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Epidemiologia Nutricional Métodos de estudo da ocorrência, frequência e distribuição de agravos à saúde relacionados a falhas na alimentação e nutrição. Epidemiologia É o estudo da distribuição das doenças e incapacidades em populações humanas e dos fatores que influenciam tais distribuições. EPIDEMIOLOGIA NUTRICIONAL Possibilita a quantificação dos sinais e sintomas e das causas dos distúrbios nutricionais; Subsidia ações para prevenções e controle. Objetivos da Epidemiologia Nutricional Descrever a extensão e a magnitude dos distúrbios nutricionais; Frequências relativas entre grupos investigados Possíveis tendências temporais. Prever a ocorrência de distúrbios nutricionais; Sua distribuição nas populações Identificação de grupos de maior risco Explicar as causas dos distúrbios nutricionais Medir sua importância Diferenciá-las de fatores associados não causais Medir mudanças nas taxas dos distúrbios nutricionais em populações-alvo de programas de promoção nutricional Avaliar a eficácia, a efetividade e a eficiência de procedimentos profiláticos e terapêuticos Estudar o prognóstico de distúrbios nutricionais Estimando-se a gravidade Verificando a periodicidade de reincidências Para o alcance dos objetivos, é necessário considerar, além das variáveis nutricionais (alimentação hipercalóricas e desvios)os seguintes pontos: Consumo excessivo de açúcares simples; Gordura animal; Ácidos graxos saturados; Gorduras trans Variáveis relacionadas ao estilo de vida: Sedentarismo Tabagismo alcoolismo Tipos de dados Em estudos epidemiológicos nutricionais, usa-se dois tipos: Dados primários São obtidos diretamente para atender os objetivos da pesquisa Dados secundários São os disponíveis em publicações especializadas, Nas instituições de demografia e estatística do Estado, Arquivos das instituições de saúde, ensino e promoção social. Os dados primários São de melhor qualidade quando: Obtidos a partir de metodologia que atende aos objetivos da pesquisa; Levem em conta as características e proporções da população estudada. Exigem maior disponibilidade de: Tempo Recursos humanos Materiais Importante atentar: Todo estudo epidemiológico, como qualquer trabalho científico, deve ser precedido de extensa revisão bibliográfica e pesquisa de dados secundários antes da decisão sobre a coleta de dados primários! A coleta de dados primários deve restringir-se a: Obter informações necessárias para atender os objetivos da pesquisa Ou testar as hipóteses em estudo Cuidado! Questionários extensos, com excesso de dados: Perda de tempo da equipe de pesquisadores; Perda de tempo dos informantes; Diminuição da qualidade dos dados coletados; Não utilização dos dados excedentes. Não contribuem para os objetivos do estudo População – base e processo amostral A amostra a ser estudada também deve ser selecionada criteriosamente; É necessário definir a população-base do estudo: Crianças residentes em determinado município Crianças moradoras de bairros populares de determinada região Pré-escolares que frequentam uma creche Crianças atendidas em uma unidade básica de saúde Cuidado! Extrapolar dados de determinadas localidades para representar toda a região. Amostra extraída de uma creche de um bairro popular representar a situação de todas as crianças da região. E as que não frequentam? Estão em situação parecida? Como afirmar? Critério de seleção Elege-se após definir a população-base; Tipos de critérios: Randômico Por conveniência Sistemático Seleção de amostra por randomização: Todos os indivíduos da população-base têm a mesma probabilidade de serem incluídos, para isso: Atribui-se um número a cada indivíduo Consulta-se uma tabela de números aleatórios ou gera-se uma sequencia de números aleatórios no computador Seleciona-se o número de indivíduos necessários para compor a amostra Seleção por conveniência Se incluem na amostra indivíduos de mais fácil acesso Seleção por critério sistemático Eleição de indivíduos para compor a amostra segundo uma sequencia preestabelecida Tamanho amostral Definido segundo critérios probabilísticos onde: Seja operacionalmente factível Garanta uma probabilidade aceitável de erro devido ao acaso Tais erros denominam-se: Tipo I ou alfa Tipo II ou beta Erro tipo I ou alfa: Trata-se da probabilidade de se aceitar como verdadeira a hipótese em estudo, quando, na verdade, se toda a população fosse estudada, a hipótese seria falsa. Erro tipo II ou beta: O contrário. Conhecer as características da variável central do estudo. Tal variável é medida a partir: Estado nutricional por meio de metodologias antropométricas, bioquímicas ou de inquérito nutricional; Precisa-se ter uma estimativa da proporção de indivíduos na população estudada que serão classificados com desvio nutricional segundo a metodologia estudada. Precisa-se também estabelecer a variação mínima dessa proporção que se deseja detectar. Com esses dados é possível calcular o tamanho amostral usando fórmulas estatísticas ou programas de computador Validade interna e externa Validade interna Quando, dependendo do processo amostral, a amostra em estudo represente a população-base. Validade externa Quando a utilidade dos resultados do estudo não se limita à população-base, podendo generaliza-se a populações similares à estudada Ex: Estudos focalizando baixa estatura materna e baixo peso ao nascer aplicado em maternidades públicas e filantrópicas da periferia do Rio de Janeiro podem ser generalizados a maternidades do mesmo tipo em São Paulo. Não poderiam ser generalizados para maternidades da rede privada desses dois municípios. Delineamentos Epidemiológicos Estudo observacional: Não se tem controle dos fatore que determinam o desfecho esperado. Ex: Ao estudar o efeito do aleitamento materno na condição nutricional da criança, o epidemiologista compara grupos de crianças com diferentes tempos de aleitamento materno, não podendo controlar o tempo de exposição ao aleitamento. Estudo experimental: Tem controle sobre o fator em estudo. Ex: o pesquisador pode expor um grupo de gestantes a uma atividade educativa de incentivo ao aleitamento materno e comparar, posteriormente, o tempo de aleitamento materno das gestantes expostas com a duração do aleitamento do grupo de gestantes não expostas. Outras classificações Estudos transversais São estáticos Descrevem e analisam a condição nutricional em determinado momento no tempo Estudos retrospectivos ou recordatórios ou caso-controle Seleciona-se uma população que a presenta o desfecho ou a doença de interesse Compara-se com uma população sem a doença Recorda-se a exposição ao fator ou fatores determinantes do desfecho ou doença Estudos prospectivos ou de coorte: Selecionam-se as populações que apresentem exposição a fatores de risco, Comparam-nas com populações não expostas a tais riscos quanto ao desenvolvimento no tempo do desfecho ou doença em estudo Estudos de caso-controle ou retrospectivos São mais baratos e rápidos Menos confiáveis Dependem da capacidade de recordar dos informantes Ficando menos exatas a quantificação dos fatores de risco e a determinação da sequencia temporal entre a exposição ao fator de risco e o aparecimento da doença ou do desfecho. Conclusão Os estudos possibilitam: Definir e planejar ações de saúde Identificar grupos de alto risco que necessitam atenção especial dos serviços de saúde Dimensionarem a magnitude das diferenças sociais na morbidade e na mortalidade Contribuem para o entendimento da necessidade de transformações na sociedade.
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