e quais serão os padrões adotados? • Que nível de precisão será necessário? • Os benefícios de sua utilização superam os custos para produzi- lo, coletá-lo e acompanhá-lo? Depois de todas as perguntas respondidas, ou ao menos discutidas, parte-se para a criação de indicadores. 42 2. Principais Indicadores de Desempenho No transporte de cargas e na logística, podem-se criar diversos indicadores: para mensurar o nível de serviço, para medir o desempenho da empresa, ou até para avaliar a performance de algum processo. c A técnica de medir o desempenho pelo BSC (Balanced Scorecard), desenvolvida por Kaplan e Norton (1992), é uma das mais utilizadas na atualidade. Procure na Internet que você encontrará uma boa quantidade de aplicações de avaliação de desempenho em diversos setores, inclusive no transporte, com a técnica de BSC. Um bom artigo sobre o assunto está disponível no link a seguir. http://www.infoescola.com/administracao_/balanced- scorecard/ Vamos agora montar uma série de indicadores adequados ao transporte de cargas e à logística? Obviamente, primeiro temos de responder às perguntas anteriores para cada indicador que for criado. 2.1 Pedido Correto Este indicador pode ser usado tanto pelo cliente quanto pela empresa fornecedora. O cliente pode usá-lo para avaliar a qualidade do serviço do fornecedor. E o fornecedor pode usar o indicador para verificar os erros que são cometidos na preparação e expedição dos pedidos, e, então, melhorar os processos de trabalho para evitar a ocorrência de erros. 43 Tabela 3: Indicador Pedido Correto Objetivo Verificar a competência da empresa em entregar os itens de acordo com o que foi especificado no pedido do cliente. Equação de cálculo IPC = (Número de Pedidos Entregues Corretamente / Número Total de Pedidos Entregues) x 100. Unidade de medida Porcentagem. Utilidade do indicador Permite que a empresa identifique os itens que foram entregues incorretamente num pedido, os itens que não foram entregues e as trocas que podem ocorrer entre um item e outro de um mesmo pedido. Frequência de coleta Este indicador pode ser medido para cada pedido individualmente. Sua medição é contínua. Ao final de determinado período, que poderá ser de um mês, o responsávelpela coleta poderá calcular o índice de pedido correto médio para a empresa. 44 2.2 Prazo de Entrega Este é um indicador que pode ser usado tanto pelo cliente quanto pelo fornecedor e tem influência direta do transportador na sua execução. Tabela 4: Indicador Prazo de Entrega Objetivo Medir o tempo gasto pelo fornecedor para preparação e entrega de uma ordem de compra do cliente. Equação de cálculo PE = Tempo de transmissão do pedido pelo cliente + Tempo de preparação do pedido pelo fornecedor + Tempo de transporte para entrega do produto ao cliente. Unidade de medida Pode ser medido em dias, semanas, meses, dependendo da localização do fornecedor, do tipo de produto, do tamanho do lote de compra etc. Utilidade do indicador Programação das ordens de compra, dimensionamento do estoque, avaliação da rapidez do fornecedor e do transportador. Identificar os problemas que causam atrasos em cada atividade logística envolvida no processo de entrega de mercadorias. Frequência de coleta O tempo deve ser medido para cada ordem de compra emitida. 45 2.3 Tempo de Formação do Pedido Tabela 5: Indicador Tempo de Formação do Pedido Objetivo Medir o tempo decorrido entre a chegada de um pedido no depósito da empresa e o seu despacho para a entrega. Equação de cálculo TFP = Tempo localização e coleta dos produtos no depósito + Tempo de formação do pedido na área específica do depósito + Tempo de conferência do pedido + Tempo de carregamento e despacho das mercadorias. Unidade de medida Normalmente este indicador é medido em horas. Utilidade do indicador Verificar a agilidade empreendida nas atividades de localização, coleta, formação do pedido e seu despacho do depósito. Identificar os problemas nas atividades de formação de pedidos. Frequência de coleta O ideal seria que o tempo fosse medido a cada pedido preparado no depósito. Entretanto, a empresa poderá, a cada mês, estabelecer um período para a coleta das informações necessárias para o cálculo do indicador. 46 2.4 Índice de Perdas e Danos Tabela 6: Indicador Índice de Perdas e Danos Objetivo Identificar o percentual de produtos que são entregues danificados ao cliente, ou que são extraviados ou roubados durante a entrega. Equação de cálculo IPD = (Número de itens entregues em condições de uso ao cliente / Número total de itens constantes do pedido) x 100. Unidade de medida Porcentagem. Utilidade do indicador Definir os cuidados que devem ser adotados no manuseio, no acondicionamento, e no transporte dos produtos solicitados pelo cliente. Medir inconformidades existentes com os produtos. Frequência de coleta É necessário que o cliente mensure este indicador em cada lote de produtos recebido do fornecedor, evitado receber produtos defeituosos, danificados ou em quantidades menores que as solicitadas. 47 2.5 Índice de Reclamações dos Clientes Tabela 7: Indicador Índice de Reclamações dos Clientes Objetivo Identificar os problemas gerados pelo serviço de logística na entrega dos bens aos clientes. Equação de cálculo IRC = (Número de reclamações dos clientes acerca do serviço de entregas / Número total de entregas) x 100. Unidade de medida Porcentagem. Utilidade do indicador Identificar os problemas existentes com o serviço de logística direcionado à entrega dos produtos aos clientes, visando corrigir os erros e reduzir as reclamações. Frequência de coleta É importante que a empresa registre continuamente as reclamações dos clientes. A periodicidade mensal é adequada para o cálculo deste indicador. A partir dela poderiam ser propostas soluções para a redução das reclamações mais frequentes. 48 2.6 Nível de Utilização da Capacidade dos Veículos Este indicador é fundamental para a transportadora avaliar seus serviços. Dele consegue-se verificar a produtividade da frota. Dependendo do tipo de produto com o qual a empresa trabalha, poderá ser mais interessante utilizar a capacidade volumétrica, ao invés do peso, como unidade de medida e de cálculo para este indicador. Tabela 8: Indicador Nível de Utilização da Capacidade dos Veículos Objetivo Avaliar a utilização da capacidade do veículo em uma viagem, considerando-se o peso. Equação de cálculo CAP = (Tonelagem transportada no veículo numa viagem / Capacidade total de carga do veículo em toneladas) x 100. Unidade de medida Porcentagem. Utilidade do indicador Identificar se os veículos estão rodando com capacidade ociosa na carroceria e servir como subsídio para o planejamento das entregas e do carregamento das cargas nos veículos. Fornecer informações para a redução de custos com o transporte. Frequência de coleta O ideal seria um acompanhamento sistemático e contínuo da utilização de cada veículo em todas as viagens. Alternativamente, a empresa poderá fixar um período do mês para realizar as medições. 49 2.7 Nível de Ociosidade da Frota Pode-se calcular este indicador para cada veículo e, em seguida, realizar o cálculo do nível médio de ociosidade de toda a frota de veículos da empresa. Tabela 9: Indicador Nível de Ociosidade da Frota 2.8 Confiabilidade do Prazo de Entrega Tanto a entrega antecipada quanto a entrega com atraso causam problemas. Em ambos os casos, o cliente terá de reprogramar suas atividades logísticas para recepção do produto, armazenamento, registro em estoque etc. Tudo o que não é planejado tem um custo mais elevado. Portanto, quanto mais próximo for o prazo de entrega efetivamente realizado, em relação ao prazo de entrega acordado em contrato entre o fornecedor e o cliente, mais o fornecedor será considerado confiável e mais o transportador será considerado confiável. Objetivo Identificar o número de horas em que os veículos da frota da empresa ficam ociosos (sem uso). Equação de cálculo NOF = (Número de horas em que o veículo é utilizado em um dia / Número de horas da jornada de trabalho) x 100. Unidade de medida Porcentagem. Utilidade do indicador Determinar o percentual de horas da jornada de trabalho em que os veículos são utilizados. Para dimensionar a frota de veículos da empresa. Frequência de coleta A empresa deve coletar as informações e calcular o indicador em épocas de demanda normal, em períodos de baixa demanda e em períodos de elevada demanda. Assim, ela poderá dimensionar e planejar o uso de sua frota de veículos de maneira mais racional. 50 Tabela 10: Indicador Confiabilidade do Prazo de Entrega 2.9 Produtividade do Pessoal de Logística Tabela 11: Indicador Produtividade do Pessoal de Logística Objetivo Avaliar a confiabilidade do fornecedor em cumprir os prazos de entrega, acertados no contrato de venda ou nos pedidos do cliente. Equação de cálculo CPE = (Prazo de entrega realizado / Prazo de entrega estabelecido em contrato) x 100. Unidade de medida Porcentagem. Utilidade do indicador Medir a variabilidade em torno do prazo de entrega combinado em contrato entre o fornecedor e o cliente. Frequência de coleta É importante que a empresa registre continuamente os prazos de entrega efetivamente realizados, comparando-os com os prazos estabelecidos em contrato. A periodicidade mensal é adequada para o cálculo deste indicador. Objetivo Avaliar a produtividade dos funcionários da empresa diretamente envolvidos com as atividades de movimentação de cargas. Equação de cálculo PPL = (Total de toneladas ou quilogramas de carga movimentada / Número de funcionários da área). Unidade de medida Toneladas ou quilogramas / funcionário. Utilidade do indicadorVerificar a evolução na produtividade dos funcionários da área de logística em função da carga movimentada pela empresa. Frequência de coleta Mensal. 51 2.10 Percentual de Acidentes e Quebras no Transporte Tabela 12: Indicador Percentual de Acidentes e Quebras no Transporte Objetivo Medir o número de acidentes e quebras ocorrido com os veículos da frota da empresa durante determinado período, em relação ao número total de viagens realizadas. Equação de cálculo PAQT = (Número de viagens com acidentes ou quebras / Número de viagens realizadas) x 100. Unidade de medida Porcentagem. Utilidade do indicador Serve para identificar os índices de acidentes e quebras ocorridos com os veículos na prestação dos serviços logísticos. É um indicador importante, porque abrange a análise de situações que afetam os prazos de entrega e a imagem da empresa, provocando implicações como a falta de produtos para o cliente, e podendo acarretar maiores custos de transporte. Frequência de coleta A periodicidade mensal parece ser adequada para o cálculo e registro de informações. 52 2.11 Disponibilidade de Estoque Tabela 13: Indicador Disponibilidade de Estoque 2.12 Produtividade Média dos Veículos Tabela 14: Indicador Produtividade Média dos Veículos Objetivo Identificar se a empresa pode atender ao pedido do cliente a qualquer momento e com rapidez, a partir do estoque disponível nos seus depósitos. Equação de cálculo DISP = (Número de pedidos atendidos a partir do estoque / Número total de pedidos) x 100. Unidade de medida Porcentagem. Utilidade do indicador Definição da política de estoques da empresa, visando à melhoria do serviço ao cliente. Frequência de coleta Mensal. Objetivo Avaliar a quantidade média de mercadorias movimentadas por veículo da frota num determinado período. Equação de cálculo PRODV = (Tonelagem transportada x Quilometragem percorrida) / Número de veículos da frota. Unidade de medida Ton.km/veículo. Utilidade do indicador É indicado como subsídio para políticas de gestão da frota e para medidas de redução de custos com transporte, e para se comparar a produtividade da sua frota com a de empresas do mesmo setor. Frequência de coleta Mensal 53 Resumindo Cada empresa deve ter a convicção de que o nível do serviço oferecido ao cliente está diretamente relacionado à demanda por parte dos clientes por sua empresa. Quanto melhor for este nível, maior será a quantidade de clientes satisfeitos que poderão voltar a contratar seus serviços. Alguns indicadores apresentados estão diretamente relacionados ao nível de serviço logístico oferecido ao cliente. Outros não representam o serviço ao cliente, mas exercem influência sobre ele. O importante é que todos esses indicadores, como muitos outros que poderiam ser desenvolvidos, apontam o melhor ou o pior desempenho da empresa na realização das atividades logísticas. Glossário Balanced Scorecard: Ferramenta de planejamento estratégico na qual a entidade tem claramente definidas as suas metas e estratégias, visando medir o desempenho empresarial por meio de indicadores quantificáveis e verificáveis. Capacidade ociosa: Representa o quanto esta empresa poderia estar produzindo a mais para atingir sua capacidade de produção. Inconformidade: Refere-se à falta de conformidade; divergência entre o que foi solicitado e o que foi entregue. 54 d 1) Uma das alternativas não se constitui em um indicador de desempenho logístico: a. ( ) Prazo de entrega. b. ( ) Quantidade de pedidos. c. ( ) Índice de perdas e danos. d. ( ) Índice de reclamações dos clientes. 2) O Índice de perdas e danos permite medir o número de acidentes e de quebras ocorrido com os veículos da frota da empresa durante determinado período, em relação ao número total de entregas realizadas. ( ) Certo ( ) Errado 3) Em relação à Confiabilidade do Prazo de Entrega, quanto mais próximo for o prazo de entrega efetivamente realizado, em relação ao prazo de entrega acordado em contrato entre o cliente e o transportador, mais o fornecedor será considerado confiável. ( ) Certo ( ) Errado 4. Indicadores de logística como o prazo de entrega são influenciados pela atividade de transporte. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 55 Referências ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística Aplicada: suprimento e distribuição física. São Paulo: Pioneira, 1994. BALLOU, R. R. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e Logística Empresarial. Porto Alegre: Editora Bookman, 2001. _______. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais e Distribuição Física. São Paulo: Editora Atlas, 1993. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006. FLEURY, P. C. Logística integrada. In: Fleury, P. C., Wanke, P.; Figueiredo, K. F. (orgs.). Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Editora Atlas, 1997. KAPLAN, R.; NORTON, D. Balanced Scorecard: indicadores que impulsionam o desempenho. INSERIR HBR – Harvard Business Review, 1992. LIMA JR., O. F. Análise e avaliação do desempenho dos serviços de transporte de carga. In: CAIXETA-FILHO, J. V.; MARTINS, R. S. (Orgs.). Gestão logística do transporte de cargas. São Paulo: Atlas, 2001. MIRANDA. L. C.; GOMES DA SILVA, J. D. Medição de Desempenho. In: SCHMIDT, Paulo (Org.). Controladoria: agregando valor para a empresa. Porto Alegre: Bookman, 2002. NOVAES, A. G. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição: Estratégia, Operação e Avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001, p.41. 56 Gabarito Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Unidade 1 B D C V Unidade 2 D D C D Unidade 3 C D C E Unidade 4 B E C C Apresentação Unidade 1 | Qualidade nos Serviços de Transporte de Cargas Glossário Atividades Referências 1. Avaliação dos Serviços de Transporte de Cargas 2. Diferença entre Produto e Serviço 3. Qualidade no Atendimento ao Cliente 4. No que Consiste o Serviço de Transporte Rodoviário de Cargas? Unidade 2 | Desempenho da Atividade de Transporte Glossário Atividades Referências 1. O Papel do Transporte na Cadeia Logística 2. Análise de Desempenho das Atividades de Transporte 3. Os Programas de Qualidade nas Empresas de Transporte Unidade 3 | O Nível de Serviço Logístico Glossário Atividades Referências 1. A Logística e o Nível de Serviço Logístico 1.1 Disponibilidade 1.2 Confiabilidade 1.3 Prazo 1.4 Flexibilidade 1.5 Perdas e Danos Unidade 4 | Indicadores de Desempenho do Transporte de Cargas Glossário Atividades Referências Gabarito 1. Estabelecendo Indicadores de Desempenho 2. Principais Indicadores de Desempenho 2.1 Pedido Correto 2.2 Prazo de Entrega 2.3 Tempo de Formação do Pedido 2.4 Índice de Perdas e Danos 2.5 Índice de Reclamações dos Clientes 2.6 Nível de Utilização da Capacidade dos Veículos 2.7 Nível de Ociosidade da Frota 2.8 Confiabilidade do Prazo de Entrega 2.9 Produtividade do Pessoal de Logística 2.10 Percentual de Acidentes e Quebras no Transporte 2.11 Disponibilidade de Estoque 2.12 Produtividade Média dos Veículos
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