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25/02/2018 1 Prof. Me. Denis Carlos dos Santos Londrina – PR 2018 GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA Definir inflamação e seus sinais e sintomas associados; Esclarecer como as modalidades terapêuticas devem ser utilizadas na reabilitação de várias condições; Comparar os eventos fisiológicos associados com as diferentes fases do processo de cicatrização; Formular um plano de como modalidades específicas podem ser utilizadas efetivamente durante cada fase de cicatrização e fornecer uma análise racional para seu uso; Identificar aqueles fatores que podem interferir no processo de cicatrização. Objetivos da Aula COMO O FISIOTERAPEUTA DEVE UTILIZAR AS MODALIDADES TERAPÊUTICAS EM REABILITAÇÃO? COMO O FISIOTERAPEUTA DEVE UTILIZAR AS MODALIDADES TERAPÊUTICAS EM REABILITAÇÃO? 25/02/2018 2 As modalidades terapêuticas, quando utilizadas de forma apropriada, podem ser ferramentas extremamente úteis na reabilitação do paciente lesionado; Eficácia depende: conhecimento, habilidade e experiência do fisioterapeuta. Adjuntos ao exercício terapêutico e não exclusão dos mesmos. PROTOCOLOS DE REABILITAÇÃO E PROGRESSÕES: baseados nas respostas fisiológicas dos tecidos e como cicatrizam. Fisioterapeuta deve entender o processo de cicatrização para ser EFETIVO ao incorporar as modalidades terapêuticas no processo de reabilitação. Ciclo de lesão relacionada ao esporte. (De Booher J, Thibedeau, G. Athletic Injury Assessment. St. Louis, McGraw-Hill. 1994, pág. 119.) Uso dos termos AGUDO x CRÔNICO para se definir lesão; Em algum momento, todas as lesões podem ser consideradas agudas; há sempre algum ponto inicial para cada lesão. Em qual momento uma lesão aguda se torna crônica? Em geral, as lesões ocorrem por trauma ou por esforço repetitivo do sistema. • Causadas por trauma; • Termo mais correto seria lesões traumáticas. LESÕES AGUDAS • podem resultar do esforço repetitivo, visto que ocorrem com a dinâmica repetitiva (corrida, arremesso, salto...). • Lesões por esforço repetitivo seria um bom termo. LESÕES CRÔNICAS TERMINOLOGIASTERMINOLOGIAS 25/02/2018 3 Lesões primárias: quase sempre descritas como traumáticas ou por esforço repetitivo, resultando de forças macrotraumáticas ou microtraumáticas. Macrotraumáticas: ocorrem como um resultado de trauma e produzem dor imediata e incapacidade. Incluem fraturas, luxações, subluxações, entorses, distensão e contusões. Microtraumáticas: lesões por esforço repetitivo e resultam de sobrecarga repetitiva ou de mecânica incorreta associada a treinamento contínuo ou competição. Incluem tendinite, nossinovite, bursite, e assim por diante. TERMINOLOGIAS (cont.)TERMINOLOGIAS (cont.) Lesões secundárias: essencialmente a resposta inflamatória ou de hipóxia que ocorre com a lesão primária. A IMPORTÂNCIA DE SE ENTENDER O PROCESSO DE CICATRIZAÇÃOA IMPORTÂNCIA DE SE ENTENDER O PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO As decisões tomadas pelo fisioterapeuta sobre como e quando as modalidades terapêuticas podem ser melhor utilizadas: I. Reconhecimento de sinais e sintomas, II. Percepção das estruturas de tempo associadas às diferentes fases do processo de cicatrização. PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO 1. Resposta Inflamatória 2. Reparação Fibroblástica 3. Maturação e Remodelamento. As três fases do processo de cicatrização caem ao longo de um tempo de sobreposição continuum, não possuindo um ponto inicial ou final definitivo. As três fases do processo de cicatrização caem ao longo de um tempo de sobreposição continuum, não possuindo um ponto inicial ou final definitivo. 25/02/2018 4 I. Fase de Resposta InflamatóriaI. Fase de Resposta Inflamatória Fase importante da cicatrização; Sem as mudanças fisiológicas que ocorrem durante o processo inflamatório, os últimos estágios de cicatrização não podem ocorrer. Tecido lesionado: cicatrização se inicia imediatamente. Destruição de tecido: produz lesão direta para as células dos vários tecidos moles. A lesão celular resulta em metabolismo alterado e liberação de materiais que iniciam a resposta inflamatória. A LESÃO INICIAL E A FASE DE RESPOSTA INFLAMATÓRIA DO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO MEDIADORES QUÍMICOSMEDIADORES QUÍMICOS Histamina: causa vasodilatação e permeabilidade celular aumentada. Leucotrienos e as prostaglandinas: são responsáveis por marginação, na qual os leucócitos (neutrófilos e macrófagos) aderem-se ao longo das paredes celulares. Também aumentam a permeabilidade celular localmente. Citocinas (quimiocinas e a interleucina): reguladores do tráfego de leucócitos e ajudam a atrair leucócitos para o local real de inflamação. Histamina Leucotrienos Citocinas Importantes para limitar a quantidade de exsudato (edema) pós lesão. 25/02/2018 5 Reação vascularReação vascular A reação vascular envolve espasmo vascular, a formação de um tampão plaquetário, coagulação sanguínea e o crescimento de tecido fibroso. Função das plaquetas: Aderir às fibras de colágeno, criando matriz viscosa na parede vascular, à qual plaquetas e leucócitos adicionais aderem e formam um tampão. Esses tampões obstruem a drenagem de líquido linfático local e, dessa forma, localizam a resposta à lesão. Processo de coagulação A formação de coágulo começa aproximadamente 12 horas após a lesão e é completada em 48 horas. Isolação da área lesionada (durante o estágio inflamatório da cicatrização). Leucócitos: Fagocitose. Ajustando para início da fase fibroblástica. SEQUÊNCIA DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SEQUÊNCIA DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA Os sinais de inflamação: Vermelhidão; Edema; Sensibilidade ao toque; Temperatura aumentada; Perda de função. 2–4 dias após lesão inicial INFLAMAÇÃO CRÔNICAINFLAMAÇÃO CRÔNICA Ocorre quando a resposta inflamatória aguda não responde suficientemente para eliminar o agente de lesão e restaura o tecido ao seu estado fisiológico normal. Apenas concentrações baixas dos mediadores químicos estão presentes. Persistência da Inflamação de Baixo Grau Dano ao Tecido Conectivo Necrose e fibrose do tecido Prolongando cicatrização e processo de reparo Envolve produção de tecido de granulação e de tecido conectivo fibroso. 25/02/2018 6 Atividades proliferativa e regenerativa que levam à formação de cicatriz e reparo do tecido lesionado seguem os fenômenos vasculares e exsudativos da inflamação; O período de formação de cicatriz chamado de fibroplasia começa dentro das primeiras horas após a lesão e pode durar até 4 a 6 semanas. SINAIS E SINTOMAS Diminuição dos sinais e sintomas associados da fase resposta inflamatória diminuem. O paciente pode, ainda, indicar alguma sensibilidade ao toque e geralmente se queixará de dor quando determinados movimentos forçarem a estrutura lesionada. À medida que a formação da cicatriz progride, as queixas de sensibilidade ou de dor desaparecem gradativamente. II. Fase de Reparação FibroblásticaII. Fase de Reparação Fibroblástica Os vasos sanguíneos crescem novamente e o tecido de granulação forma-se na fase de reparo fibroblástica do processo de cicatrização. McKinley M, O'Loughlin VD, Human Anatomy, 2 J ed. New York: McGraw-Hill, 2008. Formação de um tecido conectivo delicado (tecido de granulação); Consiste em fibroblastos, colágeno e capilares; Aparece massa granular avermelhada de tecido conectivo que se acumula durante o processo de cicatrização. À medida que os capilares continuam crescendo dentro da área, os fibroblastos se acumulam no local da ferida, arranjando- se, eles mesmos, em paralelo aos capilares. Aproximadamente no dia 6 ou 7, os fibroblastos também começam a produzir fibras que são depositadasde maneira aleatória por toda a cicatriz em formação. Formação de cicatrizFormação de cicatriz 25/02/2018 7 Toda essa sequência: formação de tecido cicatricial mínimo; Resposta Inflamatória persistente: fibroplasia estendida e dano tecido irreversível; Fibrose pode ocorrer: estruturas sinoviais (capsulite adesiva), bolsa sinovial, tendões e músculos. Cicatriza madura: Destituída de função fisiológica e força de tração menor que o tecido original. Processo de longo prazo; Realinhamento ou o remodelamento das fibras de colágeno que formam o tecido cicatricial de acordo com as forças de tração às quais a cicatriz é submetida; Gradualmente assume aparência e função “normais” (não tão forte quanto antes). III. Fase de Maturação e RemodelamentoIII. Fase de Maturação e Remodelamento McKinley M, O'Loughlin VD, Human Anatomy, 2 J ed. New York: McGraw-Hill, 2008. Geralmente após 3 semanas: cicatriza firme, forte, contraída e não vascular. Pode requerer vários anos para se completar totalmente. O epitélio se regenera e ocorre fibrose de tecido conectivo. 25/02/2018 8 O enfraquecimento do tecido muscular inicia imediatamente com a lesão. O fortalecimento e a mobilização precoce da estrutura lesionada impedem a atrofia. O enfraquecimento do tecido muscular inicia imediatamente com a lesão. O fortalecimento e a mobilização precoce da estrutura lesionada impedem a atrofia. COMO AS MODALIDADES TERAPÊUTICAS DEVEM SER UTILIZADAS DURANTE O PROCESSO DE REABILITAÇÃO? COMO AS MODALIDADES TERAPÊUTICAS DEVEM SER UTILIZADAS DURANTE O PROCESSO DE REABILITAÇÃO? 25/02/2018 9 O uso de modalidade no tratamento inicial da lesão: direcionado para limitar a quantidade de edema e reduzir a dor que ocorre agudamente; A fase aguda é marcada por edema, dor ao toque ou à pressão e dor nos movimentos ativos e passivos; Tradicionalmente, a modalidade de escolha foi e ainda é repouso, gelo, compressão e elevação (Protocolo RICE, do inglês riest, ice, compression, elevation ). CONSIDERAÇÕESCONSIDERAÇÕES CRIOTERAPIA é conhecida por produzir vasoconstrição, pelo menos superficialmente e talvez indiretamente nos tecidos mais profundos, e, dessa forma, limitar o sangramento que sempre ocorre com lesão. O uso inicial de gelo é mais importante para se diminuir a resposta hipóxica secundária associada a lesão de tecido. Analgesia, que ocorre por meio da estimulação de nervos cutâneos sensoriais via mecanismo da comporta, bloqueia ou reduz a dor. Tomada de decisão clínica sobre o uso de várias modalidades terapêuticas no tratamento de lesão aguda 25/02/2018 10 Deve ser enfatizado que se aquecer uma lesão muito cedo é um erro maior do que utilizar gelo sobre uma lesão por muito tempo. Uma vez que o edema cesse, o fisioterapeuta poderá escolher iniciar os banhos de contraste com uma proporção mais frio para quente, ir para técnicas de calor superficial e assim por diante. Os tratamentos podem mudar durante esse estágio de frio para calor, usando novamente o edema aumentado como um indicador de precaução. Técnicas: compressas, parafina, infravermelho, turbilhão ... Objetivo da termoterapia é o de se aumentar a circulação para a área lesionada a fim de se promover aquecimento. Essas modalidades também podem produzir algum grau de Analgesia. Considerações (cont.)Considerações (cont.) A fase de maturação e remodelamento é a mais longa das quatro fases e pode durar vários anos, dependendo da gravidade da lesão. O objetivo principal durante esse estágio de maturação do processo de cicatrização é o retorno à atividade. Quase todas as modalidades podem ser empregadas com segurança durante esse estágio; assim, as decisões devem ser baseadas nas que parecem funcionar mais efetivamente em uma determinada situação. Considerações (cont.)Considerações (cont.) 25/02/2018 11 O PAPEL DA MOBILIDADE CONTROLADA PROGRESSIVA NA FASE DE MATURAÇÃO Lei de Wolff: Tecido ósseo responderá às demandas físicas colocadas sobre ele, possibilitando que ele se remodele ou se realinhe ao longo das linhas de força de tração. A mesma resposta ocorre no tecido mole. Portanto, é crucial que as estruturas lesionadas sejam expostas a cargas progressivamente crescentes, principalmente durante a fase de remodelagem. À medida que a fase de remodelagem se inicia, exercícios de fortalecimento e de amplitude de movimento ativa agressivos devem ser incorporados a fim de se facilitarem a remodelagem e o realinhamento do tecido. Levar dor em consideração Com a lesão inicial, a dor é intensa e tende a diminuir e eventualmente cessar completamente à medida que a cicatrização avança. Qualquer exacerbação de dor, edema ou outros sintomas durante ou após um determinado exercício ou atividade indica que a carga é muito grande para o nível de reparo ou remodelagem de tecido. O fisioterapeuta deve estar ciente dos prazos requeridos para o processo de cicatrização e perceber que ser excessivamente agressivo pode interferir no processo. 25/02/2018 12 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES 25/02/2018 13 RESUMO 1. As decisões clínicas sobre como e quando as modalidades terapêuticas podem ser utilizadas devem ser baseadas no reconhecimento de sinais e sintomas, bem como alguma percepção das estruturas de tempo associadas às várias fases do processo de cicatrização. 2. Uma vez que tenha ocorrido uma lesão aguda, o processo de cicatrização consiste na fase de resposta inflamatória, na fase de reparo fibroblástica e na fase de maturação e remodelamento. 3. Vários fatores patológicos podem impedir o processo de cicatrização. 4. O uso de modalidade na fase de tratamento inicial deve ser direcionado para se limitar a quantidade de edema e se reduzir a dor. 5. É crucial se ter senso lógico e comum com base no conhecimento teórico sólido ao se selecionarem as modalidades apropriadas para emprego durante as diferentes fases de cicatrização. 6. Durante o período de reabilitação após a lesão, os pacientes devem alterar suas rotinas diárias normais para se permitir que a lesão cicatrize de forma satisfatória. denis.santos@pitagoras.com.brdenis.santos@pitagoras.com.br
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