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ômega 3 2008.pdf

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1 
Ômega-3: o que existe de concreto? 
 
Dan L. Waitzberg, 
Professor Associado do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da 
Universidade de São Paulo (FMUSP). 
Livre-docente, doutor e mestre em Cirurgia pela FMUSP. 
Chefe do Laboratório de Metabologia e Nutrição em Cirurgia (Metanutri), LIM 35, do 
Departamento de Gastroenterologia da FMUSP 
 
Introdução aos lipídios 
 
A palavra lipídio é derivada do grego “lipos”, que significa gordura. 
Lípides são compostos necessários para funções orgânicas bioquímicas, 
estruturais e regulatórias. Os lipídios são moléculas orgânicas, constituídas por 
grupos de AG, ácidos carboxílicos com longas cadeias não ramificadas, 
formadas por inúmeros pares de átomos de carbono unidos por ligações 
simples ou duplas. 
Participam da composição da membrana celular e podem modificar a 
resposta imune e inflamatória. São rica fonte energética, pois fornecem em 
torno de nove quilocalorias (kcal) por grama oxidada pelo processo da beta-
oxidação mitocondrial. Os AG são encontrados como componentes da 
membrana ou sob a forma de triglicérides. Estes últimos são compostos de 
uma molécula de glicerol esterificado a três moléculas de AG. Veja na Figura 1 
o esquema do triglicéride. 
 
Figura 1. Composição básica de um triglicéride: três ácidos graxos unidos por 
esqueleto de glicerol (em azul). 
 
 
 
 
 2 
 
Os triglicérides são metabolizados no fígado em ácidos graxos (AG) e 
glicerol, e ambos produzem energia. Quando não usados para produção de 
energia, os triglicérides são reconstituídos e armazenados no tecido adiposo. 
As diversas funções desses compostos estão listadas na Tabela 1 . 
 
Tabela 1. Principais funções dos lipídios 
Fornecer energia (9,3 kcal/g), ácidos graxos essenciais e vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) 
Funcionar como estoque de combustível energético não-glicídico (95% na forma de 
triglicérides), utilizado principalmente no jejum 
Prover proteção mecânica (a ossos e órgãos) e manutenção da temperatura corpórea 
Participar da síntese de estruturas celulares, como a membrana fosfolipídica celular 
Participar da síntese de hormônios 
Transportar vitaminas lipossolúveis 
Funcionar como mediadores intra e extracelulares da resposta imune 
Participar no processo inflamatório e no estresse oxidativo. 
 
Tipos de ácidos graxos 
 
Os AG podem ser classificados de acordo com o tamanho da cadeia 
carbônica, o grau de saturação e a posição da primeira dupla ligação de 
carbonos. A notação química usada para descrever um ácido graxo informa 
seu número de carbonos, o número de duplas ligações e a posição da primeira 
dupla ligação em relação ao radical metil da extremidade distal da molécula. 
Ácidos graxos de cadeia longa contêm de 14 a 24 carbonos, enquanto 
os de cadeia média contêm 6 a 12 carbonos e os de cadeia curta têm 2 a 4 
carbonos em cada molécula. A síntese de ATP (a adenosina trifosfato, que é 
energia química) por AG percorre vários passos: transporte celular de AG, seu 
acoplamento com certas proteínas, sua ativação em acil-coenzima A na 
presença de acil-CoA sintetase e a sua passagem pela membrana mitocondrial 
interna. Os AG com longa cadeia carbônica necessitam de carnitina para 
auxiliar essa passagem. E os AG de cadeia média, embora prescindam da 
carnitina para a entrada na mitocôndria, têm sua oxidação dependente da 
carnitina. 
 
 
 3 
Os AG saturados são os que não possuem dupla ligação em suas 
moléculas. Monoinsaturados possuem uma dupla ligação, enquanto duas ou 
mais duplas ligações caracterizam os AG poliinsaturados. Quanto mais 
insaturado for um ácido graxo, mais susceptível à peroxidação lipídica ele será. 
O número de duplas ligações determina o ponto de fusão de um ácido graxo ou 
triglicéride. Os AG saturados tendem a ser sólidos (como a manteiga) em 
temperatura ambiente, enquanto os poliinsaturados são geralmente líquidos 
(como o óleo de soja). 
 
Ácidos graxos são classificados de acordo com: 
· O número de átomos na cadeia carbônica: 
longa (14-20 átomos de carbono), 
média (6-12 átomos de carbono) e 
curta (até 6 átomos de carbono); 
· O número de duplas ligações: 
saturados (sem duplas ligações), 
monoinsaturados (uma dupla ligação) e 
poliinsaturados (mais de uma dupla ligação); 
· A posição da primeira dupla ligação (Figura 2) pode ser indicada 
de maneiras distintas no caso de AG insaturados. Identifica-se a 
posição da primeira dupla ligação contada a partir de seu radical 
metil (representada pela letra grega ômega, w1) ou a partir de seu 
grupo funcional (representada pela letra delta, D). 
 
Figura 2. Exemplo de notação de um AG de cadeia longa poliinsaturado, no 
caso a representação do ácido linoléico. A molécula contem dezoito carbonos 
na cadeia (C18) e tem duas duplas ligações (2), sendo a primeira dupla ligação 
localizada no sexto carbono a partir do radical metil (ômega-6). 
 
 
 
 
 
1 Os ácidos graxos do tipo ômega-3 e ômega-6 são freqüentemente chamados, na literatura 
internacional, de “ácidos graxos n-3” e “n-6”, de “ácidos graxos w-3” e “w-6” ou ainda com o uso 
do símbolo da letra grega ômega (w-3 e w-6). Todas as formas estão corretas, mas, neste 
texto, optamos por escrever sempre “ômega”. 
Número de duplas ligações 
Localização da primeira dupla ligação C18 2 w-6 
Número de átomos de carbono 
 
 
 4 
 
 
 
Necessidades de ácidos graxos 
 
De acordo com a recomendação da Associação Americana do Coração 
(American Heart Association), para um indivíduo saudável, 30% (ou menos) do 
total de energia consumida deverá ser proveniente da gordura da dieta, na 
seguinte proporção: 
- 20 - 23% de AG poliinsaturados e monoinsaturados 
- < 10% de AG saturados (para portadores de doenças coronarianas, < 7%) 
- < 300 mg colesterol ao dia 
As recomendações diárias de lipídios variam de acordo com a idade e 
encontram-se descritas na Tabela 2 . 
 
Tabela 2. Recomendações diárias de lipídios, conforme a idade, de acordo 
com a literatura internacional e as Dietary Reference Intakes 
Faixa etária Lipídios Ômega-6 Ômega-3 
Bebê 
0-6 meses 
7-12 meses 
 
31 g 
30 g 
 
4,4 g 
4,6 g 
 
0,5 
0,5 
Prematuro 
Nascimento-7o dia 
7o dia-saída da UTI 
Até 1 ano após saída da UTI 
 
0,5-3,6g/kg de peso 
corpóreo 
4,5-6,8g/kg de peso 
corpóreo 
4,4-7,3g/kg de peso 
corpóreo 
 
Criança 
1-3 anos 
4-10 anos 
4-8 anos 
 
30-40% do VCT* 
25-35% do VCT* 
 
7 g 
 
10 g 
 
0,7 g 
 
0,9 g 
Grávidas 
Até 50 anos 
 
13 g 
 
1,4 g 
Lactantes 
Até 50 anos 
 
13 g 
 
1,3 g 
Adulto 
11-18 anos 
19-65 anos 
9-13 anos (homem/mulher) 
14-18 anos (homem/mulher) 
19-50 anos(homem/mulher) 
> 50 anos(homem/mulher) 
 
25-35% do VCT* 
20-35% do VCT* 
 
 
 
12/10 g 
16/11 g 
17/12 g 
14/11 g 
 
 
 
1,2/1,0 g 
1,6/1,1 g 
1,6/1,1 g 
1,6/1,1 g 
Idoso 
> 65 anos 
 
20-35% do VCT 
 
14/11 g 
 
1,6/1,1 g 
 
 
 5 
*Considera-se o VCT (valor calórico total) pela fórmula de Harris e Benedict; para idosos, 
considerar uma redução das necessidades energéticas (2 a 4% por década) em função do 
declínio da atividade física e da massa corporal metabolicamente ativa. 
 
 
Recentemente a ISSFAL (International Society for the Study of Fatty 
Acids and Lipids) publicou relatório sobre a ingestão recomendada de AGPI 
para adultos saudáveis. Nesta recomendação nota-se a preocupação em 
estabelecer quantidade de ingestão de ácidos graxos essenciais (AG linoléico e 
linolênico), de ácido eicosapentaenóico (EPA) e de docosahexaenóico (DHA): 
1. Ingestãoadequada de ácido linoléico (ômega-6): 2% do total de energia; 
2. Ingestão saudável de ácido linolênico (ômega-3): 0,7% do total de energia; 
3. Para manutenção da saúde cardiovascular, ingestão mínima de EPA e 
DHA combinados: 500 mg/dia. 
 
Fontes de ácidos graxos na dieta oral 
 
Os AG essenciais são encontrados em vegetais, em particular o linoléico 
no milho, girassol, açafrão, enquanto o linolênico pode ser encontrado na soja, 
na semente de colza (rapeseed), borragem e semente de linhaça. EPA e DHA 
são encontrados em maior quantidade em óleos de peixes marinhos como 
cavala, sardinha, arenque e menhaden. Carne de bovinos e produtos lácteos 
contêm linoléico. Veja na Tabela 3 a composição dos principais AG na gordura 
da dieta oral e as fontes alimentares e a quantidade dos alimentos a serem 
ingeridos nas Tabelas 4 e 5 . 
 
Tabela 3.Tipos de ácidos graxos e principais fontes alimentares 
Manteiga, fibras Butírico Acético 
propiônico, 
Cadeia curta 
Coco, babaçu Cáprico, láurico Capróico, 
caprílico 
Cadeia média 
S
at
ur
ad
os
 
Gordura animal, cacau Esteárico, araquídico Mirístico, 
palmítico 
Cadeia longa 
M
on
o
-
in
sa
tu
ra
do
s Azeite oliva, óleo canola Oléico 
palmitoléico 
CL ômega-9 
 
 
 6 
Óleo açafrão, óleo soja, 
óleo milho, óleo algodão, 
óleo girassol, leite/carne 
gama-linolênico 18:3 
araquidônico 20:4 
Linoléico 18:2 CL ômega-6 
P
ol
iin
sa
tu
ra
do
s 
Óleo peixe, óleo noz, óleo 
canola, óleo soja, linhaça 
Eicosapentaenóico 
(EPA) 20:5 
Docosahexaenóico 
(DHA) 22:6 
alfa-linolênico 
18:3 
CL ômega-3 
CL = cadeia longa. 
 
 
 7 
Tabela 4. Quantidade de ácidos graxos ômega-3 a ser ingerida diariamente por 
homens e mulheres para se alcançar a recomendação de se atingir 
aproximadamente 1 g de ácidos eicosapentaenóico e docosahexaenóico por 
dia (de acordo com Gebauer et al., 2006) 
 Homens Mulheres 
Fontes de ALA (1,6 g ALA/dia) (1,1 g ALA/dia) 
Semente de abóbora 890 g 612 g 
Azeite de oliva 211 g 145,5 g 
Óleo de soja 17,7 g 12 g 
Óleo de nozes 15 g 10,6 g 
Linhaça 19,3 g 13,3 g 
Nozes (Inglesa) 17,6 g 12,2 g 
Óleo de linhaça 3,0 g 2,04 g 
 
 
Tabela 5. Quantidade de ácidos graxos ômega-3 a ser ingerida diariamente de 
frutos do mar por homens e mulheres para se alcançar a recomendação de se 
atingir aproximadamente 1 g de ácidos eicosapentaenóico e docosahexaenóico 
por dia (de acordo com Kris-Etherton et al., 2002). 
Atum light em água 340 
Atum fresco 71-340 
Sardinha 57-85 
Salmão rosa 71 
Salmão do Atlântico (cultivado) 42,5-71 
Arenque do Atlântico 57 
Truta cultivada 85 
Truta selvagem 99 
Peixe de água salgada 85-213 
Linguado 198 
Bacalhau do Atlântico 354 
Bacalhau do Pacífico 652 
Ostras (cultivadas) 227 
Lagosta 213-1.205 
Camarão 312 
 
A origem e a forma de preparo de alimentos ricos em ômega 3 podem 
afetar a biodisponibilidade e o teor deste nutriente nos alimentos. Por exemplo, 
peixes de cativeiro têm teor mais baixo de ômega-3 do que os mesmos peixes 
Natali Vieira
Realce
Natali Vieira
Realce
Natali Vieira
Nota
Uma colher de sopa equivale a 10gnull
 
 
 8 
quando selvagens. De seu lado a semente de linhaça, sofre rápida oxidação e 
para não perder a sua quantidade efetiva de ômega-3 precisa ser triturada e 
armazenada em recipiente escuro e fechado, e consumida em no máximo 72h. 
Estilo de vida e hábitos alimentares da sociedade moderna podem levar a uma 
baixa ingesdtão e, por conseqüência, uma deficiência do nutriente, o que pode, 
a médio e longo prazo, trazer conseqüências danosas ao organismo. 
 
Ácidos graxos essenciais 
 
Humanos geralmente utilizam os AG obtidos de sua dieta diária, mas, 
quando necessário, são capazes de sintetizar AG (saturados e mono-
insaturados) a partir de glicose e aminoácidos por meio de reações enzimáticas 
de alongamento (adicionam unidades de dois carbonos) e dessaturação (criação 
de novas duplas ligações). A atividade de dessaturação é estimulada pela 
insulina e inibida pela glicose, pela adrenalina e pelo glucagon. 
No entanto, não possuímos as enzimas dessaturases especificamente 
responsáveis por adicionar uma dupla ligação antes do nono carbono a partir 
da extremidade metil (distal). As enzimas necessárias para essa finalidade são 
as delta-9 e delta -15 dessaturases. Essas enzimas transformam o ácido oléico 
(18:1 ômega-9) em ácido linoléico (18:2 ômega-6) e ácido linolênico (18:3 
ômega-3), ambos considerados ácidos graxos essenciais (AGE). OS AGE não 
são produzidos pela espécie humana, devendo ser adquiridos de fontes 
dietéticas. Veja, na Figura 3, na próxima página, os processos de elongamento 
de vários lípides a partir dos AG essenciais linoléico e alfa linolênico. 
A incorporação de AGE pode determinar alterações estruturais e 
funcionais da membrana fosfolipídica influenciando processos biológicos 
importantes, como a síntese de mediadores inflamatórios que incluem os 
eicosanóides. 
AG ômega-3 e ômega-6 são precursores de eicosanóides que regulam a 
função imune e inflamatória. Alguns derivativos dos AGE, como o 
dihomogamalinolênico e o araquidônico, ambos do tipo ômega-6, e o ácido 
eicosapentaenóico (EPA), da série ômega-3, têm especial importância por 
serem precursores de mediadores lipídicos envolvidos em muitas funções 
 
 
 9 
fisiológicas. A Tabela 6 traz as principais características, funções e 
metabolismo dos AGE. 
 
Figura 3. Formação de novos ácidos graxos de cadeia longa poliinsaturados 
tipo ômega-6 e ômega-3 derivados dos ácidos graxos essenciais linoléico e 
alfa-linolênico. 
 
 
EPA = ácido eicosapentaenóico 
DHA = ácido docosahexaenóico 
 
 
 
ácido linoléico 
C18:2 ômega-6 
ácido gama-
linolênico 
C18:3 ômega-6 
ácido dihomogama-
linoléico 
C20:3 ômega-6 
ácido araquidônico 
C20:4 ômega-6 
DHA 
C22:4 ômega-6 
DHA 
C22:5 ômega-6 
delta-6-
dessaturase 
elongase 
delta-5-
dessaturase 
elongase 
delta-4-
dessaturase 
ácido alfa-linolênico 
C18:3 ômega-3 
C20:4 ômega-3 
EPA 
C20:5 ômega-3 
DHA 
C22:5 ômega-3 
DHA 
C22:6 ômega-3 
ácido estearidônico 
C18:4 ômega-3 
E
icosanóides 
S
éries 3
-5 
E
ic
os
an
ói
de
s 
S
ér
ie
s 
2
-4
 
E
ic
os
an
ói
de
s 
S
ér
ie
s 
1
 
Séries ômega-6 Séries ômega-3 
 
 
 10 
Tabela 6. Principais características dos ácidos graxos essenciais (AGE) e 
derivados 
ômega-3: ácido alfa-linolênico, ácido eicosapentaenóico, ácido 
docosapentaenóico, ácido docosahexaenóico, eicosanóides (série 
ímpar). 
AGE e derivados 
ômega-6: ácido linoléico, ácido gama-linolênico, ácido diiomo-
gama-linolênico, ácido araquidônico e eicosanóides (série par). 
Metabolismo Sofrem hidrólise pela enzima lipoproteína lípase no tecido adiposo 
e muscular. 
Os ácidos graxos livres são transportados pelo sangue, ligados à 
albumina, ou são captados e reesterificados a triglicérides nos 
tecidos adiposo e muscular. 
Dependem da carnitina para oxidação na mitocôndria. 
São metabolizados no fígado (principalmente) e no tecido adiposo, 
de onde são transportados na forma de lipoproteínas de muito 
baixa densidade (VLDL). 
Toxicidade Ingestão de AGE superior a 15% do valor calórico total. 
Alteração do metabolismo dos ácidos graxos de cadeia longa, 
influenciando na produção de mediadores como prostaglandinas e 
leucotrienos. 
Estresse oxidativo, diretamente relacionado ao grau de 
insaturação do triglicéride, levando à peroxidação lipídica 
(principalmente se houver deficiência de vitamina E- antioxidante). 
Imunossupressão (excesso de ômega-6). 
Principaisfunções Componentes celulares (fluidez e funções de membrana) e 
fosfolípides plasmáticos. 
Precursores de eicosanóides (prostaglandinas e leucotrienos). 
Cofatores enzimáticos. 
Modulação do sistema imune. 
Métodos de avaliação Medidas em: plasma total, frações lipídicas do plasma, célula 
sangüínea e em fragmentos de tecidos. 
 
Os AG de cadeia longa mais incorporados às membranas são (em 
ordem de maior incorporação): o ácido eicosapentaenóico (EPA) e o 
docosahexaenóico (DHA), ambos ômega-3, o ácido araquidônico (ômega-6) e 
o ácido oléico (ômega-9). Em adição a seus efeitos na estabilidade e fluidez da 
membrana, os AGPI ômega-3 e ômega-6 são também precursores dos 
eicosanóides, mediadores inflamatórios lipossolúveis que constituem uma das 
principais vias de atuação dos AG. 
Os AGE são ainda alvos preferenciais da peroxidação lipídica por 
conterem duas ou mais duplas ligações e, portanto, serem mais instáveis que 
os AG monoinsaturados (AGMI) ômega-9 ou saturados. Os AGPI ômega-3 são 
oxidados mais rapidamente que os AGPI ômega-6 e são mais susceptíveis a 
peroxidação lipídica. 
 
 
 11 
A oferta de lipídios deve, portanto, prever o aporte de AG essenciais. As 
principais características dos diferentes AG essenciais e a recomendação de 
proporção entre eles na dieta encontram-se descritas na Tabela 7. 
Tabela 7. Composição porcentual de ácidos graxos na gordura da dieta 
Óleo 16:0 18:0 18:1 18:2 (n-6) 18:3 (n-3) n-6:n-3 
soja 10 4 25 54 7 7.7 
açafrão 7 2 14 76 0.5 152 
girassol 7 5 19 68 1 68 
milho 11 4 24 54 1 54 
oliva 13 3 71 10 1 10 
canola 4 2 62 22 10 2 
palmeira 45 4 40 10 1 10 
amendoim 11 2 48 32 -- alta 
linhaça 5 4 21 16 54 0.3 
 
Deficiência e excesso de ácidos graxos essenciais 
 
As funções nutricional, estrutural e reguladora dos lipídios têm impacto 
significativo nas ações fisiológicas mais importantes, incluindo hemodinâmica e 
oxigenação, assim como estado imunológico e metabolismo. A deficiência de 
AG essenciais causa disfunção imunológica, dermatite, alopecia, 
trombocitopenia e má cicatrização. Na gravidez, a deficiência de DHA pode 
estar associada com prejuízo cognitivo e do desenvolvimento visual do feto. Os 
principais sintomas e sinais clínicos de deficiência dos AG essenciais ômega-6 
e ômega-3 encontram-se na Tabela 8. 
 
Tabela 8. Sintomas e sinais clínicos da deficiência de ácidos graxos 
essenciais, tipo ômega-3 e ômega-6 
Deficiência de Sinais e sintomas clínicos 
Ácidos graxos ômega-6 lesões de pele 
anemia 
aumento da agregação plaquetária 
trombocitopenia 
esteatose hepática 
retardo da cicatrização 
aumento da susceptibilidade a infecções 
Ácidos graxos ômega-3 sintomas neurológicos 
redução da acuidade visual 
lesões de pele 
Natali Vieira
Nota
ácido palmítico - saturadonull
Natali Vieira
Nota
ácido oleico - monoinsaturadonull
 
 
 12 
retardo do crescimento 
diminuição da capacidade de aprendizado 
eletroretinograma anormal 
Em crianças: retardo do crescimento e diarréia 
 
A oferta em excesso de AGPI ômega-6 poderia comprometer a evolução 
clínica de certos pacientes críticos hospitalizados devido ao aumento da 
síntese de eicosanóides pró-inflamatórios, intensa peroxidação lipídica e 
reduzido clareamento plasmático. Como alternativa para reduzir a oferta 
excessiva de AG ômega-6, podem ser utilizadas fontes diferentes de lipídios, 
como se vê na Tabela 9. O tipo de ácido graxo ideal para ser ofertado sofre 
influência da condição clínica do paciente. 
 
Tabela 9. Fontes alternativas de lipídios, em relação ao óleo de soja para 
oferta reduzida de ácidos graxos (AG) poliinsaturados tipo ômega-6 
Fonte de lipídios AG Vantagens 
Óleo de coco Saturados de 
cadeia média 
Apresentam vantagens metabólicas que incluem 
clareamento plasmático mais rápido e 
independência da ligação plasmática com a 
albumina, preservando, dessa maneira, o retículo 
endotelial hepático. 
Óleo de oliva Monoinsaturados 
ômega-9 
Sofre menor peroxidação e sua oferta para 
pessoas saudáveis não alterou funções imunes, 
apontando um papel neutro sobre a resposta 
imuno inflamatória. 
Óleo de peixe Poliinsaturados 
ômega -3 
Tem efeito antiinflamatório sem prejuízo de 
funções imunes e, desse modo, pode ser benéfico 
em condições inflamatórias. O risco de intensa 
peroxidação lipídica pode ser reduzido com uso 
de antioxidantes como a vitamina E. 
 
Ácido graxo ômega-3 
 
O ácido graxo poliinsaturado (AGPI) do tipo ômega-3 é classificado 
como de cadeia longa por ter 14 a 22 átomos de carbono, como do tipo 
poliinsaturado por ter mais de uma dupla ligação e recebe a denominação 
ômega-3 por conter a primeira dupla ligação no carbono 3 a partir do radical 
metil. O interesse em estudar AGPI ômega 3 começou a partir da observação 
epidemiológica de menor incidência de doenças cardiovasculares em 
esquimós, relacionada à sua dieta. Descobriu-se, então, que o fator de 
proteção eram os AGPI ômega-3 que estão presentes em grande quantidade 
 
 
 13 
em alguns peixes de regiões frias, principalmente salmão, atum e truta, muito 
consumidos pelos esquimós. Veja novamente, nas Tabelas 4 e 5, as principais 
fontes de ácidos graxos ômega-3 vegetais e animais. O consumo dos AGPI 
ômega-3 está associado à diminuição de níveis de colesterol total, triglicérides 
e, conseqüentemente, aumento dos níveis de lipoproteínas de alta densidade 
(HDL). Os esquimós, apesar do alto consumo de dietas ricas em gordura, 
apresentavam baixos níveis de colesterol total, triglicérides, lipoproteínas de 
densidade muito baixa (VLDL) e níveis maiores de lipoproteínas de alta 
densidade (HDL), fatores relacionados a menores índices de doenças 
cardiovasculares. Nessa população, essas doenças tinham baixos índices de 
mortalidade em relação à população norte-americana (10,3% x 50%). 
Simultaneamente às observações positivas para variáveis cardio-
vasculares nos esquimós, foi apontada nessa população baixa incidência de 
doenças auto-imunes e inflamatórias, como psoríase, asma, diabetes tipo I e 
esclerose múltipla. Em contraste, a dieta consumida no ocidente e em países 
industrializados é rica em AGPI do tipo ômega-6 (devido principalmente ao 
grande consumo de óleos vegetais e gordura saturada) e contém pouco AGPI 
ômega-3 (por redução no consumo de peixes), o que explica a maior 
predominância de AGPI ômega-6 sobre os ômega-3 na estrutura das 
membranas celulares. As dietas ocidentais têm razão ômega-6/ômega-3 
próxima de 10 a 20:1. O aumento no consumo de AGPI ômega-3 substitui 
parcialmente os AGPI ômega-6 na membrana celular (exemplo: eritrócitos, 
plaquetas, linfócitos, monócitos, células endoteliais e hepatócitos) e está 
relacionado a efeito protetor em diversas condições inflamatórias e auto-
imunes. O AGPI ômega-3 pode também aliviar sintomas em pacientes com 
artrite reumatóide e doença inflamatória intestinal. Isso tem sido atribuído à 
ação inibitória sobre a produção de eicosanóides2 e citocinas3 pró-inflamatórias 
nos tecidos periféricos. 
 
Ácidos graxos e inflamação 
 
2 Eicosanóides: substâncias derivadas do ácido araquidônico: prostaglandinas, leucotrienos e 
tromboxanos. 
3 Citocinas são proteínas semelhantes a hormônios que regulam a intensidade e a duração da resposta 
imune e medeiam a comunicação intercelular. Exemplos: interleucina, interferon, linfocinas e fatores de 
crescimento. 
 
 
 14 
 
A proteção do organismo contra agentes infecciosos e diferentes 
insultos é crucial para a manutenção de sua integridade e equilíbrio. No 
decorrer da evolução humana, a natureza selecionou um sistema integrado de 
eventos teciduais, bioquímicose celulares que trabalham orquestradamente no 
reconhecimento, contenção e destruição de patógenos e de células infectadas 
ou lesadas. O processo inflamatório é parte desse sistema e participa da 
resposta imune imediata à infecção ou à lesão. A inflamação é caracterizada 
pela presença de rubor, edema, calor, dor e perda de função, que ocorrem em 
resposta ao aumento do fluxo sangüíneo e da permeabilidade vascular, 
desencadeados por mediadores inflamatórios, como as aminas, os 
eicosanóides (mediadores inflamatórios lipídicos) e as citocinas (exemplos: 
histamina, bradiquinina, leucotrienos, interleucina-1, fator de necrose tumoral-
alfa e interferon-gama). Apesar de ele constituir um evento normal da resposta 
imune, diferentes condições, como trauma e cirurgia, podem induzir a ativação 
excessiva do processo inflamatório que, se persistirem, provocam danos a 
tecidos e órgãos. 
Os AG poliinsaturados (PUFA) e monoinsaturados (MUFA) são capazes 
de influenciar a produção de citocinas e a resposta tecidual. De uma maneira 
geral, gorduras ricas em AG do tipo ômega 3 (AG ômega-3) e MUFA, ou pobres 
em AG do tipo ômega 6 (AG ômega-6) reduzem a resposta inflamatória 
sistêmica. Alguns sintomas inflamatórios específicos podem ser suavizados pelo 
uso de AG ômega-3 em condições como artrite reumatóide, psoríase, asma, 
esclerose múltipla, doença de Crohn e colite ulcerativa. Por outro lado, gorduras 
ricas em AG ômega-6 podem exercer efeitos opostos. Todavia, a combinação de 
ambos AG (ômega-6 e ômega-3) atenua vários componentes da resposta 
imunológica, em particular aqueles que envolvem diretamente os linfócitos. 
A ingestão de AGMI ou diferentes tipos de AGPI pode modular a 
composição de AG da membrana fosfolipídica de células imunológicas, bem 
como de seus tecidos-alvo. Fosfolipases são ativadas durante resposta ao 
trauma ou infecção conseqüentemente, prostaglandinas (PG), leucotrienos (LT) 
e outros mediadores lipídicos são produzidos. A ingestão de diferentes AG 
pode resultar em perfis distintos de PG, LT e outros mediadores lipídicos 
 
 
 15 
podem ser formados. A natureza desses mediadores pode determinar a 
intensidade da resposta inflamatória. 
Ácidos graxos ômega-3 exercem efeito antiinflamatório por pelo menos 
três mecanismos. Primeiro, influenciam a composição fosfolipídica da 
membrana celular, resultando na síntese de mediadores lipídicos com menor 
potencial inflamatório que mediadores derivados dos AG ômega-6. Segundo, 
agem como agonistas de PPAR (receptor de ativação de proliferação de 
peroxissomas), cuja ativação exerce efeitos antiinflamatórios. Terceiro, os AG 
ômega-3 estabilizam o complexo NFkB/IkB, suprimindo a ativação de genes 
envolvidos no processo inflamatório. 
Estudos clínicos mostram que a nutrição parenteral (NP) enriquecida 
com AG ômega-3 exerce efeitos benéficos em pacientes com sepse. Nesse 
sentido, Mayer e colaboradores demonstraram o efeito da terapia nutricional 
parenteral (NP) enriquecida com AG em 19 pacientes. Desses, nove pacientes 
receberam NP enriquecida com AG ômega-3 e 10 pacientes receberam NP 
enriquecida com AG ômega-6. Observou-se então que a produção de citocinas 
pró-inflamatórias aumentou significativamente no grupo de recebeu NP 
enriquecida com AG ômega-6. Ao mesmo tempo, a infusão de NP enriquecida 
com AG ômega-3 não só reduziu a capacidade das células mononucleares de 
produzir citocinas mas também diminuiu a adesão e migração endotelial de 
monócitos. 
 
Eicosanóides 
 
Todas as células dos mamíferos, exceto eritrócitos, produzem 
eicosanóides. Estas moléculas são extremamente potentes e causam efeitos 
fisiológicos profundos em concentrações muito pequenas. Os eicosanóides 
funcionam no mesmo local de sua síntese. Eicosanóides são mediadores 
inflamatórios de origem lipídica que modulam a resposta inflamatória do 
organismo. Os eicosanóides modulam a resposta inflamatória de forma 
desigual. Aqueles provenientes do metabolismo de AGPI tipo ômega-6 são 
potentes mediadores inflamatórios e os de AGPI ômega-3 resultam em 
resposta inflamatória atenuada. Essas observações apontam para uma 
Natali Vieira
Realce
Natali Vieira
Realce
 
 
 16 
capacidade de AG ômega-3 de inibir a resposta inflamatória aguda, induzida ou 
agravada por eicosanóides derivados do metabolismo de AG ômega-6. Eles 
são sintetizados a partir dos AG ômega-6 ou dos AG ômega-3. Esses AG 
competem entre si pelas mesmas vias enzimáticas de síntese, a ciclooxigenase 
e a lipooxigenase. A ciclooxigenase e lipooxigenase produzem respectivamente 
prostanóides (tromboxanos, prostaglandinas) e leucotrienos e lipoxinas, como 
veremos, chamados de séries par e ímpar (Figura 4). 
 
Figura 4. Estrutura de alguns eicosanóides. 
Prostaglandina (PGE2) 
Tromboxano (TXA2) 
Leucotrieno (LTA4) 
 
Os eicosanóides da classe impar, produzidos pelos AGPI ômega-3 têm 
menor poder inflamatório que os da classe par produzido pelos AGPI ômega-6. 
Os eicosanóides atuam por meio de receptores ligados a proteínas e 
nucleotídeos cíclicos. A PGE2 inibe a blastogênese linfocitária e potente 
imunossupressor. TXA2 e LTB4 são vasoconstritores poderosos, induzem 
agregação plaquetária e causam broncoconstrição. Veja na Figura 5 a síntese 
de eicosanóides classe par e classe impar. 
 
Natali Vieira
Realce
 
 
 17 
Figura 5. Produção de eicosanóides a partir de AGPI ômega-3 e ômega-6. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os eicosanóides oriundos do metabolismo do ácido graxo poliinsaturado 
ômega-6, particularmente araquidônico, são da série par, e são as 
prostaglandinas 2, leucotrienos 4, e tromboxanos A2. Estes são importantes 
mediadores bioquímicos envolvidos na infecção, inflamação, lesão tecidual, 
modulação do sistema imune e agregação plaquetária, estando diretamente 
ligados ao desenvolvimento, crescimento e metástases tumorais, in vitro e in 
vivo. De seu lado, o ácido graxo alfa-linolênico (ômega-3) pode ser convertido 
em ácido eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA). Estes 
competem com o AG araquidônico pelas vias enzimáticas da ciclooxigenase e 
lipoxinase e tambem formam eicosanóides. No entanto são eicosanoides da 
série impar, como as prostaglandinas da série 3, leucotrienos da série 5, e 
tromboxanos A3, que têm menor efeito inflamatório. A Figura 6 mostra a 
formação de prostaglandinas e tromboxanos a partir do ômega-3. 
 
Via da 
lipooxigenase 
Via da 
ciclooxigenase 
Leucotrienos da série 5 
LTB5, C5, D5, E5 
Prostanóides da série 3 
TXA3, PGE3, PGI3 
EPA 
H3C3 = C-RCOOH 
 
ácido araquidônico 
H3C6 = C-RCOOH 
LT da série 4 
LTB4, C4, D4 
prostanóides da série 2 
TXA2, PGE2, PGI2 
TX – tromboxanos; PG - protaglandinas 
Natali Vieira
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Natali Vieira
Realce
Natali Vieira
Realce
 
 
 18 
Figura 6. Síntese de algumas prostaglandinas (PG) e tromboxanos (TX) 
clinicamente relevantes a partir do ácido araquidônico. Vários estímulos, entre 
eles epinefrina, trombina e bradicinina, ativam a fosfolipase A2 (PLA2), que 
hidrolisa o ácido araquidônico dos fosfolípides de membrana. O subscrito 2 em 
cada molécula refere-se ao número de dupla ligações presentes. Adaptado do 
original de King e colaboradores (1996). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veja, na Figura 7, os produtos da via lipooxigenase a partir do ácido 
araquidônico. Os leucotrienos LTC4, LTD4, LTE4 e LTF4 são chamados de 
peptidoleucotrienos devido a presença de aminoácidos . 
 
fosfolípides 
ácido araquidônico + 
lisofosfolípide 
Bradicinina 
PLA-2 (inibida por esteróides) 
+ ve 
proteína-Gciclooxigenase 
PGH2 
TXB2 
PGI2 
TXA2 
síntese de 
tromboxane 
PGE2 
PGD2 
PGG2 
peroxidase 
(2) GSH 
(2) GSSG 
síntese de 
prostaciclina 
PGF2a 
 
 
 19 
Figura 7. Síntese de alguns leucotrienos (LT) clinicamente relevantes a partir 
do ácido araquidônico. Vários estímulos, entre eles epinefrina, trombina e 
bradicinina, ativam a fosfolipase A2 (PLA2), que hidrolisa o ácido araquidônico 
dos fosfolípides de membrana. O subscrito 4 em cada molécula refere-se ao 
numero de dupla ligações presentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considera-se que o AGPI ômega-3 tem papel maior no mecanismo de 
defesa do sistema imune, enquanto que o AGPI ômega-6 participa mais do 
processo inflamatório. Dessa maneira, a produção de citocinas pró-inflamatórias 
é atenuada e outros processos celulares são modulados beneficamente na 
presença de EPA e DHA, mas não pelo AGPI ômega-6. A capacidade do AGPI 
ômega-3 de antagonizar a produção de eicosanóides derivados do metabolismo 
de AGPI ômega-6 constitui um ponto-chave do efeito antiinflamatório atribuído a 
ele. No entanto, os AGPI ômega-3 também exercem outros efeitos que parecem 
ser independentes da modulação da produção de eicosanóides. Evidências 
científicas preliminares indicam que AGPI ômega-3 podem influenciar 
diretamente a produção de citocinas, inibindo a produção de fator de necrose 
tumoral alfa (TNF-alfa) e de interleucinas IL-1beta e IL-6 por células 
Bradicinina 
+ ve 
LTA4 
fosfolípides 
ácido araquidônico + 
lisofosfolípide 
PLA-2 (inibido por esteróides) 
proteína-G 
5-
lipooxigenase 
LTC4 
- glutamato 
+ glutationa 
LTB4 
LTD4 
- glicina 
LTE4 LTF4 
+ glutamato 
 
 
 20 
imunocompetentes, em modelos de cultura celular. A suplementação com 
ômega-3 em voluntários saudáveis diminuiu a capacidade dos monócitos de 
sintetizar IL-1 e TNF. 
Veja, na Figura 7, os produtos da via ciclooxigenase. Vários estímulos, 
entre eles epinefrina, trombina e bradicinina, ativam a fosfolipase A2 (PLA2) que 
hidrolisa o ácido araquidônico dos fosfolípides de membrana. Na Figura 8, 
pode-se acompanhar exemplos das diferentes ações destes eicosanóides. 
 
Figura 8. Algumas propriedades inflamatórias dos eicosanóides derivados do 
ácidos araquidônico (ômega-6) e eicosapentaenóico (ômega-3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PMN = Leucócitos polimorfonucleares. 
 
Os eicosanóides regulam a produção de várias citocinas implicadas na 
inflamação. Assim a prostaglandina 2, oriunda de substratos de AG ômega-6, 
inibe a produção de interleucinas (IL-1, IL-2, IL-6), e do fator de necrose 
tumoral (TNF). Os leucotrienos da série -4 aumentam a produção de IL -1, IL-2, 
e IL-6 e a proliferação linfocitária. Com a oferta de AGPI ômega-3, a síntese de 
Efeitos inflamatórios de eicosanóides 
ácido araquidônico ácido eicosapentaenóico neutrófilos 
quimiotaxia 
ativação PMN 
permeabilidade 
LTB4 
FAP 
LTB5 
inflamação 
aderência PMN 
reação imune 
macrófagos 
e endotélio 
TXA2 vasoconstrição 
ativação PMN 
trombogênese 
PGE2 vasodilatação 
ativação PMN 
TXA3 efeito biológico 
PGE3 vasodilatação 
ativação de PMN 
 
 
 21 
prostaglandinas e leucotrienos da série par é reduzida e, portanto, ocorre 
modulação das citocinas inflamatórias, particularmente em humanos. 
Em doentes em pós-operatório de câncer esofágico sob nutrição 
parenteral a administração de emulsão lipídica rica em AGPI ômega-6 (óleo de 
soja) aumentou os níveis de IL -6, enquanto a suplementação com EPA reduziu 
a taxa de IL-6 e melhorou a imunidade celular. 
 
Óleo de peixe e gravidez 
 
A suplementação de 500 mg de DHA e 150 mg de EPA, com ou sem 
suplementação de ácido fólico (400 microgramas) a partir da 22a semana de 
gestação promove aumento do EPA plasmático materno e do DHA materno e 
fetal até o parto, o que é considerado protetor para o feto. O trabalho 
prospectivo que comprovou essa elevação (de Krauss-Etschmann et al., 
publicado em 2007) foi realizado em três países europeus, envolvendo 220 
gestantes. 
Recentes evidências científicas suportam o uso de ácidos graxos 
ômega-3 na prevenção do parto prematuro: certas prostaglandinas 
normalmente produzidas pelo organismo humano, especialmente PGF2 e PGE 
2, são parcialmente responsáveis pela iniciação do trabalho de parto. E altos 
níveis de metabólitos de ômega-6 e baixos de ômega-3 no sangue da mãe e na 
placenta são encontrados em casos de parto prematuro. Os pesquisadores 
perceberam que interferindo no equilíbrio das prostaglandinas no corpo, 
poderiam prolongar a gestação. A concentração de ácidos graxos ômega-3 na 
dieta tem efeito comprovado na duração da gravidez. Um trabalho (Olsen et al.) 
mostrou que a suplementação com cápsulas de óleo de peixe diminuiu em 21% 
a taxa de partos prematuros (diferença significativa sobre placebo), sendo que 
também foi observado prolongamento da gravidez com aumento dietético da 
ingestão de ácido graxo ômega-3. Esse efeito pode ser observado mesmo 
quando o nutriente é ingerido no último trimestre da gestação, em doses de 
cerca de 100 mg de DHA por dia. 
Os poucos estudos que não conseguiram demonstrar efeitos na duração 
da gestação, peso ao nascer ou outros fatores após aumento da ingestão de 
Natali Vieira
Realce
 
 
 22 
ômega-3 tampouco mostraram efeitos adversos da ingestão. Além disso, a falta 
de impacto pode ser resultante da falta de aderência. O prolongar da gestação 
protege o bebê na medida em que permite maior peso ao nascer e diminuição 
da morbidade e mortalidade relacionadas com a prematuridade. 
Mães que ingerem alimentos funcionais contendo ômega-3 dão à luz 
crianças com melhores habilidades cognitivas aos nove meses de idade. Mais: 
pesquisadores da Universidade de Oslo (Helland et al.) realizaram brilhante 
estudo em que deram suplementação de óleo de peixe para mais de 300 
grávidas a partir da 18a semana da gestação até três meses após o parto (76 
das quais amamentaram no peito até os três meses de idade do bebê). As 
crianças que nasceram de mães que tomaram o óleo de peixe, e não o óleo de 
soja, tiveram escores mais altos em testes de inteligência até os quatro anos 
de idade, quando foram reavaliadas. Os autores concluíram que essa 
suplementação favorece o desenvolvimento mental, já que o ácido 
docosahexanóico e o ácido araquidônico são importantes para o 
desenvolvimento do sistema nervoso central em mamíferos, pois se acumula 
em grande quantidade no último trimestre, quando a maior parte das células 
cerebrais está se formando. O benefício na amamentação foi comprovado por 
outro trabalho, que mostrou que lactantes com maior ingestão de ácido 
docosahexaenóico tinham filhos com melhor acuidade visual. 
 
Óleo de peixe e a resposta inflamatória do doente grave 
 
Controlar a intensidade da resposta inflamatória no doente crítico e 
cirúrgico constitui um ponto fundamental para o sucesso da recuperação do 
enfermo. Atualmente, graças às evidências epidemiológicas e experimentais de 
que AG poliinsaturados ômega-3 (AGPI ômega-3) podem influenciar 
diretamente processos inflamatórios, vem crescendo o interesse em estudar o 
uso destes nutrientes funcionais para o tratamento de diversas condições 
clínicas. 
Com a assimilação desses conceitos e os avanços nos conhecimentos 
das propriedades metabólicas e imunomoduladoras dos AGPI ômega-3, foi 
possível o desenvolvimento de fórmulas lipídicas adaptadas para 
Natali Vieira
Realce
 
 
 23 
suplementação parenteral desses AG. Essas dietas lipídicas representamhoje 
uma potente ferramenta para melhorar a evolução das doenças de base 
inflamatória, conforme foi observado em estudos clínicos, nos quais a infusão 
endovenosa de EL à base de óleo de peixe foi associada com aumento da 
produção de eicosanóides da série ímpar (que apresentam menor efeito 
inflamatório) e diminuição da liberação de citocinas pró-inflamatórias (TNF-alfa, 
IL-1beta, IL-6 e IL -8) em pacientes com sepse. A menor produção de 
eicosanóides pró-inflamatórios acompanhada da melhora nas lesões cutâneas 
de pacientes com psoríase também foram observadas após a infusão de EL à 
base de óleo de peixe. Em outro estudo clínico, a oferta de NP enriquecida com 
óleo de peixe em pacientes críticos resultou em menor tempo de internação 
hospitalar e em unidade de terapia intensiva, menor uso de antibióticos e 
redução da mortalidade. 
 
Uso clínico de AGPI ômega-3 
 
Diversos estudos clínicos têm se proposto a examinar a ação do uso de 
AGPI ômega-3 em diferentes doenças inflamatórias. Um resumo desses 
achados está no Quadro 1. Em seguida, são apresentados os principais 
resultados por condição clínica. 
 
Quadro 1. Efeitos imunológicos observados experimentalmente com o 
consumo de óleo de peixe 
Diminuição de: 
proliferação linfocitária 
citotoxicidade mediada por células T 
atividade de células tipo “natural killer” 
quimiotaxia de monócitos e neutrófilos 
expressão de moléculas de superfície MHC classe II 
produção de citocinas pró-inflamatórias (interleucinas 1 e 6, fator de necrose tumoral) 
expressão de moléculas de adesão 
 
Asma 
 
O papel protetor do AGPI ômega-3 na asma está baseado em três 
princípios: 1) a asma é uma doença inflamatória que é potencializada pela 
produção excessiva de leucotrienos pró-inflamatórios, 2) a suplementação com 
 
 
 24 
óleo de peixe reduz essa produção excessiva, e 3) há uma correlação entre o 
consumo de peixe e diminuição do risco de asma e aumento da função 
pulmonar. No entanto, a evidência de sua eficácia na prevenção e tratamento 
da asma é ainda contraditória. 
Em estudo duplo-cego, a suplementação com 1,0 g/dia de EPA/DHA 
durante doze meses ocasionou aumento de 23% no volume forçado do 
primeiro segundo (VEF 1) no grupo suplementado, e não no grupo controle (p < 
0,005). Este estudo, porém, não observou redução no uso de medicamentos. O 
acréscimo de óleo de peixe na dieta de pacientes com asma há mais de oito 
semanas também não apresentou efeitos benéficos. 
Em outro estudo controlado, 29 crianças com asma brônquica e longo 
tratamento hospitalar (mais de um ano, sendo 85% do tempo internadas), 
receberam cápsulas com óleo de peixe (84 mg EPA e 36 mg DHA) ou cápsulas 
controle (óleo de oliva, 300 mg). O escore dos sintomas da asma foi 
significativamente menor no grupo óleo de peixe após 6 a 10 meses de 
suplementação. Os autores concluem que o AGPI ômega-3 pode ser benéfico 
para crianças com asma brônquica, no entanto, enfatizam que os resultados 
foram obtidos em ambiente estritamente controlado, com exposição a 
alérgenos inaláveis e constituintes da dieta iguais para todos os participantes. 
Como medida para prevenção da asma, estudos indicam que a 
suplementação durante a gestação de mulheres atópicas diminuiu a produção 
de citocinas específicas para alérgenos, assim como a gravidade da dermatite 
atópica em seus filhos. Os achados sugerem que uma suplementação ou um 
aumento no consumo de alimentos com AGPI ômega-3 podem diminuir a 
incidência de doenças alérgicas, como a asma. 
 
Artrite reumatóide 
 
Pacientes com doenças auto-imunes, como a artrite reumatóide, 
geralmente respondem à suplementação de EPA e DHA com uma diminuição 
dos níveis elevados de citocinas e com isso, sentem melhora nos sintomas. 
Catorze estudos randomizados, duplo-cego, placebo-controlados sobre 
a suplementação com óleo de peixe em pacientes com artrite reumatóide foram 
 
 
 25 
revisados sistematicamente e indicaram efeitos benéficos do EPA + DHA na 
rigidez matinal, redução no número de articulações dolorosas ou inchadas, 
aumento na resistência à dor aguda e diminuição no uso de drogas 
antiinflamatórias não esteroidais, sugerindo desta maneira que uma 
suplementação com óleo de peixe deve ser inserida como parte da terapia 
padrão para a artrite reumatóide. Kremer e colaboradores encontraram 
benefícios semelhantes pelo período mínimo de suplementação de 12 
semanas e dosagem mínima de 3 g de EPA e DHA. 
Outro estudo demonstrou que EPA e DHA diminuíram a produção de 
LTB4 em 33% e fator de ativação plaquetária em 37% nos 12 pacientes que 
receberam suplementação por 6 semanas. Efeitos benéficos foram vistos 
mesmo após o término da suplementação com óleo de peixe. 
 
Doença inflamatória intestinal 
 
A doença de Crohn e a colite ulcerativa são doenças inflamatórias 
intestinais distintas, complexas e envolvem componentes imunológicos, 
ambientais e genéticos. Recentes medidas de controle da colite ulcerativa 
estão centradas em mediadores inflamatórios solúveis. Os mediadores mais 
estudados são os metabólitos do ácido araquidônico, prostaglandinas, 
leucotrienos e citocinas. 
Pacientes com colite ulcerativa apresentam aumento na quantidade de 
LTB4 (via lipooxigenase) e IL -1beta. Stenson e colaboradores, em estudo 
duplo-cego, cruzado, sobre a suplementação de óleo de peixe verificaram 
aumento da produção de LTB5 e diminuição de LTB4; no entanto, houve 
melhora clínica moderada. Belluzzi e colaboradores demonstraram redução na 
recidiva em pacientes com doença de Crohn em fase de remissão e 
suplementados com 2,7 g de preparado de óleo de peixe contendo ômega-3. 
O uso do ômega-3 em pacientes com doença inflamatória intestinal 
parece ocasionar melhora clínica significativa e a grande variação nas 
respostas ao tratamento pode estar relacionada à heterogeneidade das 
diversas doenças inflamatórias intestinais. 
 
 
 
 26 
 
 
 
 27 
Doença cardiovascular 
 
Como vimos, óleo de peixe é hoje um dos principais constituintes de 
uma dieta saudável, e diversos estudos epidemiológicos e trabalhos clínicos 
mostraram seus efeitos benéficos na prevenção primária e secundária da 
doença coronariana (DC). O consumo de 500 mg/dia de ácidos 
eicosapentanóico (EPA) e docosahexanóico (DHA) é recomendado por 
diversas agências mundiais de saúde, como a Organização Mundial de Saúde 
(OMS), para reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Já para pacientes 
portadores de doenças cardiovasculares, recomenda-se o consumo de 1 g/dia 
desses ácidos graxos. Esses dados suportam as recomendações dietéticas da 
American Heart Association de incluir pelo menos duas porções de peixe por 
semana na alimentação. 
Em trabalhos clínicos randomizados que utilizaram pacientes com DC, 
suplementos de AG ômega-3 reduziram o número de eventos 
cardiovasculares. Os estudos indicam que AG ômega-3 podem reduzir a 
progressão de aterosclerose nesses pacientes. E mesmo em pessoas 
saudáveis, livres de qualquer doença, coronariana, inflamatória ou viral, foi 
provado recentemente (por estudo populacional realizado por Chrysohoou et al. 
na Grécia) que a ingestão de óleo de peixe na dieta está inversamente 
associada à duração do intervalo QTc (corrigido para freqüência cardíaca) no 
eletrocardiograma: esse intervalo, quando longo, está associado a aumento do 
risco de arritmias e de morte súbita. 
Recentemente, uma revisão comandada pelo governo nos Estados 
Unidos concluiu que os AG ômega-3, especialmente o ácido eicosapentaenóico 
(EPA) e o acido docosahexaenóico (DHA), têm claros efeitos cardioprotetores, 
e instituições de saúde e cardiologia iniciaram um apelo parase aumentar a 
ingestão de EPA e DHA. 
 
 
 
 
 
Recomendação da AHA (American Heart Association): 
Todos os adultos devem comer peixe pelo menos duas vezes 
por semana. 
 
 
 28 
Autores norte-americanos mostraram inclusive em estudo recente que o 
nível sérico de EPA e DHA é mais baixo em pacientes com DC (29% quando 
comparado com controles pareados; p < 0,001) enquanto o nível de gordura 
trans não diferiu dos controles. Essa diferença se manteve após ajustes em 
análise multivariada; mostrando que níveis séricos de EPA e DHA baixos são 
um fator preditivo independente para o risco de doença coronariana. 
Vários peixes são rica fonte de AG ômega-3, como mequerel, truta, 
hering, sardinhas, albacore atum, e salmão. Possuem tanto EPA como DHA, 
ambos com efeitos cardioprotetores. A AHA também recomenda ingestão de 
AG ômega-3 derivados de plantas como tofu, soja, nozes e óleo de canola. 
Para pacientes com doença cardiovascular, a recomendação é de 1 g de EPA 
e DHA (combinadas) por dia. Este montante pode ser obtido através do 
consumo de cápsulas de AG ômega-3 ou de peixes, embora a suplementação 
por cápsulas deva ser decidida e orientada em conjunto a um médico. 
 
Suplementos de EPA+DHA podem ser úteis para pacientes com 
hipertrigliceridemia. 
 
Cerca de 2 a 4 g de ômega-3 ao dia podem diminuir triglicerídeos 
séricos em 20% a 40%. Os efeitos positivos na redução da formação de placas 
ateroscleróticas são adicionados aos das estatinas prescritas pelos 
cardiologistas. Ingestão em altas doses pode causar sangramento excessivo 
em algumas pessoas. Suplementação em doses acima de 3 g devem ser 
monitoradas por médico. 
Deve-se observar com cautela que alguns peixes contêm quantidades 
aumentadas de metilmercúrio, bifenil policlorinato (PCBs), dioxinas, e outros 
contaminantes. Essas substâncias estão em maior concentração em animais 
grandes e predatórios e grandes mamíferos. Os efeitos de metilmercúrio em 
DCV ainda são controversos na literatura, com resultados associando estes 
dois eventos e outros não apontando para nenhuma relação entre eles. 
Enquanto novos estudos não elucidam essa questão, seria importante escolher 
uma entre inúmeras espécies de peixes ricos em AG ômega-3 e que não 
 
 
 29 
possuem o perfil de carreadores de metilmercírio. Suplementos de AG ômega-
3 não contêm metilmercúrio. 
Os efeitos cardiopropetores dos AG ômega-3 podem ser atribuídos a 
multiplos efeitos fisiológicos dos lípides, como na pressão sangüínea, na 
função vascular e manutenção da eurritmia cardiológica. De uma maneira 
esquemática podemos dizer que AG ômega-3 melhoram a função endotelial e 
podem reduzir: 
· Risco para trombose, que pode levar a infarto e choque, 
· Níveis de triglicerídeos e outras lipoproteínas, 
· Crescimento da placa aterosclerótica, 
· Discretamente a pressão sangüínea, 
· Respostas inflamatórias. 
 
Conclusão 
 
A dieta ocidental típica tem uma proporção relativamente alta de ácidos 
graxos ômega-6 em relação a ômega-3. Esse desequilíbrio pode contribuir para 
processos inflamatórios, fator de risco para doença cardiovascular. Estudos 
epidemiológicos observaram que a maior ingestão de peixe (uma a duas 
porções por semana) reduz o risco de morte cardíaca súbita, quando 
comparada com o consumo de menos de um porção mensal. Nos últimos anos, 
extensos estudos foram realizados buscando compreender os mecanismos de 
atuação e a repercussão clinica do uso de ácidos graxos poliinsaturados da 
família ômega-3. Verifica-se que a modificação da membrana celular para 
conter uma razão mais equilibrada de ômega 6 e ômega 3 por meio da 
ingestão oral de óleo de peixe ou a infusão endovenosa de emulsões lipídicas 
contendo EPA e DHA associou-se a melhora de estados clínicos compatíveis 
com condição inflamatória crônica. Os efeitos dos ácidos graxos ômega-3 são 
dose-dependentes e podem variar de acordo com a via de administração. 
Além disso, estudos randomizados confirmaram as observações 
epidemiológicas de que os AG ômega-3 tanto provenientes de peixes marinhos 
como de suplementos podem reduzir significativamente a recorrência de 
doença cardiovascular em pacientes com doença coronariana anterior. A 
 
 
 30 
ingestão de peixes e vegetais contendo AG ômega-3 ajuda na prevenção de 
doença coronariana e de arritmias assim como no tratamento da doença 
cardiovascular, através de suas ações reduzindo altos níveis séricos de 
triglicerídeos e outras lipoproteínas, no crescimento da placa aterosclerótica e 
na manutenção da pressão sangüínea. 
Em função do estilo de vida moderno e do consumo de uma dieta 
desbalanceada e muitas vezes pobre em alimentos-fonte de ômega 3, se torna 
cada vez mais importante prestar atenção especial ao consumo de alimentos 
e/ou suplementos que forneçam ácidos graxos ômega-3 nas quantidades 
necessárias para a prevenção de doenças crônicas e inflamatórias. 
 
 
 
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