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* * * * * * ESCLEROSE SISTÊMICA Maria Cecilia da Fonseca Salgado Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO * * * * * * * * * FORMAS CLÍNICAS DOS ESTADOS ESCLERODÉRMICOS: 1-Esclerodermia localizada - Morféia - Linear - Golpe de Sabre 2-Esclerose Sistêmica – classificação: a)DIFUSA- Envolvimento bilateral e simétrico da pele: face, tronco e extremidades. Espessamento cutâneo generalizado. Calcinose rara b) LIMITADA: CREST síndrome - pouco envolvimento cutâneo (dedos, face. Até cotovelos e joelhos). Calcinose freqüente. Telangectasias. c)SÍNDROME DE SUPERPOSIÇÃO (overlap) 3-Condições Escleroderma símile: induzidas por Cloreto de polivinil, pentazocina, bleomicina, tricloroetileno etc. * * * 3-Condições Escleroderma símile: induzidas por Cloreto de polivinil, pentazocina, bleomicina, tricloroetileno, resinas etc. 4 -Fascite eosinofílica 5- Pseudoescleroderma: a)Edematosa (Escleredema e Escleromixedema) b)Indurativa (amiloidose, porfiria cutânea tarda, síndrome carcinóide, fenilcetonúria, acromegalia e porfiria congênita). c)Atrófica(progeria,síndrome de Rothmund,síndrome de Werner, líquen escleroatrófico e lipoatrofia). * * * ESCOLIOSE IMPORTANTE EM PACIENTE COM FORMA LOCALIZADA (EM PLACA e GOLPE DE SABRE) FORMA LOCALIZADA (FOCAL) * * * ESCLEROSE SISTÊMICA Doença inflamatória crônica do tecido conjuntivo, caracterizada por: Acúmulo excessivo de matriz extracelular na pele e em diversos órgãos internos Importantes alterações microvasculares Alterações inflamatórias e imunológicas * * * Esclerose Sistêmica 1- Acometimento da pele 2- Raynaud 3- Artrite 4- Úlceras digitais 5- Esôfago 6- Calcinose 7- Manifestações sistêmicas * * * Manifestações mais freqüentes Iniciais: a) Raynaud - sintoma único e inicial em 28 a 55 % dos casos. Alterações tróficas, microinfartos em polpas digitais e periungueais, ulcerações, gangrena. b)Artralgia - 12 a 43 %, às vezes com artrite. c)Edema- dedos e face, acompanhada ou não de esclerodactilia. * * * Pele: - Freqüência: 95 a 100% dos casos -Espessamento, diminuição do turgor e da elasticidade, redução do pregueamento, microstomia, dificuldade para eversão da pálpebra -Leucomelanodermia: áreas de hiperpigmentação alternando com acromia. * * * TELANGECTASIAS E CALCINOSE * * * AOS 18 ANOS - 1972 AOS 33 ANOS - 1987 * * * MICROSTOMIA E DIFICULDADE PARA EVERSÃO DA PÁLPEBRA * * * MÃOS EM FASE INICIAL EDEMATOSA * * * EDEMATOSA * * * MÃOS EM GARRA, LESÕES LEUCOMELANODÉRMICAS PERDA DE FALANGES (FASE INDURATIVA) * * * NECROSE DE FALANGES * * * MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS I- Aparelho Digestivo: a)Boca: redução da fenda oral, espessamento da ligamento periodontal (7 a 28% dos casos - nor mal: 0,18 a 0,25 mm. Mais evidente nos dentes posteriores. Ao Rx: Sinal de Blackburn . Síndrome de Sjögren. b)Esôfago: é o órgão mais afetado (70% dos casos). Disfagia baixa progressiva, às vezes assintomática. Redução da peristalse, acalásia do Cárdia e Hérnia de hiato podem ocorrer. * * * SINAL DE BLACKBURN HIPOCINESIA DO TERÇO DISTAL DO ESÔFAGO * * * MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS: - Intestino Delgado: a) quadros de pseudo-oclusão, inicialmente com dor abdominal e diarréia, alternando com consti- pação. Emagrecimento. Mais tardiamente: vômitos e distensão abdominal. Rx mostrando dilatação da porção horizontal , descendente e 3ª porção do duo deno. b)Síndrome de má absorção - responsável por 20% dos óbitos. Diarréia, esteatorréia. Rx: retardo do trân sito e dilatação das alças jejuno-ileais. * * * Dilatação de alças * * * MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS - Mais raras: estômago ( úlceras e linite plástica); intestino grosso (divertículos de base larga e cons tipação pela redução da motilidade); icterícia obs- trutiva, hemorragias gastrointestinais, infarto dos ductos biliares, esclerose hepatoesplênica, fibrose nodular hepática, etc... II- Aparelho respiratório: Fibrose intersticial difusa, mais freqüente em bases com aspecto em “favo de mel” (faveolamento)ao Rx e às vezes imagem em vidro fosco. PFR mostrando doença ventilatória restritiva * * * Fibrose pulmonar * * * MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS III- Rim: maior causa de morte. Lesões iniciais: ao nível da porção proximal das arteríolas interlolobulares e da porção distal das arteríolas. A membrana basal é atingida mais tardiamente. Pode ser assintomático ou levar a hipertensão malígna e/ou insuficiência renal. IV- Miopatia: geralmente proximal e tardia. Enzimas elevadas V- Coração: fibrose miocárdica com acometimento valvular mais raramente. Pericardite em 20%. Ex - trassistolia, taquicardia e fibrilação auricular podem ocorrer. Hipertensão arterial pulmonar: muito grave * * * MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS VI- Sistema Nervoso: raramente atingido. Polineuropatia, Síndrome de Guillian Barré, Nevralgia do Trigêmio e manifestações psiquiátricas. VII- Olhos: muito raro. Pode ocorrer retinopatia sem hipertensão e subluxação do cristalino. Síndrome de Sjögren. VIII- Anemia: geralmente associada a Síndrome disabsortiva ou Insuficiência renal. IX- Calcinose: geralmente em extremidades e sobre as articulações. * * * ESCLEROSE SISTÊMICA PATOGÊNESE Interações entre células linfóides, células endoteliais e fibroblastos parecem ser o centro da patogênese da doença. Em lesões iniciais da pele podemos observar infiltrado de mononucleares, lesões microvasculares e aumento da síntese de componentes da matriz extracelular, em especial dos colágenos I e III em torno dos pequenos vasos da derme A intensidade do infiltrado de mononucleares parece correlacionar-se com o grau e a progressão do espessamento da pele * * * Papel da imunidade celular O simples contato da célula T do infiltrado inflamatório com o fibroblasto não parece responsável pelo aumento do colágeno tipo I A participação de citocinas (IL1, IL2, IL4, IL6 e quimoquinas) e fatores de crescimento (PDGF, TGFß, CTGF) e Endotelina é perfeitamente reconhecida na ES: IL1: aumento na expressão de receptores para IL-1 em fibroblastos. O papel sobre o acúmulo de colágeno é discutível e parece depender de outras citocinas IL-2: aumento de IL-2 e receptores para IL-2 no soro, correlacionando-se com gravidade de doença * * * PARTICIPAÇÃO DA IMUNIDADE HUMORAL Existem três principais subgrupos sorológicos na ES: Anticorpos anti-RNA polimerase I e III: risco maior de apresentação cutânea difusa, envolvimento renal e menor sobrevida. Ac anti-topoisomerase I (anti Scl 70): maior freqüência de fibrose intersticial pulmonar, risco relativo de doença difusa, lesão renal e sobrevida menor. Cerca de 35% na forma difusa. Acs anticentrômero (CENP A, B e C): melhor prognóstico; menor freqüência de doença difusa, envolvimento pulmonar e renal. Sobrevida maior. Mais associado à forma limitada. * * * OUTROS AUTO-ANTICORPOS Anti-fibrilarina: forma difusa Anti-PM-Scl e Anti-Ku (em overlap com Polimiosite) Anti-NOR-90: acometimento pulmonar Anti-mitocôndria * * * PAPEL DOS AUTO-ANTICORPOS Não há evidências de que a inibição funcional de auto-antígenos intracelulares reconhecidos por esses anticorpos seja causa direta ou indireta de alterações patológicas características da enfermidade. Todavia, o Ac anticélula endotelial participa na gênese dos fenômenos vasculares, ativando a célula endotelial, aumentando a expressão das moléculas de adesão e a conseqüente adesão dos monócitos (via IL-1?), além de promover apoptose da célula endotelial. Portanto parece ser o único patogênico. * * * ESCLEROSE SISTÊMICA: PATOGÊNESE (teorias) Possível papel de citomegalovirus Substâncias químicas: cloreto de polivinil, silica, resinas, solventes orgânicos, tricloroetano, silicone, cocaína Aspectos genéticos: 5% em gêmeos idênticos; DR5, DR11 e DR15 associam-se à produção de antitopoisomerase e DQ5, DR1: anticentrômero. Radicais livres, oxido nítrico Participação de mastócitos Participação das moléculas de adesão Microquimerismo * * * PAPEL DA LESÃO VASCULAR Demonstrada através de : Ativação plaquetária aumentada nos três primeiros anos de doença Aumento nos níveis do fator de von Willebrand Atividade citotóxica contra a célula endotelial Falha na angiogênese Papel dos pericitos * * * Miofibroblastos e sua possível relação com as lesões vasculares Miofibroblastos: fibroblastos com fenotipo de fibroblastos das células musculares lisas, alguns expressando -actina de músculo liso. Foram observados em ES por Sappino e cols.(1990) e Kirk e cols. (1995). Pericitos são células que também expressam - actina. Nossos achados em 24 amostras: positividade para -actina em 14 casos em conjuntivo perivascular, 05 com miofibroblastos em derme e 03 também em hipoderme (Salgado e cols. fev/2000). * * * MIOFIBROBLASTOS NO CONJUNTIVO PERIVASCULAR, DERME E HIPODERME, OBSERVADOS ATRAVÉS DA IMUNOMARCAÇÃO COM ALFA-ACTINA DE MÚSCULO LISO Salgado e cols. fev/2000 * * * CONCLUSÃO POSSÍVEL AGENTE ETIOLÓGICO (VIRUS? SUBSTÂNCIA QUÍMICA? OUTROS?) + FATORES GENÉTICOS ATIVAÇÃO DE CÉLULAS ENDOTELIAIS AUMENTO NA EXPRESSÃO DE MOLÉCULAS DE ADESÃO INFILTRADO INFLAMATORIO LIBERAÇÃO DE CITOCINAS E FATORES DE CRESCIMENTO MODULAÇÃO DA DIFERENCIAÇÃO DE FIBROBLASTOS FIBROGÊNESE * * * LABORATÓRIO VHS PODE ESTAR MODERADAMENTE ELEVADO, BEM COMO OUTRAS PROVAS DE ATIVIDADE INFLAMATÓRIA ANEMIA FAN POSITIVO em mais de 90 %: pontilhado ou nucleolar. Padrão centromérico: mais freqüente na forma limitada Anticentrômero. Cerca de 5 a 10% na forma difusa e 80 a 96% na forma limitada. Anti Scl 70: cerca de 35% na forma difusa * * * CALCINOSE E REABSORÇÃO DE FALANGES * * * Calcinose em cotovelos * * * * * * REABSORÇÃO DE COSTELAS E CALCINOSE REABSORÇÃO DE CLAVÍCULA D * * * ACHADOS HISTOPATOLÓGICOS 1- Vasos: hipertrofia da média e proliferação da íntima. 2- Pele: espessamento da derme, adelgaçamento da epiderme e atrofia dos anexos. 3- Esôfago: fibrose, atrofia muscular, úlceras e erosões. Esofagite de refluxo. 4- I. Delgado: na M.E. observa-se atrofia do músculo liso, deposição de colágeno e diminuição das células de junção. 5- Pulmão: esclerose pulmonar compacta ou cística. Fibrose intersticial difusa, espessamento arteriolar com hipertrofia da média e da íntima. * * * HISTOPATOLOGICO DA PELE DO ANTEBRAÇO (HE) AUMENTO NA SÍNTESE DE COLÁGENO I E III (PICROSIRIUS) * * * HISTOPATOLOGIA DO ESÔFAGO * * * Histopatologia 6- Rins: hiperplasia fibroblástica da íntima das artérias interlobulares, necrose fibrinóide de arteríola aferente e espessamento da membrana basal, por vezes com aspecto em alça de arame. 7- Músculo: aumento do nº de núcleos centralizados, atrofia da fibra muscular e aumento do tecido fibroso intersticial. * * * BIÓPSIA RENAL COM ALTERAÇÕES NOS VASOS E NO GLOMÉRULO * * * Tratamento Drogas antifibróticas Vasodilatadores Imunossupressores Antiinflamatórios * * * I- IMUNOSSUPRESSORES 1- Ciclofosfamida Pulsoterapia: principal indicação: acometimento pulmonar 2- Outros: Clorambucil, MTX, Azatioprina, 5-FU, 6-tioguanina,plasmaferese, interferon gama e alfa, ciclosporina, etc.: resultados duvidosos DROGAS QUE ATUAM NOS MECANISMOS IMUNES DA DOENÇA * * * DROGAS QUE ATUAM NOS FIBROBLASTOS I- PENICILAMINA - utilizada desde 1966. Dose de no mínimo 250 a 500 mg/dia. Efeitos benéficos na pele e em manifestações sistêmicas. Toxicidade renal, hematológica, hepática, Miastenia, etc... (raras) II- COLCHICINA - ação bàsicamente sobre a pele. Aumenta a atividade colagenolítica e despolimerizante dos microtúbulos. III- DERIVADOS DA ACETANILIDA- boa ação em pele e sistêmica. Mais usada: Xylocaína venosa em doses progressivas. * * * RECUPERAÇÃO DAS PREGAS FACIAIS APÓS USO DE PENICILAMINA * * * TRATAMENTO DOS FENÔMENOS VASCULARES 1- Medidas Gerais: aquecimento, proteção local e prevenção de infecções 2- Pentoxifilina, bloqueadores do canal do cálcio e outras drogas de ação vasodilatadora - no fenômeno de Raynaud e em lesões isquêmicas agudas e crônicas 3- Inibidores da ECA: Captopril, Enalapril,etc... Drogas de escolha na hipertensão arterial. 4- Tratamento cirúrgico * * * Novos medicamentos Sildenafil (RevatioR): HAP e úlceras digitais Bosentam (TracleerR): HAP e úlceras digitais Montelucaste (SingulairR): Raynaud * * * OUTRAS DROGAS: 1- AINHs - nas fases edematosas e nas manifestações articulares e periarticulares 2- Corticosteróides Sistêmicos - artropatias persistentes, fase edematosa, miopatia, serosites e quadros viscerais graves. b) Infiltração local 3 - Drogas que aumentam a motilidade do esôfago ( Bromoprida, Metoclopramida, Domperidona,) 4 - Colchicina - na reação inflamatória em torno da calcinose 5 – Prostaciclina (Iloprost)– hipertensão pulmonar , lesão vascular * * * OUTRAS MEDIDAS IMPORTANTES 1- Retirada do tabaco 2- Aquecimento das extremidades 3- Lubrificação da pele 4- Prevenção de traumas e infecções secundárias 5- Higiene oral 6- Fisioterapia 7- Dilatação esofageana 8- Cirurgias
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