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Curso Regular de Língua Portuguesa Prof. Ludimila Lamounier, AULA 02 ATENÇÂO! Essa obra é protegida por direitos autorais. O material é de uso restrito do seu adquirente, sendo expressamente proibida a sua distribuição ou o fornecimento a terceiros sem a prévia autorização do autor ou do Concurseiro Fiscal. A reprodução, distribuição, venda ou utilização em grupo por meio de rateio sujeita os infratores às sanções da Lei nº 9.610/1998. Os grupos de rateio são ilegais! Valorize o trabalho dos professores e somente adquira materiais diretamente no site Concurseiro Fiscal. O Concurseiro Fiscal dispõe de descontos exclusivos para compras em grupo. Adquira de forma legal. Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 1 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br AULA 02 Ortografia Oficial. Acentuação Gráfica. SUMÁRIO PÁGINA Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa 03 1. Considerações sobre o Novo Acordo 03 Ortografia 04 1. Aspectos Introdutórios 04 2. Emprego de Letras 05 2.1 Emprego de “X” e “CH” 06 2.2 Emprego de “S” e “Z” 07 2.3 Emprego de “J” e “G” 08 2.4 Emprego de “S”, “SS”, “Ç”, “SC”, “X” 09 2.5 Emprego de “E” e “I” 12 2.6 Emprego de “O” e “U” 14 2.7 Emprego do “H” 14 2.8 Outros Casos 14 3. Emprego do Hífen 17 3.1 Emprego do Hífen em Palavras Compostas 18 3.2 Emprego do Hífen em Palavras Derivadas por Prefixação 19 3.3 Outros Casos 22 4. Maiúsculas e Minúsculas 23 Acentuação Gráfica 26 1. Aspectos Introdutórios 26 2. Regras de Acentuação 28 2.1 Monossílabos Tônicos 29 2.2 Oxítonos 30 2.3 Paroxítonos 31 2.4 Proparoxítonos 33 2.5 Hiatos 33 2.6 Acento Diferencial 35 2.7 Outros Casos 36 Questões Propostas 37 Gabarito 44 Questões Comentadas 45 Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 2 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Olá, concurseiro fiscal! Está pronto para completar mais um tópico do nosso Curso Regular de Língua Portuguesa? Vamos continuar nossa preparação, pois existem diversos concursos em andamento e outros com previsão de divulgação de edital. Sabemos, também, que, cada vez mais, a disputa por um cargo público aumenta. Gostaram da Aula 01? Resolveram as questões e assimilaram tudo? Então, vamos adiante! DICA DA VEZ – A TEMIDA CONCORRÊNCIA Hoje, teremos mais um “Dica da Vez”. Vamos falar sobre a temida concorrência nas provas. É fato que, atualmente, há uma concorrência muito grande no mundo dos cursos. E, também, é fato que essa concorrência aumenta a cada dia. Mas, o que quero falar com você é isto: não se assuste. Sei que não é fácil, e que a gente enxerga aqueles terríveis números de inscritos e, pior, enxerga também aquela “continha” da quantidade de inscritos por vaga. Não é verdade? Nessa hora, temos que ter bastante calma e tentar abstrair a matemática. Como isso é possível? Pense que o seu maior concorrente é a prova, e não os outros mil candidatos que estão disputando aquela vaga com você. Afinal, você se dedicou e deve enfrentar a prova, sem pensar nos concorrentes. Ali, no “dia D”, é você e a prova. Não há mais ninguém. E, se não der certo, desta vez ou da próxima, não desista – há um caminho a ser percorrido até alcançarmos nossos objetivos. É uma jornada difícil, muitas vezes longa, mas que nos recompensa demais. Na aula de hoje, veremos um assunto que, além de ser cobrado em provas de concurso, é de enorme importância para a compreensão de todo o nosso curso. Estamos falando de Ortografia – a matéria na qual se estuda a grafia correta das palavras de uma língua. Muitos candidatos, logo que prestam seus primeiros certames, enfrentam dificuldades com a Ortografia (tanto na realização das provas objetivas de Português quanto na escrita das provas discursivas). O assunto é, com frequência, considerado difícil de ser compreendido, ou “decoreba”, como se diz popularmente. A “implicância” com a disciplina pode ser explicada pelo fato de as palavras da Língua Portuguesa não se submeterem a regras simples e lógicas. Tampouco, existe apenas um critério ortográfico, e sim dois critérios (o etimológico e o fonético), o que dificulta a memorização. Nesta aula, no entanto, vamos trabalhar para superar essa dificuldade, por meio da familiarização com os vocábulos, sobretudo com aqueles mais cobrados pelas bancas. Fique tranquilo! Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 3 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Integra a aula de hoje, além do estudo de Ortografia, o conteúdo de Acentuação Gráfica dos Vocábulos, assunto também bastante frequente nos editais de concursos públicos. Vale lembrar que Acentuação é disciplina integrante da Ortografia, porquanto se trata de mais um aspecto determinante na grafia correta das palavras. A divisão entre os assuntos, nos editais e na nossa aula, ocorre por motivos meramente didáticos. Dito isso tudo, vamos ao enfrentamento dos conteúdos? Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa 1. Considerações sobre o Novo Acordo Antes de iniciarmos nosso estudo de Ortografia e Acentuação, preciso passar para você algumas informações importantes sobre a Nova Ortografia Oficial. Desde 1º de janeiro de 2009, passou a vigorar, no Brasil, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, com o objetivo de unificar a língua entre os países que possuem o Português como idioma oficial. O referido acordo alterou algumas regras da nossa Ortografia, o que causou alvoroço entre os brasileiros, sobretudo entre aqueles que necessitam utilizar a linguagem formal (como é o nosso caso). Estamos, ainda, vivendo uma fase de adaptação, pois a data-limite estabelecida para a transição definitiva foi postergada para 31 de dezembro de 2015. Enquanto essa data não chega, serão aceitas tanto as normas antigas quanto as novas. Mas não se engane: as bancas de concurso já redigem suas provas de acordo com as novas regras, bem como estão autorizadas a cobrar o conhecimento do assunto. Desde 2012, algumas bancas (sobretudo a FCC) têm elaborado questões nas quais se faz referência direta ao Novo Acordo, o que se exige do aluno conhecimentos específicos da nova realidade. Por tudo que foi exposto, aconselho que você aproveite bem a oportunidade, na presente aula, de aprender essas regras novas, como também de relembrar aquelas regras antigas que não foram alteradas. Ao final de nossa aula, caso ainda persista qualquer dúvida acerca da escrita de um vocábulo, é possível conferir sua grafia correta no site Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 4 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br da Academia Brasileira de Letras (www.academia.org.br), na área “Vocabulário Ortográfico”. Isso porque, importa saber, a Academia Brasileira de Letras (ABL) é a instituição que normatiza a escrita oficial das palavras de nossa língua, por meio de registro no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP). Agora que sabemos da existência do Novo Acordo Ortográfico, ao qual farei muitas referências no decurso da aula, podemos passar para o estudo das regras de Ortografia e Acentuação. Então, mãos à obra! Ortografia 1. Aspectos Introdutórios A Ortografia éo ramo gramatical que se ocupa da grafia correta das palavras de uma língua. Por meio da ortografia, aprendemos as regras que definem, por exemplo, se devemos ou não colocar o hífen em determinado vocábulo composto, se devemos ou não acentuar uma palavra, bem como quais letras devem ser empregadas na escrita dos vocábulos. Para compreender a aula de hoje, é importante que você domine alguns conceitos, aos quais farei referência mais tarde. Vejamos alguns deles. Fonemas são os sons da língua, produzidos por quem fala. Letras são as representações gráficas dos fonemas. O alfabeto da nossa língua é composto, atualmente, por 26 letras (21 consoantes e 5 vogais). Observe que o Novo Acordo Ortográfico incluiu no alfabeto, oficialmente, as letras “K”, “Y” e “W”, que antes eram utilizadas apenas em palavras estrangeiras. É importante saber que não existe relação exata entre as letras e os fonemas, ou seja, um fonema pode ser representado por mais de uma letra e vice-versa: uma letra pode representar mais de um fonema. O fonema “j”, por exemplo, pode ser representado tanto pela letra “J” (como na palavra “jaca”), quanto pela letra “G” (como na palavra “gente”). A possibilidade de se empregar mais de uma letra para um mesmo Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 5 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br fonema, como visto acima, é a causa de muitas das dúvidas em Ortografia, fato que motiva a frequência do tema nas questões de concursos. Após essa breve introdução, podemos iniciar o tão aguardado conteúdo! 2. Emprego de Letras No presente item, buscaremos sanar equívocos cometidos no emprego de algumas letras do nosso alfabeto, em virtude das semelhanças fonéticas acima mencionadas. Você notará que, ao longo de toda a explanação, haverá longas listas de palavras. Minha primeira dica é que você destaque, nessas listas, as palavras com as quais não esteja ainda familiarizado e as releia tantas vezes quanto possível. À medida que memorize a escrita dessas palavras, você deverá desfazer o destaque e reler somente aqueles vocábulos em que a dúvida persistir. O ideal é repetir esse procedimento até que se esteja familiarizado com o maior número possível de palavras. Outra dica importante: fique atento para a existência das palavras derivadas, que são as palavras formadas a partir de um vocábulo preexistente. As palavras derivadas são úteis porque, com base na memorização de apenas um dos vocábulos, você possivelmente saberá escrever todos os demais. Tomemos, por exemplo, as palavras “encher”, “cheio”, “enchimento” e “preencher”. Note que basta conhecer a grafia de uma delas para saber que todas as demais se escrevem com “CH”. Desse modo, toda vez que for apresentada uma nova regra e forem citados alguns exemplos de palavras, sejam elas originárias (primitivas) ou derivadas, caberá a você relacioná-las com outras palavras de mesmo radical. Vamos, agora, aos principais equívocos cometidos pelos candidatos com relação ao emprego de letras dos vocábulos. Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 6 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br 2.1 Emprego de “X” e “CH” • USA-SE O “X” - Após ditongos: ameixa, caixa, baixo, eixo, queixada, peixe, seixo, frouxo, trouxa, deixar, gueixa, feixe, paixão. EXCEÇÃO: guache, recauchutar, recauchutagem. - Após a sílaba “ME”: mexa (do verbo “mexer”), mexerico, mexeriqueiro, mexicano, mexilhão. EXCEÇÃO: mecha (“mecha de cabelo”). - Após a sílaba “EN”: enxame, enxada, enxergar, enxoval, enxovalhar, enxaguar, enxaqueca, enxofre, enxerido, enxertar, enxurrada. EXCEÇÃO: encher (e seus derivados), enchova (mesmo que anchova) e palavras que, iniciadas com “CH”, receberam o prefixo “EN” (encharcar, enchiqueirar, enchapelar, enchumaçar). - Outras palavras: abacaxi, almoxarifado, atarraxar, baixada, baixela, bexiga, maxixe, oxalá, praxe, puxar, lixo, faxina, graxa, gueixa, lagartixa, laxante, lixa, luxúria, macaxeira, rixa, repuxo, rouxinol, xadrez, xampu, xícara, xilindró, xingar, xodó, xiquexique, Xingu, xará, xerife, capixaba, bruxa, caxumba, muxoxo, relaxar, roxo, xale, xenofobia. • USA-SE O “CH” - arrocho, apetrecho, bochecha, boliche, broche, bucha, churrasco, chuteira, cochichar, colcha, concha, coqueluche, cachaça, cachimbo, cachola, cartucho, chácara, chá, chafariz, charque, cheque, chimarrão, chuchu, chucrute, chutar, deboche, despachar, encher, espichar, fachada, ficha, guache, inchar, machucar, mochila, pachorra, pecha, pechincha, rachar, salsicha. • ATENÇÃO para as seguintes palavras homônimas homófonas (vocábulos de significados diferentes que possuem a mesma pronúncia). Exceção: “mecha e mexa” que são parônimos (palavras com significados diferentes, mas que têm a grafia ou a pronúncia semelhantes). Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 7 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br brocha (prego) broxa (pincel) chá (bebida) xá (título de nobreza) cheque (ordem de pagamento) xeque (jogada do xadrez) cocho (recipiente) coxo (manco) tachar (colocar tacha=defeito) taxar (cobrar taxa=imposto) mecha (porção de cabelos) mexa (do verbo mexer) bucho (estômago) buxo (arbusto) 2.2 Emprego de “S” e “Z” • USA-SE O “S” - Após ditongos: maisena, aplauso, causa, coisa, pouso, Neusa, Sousa, náusea, lousa, faisão, paisagem, ausência, Eusébio. - Nos sufixos “-ês”, “-esa”, “-isa”, “-osa”, “-oso” (geralmente, em adjetivos formados a partir de substantivos): burguês, camponês, chinês, cortês, marquês, chinesa, duquesa, baronesa, marquesa, princesa, poetisa, gostosa, orgulhosa, amoroso, cheiroso. - Na conjugação dos verbos “pôr” e “querer”: pus, puseste, pôs, pusemos, pusestes, puseram, quisesse, quisessem, quiser. OBS: o mesmo vale para os derivados de “pôr” (repor, contrapor, dispor, repor, etc.). - Outras palavras: abusar, aliás, adesão, alisar, agasalhar, asilo, analisar, atrás, atrasar, através, adesivo, aviso, após, brasa, casa, camisa, colisão, decisão, evasão, hesitar, lesar, liso, lisura, miséria, paralisar, pesquisar, precisão, preservar, raso, rasura, revisão, vaso. • USA-SE O “Z” - Na maioria dos substantivos derivados de adjetivos: acidez (ácido), aspereza (áspero), beleza (belo) nobreza (nobre), certeza (certo), clareza (claro), escassez (escasso), estupidez (estúpido), rapidez (rápido), rijeza (rijo), surdez (surdo), tristeza (triste). - No sufixo “IZAR”, em verbos formados a partir de substantivos/adjetivos: agonizar (agonia), colonizar (colono), hospitalizar (hospital), suavizar (suave), finalizar (final), idealizar (ideal), formalizar (formal), abalizar (baliza), azedar (azedo). EXCEÇÃO: catequizar (de catequese); batizar (de batismo). OBS: não confundir com o acréscimo do sufixo “AR” nas palavras terminadas em S: analisar, pesquisar, avisar, frisar, pisar. - Outras palavras: buzina, coalizão, cuscuz, giz, vazio, conduzir, Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 8 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br deduzir, produzir, ajuizar, amenizar, capuz, chafariz, fineza, gozo, indenizar, nudez, ozônio, razoável, revezar, coriza, deslizar, dizimar, eficaz, vazante, vizinho, xadrez. • USA-SE O “X” com somde “Z” Exagero, exalar, exame, exato, executar, exemplo, existir, êxito, exonerar, exortar, exausto, exequível, exibir, exílio, exorbitar, exuberante, exército, exercício, exumar. • ATENÇÃO para as seguintes palavras homônimas homófonas (vocábulos de significados diferentes que possuem a mesma pronúncia). cozer (cozinhar) coser (costurar) prezar (considerar) presar (prender) traz (verbo trazer) trás (parte posterior) • ATENÇÃO! Formação de diminutivo com o sufixo “INHO”: - Nos vocábulos terminados em “Z” ou em “S”, acrescenta-se o “INHO”, mantendo o “Z” ou o “S” da palavra originária. EX: raizinha (raiz), narizinho (nariz), lapisinho (lápis), princesinha (princesa), mesinha (mesa). - Nos demais vocábulos (que não terminam em “Z” ou “S”), usa-se sempre a letra “Z” antes de acrescer o sufixo “INHO”. Ex: amorzinho (amor), florzinha (flor), mãozinha (mão), pezinho (pé), xicarazinha (xícara). 2.3 Emprego de “J” e “G” • USA-SE O “J” - Em palavras de origem indígena, africana e árabe: pajé, jiboia, jeca, jenipapo, jirau, jiló, cafajeste, jequitibá, maracujá, jerimum, beiju, caju, Ubirajara. - Nas conjugações dos verbos terminados em “JAR”: viajar, arranjar, despejar, sujar, aleijar, almejar, bocejar. OBS: Note que os verbos “viajar” e “encorajar” serão sempre com a letra “J” (“Eu prefiro que eles viajem logo”; “É preciso que os pais encorajem seus filhos”). Não confundir com os substantivos viagem e coragem (“Eu prefiro que eles façam a viagem logo.”; “Minha viagem de férias foi ótima.”; “A coragem dele é admirável.”). Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 9 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br - Outras palavras: laranja, manjar, rijo (e enrijecer), gorja (e gorjeta), jeito, cereja, majestade, hoje, injetar (e injeção), objeto, objeção, traje, ultraje, cerveja, laje, anjo, interjeição, projeção, Jeni, manjericão, ojeriza, jesuíta, berinjela, pegajoso. • USA-SE O “G” com som de “j” - Em substantivos com sufixos “-agem”, “-igem”, “-ugem”: aragem, barragem, contagem, coragem, garagem, malandragem, miragem, viagem, origem, fuligem, vertigem, ferrugem. Exceção: pajem e lambujem. - Em palavras terminadas em “ágio”, “égio”, “ígio”, “ógio” e “úgio”: contágio, adágio, estágio, naufrágio, pedágio, plágio, egrégio, colégio, litígio, prestígio, prodígio, relógio, refúgio. - Em verbos terminados em “GER” e “GIR”: eleger, proteger, viger, exigir, fingir, frigir, submergir, tingir. - Outras palavras: agenda, agiota, algema, auge, apogeu, ágil, bugiganga, cogitar, digerir (e digestão), égide, estrangeiro, exigência gêmeo, gergelim, gesto, gibi, geleia, gilete, gíria, higiene, monge, regurgitar, sugestão, tangerina, tigela, tangível, vigência. 2.4 Emprego de “S”, “SS”, “Ç”, “SC”, “X” • USA-SE O “S” - Em substantivos e adjetivos formados a partir de verbos com “ND”: pretensão e pretensioso (pretender); suspensão e suspensivo (suspender); ascensão (ascender); distensão (distender); extensão (estender). - Após “PUL”: impulso, impulsivo, expulso, expulsar, repulsão, compulsão, pulseira. - No sufixo “ENSE”, formador de adjetivos gentílicos: paranaense, parisiense, brasiliense, amazonense. • USA-SE O “SS” - Em substantivos e adjetivos formados por verbos com “CED”, “GRED”, “PRIM” ou “TIR”: Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 10 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br CED GRED PRIM TIR cessão (ceder); intercessão (interceder); excessivo e excesso (exceder); acesso e acessível (aceder); agressão, agressivo (agredir); progressão, progresso, progressivo (progredir); regressão, regressivo, regresso (regredir); transgressão, transgressor (transgredir); compressão, compressivo (comprimir); expressão, expressivo (exprimir); opressão, opressivo (oprimir); repressão, repressor (reprimir); depressão (deprimir); admissão (admitir); discussão (discutir);, repercussão (repercutir); demissão (demitir); - Palavras derivadas por prefixação, cujo prefixo termina em vogal e o vocábulo se inicia por “S”: minissaia (mini + saia), pressentir (pré + sentir), antessala (ante + sala), ressurgir (re + surgir), antisséptico (anti + séptico). - Outras palavras: amassar, assar, pressa, assédio, assessor, asserção, avesso, aterrissar, bússola, compasso, confissão (e confessar), dissensão, dissídio, escasso, fossa, gesso, imissão, massagem, obsessão, passatempo, possessão, presságio, ressaca, ressentir, ressuscitar, sobressalente, sossego, verossímil. • USA-SE O “Ç” - Em substantivos formados a partir de verbos terminados em “TER”: abstenção (abster), atenção (ater), contenção (conter), detenção (deter), retenção (reter). - Em palavras de origem latina com “T” no radical: absorção (absorto), abstenção (abster), ação (ato), adoção (adotar), exceção (exceto), execução (executor), extinção (extinto), distinção (distinto), infração (infrator), isenção (isento), seção (setor), torção (torto). - Nos sufixos “AÇU”, “AÇA”, “AÇO”, “AÇÃO”: babaçu, Iguaçu, Paraguaçu, cabaça, carcaça, golaço, bagaço, inchaço, ricaço, armação. - Depois de ditongo: feição, louça, beiço, compleição. - Outras palavras: criança, noviça, dentuça, açafrão, açúcar, almoço, beça, buço, maciço, açaí, aço, ameaçar, calção, descrição, Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 11 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br discrição, pança, contorção, presunção, traça, torção, viço. • USA-SE O “SC” O “SC” é usado, em geral, em vocábulos mais eruditos. Não há regras, então vamos memorizar algumas palavras mais usadas: - acrescentar, acréscimo, adolescência, ascender (subir), ascético, condescender, consciência, crescer, descer, descendência, descentralizar, discente, discernimento, disciplina, discípulo, fascismo, florescente, imprescindível, miscigenação, nascer, oscilar, plebiscito, reminiscência, rescisão, rescindir, ressuscitar, suscitar, transcender. OBS: em algumas formas de conjugação dos verbos com SC, usa-se o dígrafo SÇ. Ex: nasço (nascer), cresço (crescer), desço (descer). • USA-SE O “X” O “X” também pode ter som de “s”, como nos exemplos a seguir: - auxiliar, aproximar, contexto, expectativa, expor, êxtase, extenso, extrato, expectorar, extroversão, sexta, têxtil, texto, textual, trouxe. • ATENÇÃO para as seguintes palavras homônimas homófonas (vocábulos de significados diferentes que possuem a mesma pronúncia). acender (iluminar) ascender (subir) acento (sinal gráfico) assento (lugar em que se senta) acessório (adicional) assessório (de assessor) apreçar (atribuir preço) apressar (dar pressa, acelerar) cela (aposento) sela (montaria) cegar (tirar a visão) segar (ceifar, cortar) cerrar (fechar) serrar (cortar) cervo (veado) servo (servente, escravo) caçar (perseguir a caça) cassar (anular) censo (recenseamento) senso (juízo; ex: “bom senso”) cessão (ato de ceder) seção (divisão) sessão (reunião) cesta (recipiente) sesta (descanso) sexta (numeral) círio (grande vela de cera) sírio (natural da Síria) concerto (musical) conserto (reparo) empoçar (formar poça) empossar (dar posse) espectador (que presencia) expectador (que tem expectativa) espiar (bisbilhotar) expiar (pagar por uma culpa) espirar (respirar) expirar (acabar) estrato (camada,nível) extrato (que foi extraído) incipiente (iniciante) insipiente (ignorante) Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 12 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br incerto (duvidoso) inserto (inserido, introduzido) tenção (intenção, propósito) tensão (estado de rigidez) paço (palácio) passo (passada) remição (resgate) remissão (perdão) • OUTRAS PALAVRAS - obcecado e obcecação (insistência em determinada ideia) - obsessivo e obsessão (compulsão) 2.5 Emprego de “E” e “I” • USA-SE O “E” - Em ditongos nasais no fim da palavra: alemães, mãe(s), pães, põe, cirurgiães, capitães, compõe, depõe, dispõe. - No sufixo “ANTE” (que significa anterioridade): antessala, anterreforma, antepasto, antevisão. - Na conjugação dos verbos terminados em “OAR” e “UAR”: abençoe (abençoar), magoe (magoar), perdoe (perdoar), atue (atuar), continue (continuar), efetue (efetuar). - Nos verbos irregulares “MEDIAR”, “ANSIAR”, REMEDIAR”, “INCENDIAR”, “INTERMEDIAR” e “ODIAR” (emprega-se a letra “E” nas pessoas “eu”, “tu”, “ele” e “eles”): eu odeio, tu odeias, ele odeia, nós odiamos, vós odiais, eles odeiam; eu intermedeio, tu intermedeias, ele intermedeia, nós intermediamos, vós intermediais, eles intermedeiam. - Outras Palavras: acarear, apear, beneficência, cedilha, corpóreo, creolina, desenfreado, destilar, embutir, empecilho, penico, periquito, umedecer, veado. • USA-SE O “I” - No sufixo “ANTI” (que significa oposição): antídoto, antimoral, anti-horário, antipatia. - Na conjugação (presente do indicativo) dos verbos terminados em “AIR”, “OER” e “UIR”: ele cai (cair), ele sai (sair), ele dói (doer), ele rói (roer), ele mói (moer), ele influi (influir), ele intui (intuir), ele possui (possuir), ele atribui (atribuir). - Na conjugação dos verbos terminados em “IAR” (exceto os irregulares vistos no item do uso do “E”): variar (eu vario, tu varias, ele varia, nós variamos, vós variais, eles variam); estagiar Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 13 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br (eu estagio, tu estagias, ele estagia, nós estagiamos, vós estagiais, eles estagiam), assobiar (eu assobio, tu assobias, ele assobia, nós assobiamos, vós assobiais, eles assobiam). - Nos verbos terminados em “EAR” (emprega-se a letra “I” na conjugação somente nas pessoas “eu”, “tu”, “ele” e “eles”): eu passeio, tu passeias, ele passeia, nós passeamos, vós passeais, eles passeiam; eu penteio, tu penteias, ele penteia, nós penteamos, vós penteais, eles penteiam. - Outras Palavras: ansiar, calidoscópio, corrimão, digladiar, discricionário, disparate, displicente, idiossincrasia, infestar, lampião, meritíssimo, miscigenação, privilégio. • OBSERVAÇÕES - Escreve-se “parêntese”, se no singular, e “parêntesis” ou “parênteses”, se no plural. - A forma correta é “disenteria”, e não desinteria. • ATENÇÃO para os seguintes parônimos (palavras com pronúncia e/ou grafia parecidas, porém com significados diferentes): área (superfície) ária (melodia) arrear (por arreios) arriar (abaixar) deferir (conceder) diferir (adiar ou ser diferente) delatar e delação (denúncia) dilatar e dilação (adiamento) descrição (ato de descrever) discrição (de discreto) descriminação (absolvição) discriminação (separação) despensa (setor de mantimentos) dispensa (desobrigação) destorcer (endireitar) distorcer (desvirtuar o sentido) destratar (insultar) distratar (de distrato ou rescição) emergir (vir à tona) imergir (mergulhar) eminente (ilustre) iminente (prestes a ocorrer) emigrar (sair do país de origem) imigrar (entrar em país) emitir e emissão (colocar em circulação) imitir e imissão (pôr para dentro) peão (pedestre) pião (brinquedo) penico (vaso para urinar) pinico (ponta aguda, bico) prover (fornecer) provir (vir de, originar-se) recreação (diversão) recriação (criar novamente) Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 14 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br 2.6 Emprego de “O” e “U” • ATENÇÃO para os seguintes parônimos (palavras com pronúncia e/ou grafia parecidas, porém com significados diferentes): coringa (pequena embarcação ou pessoa raquítica) curinga (carta de baralho) comprimento (extensão) cumprimento (saudação ou realização) cotia (embarcação pequena) cutia (animal) soar (emitir som) suar (transpirar) sortir (abastecer) surtir (resultar) sortido (variado) surtido (que resultou) 2.7 Emprego do “H” • USA-SE O “H” SEM ALTERAÇÃO FONÉTICA - No início dos vocábulos: herói, hálito, haver, humano, hesitação, habitar, haste, hipótese, hemisfério, hediondo, herbívoro (porém erva), hífen, hipocrisia, homenagem, horror, horta, humor, húmus. OBS: em “Bahia”, o “H” sem som aparece, excepcionalmente, no meio da palavra por tradição, pois nos termos derivados já não se emprega o “H” (ex: baiana). - No final de interjeições: ah!, eh!, ih!, oh!, puh! • USA-SE O “H” COM ALTERAÇÃO FONÉTICA - Nos dígrafos “CH”, “NH” e “LH”: chuva, chave, chuteira, inhame, manha, manhã, ilha, filho, bolha, lhama. 2.8 Outros Casos Vimos, acima, os casos mais frequentes de equívocos que envolvem emprego de letras, sobretudo quando correspondem a um mesmo fonema. Não fique frustrado se, apesar de haver absorvido todos os ensinamentos de hoje, você ainda errar a grafia de alguma palavra. Ortografia aprende-se aos poucos e é impossível esgotar todo o vocabulário da língua, mesmo ao longo de toda uma vida, quanto Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 15 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br mais ao longo de uma aula apenas! O ideal é que você, além de estudar bastante nossa aula de hoje, esteja sempre em contato com a leitura de livros, jornais e revistas, bem como consulte o dicionário sempre que não souber o significado das palavras. Aos poucos, você notará que seu vocabulário irá aumentar, de modo que logrará acertar cada vez mais questões de Ortografia. Para lhe ajudar nesse caminho, iremos analisar outros vocábulos, listados abaixo, e atentar para o quadro de parônimos que se segue. • OUTROS VOCÁBULOS: aerossol (e não aerosol), cabeleireiro (pois vem de cabeleira), concessão, contemporaneidade, discussão (e não discursão), discurso, estupro, fugaz (e não fulgás), incesto, isenção, intitular, meteorologia, ojeriza, repercussão e repercutir (e não repercursão, nem repercurtir), subsídio, supérfluo, superstição. • OUTROS PARÔNIMOS aferir (conferir pesos ou medidas) auferir (colher, obter) augurar (fazer prognósticos) agourar (prever, pressagiar) derrocar (pôr abaixo) derrogar (abolir ou alterar lei) desapercebido (despreparado) despercebido (não percebido) dissensão (divergência) descensão (descida) estância (estação, lugar de férias) instância (cada juízo hierárquico) exitar (ter bom êxito) hesitar (titubear, ficar em dúvida) flagrante (de flagra) fragrante (de fragrância) infringir (violar) infligir (aplicar, cominar) mandado (ordem ou despacho) mandato (poder autorizado) obcecação e obcecado obsessão e obssessivo proscrever (banir, expulsar) prescrever (aconselhar, ordenar) subtender (estender por baixo) subentender (inferir) sustar (conter, interromper) suster (sustentar)vultoso (volumoso) vultuoso (semblante carregado) Responder a muitas questões de Ortografia também é essencial para quem tem dificuldade na escrita dos vocábulos, pois as bancas costumam cobrar justamente aquelas palavras difíceis, com alto índice de equívocos. Portanto, vamos analisar duas questões em que o emprego de letras é cobrado, a começar por esta da FGV: Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 16 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br (FGV) Analista de Sistemas Senado Federal/2008 (Adaptada) "Podemos caracterizar as economias bem-sucedidas do pós- guerra, mas não podemos apontar com segurança os fatores que selaram seu êxito nem os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas." A respeito do trecho acima, julgue a afirmativa a seguir: A palavra “exitosas” é cognata de "exitar", que, por sua vez, é homônima de "hesitar". Comentários Uma palavra é cognata da outra em caso de possuir a mesma raiz dela. De fato, “exitosas” é cognata de “exitar”, pois ambas derivam do vocábulo “êxito”. As palavras homônimas, por sua vez, como já vimos na aula anterior, são aquelas que, embora possuam significados diferentes, têm a mesma grafia (os homônimos homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos) com grafia diferente. Assim, “exitar” e “hesitar” são homônimos homófonos porque, embora tenham a mesma pronúncia, possuem significado e grafia distintos. Questão correta. Gabarito: CERTA Não se esqueça de continuar destacando os vocábulos que ainda lhe causarem dúvidas, até mesmo nos exercícios ao final da aula! Agora, observe como o assunto foi cobrado nesta questão da FCC: (FCC) Agente de Fiscalização Financeira TCE-SP/2012 A frase que respeita a ortografia é: a) Estava bastante ciente de que era à sua gulodice que podia creditar a desinteria que o abatera às vésperas do exótico casamento. b) O poder descricionário dos ditadores, responsável por tantas atrocidades em tantas partes do mundo, é analisado na obra com um rigor admirável. c) Antes de cochilar, era-lhe natural fazer um exame de consciência e reiterar a si próprio seu empenho em vencer a itemperança. d) O desleixo com que passou a manuzear os objetos da coleção fez o respeitado colecionador optar pela despensa do já antigo colaborador. Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 17 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br e) O debate recrudesceu, mas os mais bem-intencionados foram hábeis em dirimir as provocações, às vezes pungentes, das lideranças que se confrontavam. Comentários O enunciado diz, expressamente, que se trata de questão de Ortografia. Vamos, portanto, analisar a grafia dos vocábulos em cada frase. Alternativa A – A palavra desinteria não existe, o certo seria dizer “disenteria”. Alternativa B – A palavra descricionário está errada, o certo é “discricionário”. Alternativa C – A palavra itemperança é, na verdade, “intemperança”. Alternativa D – A palavra manuzear escreve-se com “S”, portanto, “manusear”. Mas há, ainda, outro erro, pois o vocábulo despensa, com “E”, significa depósito de mantimentos. No texto, em que o sentido usado foi de demissão, o correto seria dizer “dispensa”. Alternativa E – A frase está correta. Agora, preste atenção na grafia dos seguintes vocábulos, escritos corretamente nas alternativas: ciente, gulodice, vésperas, exótico, atrocidades, admirável, cochilar, exame, consciência, reiterar, empenho, desleixo, optar, recrudesceu, hábeis, dirimir, pungentes. Gabarito: E Observe que, para analisar a alternativa “E” acima, também deveríamos ter averiguado a grafia do vocábulo “bem-intencionados”, pois o emprego do hífen está incluído na correção ortográfica. Adianto, desde já, que a palavra foi escrita de acordo com as regras de hifenização, que veremos a seguir, com bastante atenção! 3. Emprego do Hífen O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa alterou sobremaneira as regras atinentes à hifenização. Aqui, faremos um apanhado geral da nova situação. Antes, no entanto, é preciso que você conheça alguns aspectos sobre a formação das palavras. Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a) Derivação: em que uma palavra existente (um único radical) é Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 18 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br acrescida de sufixo ou prefixo para formar outra palavra (palavra derivada). Ex: feliz e infeliz. b) Composição: em que duas palavras existentes (dois radicais) unem-se para formar outra palavra (palavra composta). A composição pode ocorrer por: - Justaposição: mantém-se a integridade fonética e gráfica dos vocábulos unidos. Ex: guarda-roupa (guarda + roupa), passatempo (passa+tempo). - Aglutinação: perde-se a integridade sonora de pelo menos um dos vocábulos unidos. Ex: planalto (plano + alto). As palavras derivadas e compostas podem ou não receber o emprego do hífen. Abaixo, vamos esquematizar quando esse emprego ocorrerá. 3.1 Emprego do Hífen em Palavras Compostas • USA-SE O HÍFEN A regra geral indica o emprego do hífen na maioria das palavras formadas por composição. Ex: guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-feira, mesa-redonda, vaga-lume, joão-ninguém, porta-malas, porta-bandeira, pão-duro, bate-boca, decreto-lei, médico-cirurgião, tio-avô, afro-asiático, saca- rolha, conta-gotas, tenente-coronel, beija-flor, marca-texto, ano-luz. Outros exemplos em que também há o emprego do hífen: - Nas palavras compostas formadas por termos iguais ou semelhantes: reco-reco, tique-taque, cri-cri, pingue-pongue, pega- pega, esconde-esconde. - Nas palavras compostas em que há o emprego do apóstrofo entre os elementos: gota-d'água, pé-d'água, copo-d’água, mãe- d’água, estrela-d’alva, pau-d’alho, cobra-d’água. - Nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, mesmo com elemento de ligação: bem-te-vi, peixe- espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado, andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do-campo, cravo-da-índia, couve-flor, bem-me-quer, formiga- branca. EXCEÇÃO: nas situações em que os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original, não se usa o hífen. Ex: bico-de-papagaio (planta ornamental) Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 19 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br e bico de papagaio (deformação nas vértebras); olho-de-boi (peixe) e olho de boi (selo postal). - Nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares): belo-horizontino, porto-alegrense, sul- africano, afro-brasileiro, anglo-saxão, ibero-americano, euro-asiático, luso-brasileiro, greco-romano, afro-cubano. ATENÇÃO: o uso do hífen, no caso acima, ocorrerá somente se ambos os elementos do composto indicarem etnias. Se assim não for, não se emprega o hífen (ex: afrodescendente, anglomania, eurocêntrico, francolatria, lusofonia; os segundos elementos, nesses exemplos, não indicam etnia). - Nos topônimos que contenham os adjetivos reduzidos “GRÃO” e “GRÔ: Grão-Pará; Grã-Bretanha. • NÃO SE USA O HÍFEN, POIS UNEM-SE OS VOCÁBULOS - Nas palavrascompostas em que se perdeu a noção de composição. Isso porque, ao ler essas palavras, não se percebe mais o significado de cada termo formador e nota-se apenas o sentido da nova palavra formada. Ex: paraquedas, mandachuva, madressilva, malmequer, passatempo, pontapé, rodapé, sobremesa, vaivém, girassol, aguardente. - Nas palavras compostas que apresentam elemento de ligação. Ex: pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra, bicho de sete cabeças, deus nos acuda, faz de conta. EXCEÇÃO: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que- perfeito, pé-de-meia. 3.2 Emprego do Hífen em Palavras Derivadas por Prefixação Como vimos, algumas palavras são formadas pelo acréscimo de pequenos elementos em um radical preexistente (os prefixos e sufixos). Quando esse acréscimo dá-se antes do radical, temos a derivação por prefixação. Observe, abaixo, uma lista com os principais prefixos utilizados na formação de palavras em nossa língua: - aero, agro, alvi, além, ante, anti, arqui, auto, aquém, circum, co, Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 20 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br contra, des, eletro, entre, ex, extra, foto, geo, hidro, hiper, in, infra, inter, intra, macro, maxi, mega, micro, mini, moto, multi, nano, neo, pan, pluri, poli, pós, pré, pró, proto, pseudo, re, recém, retro, sem, semi, sob, sobre, sócio, sub, super, supra, tele, tri, ultra, vaso, vice, video. Neste tópico da aula, aprenderemos os casos em que se emprega o hífen e aqueles em que não se emprega o hífen, em palavras derivadas por prefixação. • USA-SE O HÍFEN - Nos prefixos “ALÉM”, “AQUÉM”, “EX”, “RECÉM”, “SEM” e “VICE”, sempre! Ex: além-mar, aquém-mar, ex-diretor, ex-prefeito, recém-nascido, recém-casado sem-terra, vice-campeão. - Nos prefixos “PÓS”, “PRÉ” e “PRÓ”, caso sejam tônicos e conservem autonomia vocabular. Ex: pós-graduação, pós-estruturalismo, pós-guerra, pós-modernos, pós-parto, pós-socrático, pós-tônico, pré-escola, pré-estreia, pré- vestibular, pré-natal, pré-datado, pré-história, pró-americano, pró- análise, pró-europeu. ATENÇÃO: em alguns vocábulos, o prefixo (átono) incorporou-se ao elemento seguinte: predeterminado, pressupor, propor, pospor, promover, prever. - Na junção de qualquer prefixo + segundo elemento iniciado com “H”. Ex: anti-herói, anti-higiênico, auto-hipnose, pré-história, semi- hospitalar, extra-humano, arqui-hipérbole, mini-hotel, poli-hidratação, sub-hepático, geo-história, super-homem, pan-helenismo. EXCEÇÃO: a regra não se aplica aos prefixos “RE”, “CO”, “DES” e “IN”, pois o segundo elemento perde o “H” original e não se emprega o hífen. Ex: reumanizar (re + humanizar), coabitar (co + habitar), coerdeiro (co + herdeiro), desonra (des + honra), desumano (des + humano), inumano (in + humano), inábil (in + hábil). - Na junção dos prefixos “CIRCUM” e “PAN” + segundo elemento iniciado por “M”, “N” ou VOGAL. Ex: circum-escolar, circum-murado, circum-navegação, pan-africano, pan-americano, pan-negritude, pan-mágico. Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 21 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br OBS: é claro que a regra anterior (do “H”) também vale para esses prefixos (pan-helenismo). - Na junção dos prefixos terminados em R (“HIPER”, “SUPER”, “INTER”) + segundo elemento também iniciado por “R”. Ex: hiper-reativo, hiper-requintado, hiper-rugoso, super-revista, super-realismo, super-resistente, inter-relacionado, inter-requintado, inter-regional, inter-renal. OBS: é claro que a regra anterior (do “H”) também vale para esses prefixos (inter-hemisfério, super-homem). - Na junção dos prefixos “SOB” e “SUB” + segundo elemento iniciado por “R” e “B”. Ex: sob-roda, sub-base, sub-bibliotecário, sub-bosque, sub-rogar, sub-rotina. OBS: é claro que a regra anterior (do “H”) também vale para esses prefixos (sub-humano). - Na junção de prefixo + segundo elemento iniciado por vogal idêntica à letra final do prefixo. Ex: anti-ibérico, anti-imperialista, anti-inflamatório, anti-inflacionário, auto-observação, auto-ônibus, arqui-inimigo, arqui-irmandade, contra-almirante, micro-ondas, micro-ônibus, micro-organismo, semi- interno, infra-axilar, supra-auricular, eletro-ótica. EXCEÇÃO: a regra não se aplica para os prefixos “RE” e “CO” (coordenar, cooperar, reeditar, reeleição, reencarnação, reenvio, reemissão, reempossar, reencontro, reestabelecer). • NÃO SE USA O HÍFEN - Na junção de prefixo terminado em vogal + segundo elemento iniciado por consoante. Ex: antivírus (anti + vírus), autocontrole, extracorpóreo, hipoderme, microcirurgia, neoliberal, semicírculo, supracitado, semimetal. OBS: no caso do segundo elemento iniciar-se por “R” ou “S”, a fim de manter a pronúncia do termo após a ligação, duplicam-se essas consoantes. Ex: antirrugas (anti + rugas), antissocial, autorretrato, biorritmo, contrarrazões, contrarregra, contrassenso, infrassom, microssistema, minissaia, minissérie, neorrealismo, neossimbolismo, suprassumo, ultrassom. - Na junção de prefixo terminado em vogal + segundo elemento iniciado por vogal diversa. Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 22 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Ex: anteontem (ante + ontem), antiaéreo, autoajuda, autoescola, autoaprendizado, autoestima, coautor, contraexemplo, hidroelétrica, contraindicado, extraescolar, infraestrutura, intrauterino, plurianual, semianalfabeto, semiárido. 3.3 Outros Casos • USA-SE O HÍFEN - Sempre que se acrescerem os sufixos “AÇU”, “GUAÇU” e “MIRIM”. Ex: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. - Nos encadeamentos vocabulares (em que se acumulam palavras sem, no entanto, formar-se outro vocábulo). Ex: Ponte Rio-Niterói, linha Norte-Sul, percurso Lisboa-Coimbra-Porto. - Na junção dos advérbios “BEM” ou “MAL” + segundo elemento iniciado por vogal ou “H”. Ex: bem-aventurado, bem- amado, bem-estar, bem-humorado, mal-afortunado, mal- assombrado, mal-educado, mal-estar, mal-intencionado, mal- humorado. OBS: só se empregará o hífen, na situação acima, caso a junção dos elementos forme um vocábulo com sentido independente, pois, do contrário, os elementos ficarão separados e sem o hífen (ex: Maria é muito bem relacionada). ATENÇÃO: - Advérbio “MAL” nos demais casos (segundo elemento iniciado por consoante diferente de “H”): não se usará o hífen (malcozido, malcriado, malmequer). - Advérbio “BEM” nos demais casos (segundo elemento iniciado por consoante diferente de “H”): aqui, não há regra lógica. O “BEM” tanto pode aparecer aglutinado com o segundo elemento (benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença, benquisto) quanto pode aparecer com o hífen (bem-criado, bem-nascido, bem- visto, bem-me-quer). Como o emprego é aleatório, acho pouco provável que esses casos sejam cobrados em provas. • NÃO SE USA O HÍFEN ATENÇÃO! Após o Novo Acordo Ortográfico, não se usa mais o hífen nas expressões “À TOA” e “DIA A DIA”. “MEIO AMBIENTE” também não recebe o hífen! Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 23 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Assim, com essas últimas observações, encerramos a parteda aula dedicada às regras de emprego do hífen. Mas, antes de passarmos ao assunto seguinte, vamos conferir um exemplo de questão sobre hifenização, da FGV. (FGV) Analista de Sistemas Senado Federal/2008 (Adaptada) Julgue as afirmativas a seguir: I. O antônimo de bem-sucedidas é "malsucedidas". II. A palavra pós-guerra é grafada com hífen, assim como toda palavra que trouxer o prefixo "pós-". Comentários Vamos analisar cada um dos itens acima. Alternativa I – A palavra “malsucedidas” está corretamente escrita, pois, como vimos, trata-se da junção do advérbio “MAL” com vocábulo iniciado em consoante diversa de “H”, caso em que não se emprega o hífen. Alternativa CERTA. Alternativa II – O vocábulo “pós-guerra” está corretamente hifenizado, pois, diz a regra, os prefixos “PÓS”, “PRÉ” e “PRÓ” se ligam aos vocábulos por meio de hífen caso sejam tônicos e conservem autonomia vocabular. Assim, a afirmação de que toda palavra com prefixo “PÓS” recebe o hífen está incorreta (ex: pospor). Alternativa ERRADA. Agora sim, podemos prosseguir para mais um aprendizado de Ortografia. 4. Maiúsculas e Minúsculas Saber quando grafar a palavra com letra maiúscula e quando grafar com letra minúscula é outro aspecto fundamental para a correção ortográfica do texto. As bancas não costumam cobrar diretamente esse conhecimento (embora, como veremos nos exercícios, aconteça vez ou outra). De todo modo, ao resolver uma questão discursiva, será essencial saber Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 24 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br se devemos ou não devemos usar a letra maiúscula, uma vez que a regra geral é que se use a minúscula. Nós já sabemos que, em início de frases, orações ou períodos, bem como nos substantivos próprios, nomes de países, estados e cidades, deve-se usar a letra maiúscula. Mas há outros casos, alguns deles recentemente alterados pelo Novo Acordo Ortográfico, em que grafamos, com maiúscula, as letras dos vocábulos. Vamos ver quais são esses casos? • USO DE MAIÚSCULA - Nomes de festas e festividades. Ex: Natal, Páscoa, Quinze de Novembro, Ramadão. OBS: nomes de festas populares ou pagãs são escritas com letra minúscula (carnaval, micareta, festas juninas). - Nomes que designam divindade. Ex: o Onipotente, o Todo- poderoso, o Criador. - Nomes de regiões. Ex: Norte, Sul, Nordeste, Sudeste, Ocidente. OBS: após o Novo Acordo, esses mesmos vocábulos, se empregados para designar os pontos cardeais, são escritos com letra minúscula. - Títulos de jornais e periódicos, que retém o itálico. Ex: Folha de São Paulo, Zero Hora, O Estado de São Paulo. - Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex: ONU, VOLP, CPF, RG, FAO. OBS: as siglas com até 3 letras devem ser escritas, obrigatoriamente, com todas as letras maiúsculas. As siglas com 4 ou mais letras, no entanto, podem ser escritas de duas formas: com todas as letras maiúsculas ou com somente a primeira letra maiúscula. - Eras históricas e épocas notáveis. Ex: Idade Média, Revolução Industrial, Estado Novo, Renascimento. - Nomes de repartições, corporações ou estabelecimentos. Ex: Ministério dos Transportes, Academia Brasileira de Legras, Imprensa Nacional. - Os vocábulos “Pátria”, “Nação” e “País”, se possuírem sentido particular e determinado, político ou nacionalista. Ex: “o Estado brasileiro”. Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 25 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br • USO FACULTATIVO DE MAIÚSCULA OU MINÚSCULA - Nomes de logradouros públicos, templos, e edifícios. Ex: Rua ou rua ‘X’, Edifício ou edifício ‘X’, Igreja ou igreja ‘X’. - Pronomes de tratamento e nomes de reverência. Ex: Santa ou santa ‘X’, Bacharel ou bacharel ‘X’, Governador ou governador ‘X’. - Domínios do saber, cursos, disciplinas. Ex: Português ou português, Ortografia ou ortografia, Belas Artes ou belas artes, Direito Penal ou direito penal. - Títulos de citação bibliográfica (exceto a primeira palavra, que será sempre maiúscula). Ex: Viva o Povo Brasileiro ou Viva o povo brasileiro; O Crime do Padre Amaro ou O crime do padre Amaro. ATENÇÃO - Após o Novo Acordo Ortográfico, escrevem-se com letras minúsculas os nomes de meses, estações do ano e dias da semana. Ex: inverno, sexta-feira, dezembro. Agora que estudamos as principais regras de emprego das letras maiúsculas e minúsculas, vejamos como o tema é cobrado em questões de concurso público: (CESPE) Economista MTE/2008 (Adaptada) Julgue, como CERTA ou ERRADA, a afirmativa a seguir: O emprego das maiúsculas em “MERCOSUL” contraria as normas abonadas pela ortografia oficial da língua portuguesa. Comentários A grafia de “MERCOSUL”, tal qual se vê no enunciado, não contraria as normas da ortografia oficial. Como vimos, as siglas são escritas, em regra, com letras maiúsculas. Para aquelas siglas formadas por 4 ou mais letras, no entanto, facultou-se a escrita de duas formas: todas as letras maiúsculas ou com somente a primeira letra maiúscula. É o caso do vocábulo em questão, que tanto pode ser “MERCOSUL” quanto “Mercosul”. Gabarito: ERRADA Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 26 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Finalizamos, assim, o conteúdo atinente à Ortografia. Espero que tenha sido prazeroso e proveitoso! Mas, ainda nos falta aprender as regras de Acentuação Gráfica. Vamos lá? Acentuação Gráfica 1. Aspectos Introdutórios A Acentuação Gráfica dos vocábulos é cobrada com frequência nas provas de concurso público. O CESPE, por exemplo, costuma aplicar muito mais questões de Acentuação do que questões relacionadas à Ortografia. O estudo das regras de Acentuação, como veremos, é simples e de fácil memorização, uma vez que segue uma lógica determinada, com poucas exceções. Para melhor compreender o assunto, vale atentar para alguns conceitos introdutórios. Primeiro, vamos diferenciar acentuação tônica e acentuação gráfica. • O acento tônico é aquele que recai na sílaba mais forte do vocábulo (a chamada sílaba tônica). As sílabas que não são pronunciadas com intensidade, por sua vez, são chamadas de átonas. Note que o acento tônico é concretizado na pronúncia, não necessariamente sendo expresso na grafia. Ex: gato, boneca, abacaxi, acordar. Na nossa língua, a sílaba tônica só recai na última, na penúltima ou na antepenúltima sílaba da palavra. De acordo com essa incidência, podem-se classificar os vocábulos em: a) Oxítonos: a sílaba tônica recai na última sílaba da palavra (papel, paletó, comer, desdém). b) Paroxítonos: a sílaba tônica recai na penúltima sílaba da palavra (parede, cinema, acordo, paranoia). c) Proparoxítonos: a sílaba tônica recai na antepenúltima sílaba da palavra (lâmpada, êxodo, típico, páprica). Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 27 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Na Língua Portuguesa, as paroxítonas figuram em maior quantidade, seguidas das oxítonas. As proparoxítonas, no entanto, aparecem em número reduzido. ATENÇÃO: observe com cuidado a sílaba tônica de cada palavra a seguir (destacada em azul), pois costuma haver dúvida comrelação a sua pronúncia correta. OXÍTONAS PAROXÍTONAS PROPAROXÍTONAS Mister, condor, ruim, ureter, novel, Nobel, cateter. Libido, pudico, látex, ibero, rubrica, fluido, circuito, fortuito, gratuito, filantropo, misantropo, recorde, avaro. Arquétipo, ímprobo, ínterim, êmbolo. • O acento gráfico é a grafia do acento na sílaba tônica, com o objetivo de promover a correta pronúncia das palavras. Os acentos gráficos são três: o AGUDO (´), o GRAVE (`) e o CIRCUNFLEXO (^). O acento será agudo se o som pronunciado for aberto e será circunflexo se o som pronunciado for fechado. O acento grave é o indicador de crase e será estudado em outro momento do curso. ATENÇÃO: A) o TIL (~) não é acento gráfico, é um sinal de nasalização; B) o trema (¨), antes utilizado nos grupos “GUE”, “GUI”, “QUE” e “QUI”, foi abolido pelo Novo Acordo Ortográfico. Ex: linguiça, arguição, cinquenta, frequência, aguentar. A fim de promover a correta pronúncia dos vocábulos em Português, sem que fosse preciso sinalizar a sílaba tônica de todos eles, criou-se um complexo de regras de acentuação. Desse modo, somente algumas palavras receberão o acento gráfico em sua sílaba tônica, de modo que seja possível inferir a pronúncia, inclusive, daquelas palavras não acentuadas. Vamos, agora, entender melhor essas normas. Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 28 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br 2. Regras de Acentuação As regras de acentuação foram criadas para promover a correta pronúncia dos vocábulos em Português, sem que, para tanto, fosse necessário acentuar graficamente a sílaba tônica de todos eles. As regras de acentuação visam, portanto, acentuar o menor número possível de vocábulos. Com base nesse pressuposto, algumas palavras de nossa língua receberão o acento gráfico em sua sílaba tônica, de modo a indicar expressamente sua pronúncia correta. As palavras que não receberem o acento gráfico, por sua vez, terão sua pronúncia inferida por exclusão. Para que você compreenda melhor o funcionamento desse sistema de regras, vamos analisar dois vocábulos de nossa língua: chulé e chute. A leitura da palavra “chulé” já fornece indicação expressa de sua pronúncia, por meio do acento agudo grafado na última sílaba. O vocábulo “chute”, por sua vez, não recebe acento gráfico algum para indicar sua pronúncia; e nem há necessidade, pois podemos inferi-la facilmente, com base nas regras de acentuação. Isso porque, para os vocábulos terminados em “E”, nosso sistema optou por acentuar os oxítonos (que são menos frequentes), e nada grafar nos paroxítonos (que são muito frequentes). Assim, se o vocábulo terminar em “E” e não possuir acento, sabemos que se trata de palavra cuja sílaba tônica será a antepenúltima. É o caso de “chute”. Dito isso, é importante ter em mente que somente serão acentuadas as palavras que se encaixem nas regras de acentuação. Ou seja, você só deve acentuar um vocábulo se houver regra aplicável a ele. Todas as demais palavras não receberão o acento gráfico, e suas sílabas tônicas poderão ser identificadas por dedução. Agora sim, vamos conhecer as tão importantes regras de acentuação. Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 29 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br 2.1 Monossílabos Tônicos Os monossílabos podem ser: - Átonos: aqueles pronunciados com pouca intensidade. Ex: alguns pronomes oblíquos (o, me, nos, se), algumas preposições (em, de, por) e conjunções monossilábicas. - Tônicos: aqueles pronunciados com muita intensidade. Ex: tu, lã, mim, lá. Somente os monossílabos tônicos receberão, em determinados casos, o acento gráfico, de acordo com as regras a seguir. • REGRAS: A) Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em “A(s)”, “E(s)” e “O(s)” Ex: pá, chá, cá, lá, má, fá, gás, trás, fé, ré, rês, lê, vê, mês, três, pó, dó, nó, vó, nós, vós, pôs, vô. ATENÇÃO: esta regra também vale, obviamente, para os verbos monossílabos terminados em “A”, “E” e “O”, unidos ao pronome por hífen. Nesses casos, para fins de acentuação, conta-se como última letra aquela do verbo, ou seja, a última letra do vocábulo que antecede o hífen. Ex: dá-lo (dar + o), fê-los (fez + os). OBS: os prefixos “PRÉ” e “PRÓ” só serão acentuados se separados por hífen (pré-estreia, pré-história, pró-labore). Não serão acentuados se estiverem unidos ao radical da palavra, pois a letra “E” não estará ao final da palavra (pressentimento, prosseguir). B) Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados nos ditongos “EI(s)”, “OI(s)” e “EU(s)” (se abertos). Ex: méis, réis, dói, mói, sóis, céu, réu (réus), véu. ATENÇÃO: note que a regra só vale para os referidos ditongos, se o som de sua pronúncia for aberto! Caso o som seja fechado, não se acentuam os ditongos “EI”, “OI”, “EU” (ex: lei, rei, sei, foi, boi, pois, ateu, meus, deu, Deus). Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 30 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br 2.2 Oxítonos Os oxítonos são acentuados de maneira bastante semelhante aos monossílabos tônicos; mesmo porque, é importante saber: os monossílabos tônicos são, também, oxítonos – ou seja, possuem como sílaba tônica sua última (e única) sílaba. A diferença, como veremos abaixo, é que os oxítonos terminados com “EM” e “ENS” também são acentuados (e isso valerá somente para os oxítonos em sentido estrito, ou seja, não valerá para os monossílabos). • REGRAS: A) Acentuam-se os oxítonos terminados em “A(s)”, “E(s)”, “O(s)”, “EM” e “ENS”. Ex: Amapá, abará(s), alvará(s), cajá(s), Pará, vatapá(s), amém, até, café(s), cipó(s), jiló(s), paletó(s), alguém, armazém, armazéns, Belém, desdém, ninguém, parabéns, também. ATENÇÃO: aqui, vale a mesma observação feita nos monossílabos! Portanto, os verbos oxítonos terminados em “A”, “E” e “O”, se unidos ao pronome por hífen, serão acentuados. Ex: fazê-los (fazer + os), dizê-lo (dizer + o). OBS: O Novo Acordo facultou o uso do acento circunflexo nas palavras oxítonas “metrô” e “judô”. B) Acentuam-se os oxítonos terminados nos ditongos “EI(s)”, “OI(s)” e “EU(s)” (se abertos). Ex: anéis, bacharéis, coronéis, papéis, caubói(s), herói(s), dodói(s), chapéu(s), Ilhéus, troféu(s). ATENÇÃO: para algumas palavras oxítonas terminadas em “E” tônico, geralmente de origem francesa, o Novo Acordo facultou tanto o uso do acento agudo quanto o uso do acento circunflexo. Ex: bebê bebé bidê bidé canapê canapé caratê caratê crochê croché guichê Guichê nenê nené purê purê rapê rapé Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 31 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br 2.3 Paroxítonos Como vimos anteriormente, as regras de acentuação irão operar por exclusão, a fim de que se acentue o menor número possível de palavras. Desse modo, uma vez que se acentuam as oxítonas terminadas em “A(s)”, “E(s)”, “O(s)”, “EM” e “ENS”, as paroxítonas com essas terminações não serão acentuadas. Seguindo esse raciocínio, os demais casos (paroxítonas com terminações diversas das mencionadas) receberão o acento gráfico. Apenas com a informação acima, já seria possível aplicar corretamente o acento nas paroxítonas.Os gramáticos, no entanto, costumam debruçar-se sobre cada caso específico, e também assim o faremos, para que você compreenda melhor e memorize. Mesmo porque, como veremos, alguns casos podem ser confundidos. A paroxítona “órfão”, por exemplo, embora termine em “O” (terminação abarcada pela regra dos oxítonos), recebe o acento. Isso porque se considera que ela termina em “ÃO”, e não em “O”. Também a palavra “cárie”, embora termine em “E”, recebe o acento. Isso porque se considera que ela termina em ditongo oral, e não em “E”. Esses são, basicamente, os dois casos em que poderá haver confusão entre as regras. Por isso, vamos analisar cada caso de acentuação das paroxítonas, de modo que você não se equivoque mais! Tenha sempre em mente, contudo, o raciocínio posto acima: nos casos em que acentuarmos as oxítonas, não acentuaremos as paroxítonas. Vamos, então, esmiuçar cada regra de acentuação dos paroxítonos! • REGRAS: A) Acentuam-se os paroxítonos terminados em “Ã(s)” e “ÃO(s)”. Ex: ímã(s), órfã(s), órfão(s), órgão(s), acórdão(s), sótão(s). B) Acentuam-se os paroxítonos terminados em “I”, “IS” e “US”. Ex: biquíni, grátis, íris, júri, táxi, lápis, tênis, lótus, ônus, bônus, Vênus, vírus. C) Acentuam-se os paroxítonos terminados em “L”, “N(s)”, “R”, “X” e “PS”. Ex: ágil, difícil, incrível, réptil, túnel, hífen, íons, elétrons, lúmen, Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 32 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br pólen, açúcar, âmbar, caráter, éter, revólver, córtex, fênix, látex, tórax, bíceps, fórceps, tríceps. ATENÇÃO: As palavras “hifens” e “itens” não são acentuadas. Vamos entender o motivo? Como vimos, as oxítonas terminadas em “ENS” são acentuadas, desse modo, por exclusão, não é necessário que se acentuem as paroxítonas com essa mesma terminação. Portanto, em resumo, não se acentuam as paroxítonas terminadas em “ENS”! A palavra “hífen”, por sua vez, recebe o acento normalmente, pois termina em “N”. D) Acentuam-se os paroxítonos terminados em “UM” e “UNS”. Ex: álbum, álbuns, fórum, fóruns, médium, médiuns. E) Acentuam-se os paroxítonos terminados em “DITONGO ORAL” E SEUS PLURAIS. Ex: ágeis, água, árduo(s), Ásia, diária, cárie(s), férteis, ginásio(s), imóveis, mágoa(s), óleo(s), jóquei(s), paciência, Páscoa, petróleo, pônei(s), superfície(s), vácuo, variáveis. EXCEÇÃO GERAL: Os prefixos paroxítonos terminados em “I” ou “R” não são acentuados: anti-higiênico, semi-histórico, super-homem. ATENÇÃO: Após o Acordo Ortográfico, do qual já falamos, deixou-se de acentuar os ditongos abertos “EI”, “OI” e “EU” nas paroxítonas! Essa alteração você precisa conhecer, pois ela mudou a grafia de palavras bastante usadas pelos brasileiros. Ex: assembleia, europeia, ideia, heroico, boia, estreia, geleia. Observe, entretanto, que os monossílabos tônicos e os oxítonos continuam recebendo acento nesses casos (nos ditongos abertos “EI”, “OI”, “EU”), mesmo após o Novo Acordo. Ex: céu, réu, troféu, papéis. (Veja outros exemplos na regra específica de oxítonos, mais acima.) Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 33 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br 2.4 Proparoxítonos As proparoxítonas (palavras que possuem como tônica a antepenúltima sílaba) são menos comuns em nosso vocabulário. Para facilitar sua acentuação, criou-se a regra a seguir. • REGRA ÚNICA: acentuam-se todas as palavras proparoxítonas. Ex: âmago, Atlântico, ávido, bêbado, bípede, cálice, crônica, dívida, lâmpada, lúcido, música, mágico, mímica, náufrago, pânico, relâmpago, sílaba, último, zoológico. 2.5 Hiatos O conceito de hiato foi criado para designar os casos em que, apesar de haver um aparente encontro de vogais na palavra, essas vogais não estão na mesma sílaba (e, portanto, não formam um ditongo). Na tabela abaixo, é possível entender a distinção entre o ditongo e o hiato. Observe a separação de sílabas e o destaque (em azul) na sílaba tônica. DITONGO HIATO doido (doi-do) doído (do-í-do) cai (cai) caí (ca-í) sai (sai) saí (sa-í) contribui (con-tri-bui) contribuí (con-tri-bu-í) pais (pais) país (pa-ís) Nos vocábulos da primeira coluna, pronunciamos os encontros vocálicos de uma só vez, enquanto na segunda coluna destaca-se cada vogal. A partir dessa distinção, temos a regra de acentuação dos hiatos, que valerá para todas as três classes de palavras (oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas). • REGRA ÚNICA: acentuam-se a vogal “I” ou a vogal “U” do hiato, desde que essa vogal: a) seja a segunda vogal do hiato; b) esteja sozinha na sílaba (ou acompanhada de “S”); c) forme sílaba tônica; Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 34 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br d) não seja precedida de vogal idêntica; e) não seja seguida de “NH”. Ex: açaí, baía, baú(s), caía, ciúme, egoísmo, faísca, juízo, miúdo, raízes, sanduíche, viúvo, balaústre, saúva, cafeína, amiúde, graúdo. EXCEÇÃO: o Novo Acordo Ortográfico retirou o acento dos hiatos, nas paroxítonas, em caso de haver ditongo junto com o hiato. Assim, as palavras “feiura”, “Sauipe” e “baiuca”, que antes recebiam o acento, não recebem mais. Veja: fei-u-ra, Sau-i-pe, bai-u- ca. Essa exceção vale somente para as paroxítonas! As palavras oxítonas, nas quais as vogais “I” ou “U” formarem hiato, continuam sendo acentuadas, mesmo que precedidas por ditongo. Ex: Pi-au-í, tui-ui-ú. PARA MELHOR COMPREENDER: Para que você entenda, de uma vez por todas, a regra de acentuação dos hiatos, vamos esmiuçar o motivo pelo qual algumas palavras, embora contenham hiato, não devem ser acentuadas. Sugiro que você tente, sozinho, encontrar a justificativa para a falta do acento nos grupos de vocábulos abaixo, com base nas explicações já dadas. Somente após sua tentativa, leia as minhas explicações. a) atuava, amuado, poeta, piolho. Todos os vocábulos deste grupo possuem hiato. No entanto, a segunda vogal desses hiatos não é “I” nem “U”, o que não autoriza a acentuação. Veja: a-tu-a-va, a-mu-a-do, po-e-ta, pi-o-lho. b) ainda, atraiu, contribuinte, constituinte, juiz, ruim, diurno. Todos os vocábulos deste grupo possuem hiato em que a segunda vogal é “I” ou “U”. Entretanto, essa segunda vogal não está sozinha na frase (nem acompanhada de “S”), condição necessária para a acentuação. Veja: a-in-da, a-tra-iu, con-tri-bu-in-te, cons-ti-tu-in-te, ju-iz, ru-im, di-ur-no. c) miudeza. A palavra “miudeza” parece cumprir todas as condições para acentuação de hiatos, pois possui hiato em que a segunda vogal “U” está sozinha na sílaba (mi-u-de-za). No entanto, perceba que a sílaba tônica da palavra não é a sílaba “U”, mas sim a sílaba “DE” (mi-u-de- za). Por esse motivo, não se autoriza a acentuação. d) xiita. O vocábulo “xiita” possui hiato formado por duas vogais idênticas (“I”) Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 35 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br e, portanto, não preenche os requisitos para receber o acento. OBS: friíssimo e iídiche recebem o acento pela regra das proparoxítonas, e não pela regra dos hiatos (pois seus hiatos são formados por duas vogais idênticas). e) rainha, ladainha, campainha, bainha.Os vocábulos acima possuem hiatos nos quais a segunda vogal “I” figura sozinha na sílaba tônica, condição que, aparentemente, autoriza a acentuação. No entanto, note que os hiatos são seguidos do dígrafo “NH”, o que, de acordo com a regra, inviabiliza o emprego do acento. Veja: ra-i-nha, la-da-i-nha, cam-pa-i-nha, ba-i-nha. ATENÇÃO: Após o Novo Acordo Ortográfico, desapareceu o acento circunflexo nos hiatos tônicos “EE” e “OO”. Atente, portanto, para a grafia correta dos seguintes vocábulos, antes acentuados. - creem (do verbo crer), leem (do verbo ler), deem (do verbo dar), veem (do verbo ver), abotoo (do verbo abotoar), perdoo (do verbo perdoar), abençoo (do verbo abençoar), doo (do verbo doar), voo, voos, zoo (forma reduzida de zoológico). 2.6 Acento Diferencial • REGRAS: - Acentua-se a forma verbal “PÔDE” (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder), para diferenciar da forma verbal “PODE” (3ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo poder). Ex: Ano passado, ele pôde comprar um carro, mas este ano ele não pode. - Acentua-se o infinitivo verbal “PÔR” para diferenciar da preposição “POR”. Ex: Por favor, lembre-se de pôr o livro na estante. - Acentuam-se as formas verbais “TÊM” e “VÊM” (3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR”), para diferenciar das formas verbais “TEM” e “VEM” (3ª pessoa do singular do presente do indicativo). Ex: João tem medo da violência urbana, mas seus irmãos não têm. OBS: os derivados de “TER” e “VIR” (ex: conter, provir, intervir, convir, ater) recebem acento agudo na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo (ex: contém, provém, intervém, convém, Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 36 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br atém) e acento circunflexo na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo (ex: contêm, provêm, intervêm, convêm, atêm). ATENÇÃO: O Novo Acordo Ortográfico suprimiu todos os demais acentos diferenciais (acentos utilizados para distinguir o significado de palavras homônimas). Assim, as palavras a seguir, que antes eram acentuadas, não são mais: pára/para, pêlo/pelo, pólo/polo, pêra/pera. É facultativo, no entanto, o emprego do acento circunflexo para distinguir a palavra “fôrma” (substantivo) de “forma” (verbo formar). Ex: “fôrma de bolo” ou “forma de bolo”. 2.7 Outros Casos • O Novo Acordo aboliu o acento agudo que antes incidia sobre a vogal “U”, se pronunciada com força, na conjugação do verbo “arguir”. Observe a escrita correta dessas formas verbais, sem acentuação, mas com a mesma pronúncia tônica do “U” (em destaque). Ex: tu arguis, ele argui, eles arguem. • O Novo Acordo facultou que se acentue ou não as vogais “A” ou “I” em algumas formas dos verbos “aguar”, “apaziguar”, “averiguar”, “enxaguar”, “obliquar”, “delinquir” e afins. Isso porque são admitidas duas pronúncias para esses verbos, a depender da região do país. Veja: - Se os referidos verbos forem pronunciados com “A” ou “I” tônicos, essas vogais serão acentuadas. Ex: eu enxáguo, tu enxáguas, ele enxágua, eles enxáguam; que eu enxágue, que tu enxágues, que ele enxágue, que eles enxáguem. - Se não forem pronunciados com “A” ou “I” tônicos, mas sim com “U” tônico, não haverá acentuação. Ex: eu enxaguo, tu enxaguas, ele enxagua, eles enxaguam; que eu enxague, que tu enxagues, que ele enxague, que eles enxaguem. Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 37 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Aqui, chegamos ao final de nossa aula sobre Ortografia e Acentuação Gráfica. Espero que você tenha aprendido muito e estou à disposição para tirar qualquer dúvida. Agora, vamos exercitar e fixar os conhecimentos vistos acima com a nossa bateria de 17 questões! Primeiramente, os exercícios aparecerão em forma de lista, para que você os resolva normalmente. Após a conclusão da última questão, analise seu rendimento pelo gabarito e, então, proceda à correção pelos comentários apresentados. É importante a leitura atenta de todos os comentários, ainda que você tenha acertado a questão! Essa é uma etapa fundamental para aprofundar a teoria e para sanar dúvidas. Portanto, vamos aos exercícios! QUESTÕES PROPOSTAS Questão 01 – (CESPE) Analista Judiciário TJ-AC/2012 (Adaptada) A água, ingrediente essencial à vida, certamente é o recurso mais precioso de que a humanidade dispõe. Embora se observe pelo mundo afora tanta negligência e falta de visão com relação a esse bem vital, é de se esperar que os seres humanos procurem preservar e manter os reservatórios desse líquido precioso. De fato, o futuro da espécie humana e de muitas outras espécies pode ficar comprometido, a menos que haja uma melhora significativa no gerenciamento dos recursos hídricos. Entre os fatores que mais têm afetado esse recurso estão o crescimento populacional e a grande expansão dos setores produtivos, como a agricultura e a indústria. Essa situação, responsável pelo consumo e também pela poluição da água em escala exponencial, tem conduzido à necessidade de uma reformulação do seu gerenciamento. No ambiente agrícola, as perspectivas de mudança decorrem das alterações do clima, que afetarão sensivelmente não só a disponibilidade de água, mas também a sobrevivência de diversas espécies animais e vegetais. O atual estado de conhecimento técnico-científico nesse âmbito já permite a adoção e implementação de técnicas direcionadas para o equilíbrio ambiental, porém o desafio está em colocá-las em prática, uma vez que isso implica em mudança de comportamento e de atitude por parte do produtor, aliadas à necessidade de uma política pública que valorize a adoção dessas medidas. Marco Antônio Ferreira Gomes e Lauro Charlet Pereira. Água no século XXI: desafios e oportunidades. Internet: <www.agsolve.com.br> (com adaptações) Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 38 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Julgue a afirmativa a seguir como CERTA ou ERRADA. As palavras “negligência”, “reservatórios”, “espécie” e “equilíbrio” (sublinhadas no texto acima) apresentam acentuação gráfica em decorrência da mesma regra gramatical. Questão 02 – (FCC) Analista Judiciário – TRF 2ª Região/2012 Consideradas as prescrições do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em vigor desde janeiro de 2009, a palavra em que o hífen foi empregado de modo INCORRETO é: a) anti-higiênico b) hiper-realista c) aquém-fronteiras d) bem-visto e) anti-semita Questão 03 – (CESPE) Cargos de Nível Superior IFB/2011 (Adaptada) Se, na experiência de minha formação, que deve ser permanente, começo por aceitar que o formador é o sujeito em relação a quem me considero o objeto, que ele é o sujeito que me forma e eu, o objeto por ele formado, me considero como um paciente que recebe os conhecimentos-conteúdos-acumulados pelo sujeito que sabe e que são a mim transferidos. Nesta forma de compreender e de viver o processo formador, eu, objeto, agora, terei a possibilidade, amanhã, de me tornar o falso sujeito da "formação" do futuro objeto de meu ato formador. É preciso que, pelo contrário, desde os começos do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-formaao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Paulo Freire, Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996, p. 22-3 (com adaptações). Julgue a afirmativa a seguir como CERTA ou ERRADA. O autor usou o hífen com efeitos distintos nos seguintes casos: em “conhecimentos- conteúdos-acumulados” (sublinhado no texto), foi criado um vocábulo composto por três palavras, o que conota amontoado, acúmulo; já em “re-forma” (sublinhado no texto), o hífen atribui ênfase ao sentido do prefixo “re-” aposto à forma verbal “forma”. Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 39 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Questão 04 – (FGV) Analista Judiciário – TER-PA/2011 (Adaptada) Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a mesma regra que distribuídos: a) sócio b) sofrê-lo c) lúcidos d) constituí e) órfãos Questão 05 – (CESPE) Agente Administrativo - MTE/2008 (Adaptada) Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21 países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero- Americana de Nações como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político, aprofundando os vínculos históricos e culturais que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as características próprias de cada uma das nossas múltiplas identidades, que permitem reconhecer-nos como uma unidade na diversidade. Estamos conscientes de que a exclusão social é um problema de caráter estrutural com profundas raízes históricas, econômicas e culturais, cuja superação exige profunda transformação das nossas sociedades atingidas pela desigualdade na distribuição da riqueza. Reconhecemos a urgente necessidade de implementar políticas públicas de diminuição da pobreza e de aumento da participação dos cidadãos de todos os setores da população, excluídos da definição das políticas sociais, dos processos decisórios e do controle e fiscalização dos recursos financeiros consignados a tais políticas, de forma que eles sejam os atores do seu próprio processo de desenvolvimento. Assim, poderemos assegurar seu maior acesso à terra, às fontes de trabalho, à melhor qualidade de vida, à educação, à saúde, à habitação e a outros serviços básicos. Os chefes de Estado e de Governo dos países ibero-americanos subscrevem a presente declaração, em dois textos originais na língua espanhola e na língua portuguesa, ambas igualmente válidas, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, aos 15 dias de novembro do ano de 2003. Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente. Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações). Julgue a afirmativa a seguir como CERTA ou ERRADA. De acordo com as regras de acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra "ibero-americanos" (sublinhada no texto), também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma: íbero-americanos. Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 40 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Questão 06 – (ESAF) Analista de Comércio Exterior MDIC/2012 Em alguns países mais afetados pela crise global, como os Estados Unidos, a indústria buscou aumentar sua competitividade por meio da forçada redução dos custos de produção, o que (1) implicou demissões em massa. Mesmo com menos trabalhadores, a indústria manteve ou ampliou a produção, alcançando ganhos notáveis de produtividade. Mesmo que aceitasse (2) arcar com um custo social tão alto, dificilmente o Brasil alcançaria (3) resultados econômicos tão rápidos. O aumento da produtividade do trabalhador brasileiro é limitado, entre outros fatores, pela defazagem (4) nos investimentos em educação. Com escassez (5) de trabalhadores qualificados, exigidos cada vez mais pelo mercado de trabalho, os salários de determinadas funções tendem a subir bem mais do que a produtividade média do setor, o que afeta o preço dos bens finais. O texto acima foi transcrito com adaptações. Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra. a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 Questão 07 – (FGV) Analista de Sistemas – Senado Federal/2008 (Adaptada) A palavra êxito recebeu acento por se tratar de proparoxítona. Nas alternativas a seguir, em que todas as palavras estão propositalmente grafadas sem acento, uma naturalmente não receberia acento por não se tratar de proparoxítona. Assinale-a. a) interim b) rubrica c) recondito d) arquetipo e) lugubre Questão 08 – (FCC) Assistente de Procuradoria PGE-BA/2013 Considere: No Brasil, a falta de educação entre as pessoas vem aumentando. Por uma ......, ainda que superficial, podemos ...... com ...... a falta de um ...... de discrição dos ...... de pais despreparados para educá-los. As palavras que preenchem, respectivamente, as lacunas do texto acima estão corretamente grafadas em: a) análise - enxergar - clareza - gesto - discípulos b) análise - enchergar - claresa - gesto - dicipulos c) análise - enchegar - clareza - jesto – discípulos Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 41 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br d) análize - enxergar - clareza - jesto - discípulos e) análize - enxergar - claresa - gesto - dissípulos Questão 09 – (FGV) Policial Legislativo Federal – Senado Federal/2008 (Adaptada) Assinale a alternativa em que todas as palavras estejam corretamente grafadas. a) pudico – decúbico b) rúbrica – déficit c) impecílio – hojeriza d) disenteria – privilégio e) possue – discreção Questão 10 – (CESPE) Auditor Federal de Controle Externo - TCU/2013 (Adaptada) Julgue a afirmativa a seguir como CERTA ou ERRADA. Os vocábulos “assistência”, “potável” e “elétrica” são acentuados de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. Questão 11 – (FCC) Analista Judiciário – Taquigrafia - TST/2012 (Adaptada) O mundo maravilhoso do conto infantil sempre me instigou. Esse tempo perdido nos tempos, em que tal narrativa se ancora, esses atores não individualizados, cuja roupa é fácil de vestir, de contar tão “ausente” e distante, que parece falar em nome de todos os contadores de histórias! Escolhi Perrault, o primeiro a tomar a voz da tradição oral e imprimi-la no mundo oficial da literatura. Escolhi Chapeuzinho Vermelho, Le petit chaperon rouge, que, por alguma razão, foi retomado tantas vezes, a serviço de outras enunciações. Assim encaminhei este meu trabalho [...]. Colocava sob minha análise um texto que já nascera das vozes do folclore, e propunha-me entender as relações deste texto com suas variantes intertextuais. Sabia, então, que teria de transformar a antiga prática de trabalhar com uma obra como um campo fechado em si mesmo. A obra não poderia mais ser vista como um monólogo de um sujeito independente, que pressupõe, além de seus limites, apenasum leitor receptivo, privilegiado por uma intuição especial. Chapeuzinho Vermelho não era um todo autônomo, como não o eram suas variantes intertextuais. Não poderia, portanto, por analogia à língua-mãe, na história das línguas, ser considerado o primeiro, o único, já que, ele próprio, era atravessado pelas vozes milenares da tradição oral. [...] Desmoronava-se a ideia de centro, enquanto uma descentralização da língua e do discurso ia-se mostrando como uma frente muito nebulosa, difícil de ser praticada. Foi então que conheci o dialogismo bakhtiniano. Apenas o Adão mítico, que chegou com a primeira palavra num mundo virgem, ainda não desacreditado, somente este Adão podia realmente evitar por completo esta mútua-orientação dialógica do discurso alheio para o objeto. Para o discurso humano, concreto e histórico, isso não é possível: só Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 42 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br em certa medida e convencionalmente é que pode dela se afastar (Bakhtin, 1988, p. 88). Entendi que o que acontecia não era apenas a perda de um centro único. Era o diálogo que perpassa todo discurso; era o plurilinguismo social e histórico (Bakhtin, 1988b, p. 82). Teria de parar de pensar numa língua única, num único sujeito de um discurso. Teria de entender que há sempre a palavra de um outro, junto daquela que eu julgo ser de um. Importava, e muito, o diálogo do eu com o outro, ou seja, a verdade de que o outro permeia todo o fio do meu discurso, permeia as variantes intertextuais, permeia o texto-base. Com esse outro inevitável, compactuo, entro em conflito, brinco; posso até transfigurá-lo esteticamente. Isso, quando tenho consciência dele e represento-o no meu discurso, porque o tomo como sujeito-parceiro da construção da minha enunciação. Isso é intertextualidade. Assim esse conceito será trabalhado daqui para a frente. (Discini, N. Introdução. Intertextualidade no conto maravilhoso. São Paulo: Humanitas, 2002. p. 9-11.) Considerados os três últimos parágrafos, julgue a assertiva. O uso de hífen em sujeito-parceiro (sublinhado no texto) não só desrespeita preceitos da gramática normativa como também é desnecessário: a assim forjada “palavra composta” é inócua para a significação do texto. Questão 12 – (CESPE) Analista Gestão e Análise Processual – BACEN/2013 (Adaptada) O emprego do acento gráfico na palavra “arqueológica” e na palavra “áspera” justifica-se com base na mesma regra de acentuação. Questão 13 – (FGV) Advogado – CONDER/2013 (Adaptada) A palavra privilégio é dessas palavras cuja grafia sempre traz dificuldade a quem escreve: com e ou com i? Nas alternativas a seguir, assinale o vocábulo que está grafado de forma errada. a) campeão b) cumeeira c) pátio d) crâneo e) camaleão Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 43 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Questão 14 – (CESPE) Auxiliar de Administração – FUB/2013 Julgue o fragmento de texto apresentado no seguinte item com relação à grafia das palavras. Se há de fato desinteresse dos estudantes em aprender, isso pode ser reflexo da verdadera cultura da banalidade que impera no país nas mais variadas áreas. Questão 15 – (ESAF) Analista Administrativo – DNIT/2013 (Adaptada) A memória social, que, vulgarmente, se denomina tradição, ou cultura, é sempre feita de uma história com H maiúsculo e é marcada por momentos que permitem alternâncias certas entre o que foi concebido e vivido como rotineiro e habitual e aquilo que foi vivenciado como crise, acidente, festa ou milagre. Isso se deve ao fato de o homem ser o único animal que se constrói pela lembrança, pela recordação e pela saudade e se desconstrói pelo esquecimento e pelo modo ativo com que consegue deixar de lembrar. Na sociedade brasileira, como em muitas outras, o rotineiro é sempre equacionado ao trabalho ou a tudo aquilo que remete a obrigações e castigos... a tudo que se é obrigado a realizar, ao passo que o extra-ordinário, como o próprio nome indica, é fora do comum e, exatamente por isso, pode ser inventado e criado por meio de artifícios e mecanismos próprios. Cada um desses lados, tal como as duas faces de uma mesma moeda, permite “esquecer” o outro. No entanto, tanto a festa quanto a rotina são modos que a sociedade tem de exprimir-se, de atualizar-se concretamente, deixando ver a sua “alma” ou o seu coração. (Damatta, Roberto Augusto. O que faz o brasil Brasil? Rio de Janeiro: Ed.Rocco Ltda., 1984, p. 68, Adaptado.) Considerado o texto acima, julgue a assertiva. O emprego de itálico no substantivo extra-ordinário (L.15) deve-se à grafia anômala, com hífen, recurso utilizado para ressaltar um dos elementos da formação desse vocábulo e coerente com o expresso no trecho subsequente: “como o próprio nome indica”. Questão 16 – (ESAF) Analista de Controles e Finanças – CGU/2012 (Adaptada) O dinamismo da indústria ao longo do ano, particularmente no setor de veículos automotores, metalurgia e produtos minerais, assegurou o crescimento real da receita de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 14%. Contaram, também, como fatores impulsionadores da receita, as ações administrativas desenvolvidas pela Receita Federal e pela Procuradoria da Fazenda no trabalho de recuperação de débitos atrasados. Houve, também, mudanças na legislação tributária. Contribuiu, ainda, para o aumento da arrecadação, o recebimento de concessões para exploração de petróleo e gás natural e serviços de telefonia móvel Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 44 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br celular, a receita de dividendos da União e a receita de cota-parte de compensações financeiras, em decorrência da elevada cotação do preço do petróleo no mercado internacional em parte deste ano. (Adaptado de http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/cartaconjuntura/carta05/7, acesso em 29/4/2012.) Considerado o texto acima, julgue a assertiva. O emprego das iniciais maiúsculas em “Imposto sobre Produtos Industrializados” foi realizado de maneira correta. Questão 17 – (ESAF) Analista de Planejamento e Orçamento– MPOG/2010 (Adaptada) Os economistas brasileiros se concentram, no exame das causas da crise, na proposta de meios e modos de contorná-la. Com isso, não levam em conta dois pontos. O primeiro é que as medidas contra a crise, que vêm sendo adotadas tanto em países subdesenvolvidos como desenvolvidos, são fundamentalmente corretas. O segundo ponto é que a crise atual, como todas as anteriores, acabará, mais cedo ou mais tarde, por ser corrigida. E, quando isso ocorrer, se voltará às fórmulas neoliberais apenas com regulamentação mais estrita da atividade bancária. (Adaptado de João Paulo Magalhães, O que fazer depois da crise. Correio Braziliense, 12 de setembro, 2009.) Julgue a afirmativa a seguir como CERTA ou ERRADA. O acento circunflexo em “vêm” (sublinhada no texto) indica que a concordância se faz com “medidas”, mas estaria igualmente correto e coerente com a argumentação escrever o verbo sem acento, optando, então, pela concordância com “crise”. GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10C E C D E D B A D E 11 12 13 14 15 16 17 E C D E C C E Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 45 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br QUESTÕES COMENTADAS Questão 01 – (CESPE) Analista Judiciário TJ-AC/2012 (Adaptada) A água, ingrediente essencial à vida, certamente é o recurso mais precioso de que a humanidade dispõe. Embora se observe pelo mundo afora tanta negligência e falta de visão com relação a esse bem vital, é de se esperar que os seres humanos procurem preservar e manter os reservatórios desse líquido precioso. De fato, o futuro da espécie humana e de muitas outras espécies pode ficar comprometido, a menos que haja uma melhora significativa no gerenciamento dos recursos hídricos. Entre os fatores que mais têm afetado esse recurso estão o crescimento populacional e a grande expansão dos setores produtivos, como a agricultura e a indústria. Essa situação, responsável pelo consumo e também pela poluição da água em escala exponencial, tem conduzido à necessidade de uma reformulação do seu gerenciamento. No ambiente agrícola, as perspectivas de mudança decorrem das alterações do clima, que afetarão sensivelmente não só a disponibilidade de água, mas também a sobrevivência de diversas espécies animais e vegetais. O atual estado de conhecimento técnico- científico nesse âmbito já permite a adoção e implementação de técnicas direcionadas para o equilíbrio ambiental, porém o desafio está em colocá-las em prática, uma vez que isso implica em mudança de comportamento e de atitude por parte do produtor, aliadas à necessidade de uma política pública que valorize a adoção dessas medidas. Marco Antônio Ferreira Gomes e Lauro Charlet Pereira. Água no século XXI: desafios e oportunidades. Internet: <www.agsolve.com.br> (com adaptações) Julgue a afirmativa a seguir como CERTA ou ERRADA. As palavras “negligência”, “reservatórios”, “espécie” e “equilíbrio” (sublinhadas no texto acima) apresentam acentuação gráfica em decorrência da mesma regra gramatical. Língua Portuguesa para concurso Curso Regular Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 02 Página 46 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Comentários Temos, aqui, uma boa oportunidade para testar seus conhecimentos de Acentuação. Observe que a questão não exige que você simplesmente saiba acentuar os vocábulos corretamente, mas que conheça, também, as regras que motivaram o uso do acento. Para responder à questão, sem que seja necessário rever todas as regras, vamos sistematizar os casos de acentuação conforme os critérios utilizados. Todas as regras que estudamos, acerca da Acentuação sublinhei, foram definidas de acordo com, basicamente, três critérios: a posição da sílaba tônica (ou seja, se a palavra é oxítona, paroxítona ou proparoxítona), a existência de hiato e a necessidade de diferenciar palavras homônimas. Desses critérios, o mais utilizado é o da sílaba tônica, de modo que começaremos por ele, ou seja, iniciaremos por identificar a classificação das palavras do comando da questão. Note que são todas elas paroxítonas (ne-gli-gên-cia, re-ser-va-tó- rios, es-pé-cie, e-qui-lí-brio). Após isso, observe que, embora os referidos vocábulos terminem em letras diferentes, todos eles finalizam em ditongo oral (do tipo crescente), circunstância que, como vimos, determina a acentuação. A afirmação a ser julgada está, portanto, correta, uma vez que os quatro vocábulos recebem o acento gráfico em razão da mesma regra gramatical (paroxítonas terminadas em ditongo oral). GABARITO: CERTA Questão 02 – (FCC) Analista Judiciário TRF – 2ª Região/2012 Consideradas as prescrições do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em vigor desde janeiro de 2009, a palavra em que o hífen foi empregado de modo INCORRETO é: a) anti-higiênico b) hiper-realista c) aquém-fronteiras d) bem-visto e) anti-semita Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 47 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Comentários Para responder a esta questão, vamos rever as regras de emprego do hífen nas palavras derivadas por prefixação. Observe que as regras do hífen, nesses casos, são determinadas, em geral, de acordo com a análise da letra que finaliza o prefixo e da letra que inicia o segundo elemento. Vamos analisar, caso a caso, os vocábulos das alternativas a serem julgadas. Alternativa A – O termo “anti-higiênico” possui o segundo elemento iniciado com “H”. A regra diz que, na junção de qualquer prefixo com segundo elemento iniciado em “H”, há o uso do hífen. As únicas exceções são com os prefixos “RE”, “CO”, “DES” e “IN”. Portanto, o prefixo “ANTI” segue a referida regra e une-se ao elemento “higiênico” com o emprego do hífen. Alternativa B – O termo “hiper-realista” possui o segundo elemento iniciado em “R”. Conforme vimos, na junção dos prefixos terminados em “R” (“HIPER”, “SUPER” e “INTER”) com segundo elemento também iniciado em “R”, há o emprego do hífen. A palavra está, portanto, grafada corretamente. Alternativa C – O termo “aquém-fronteiras” está correto, uma vez que toda palavra formada pelo prefixo “AQUÉM” deve ser grafada com o hífen. Alternativa D – O termo “bem-visto” inicia-se com o advérbio BEM. Conforme a regra, os advérbios “BEM” e “MAL”, ao se ligarem a elementos iniciados em vogal ou em “H”, necessariamente recebem o hífen. Nos outros casos (em que os advérbios “BEM” e “MAL” unem-se a elementos iniciados em outras consoantes, tal qual nesta alternativa), temos, em regra, a ausência do hífen. No entanto, como já vimos, há uma falta de critérios com relação ao advérbio “BEM”, que ora se liga com uso do hífen, ora não. Aqui, você terá que memorizar os exemplos dados. “Bem-visto” está escrito corretamente. Alternativa E – O termo “anti-semita” é formado por prefixo terminado em vogal aliado a segundo elemento iniciado por consoante, caso em que, de acordo com a regra, não se usa o hífen. No vocábulo em questão, a fim de manter a pronúncia do fonema “s”, aprendemos que a consoante inicial deve ser duplicada (o mesmo ocorre com os elementos iniciados em “R”). Desse modo, a grafia correta do termo é “ANTISSEMITA”. Esta é, portanto, a alternativa incorreta. GABARITO: E Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 48 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Questão 03 – (CESPE) Cargos de Nível Superior IFB/2012 (Adaptada) Se, na experiência de minha formação, que deve ser permanente, começo por aceitar que o formador é o sujeito em relação a quem me considero o objeto, que ele é o sujeito que me forma e eu, o objeto por ele formado, me considero como um paciente que recebe os conhecimentos-conteúdos-acumulados pelo sujeito que sabe e que são a mim transferidos. Nesta forma de compreender e de viver o processo formador, eu, objeto, agora, terei a possibilidade, amanhã, de me tornar o falso sujeito da "formação" do futuro objeto de meu ato formador. É preciso que, pelo contrário, desde os começos do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeitocriador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Paulo Freire, Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996, p. 22-3 (com adaptações). Julgue a afirmativa a seguir como CERTA ou ERRADA. O autor usou o hífen com efeitos distintos nos seguintes casos: em “conhecimentos-conteúdos-acumulados” (sublinhado no texto), foi criado um vocábulo composto por três palavras, o que conota amontoado, acúmulo; já em “re-forma” (sublinhado no texto), o hífen atribui ênfase ao sentido do prefixo “re-” aposto à forma verbal “forma”. Comentários Vamos, de início, analisar a primeira parte da afirmativa acima. Para julgar essa afirmação, vamos retomar o tópico da nossa aula no qual aprendemos outros casos de emprego do hífen. Um deles é o encadeamento vocabular, em que a junção de vocábulos não forma uma nova palavra de sentido autônomo. É exatamente o caso do termo sublinhado (“conhecimentos- conteúdos-acumulados”), em que o autor sugere, por meio da Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 49 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br sequência de palavras unidas por hífen, um acúmulo de ideias sobrepostas. Agora, passemos à análise da segunda parte da afirmativa. O vocábulo “re-forma” foi retirado de um contexto específico, que merece nossa atenção. No texto acima, o autor reflete acerca do processo de formação do sujeito. Para tanto, observe, ele utiliza a palavra forma e outros vocábulos derivados dela: “quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”. De acordo com as regras que aprendemos, a palavra reforma não se escreve com hífen, uma vez que se trata da junção de prefixo terminado em vogal (“RE”) com segundo elemento iniciado por consoante (“FORMA”). Neste caso, no entanto, o hífen foi empregado para destacar o sentido dos elementos que deram origem à palavra derivada (o prefixo “RE” e o elemento “FORMA”), sentido que muitas vezes é ignorado pelo significado já autônomo do vocábulo “REFORMA”. Dessa maneira, a afirmativa está correta. GABARITO: CERTA Questão 04 – (FGV) Analista Judiciário – TER-PA/2011 (Adaptada) Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a mesma regra que distribuídos. a) sócio b) sofrê-lo c) lúcidos d) constituí e) órfãos Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 50 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Comentários Para que você fixe bem as regras de Acentuação, analisarei o motivo que levou à acentuação de cada vocábulo da questão. Comecemos pela palavra “distribuídos”, mencionada no enunciado como ponto de partida para análise das demais. O vocábulo é acentuado porque há a presença de hiato formado por segunda vogal “I”, a qual se encontra sozinha na sílaba tônica. Tenha bastante atenção, pois, embora “distribuídos” seja paroxítona, não foram as regras das paroxítonas que motivaram sua acentuação. Afinal, já sabemos, as paroxítonas terminadas em “O(s)” não recebem acento, uma vez que as oxítonas recebem. Vamos, agora, analisar cada alternativa da questão: Alternativa A – A palavra “sócio” é acentuada porque se trata de paroxítona terminada em ditongo oral. Alternativa B – Acentua-se “sofrê-lo” com base na regra dos oxítonos terminados em “A(s)”, “E(s)”, “O(s)”, “EM” ou “ENS”. Como vimos, nas formas verbais oxítonas ligadas ao pronome por hífen, temos que analisar, para fins de acentuação, a última letra do verbo, ou seja, a última letra da palavra que antecede o hífen (“sofrê- lo”). Alternativa C – “Lúcidos” recebe o acento porque é proparoxítona, e todas as proparoxítonas devem ser acentuadas. Alternativa D – O vocábulo “constituí”, pretérito perfeito do verbo “constituir”, é oxítono. Vimos, no entanto, que não se acentuam oxítonos terminados em “I”, mas apenas aqueles terminados em “A(s)”, “E(s)”, “O(s)”, “EM” ou “ENS”, ou aqueles terminados em ditongo aberto “EI(s)”, “OI(s)”, “EU(s)”. Assim, teremos que buscar outra regra que justifique a acentuação neste caso. A regra do hiato determina que, se a segunda vogal do hiato for “I” ou “U” e estiver sozinha na sílaba tônica, deve-se acentuá-la (“constituí”). Esta é a alternativa correta, pois, também pela regra do hiato, acentuou-se a palavra mencionada no enunciado (“distribuídos”). Alternativa E – A palavra “órfãos” recebe o acento gráfico porque, conforme a regra, acentuam-se os paroxítonos terminados em “Ã(s)” ou “ÃO(s)”. GABARITO: D Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 51 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Questão 05 – (CESPE) Agente Administrativo - MTE/2008 (Adaptada) Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21 países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político, aprofundando os vínculos históricos e culturais que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as características próprias de cada uma das nossas múltiplas identidades, que permitem reconhecer-nos como uma unidade na diversidade. Estamos conscientes de que a exclusão social é um problema de caráter estrutural com profundas raízes históricas, econômicas e culturais, cuja superação exige profunda transformação das nossas sociedades atingidas pela desigualdade na distribuição da riqueza. Reconhecemos a urgente necessidade de implementar políticas públicas de diminuição da pobreza e de aumento da participação dos cidadãos de todos os setores da população, excluídos da definição das políticas sociais, dos processos decisórios e do controle e fiscalização dos recursos financeiros consignados a tais políticas, de forma que eles sejam os atores do seu próprio processo de desenvolvimento. Assim, poderemos assegurar seu maior acesso à terra, às fontes de trabalho, à melhor qualidade de vida, à educação, à saúde, à habitação e a outros serviços básicos. Os chefes de Estado e de Governo dos países ibero-americanos subscrevem a presente declaração, em dois textos originais na língua espanhola e na língua portuguesa, ambas igualmente válidas, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, aos 15 dias de novembro do ano de 2003. Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente. Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações). Julgue a afirmativa a seguir como CERTA ou ERRADA. De acordo com as regras de acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra "ibero-americanos" (sublinhada no texto), também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma: íbero-americanos. Comentários Note que temos, aqui, uma questão de Acentuação, e não de emprego do hífen, como alguns candidatos poderiam pensar. Assim, a Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 52 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br dúvida que devemos examinar é: “IBERO-AMERICANOS” pode receber o acento gráfico (“íbero-americanos”)?Logo de início, podemos desconfiar da veracidade da afirmativa, pois, como vimos, o emprego do acento obedece a regras lógicas e fixas, de modo que não existe emprego facultativo de acento (exceto os casos vistos acima que vamos relembrar). OBS: - O Novo Acordo facultou o uso do acento circunflexo nas palavras oxítonas “metrô” e “judô”. - É facultativo o emprego do acento circunflexo para distinguir a palavra “fôrma” (substantivo) de “forma” (verbo formar). Ex: “fôrma de bolo” ou “forma de bolo”. Assim, em geral, ou se acentua ou não se acentua o mencionado vocábulo. Dito isso, vamos avaliar qual das duas formas é a correta. No item “Aspectos Introdutórios” de Acentuação Gráfica, na aula de hoje, há um quadro destinado, justamente, a sanar dúvidas frequentes quanto à pronúncia dos vocábulos. Um deles é “IBERO”, que, muito comumente, é pronunciado da maneira errada, com ênfase na sílaba “Í” (“íbero”). A pronúncia correta, no entanto, é “IBERO”, com a segunda sílaba tônica (pois é um paroxítono), portanto sem acento. GABARITO: E Questão 06 – (ESAF) Analista de Comércio Exterior MDIC/2012 Em alguns países mais afetados pela crise global, como os Estados Unidos, a indústria buscou aumentar sua competitividade por meio da forçada redução dos custos de produção, o que (1) implicou demissões em massa. Mesmo com menos trabalhadores, a indústria manteve ou ampliou a produção, alcançando ganhos notáveis de produtividade. Mesmo que aceitasse (2) arcar com um custo social tão alto, dificilmente o Brasil alcançaria (3) resultados econômicos tão rápidos. O aumento da produtividade do trabalhador brasileiro é limitado, entre outros fatores, pela defazagem (4) nos investimentos em educação. Com escassez (5) de trabalhadores qualificados, exigidos cada vez mais pelo mercado de trabalho, os salários de determinadas funções tendem a subir bem mais do que a produtividade média do setor, o que afeta o preço dos bens finais. O texto acima foi transcrito com adaptações. Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra. Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 53 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 Comentários Como eu disse na parte teórica da aula, é muito importante atentar aos derivados ou cognatos da palavra em questão, a fim de facilitar a memorização de sua grafia correta. A palavra escrita erroneamente é defazagem (item 4), que se grafa com “S”, e não com “Z”. Isso porque o vocábulo “defasagem” deriva de “fase”, ao qual se acrescem o prefixo “DE” e o sufixo “AGEM”. Perceba que os demais itens estão corretos, portanto, aproveite para aprender a grafia de mais um vocábulo: “escassez” (“escasso” + sufixo “EZ”). GABARITO: D Questão 07 – (FGV) Analista de Sistemas – Senado Federal/2008 (Adaptada) A palavra êxito recebeu acento por se tratar de proparoxítona. Nas alternativas a seguir, em que todas as palavras estão propositalmente grafadas sem acento, uma naturalmente não receberia acento por não se tratar de proparoxítona. Assinale-a. a) interim b) rubrica c) recondito d) arquetipo e) lugubre Comentários No item “Aspectos Introdutórios” de Acentuação Gráfica, vimos um quadro com alguns casos comuns de equívocos acerca da Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 54 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br pronúncia das palavras. Nesse quadro, expliquei que o vocábulo “rubrica” deve ser pronunciado com ênfase na sílaba “BRI”, e não na sílaba “RU”. Assim, a palavra é paroxítona e não deve ser acentuada (pois não há regra que justifique a acentuação de paroxítonas nesse caso). Os demais vocábulos da questão, no entanto, são todos proparoxítonos, ou seja, devem ser pronunciados com maior ênfase na antepenúltima sílaba. Como vimos, todos os proparoxítonos são acentuados em nossa língua: “ínterim”, “recôndito”, “arquétipo” e “lúgrube”. GABARITO: B Questão 08 – (FCC) Assistente de Procuradoria PGE-BA/2013 Considere: No Brasil, a falta de educação entre as pessoas vem aumentando. Por uma ......, ainda que superficial, podemos ...... com ...... a falta de um ...... de discrição dos ...... de pais despreparados para educá- los. As palavras que preenchem, respectivamente, as lacunas do texto acima estão corretamente grafadas em: a) análise - enxergar - clareza - gesto - discípulos b) análise - enchergar - claresa - gesto - dicipulos c) análise - enchegar - clareza - jesto – discípulos d) análize - enxergar - clareza - jesto - discípulos e) análize - enxergar - claresa - gesto – dissípulos Comentários Aqui, temos uma típica questão de Ortografia da FCC, com o objetivo de testar seu conhecimento sobre o correto emprego das letras nos vocábulos. Vamos averiguar cada vocábulo. “Análise” e “analisar” são escritos com “S”. Ao longo da aula, utilizo bastante esses termos (“vamos analisar o vocábulo”, “a análise do vocábulo”), de modo que você já deve ter em mente sua correta grafia. O segundo vocábulo escreve-se “enxergar”, pois, como vimos, após a sílaba “EN” deve ser empregado o “X”. As exceções para essa regra Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 55 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br são apenas encher (e seus derivados), enchova e palavras que, iniciadas com “CH”, receberam o prefixo “EN” (encharcar, enchiqueirar, enchapelar, enchumaçar). “Clareza” escreve-se com “Z” porque se trata de um substantivo derivado de um adjetivo (“claro”), hipótese em que, quase sempre, usa-se o “Z”, e não o “S”. “Gesto” é escrito com “G”. Não confunda com “jeito”, escrito com “J”. Para esses casos, não há regra, mas ambas as palavras estão nas nossas listinhas, ao longo da aula. Espero que você já as tenha memorizado! “Discípulos”, assim escrito, é um típico caso de uso do “SC” com som de “s” em vocábulos mais eruditos de nossa língua. GABARITO: A Questão 09 – (FGV) Policial Legislativo Federal – Senado Federal/2008 (Adaptada) Assinale a alternativa em que todas as palavras estejam corretamente grafadas. a) pudico – decúbico b) rúbrica – déficit c) impecílio – hojeriza d) disenteria – privilégio e) possue – discreção Comentários Esta questão testa seus conhecimentos acerca dos dois temas hoje estudados, Ortografia e Acentuação Gráfica. Vamos analisar alternativa por alternativa. Alternativa A – O termo “pudico” é nosso conhecido e está corretamente grafado, pois se trata de paroxítono (pronunciado “pudico”), sem emprego de acento. O termo “decúbico”, por sua vez, não existe. O certo seria dizer “decúbito”, cujo significado é posição do corpo deitado. Alternativa errada! Alternativa B – Na questão 07 já nos debruçamos sobre a palavra “rubrica”, paroxítona, sem acento (veja que é uma palavra bastante Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 56 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br cobrada!). A proparoxítona “déficit” está corretamente grafada. Alternativa errada! Alternativa C – “Impecílio” não existe, o correto é dizer “empecilho”. “Hojeriza” também está grafada de modo incorreto, pois o vocábulo é “ojeriza”, sem o uso do “H”. Alternativa errada! Alternativa D – Esta é a alternativa correta, pois, como já sabemos,o correto é dizer “disenteria”, apesar da pronúncia popular ser equivocada. Alternativa E – Atenção para os infinitivos verbais com terminações “AIR”, “OER” e “UIR”, pois suas formas, no presente do indicativo, são grafadas com “I” (ele possui). Além disso, a palavra “discreção” não existe! Existem os vocábulos discrição (qualidade de quem é discreto) e descrição (relato). Alternativa errada! GABARITO: D Questão 10 – (CESPE) Auditor Federal de Controle Externo - TCU/2013 (Adaptada) Julgue a afirmativa a seguir como CERTA ou ERRADA. Os vocábulos “assistência”, “potável” e “elétrica” são acentuados de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. Comentários “Assistência” é acentuada porque se trata de palavra paroxítona terminada em ditongo oral. “Potável”, por sua vez, é uma paroxítona terminada em “L” (a regra manda acentuar as paroxítonas terminadas em “L”, “N(s)”, “R”, “X” e “PS”). “Elétrica”, por fim, é acentuada porque é proparoxítona. Como vimos, todas as proparoxítonas recebem o acento gráfico. A afirmativa da questão é, portanto, ERRADA, pois cada vocábulo submete-se a uma regra distinta de acentuação. GABARITO: E Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 57 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Questão 11 – (FCC) Analista Judiciário – Taquigrafia - TST/2012 (Adaptada) O mundo maravilhoso do conto infantil sempre me instigou. Esse tempo perdido nos tempos, em que tal narrativa se ancora, esses atores não individualizados, cuja roupa é fácil de vestir, de contar tão “ausente” e distante, que parece falar em nome de todos os contadores de histórias! Escolhi Perrault, o primeiro a tomar a voz da tradição oral e imprimi-la no mundo oficial da literatura. Escolhi Chapeuzinho Vermelho, Le petit chaperon rouge, que, por alguma razão, foi retomado tantas vezes, a serviço de outras enunciações. Assim encaminhei este meu trabalho [...]. Colocava sob minha análise um texto que já nascera das vozes do folclore, e propunha-me entender as relações deste texto com suas variantes intertextuais. Sabia, então, que teria de transformar a antiga prática de trabalhar com uma obra como um campo fechado em si mesmo. A obra não poderia mais ser vista como um monólogo de um sujeito independente, que pressupõe, além de seus limites, apenas um leitor receptivo, privilegiado por uma intuição especial. Chapeuzinho Vermelho não era um todo autônomo, como não o eram suas variantes intertextuais. Não poderia, portanto, por analogia à língua-mãe, na história das línguas, ser considerado o primeiro, o único, já que, ele próprio, era atravessado pelas vozes milenares da tradição oral. [...] Desmoronava-se a ideia de centro, enquanto uma descentralização da língua e do discurso ia-se mostrando como uma frente muito nebulosa, difícil de ser praticada. Foi então que conheci o dialogismo bakhtiniano. Apenas o Adão mítico, que chegou com a primeira palavra num mundo virgem, ainda não desacreditado, somente este Adão podia realmente evitar por completo esta mútua-orientação dialógica do discurso alheio para o objeto. Para o discurso humano, concreto e histórico, isso não é possível: só em certa medida e convencionalmente é que pode dela se afastar (Bakhtin, 1988, p. 88). Entendi que o que acontecia não era apenas a perda de um centro único. Era o diálogo que perpassa todo discurso; era o plurilinguismo social e histórico (Bakhtin, 1988b, p. 82). Teria de parar de pensar numa língua única, num único sujeito de um discurso. Teria de entender que há sempre a palavra de um outro, junto daquela que eu julgo ser de um. Importava, e muito, o diálogo do eu com o outro, ou seja, a verdade de que o outro permeia todo o Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 58 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br fio do meu discurso, permeia as variantes intertextuais, permeia o texto-base. Com esse outro inevitável, compactuo, entro em conflito, brinco; posso até transfigurá-lo esteticamente. Isso, quando tenho consciência dele e represento-o no meu discurso, porque o tomo como sujeito-parceiro da construção da minha enunciação. Isso é intertextualidade. Assim esse conceito será trabalhado daqui para a frente. (Discini, N. Introdução. Intertextualidade no conto maravilhoso. São Paulo: Humanitas, 2002. p. 9-11.) Considerados os três últimos parágrafos, julgue a assertiva. O uso de hífen em sujeito-parceiro (sublinhado no texto) não só desrespeita preceitos da gramática normativa como também é desnecessário: a assim forjada “palavra composta” é inócua para a significação do texto. Comentários Inicialmente, é possível perceber que se trata de uma questão de Emprego do Hífen. Note que, para a resolução da questão, o próprio enunciado aponta a necessidade do candidato não considerar a palavra hifenizada de maneira isolada. Assim, o que busca o examinador é testar não apenas se o uso do hífen está correto do ponto de vista gramatical, mas também se está adequado à significação do texto. Inicialmente, vamos analisar se o uso do hífen em “sujeito-parceiro” desrespeita os preceitos da gramática normativa. Como vimos na parte teórica da aula, a regra geral indica o emprego do hífen na maioria das palavras formadas por composição! Aqui, estamos diante de um caso assim, já que os dois substantivos (“sujeito” e “parceiro”) unem-se para dar origem a uma nova palavra, sem perder a noção da composição. Isso porque, ao ler a palavra “sujeito- parceiro”, percebemos o significado de cada termo formador isoladamente. Agora, seguimos para analisar a segunda parte da questão: se a palavra composta “sujeito-parceiro” é inócua para a significação do texto, com base nos três últimos parágrafos. Preliminarmente, devemos entender o que foi solicitado no enunciado, ou seja, se a criação dessa nova palavra, levando em consideração o contexto, não tem o condão de produzir o efeito pretendido. Por meio de uma leitura atenta dos últimos três parágrafos do texto, fica nítido como o narrador constrói, para o leitor, a ideia de um outro sujeito que com ele dialoga. Sobre esse outro sujeito, vamos ver o Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 59 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br que diz o narrador: “Teria de entender que há sempre a palavra de um outro, junto daquela que eu julgo ser de um.”; “Com esse outro inevitável, compactuo, entro em conflito, brinco...”. O que o autor faz é construir, na mente do leitor, a ideia desse outro sujeito, fundamental para o processo dialógico, de fato um “sujeito- parceiro”. Dessa forma, podemos observar que a construção da palavra composta nada mais é do que a concretização vocabular da ideia desenvolvida pelo narrador. Ao contrário do que propõe o enunciado, o termo composto consegue o efeito pretendido e, em nada, é inócuo. Por tudo isso, podemos concluir que a assertiva está incorreta. GABARITO: ERRADA Questão 12 – (CESPE) Analista Gestão e Análise Processual – BACEN/2013 (Adaptada) O emprego do acento gráfico na palavra “arqueológica” e na palavra “áspera” justifica-se com base na mesma regra de acentuação. Comentários Esta é uma típica questão de Acentuação Gráfica do CESPE. É muito comum essa banca apresentar, no enunciado da questão, algumas palavras acentuadas, para que o candidato verifique se todas se acentuam de acordo com a mesma regra. Para a resolução dequalquer questão de Acentuação Gráfica, é fundamental que, inicialmente, você comece pela correta divisão silábica das palavras. A divisão das palavras em sílabas facilitará a identificação da sílaba tônica: sílaba mais forte do vocábulo, na qual recai o acento tônico. Como vimos na parte teórica da aula, o acento tônico é concretizado na pronúncia e não necessariamente está expresso na grafia. Por sua vez, o acento gráfico é a grafia do acento na sílaba tônica, com o objetivo de promover a correta pronúncia das palavras. Na nossa língua, a sílaba tônica só recai na última, na penúltima ou na antepenúltima sílaba da palavra. De acordo com essa incidência, podem-se classificar os vocábulos em: Oxítonos: a sílaba tônica recai na última sílaba da palavra (papel, paletó, comer, desdém). Paroxítonos: a sílaba tônica recai na penúltima sílaba da palavra Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 60 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br (parede, cinema, acordo, paranoia). Proparoxítonos: a sílaba tônica recai na antepenúltima sílaba da palavra (lâmpada, êxodo, típico, páprica). De volta à questão, vamos analisar as regras de acentuação das palavras “arqueológica” e “áspera”. Por meio da divisão silábica dos vocábulos (“ar-que-o-ló-gi-ca” e “ás-pe-ra”), notamos que, em ambas, a sílaba tônica recai na antepenúltima sílaba da palavra, ou seja, os dois vocábulos são proparoxítonos. Como já sabemos, as proparoxítonas são menos comuns em nosso vocabulário e todas são acentuadas. GABARITO: CERTO Questão 13 – (FGV) Advogado – CONDER/2013 (Adaptada) A palavra privilégio é dessas palavras cuja grafia sempre traz dificuldade a quem escreve: com e ou com i? Nas alternativas a seguir, assinale o vocábulo que está grafado de forma errada. a) campeão b) cumeeira c) pátio d) crâneo e) camaleão Comentários Aqui, temos uma típica questão de Ortografia, com o objetivo de testar seu conhecimento sobre o correto emprego das vogais átonas “E” e “I” nos vocábulos, as quais nem sempre se pronunciam da maneira como são escritas. Para analisar as alternativas da questão, é importante saber que não há regra para todos os casos de emprego correto das letras, de Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 61 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br modo que você deverá se familiarizar com o maior número de palavras que puder. Apresentei, na parte teórica da aula, alguns exemplos do uso de “E” e “I” nos vocábulos. Agora, vamos aprender novas palavras, a fim de conseguir responder a esta e a outras questões. Usa-se o “E”: candeeiro, camaleão, indígena, cumeeira, desperdiçar, orquídea, mexerico, vídeo, irrequieto, lacrimogêneo, seringa, campeão. Usa-se o “I”: aborígine, artimanha, crânio, chefiar, cimento, calcário, crioulo, feminino, invólucro, pátio. Assim, os vocábulos “campeão”, “cumeeira” e “camaleão”, trazidos nas alternativas A, B e E, respectivamente, estão grafados corretamente, com o emprego da letra “E”. O vocábulo contido na alternativa C também se encontra grafado de maneira correta (“pátio”), com o emprego da letra “I”. A alternativa D, no entanto, está incorreta, vez que se escreve “crânio”, com “I”. Esta é, portanto, a alternativa a ser assinalada. GABARITO: D Questão 14 – (CESPE) Auxiliar de Administração – FUB/2013 Julgue o fragmento de texto apresentado no seguinte item com relação à grafia das palavras. Se há de fato desinteresse dos estudantes em aprender, isso pode ser reflexo da verdadera cultura da banalidade que impera no país nas mais variadas áreas. Comentários Aparentemente, trata-se de mais uma questão de Ortografia, a qual exige do aluno que verifique se todas as palavras estão corretas, do ponto de vista da grafia. Algumas dúvidas podem surgir nas palavras a seguir, mas adianto que estão todas grafadas corretamente: desinteresse, impera, mais (grafado com “i” por ser usado para transmitir uma noção de maior quantidade), país, áreas (sentido de “regiões”). É importante você se atentar para o fato de que, nem sempre, haverá regra ortográfica para cada caso específico. A grafia Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 62 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br correta das palavras, por vezes, ocorre de maneira arbitrária, o que exige aperfeiçoamento do seu vocabulário por meio da constante prática da leitura. Além dos conhecimentos ortográficos, esta questão exige a ATENÇÃO do aluno e, por esse motivo, coloquei-a aqui. Muitas vezes, as bancas testam se o aluno está atento na hora da prova, por meio do uso das temidas “pegadinhas”. Nesse momento, dominar o conteúdo é tão importante quanto estar focado. Assim, pode ter passado despercebida a grafia do vocábulo “verdadera”, grafado sem o “i”. O correto seria “verdadeira”. Item incorreto. GABARITO: E Questão 15 – (ESAF) Analista Administrativo – DNIT/2013 (Adaptada) A memória social, que, vulgarmente, se denomina tradição, ou cultura, é sempre feita de uma história com H maiúsculo e é marcada por momentos que permitem alternâncias certas entre o que foi concebido e vivido como rotineiro e habitual e aquilo que foi vivenciado como crise, acidente, festa ou milagre. Isso se deve ao fato de o homem ser o único animal que se constrói pela lembrança, pela recordação e pela saudade e se desconstrói pelo esquecimento e pelo modo ativo com que consegue deixar de lembrar. Na sociedade brasileira, como em muitas outras, o rotineiro é sempre equacionado ao trabalho ou a tudo aquilo que remete a obrigações e castigos... a tudo que se é obrigado a realizar, ao passo que o extra- ordinário, como o próprio nome indica, é fora do comum e, exatamente por isso, pode ser inventado e criado por meio de artifícios e mecanismos próprios. Cada um desses lados, tal como as duas faces de uma mesma moeda, permite “esquecer” o outro. No entanto, tanto a festa quanto a rotina são modos que a sociedade tem de exprimir-se, de atualizar-se concretamente, deixando ver a sua “alma” ou o seu coração. (Damatta, Roberto Augusto. O que faz o brasil Brasil? Rio de Janeiro: Ed.Rocco Ltda 1984, p. 68, Adaptado.) Considerado o texto acima, julgue a assertiva. Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 63 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br O emprego de itálico no substantivo extra-ordinário (sublinhado no texto) deve-se à grafia anômala, com hífen, recurso utilizado para ressaltar um dos elementos da formação desse vocábulo e coerente com o expresso no trecho subsequente: “como o próprio nome indica”. Comentários Vamos analisar esta questão sobre o Emprego do Hífen. Como visto na parte teórica da aula, pelo novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, não se usa o hífen na junção de prefixo terminado em vogal com segundo elemento iniciado por vogal diversa. De acordo com essa regra, a palavra “extra-ordinário” encontra-se grafada equivocadamente, pois o correto é escrever “extraordinário”, sem o hífen. Nesse caso, no entanto, o emprego do hífen funciona como um recurso, utilizado no texto, a fim de destacar os elementos que compõem o vocábulo. Perceba que, logo após a ocorrência da palavra,o autor coloca sua definição (“fora do comum”), o que caracteriza bem os sentidos de seus elementos integrantes (“extra” + “ordinário”). Ademais, o uso do itálico destaca a excepcionalidade da grafia. Desse modo, o uso do hífen está justificado pelo objetivo de ser enfatizado cada elemento do vocábulo. Item correto. GABARITO: CERTA Questão 16 – (ESAF) Analista de Controles e Finanças – CGU/2012 (Adaptada) O dinamismo da indústria ao longo do ano, particularmente no setor de veículos automotores, metalurgia e produtos minerais, assegurou o crescimento real da receita de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 14%. Contaram, também, como fatores impulsionadores da receita, as ações administrativas desenvolvidas pela Receita Federal e pela Procuradoria da Fazenda no trabalho de recuperação de débitos atrasados. Houve, também, mudanças na legislação tributária. Contribuiu, ainda, para o aumento da arrecadação, o recebimento de concessões para exploração de petróleo e gás natural e serviços de telefonia móvel celular, a receita de dividendos da União e a receita de cota-parte de compensações financeiras, em decorrência da elevada cotação do preço do petróleo no mercado internacional em parte deste ano. (Adaptado de http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/cartaconjuntura/ Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 64 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br carta05/7, acesso em 29/4/2012.) Considerado o texto acima, julgue a assertiva. O emprego das iniciais maiúsculas em “Imposto sobre Produtos Industrializados” foi realizado de maneira correta. Comentários Note que temos, aqui, uma questão de Emprego de Maiúsculas e Minúsculas. A regra geral indica que se use a minúscula, de modo que é essencial sabermos quando devemos usar a letra maiúscula. Um dos usos mais frequentes da letra maiúscula refere-se à grafia de siglas (sequências formadas por letras ou sílabas iniciais de palavras que constituem uma expressão). É recomendado que, na primeira citação da expressão, ela seja escrita por extenso, com a indicação, entre parênteses, da sigla correspondente. A partir daí, as demais citações da expressão poderão ocorrer, unicamente, por meio do emprego da sigla. Na questão, a expressão “Imposto sobre Produtos Industrializados” foi grafada por extenso, em sua primeira citação no texto, seguida de sua sigla correspondente, grafada entre parênteses (“IPI”). O uso das maiúsculas, no início de cada palavra da expressão, justifica-se para destacar a formação da sigla “IPI”. Perceba que o primeiro “I” da sigla se equivale ao termo “Imposto”, o “P” refere-se ao termo “Produtos”, e o segundo “I” representa o termo “Industrializados”. O “sobre” ficou grafado com letra minúscula porque não está representado, na sigla, por letra alguma. O uso das maiúsculas na expressão foi, portanto, correto, a fim de destacar a formação da sigla correspondente. GABARITO: CERTA Questão 17 – (ESAF) Analista de Planejamento e Orçamento– MPOG/2010 (Adaptada) Os economistas brasileiros se concentram, no exame das causas da crise, na proposta de meios e modos de contorná-la. Com isso, não levam em conta dois pontos. O primeiro é que as medidas contra a Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 65 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br crise, que vêm sendo adotadas tanto em países subdesenvolvidos como desenvolvidos, são fundamentalmente corretas. O segundo ponto é que a crise atual, como todas as anteriores, acabará, mais cedo ou mais tarde, por ser corrigida. E, quando isso ocorrer, se voltará às fórmulas neoliberais apenas com regulamentação mais estrita da atividade bancária. (Adaptado de João Paulo Magalhães, O que fazer depois da crise. Correio Braziliense, 12 de setembro, 2009.) Julgue a afirmativa a seguir como CERTA ou ERRADA. O acento circunflexo em “vêm” (negritada no texto) indica que a concordância se faz com “medidas” (sublinhada no texto), mas estaria igualmente correto e coerente com a argumentação escrever o verbo sem acento, optando, então, pela concordância com “crise” (sublinhada no texto). Comentários Esta questão combina os conhecimentos de Acentuação Gráfica, estudados na aula de hoje, com os de Coesão e Coerência, vistos na Aula 01. Isso é muito comum nas provas de Língua Portuguesa de concursos, pois os assuntos são mesclados, o que exige do candidato fazer uma relação entre os temas. Em referência às regras de Acentuação, a questão aborda especificamente o uso do Acento Diferencial. Vamos rever? Acentuam-se as formas verbais “TÊM” e “VÊM” (3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR”) para diferenciar das formas verbais “TEM” e “VEM” (3ª pessoa do singular do presente do indicativo). Ex: João tem medo da violência urbana, mas seus irmãos não têm. Vamos, agora, analisar a primeira parte da afirmativa acima. A forma verbal “vêm” está grafada com o acento circunflexo porque se refere a “medidas contra a crise”, no plural. Como vimos acima, o acento diferencial serve, justamente, para realizar a concordância com a “3ª pessoa do plural do presente do indicativo”. Agora, passemos à análise da segunda parte da afirmativa. É fundamental, para a satisfatória resolução da questão, dominar o conceito de coerência. Vamos relembrar? A coerência estabelece um sentido para o texto e faz com que este tenha uma adequada relação com seu receptor. A coerência é a responsável pela continuidade dos sentidos no texto. Língua Portuguesa para concursos Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 00 Página 66 de 66Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Dessa forma, escrever o verbo “vem” sem o acento circunflexo, em concordância com “crise”, pode até se justificar gramaticalmente, ao representar a 3ª pessoa do singular do presente do indicativo. Do ponto de vista da coerência, contudo, não há como concordar “vem” com “crise” sem prejudicar o sentido do texto. Assertiva errada. GABARITO: ERRADA Caro aluno, Aqui encerramos a nossa Aula 02. Espero que tenha assimilado o conteúdo sobre Ortografia e Acentuação Gráfica. Estamos no começo do nosso curso e ainda temos muito o que aprender. Nos vemos na Aula 03. Estou aqui para qualquer dúvida. Um grande abraço e bons estudos! Ludimila