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147 UNIDADE 3 O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Esta unidade tem por objetivos: • conhecer e aplicar os vários contextos do marketing; • analisar a evolução da era do marketing digital; • entender e diagnosticar os Mercados Globais; • desenvolver e planejar o marketing nas organizações. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en- contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – OS CONTEXTOS DO MARKETING TÓPICO 2 – MARKETING DIGITAL TÓPICO 3 – O MARKETING E O SEU FUTURO 148 149 TÓPICO 1 OS CONTEXTOS DO MARKETING UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO O marketing não é apenas apresentação de propagandas, vai muito mais além disso. É aplicado em vários contextos, sejam eles pessoais, esportivos, sócio/ cultural, eleitoral, institucional, ético e ambiental, todas eles possuem grande importância no momento em que são aplicados. Existem casos em que o marketing pode ser usado para desfazer uma má imagem, podendo ser pessoal ou empresarial. Muitas empresas podem passar por algum tipo de constrangimento, por exemplo: a Volkswagen, referente aos veículos movidos a diesel, e a mineradora Samarco, que efetuou a maior tragédia ambiental dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, despejando o seu mar de lama que chegou ao oceano. Para essas empresas o marketing terá um grande papel de melhorar sua imagem perante a nação, buscando apresentar as melhorias, e muitas vezes, até o pedido de desculpas para todos os envolvidos, quem quer que sejam os afetados. Cada contexto que será apresentado neste tópico servirá para que o profissional de marketing busque em seu perfil qual o modelo que mais chama atenção ou que mais possui familiaridade, no entanto deve-se conhecer todos. 2 MARKETING PESSOAL Esse tipo de marketing por mais que seja pessoal, ele é importante para o crescimento profissional. Esse assunto é mais focado na disciplina de Carreira profissional, mas é importante para o profissional de marketing obter alguns conceitos, pois para ser um bom profissional de marketing, primeiramente, você deve saber como vender sua imagem. Segundo Gehringer (2008), marketing pessoal é quando um funcionário tem que aparecer, sem ser chato, buscando a simpatia dos seus supervisores sem ser puxa-saco. As pessoas que conseguem seguir essas normas, tem dez vezes chances de serem promovidas do que pessoas que são apenas competentes. No quadro a seguir, Gehringer (2008) apresenta alguns mandamentos que são necessários seguir para alcançar o marketing pessoal, que podem possibilitar uma promoção futura. Vejamos: UNIDADE 3 | O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING 150 QUADRO 22 – MANDAMENTOS PARA ALCANÇAR O MARKETING PESSOAL Liderança Esse é um formador de opinião, e as empresas percebem rapidamente esse estilo de liderança, é o caso do funcionário influenciar seus colegas muito mais do que ser influenciado. Confiança A partir do momento em que os supervisores consultam seus funcionários referente a algum assunto do trabalho, isso demonstra a confiança que eles possuem naquele indivíduo, que geralmente dará suas sugestões, enquanto que outros apenas irão informar que não entendem do assunto ou simplesmente baixarão a cabeça. Visão É aquele que percebe, muitas vezes, a necessidade de mudanças sejam elas pequenas ou grandes que melhoram o próprio trabalho e até dos seus colegas. É um visionário, enxerga muito além do que está ao seu redor. Espirito de equipe É o indivíduo que está preocupado com o trabalho dos colegas sem ser inconveniente, ou seja, ele próprio se oferece para ajudar os outros para que os serviços sejam realizados bem-sucedidos. Maturidade É aquele que sabe acalmar discussões entre colegas, ou seja, sabe solucionar conflitos sem gerar novos conflitos, e que propõe soluções que ambos os lados consideram apropriadas. Integridade É fazer seus serviços sem prejudicar seus colegas. O indivíduo não deverá ser ambicioso e principalmente atropelar as pessoas que estejam a sua frente. Geralmente, esse tipo de personalidade será um funcionário isolado pelos colegas, pelo motivo de provocar medo. Visibilidade É o primeiro a erguer a mão ou se oferecer para fazer alguma tarefa solicitada pelo supervisor. É se apresentar para compor grupos de trabalho, para ajudar ou implantar um programa novo na organização.. Empatia É saber elogiar os trabalhos dos colegas, reconhecimento e os méritos dos outros. Geralmente quem elogia é elogiado, e quem critica geralmente sempre é criticado. Otimismo, entusiasmo Mesmo que tudo esteja ruim, é conseguir enxergar o lado bom de qualquer cenário, estar sempre bem- humorado, estar aberto para as eventuais críticas. Pessoas bem-humoradas auxiliam o bem-estar do local de trabalho. Paciência Esse quesito é importante, pois você deve saber o momento certo para pedir uma oportunidade ao invés de ficar reclamando que a empresa não oferece a oportunidade. FONTE: Adaptado de Gehringer (2008) TÓPICO 1 | OS CONTEXTOS DO MARKETING 151 É importante para o profissional de marketing saber o momento certo de buscar suas oportunidades de crescimento, ou seja, aquele que faz a diferença, resolve problemas, apresenta soluções e resultados no curto prazo. Gehringer (2008) informa que, muitas vezes, depende da empresa ser séria ou não, àquele que sabe fazer marketing pessoal, a chefia sempre dará atenção e receberá o apoio dos colegas, caso contrário, é mais sábio trocar de empresa. Quando estamos falando em marketing pessoal, devemos levar em consideração que somos um produto, nesse caso é importante criar uma marca, ou seja, nós somos a marca, que deve estar pautada em fatos concretos (RITOSSA, 2012a). NOTA Você sabia que a primeira impressão é processada nos primeiros sete segundos, quando somos apresentados a alguém? (RITOSSA, 2012a) Linkemer (1991, p. 20-21) argumenta que “a imagem profissional ou pessoal – deve ser genuína expressão do que a pessoa é, e não um pacote de truques elaborados para enganar alguém que se está tentando impressionar; e essa expressão deve ser adequada à situação, ao ambiente ou à cultura em que a pessoa está envolvida”. NOTA Nossa marca pessoal é o reflexo que somos e do que acreditamos: ela se manifesta por meio do que fazemos e de como fazemos. (MCNALLY; SPEAK, 2001) O marketing pessoal pode ser interagido com todas as pessoas que estejam em um único ambiente, é o momento que tem condições de vender o produto. De forma alguma consegue-se satisfazer a todas as pessoas, mas é o momento mais propício de fazer o marketing pessoal, pois essas pessoas têm expectativas referente a nossa pessoa/imagem e ao nosso comportamento (RITOSSA, 2012a). Na Unidade 2 foi apresentado o assunto Segmentação de mercado, no caso do marketing pessoal, também é necessário fazer essa segmentação, pois é preciso buscar um público alvo que desejamos influenciar. UNIDADE 3 | O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING 152 Pode-se perceber que para a promoção do marketing pessoal, o profissional, seja qual for o ramo de negócio em que esteja envolvido, deverá seguir os mesmos critérios que a empresa, seguindo, principalmente, pela ética e seus valores. Gehringer (2008) informa que o profissional deverá criar seu slogan, pois as empresas de sucesso atingem seus objetivos a partir do momento em que acreditam em seu próprio slogan, e para os profissionais aqueles que desejam subir na vida é a mesma coisa. NOTA Para um maior conhecimento referente ao seu marketing pessoal, faça uma leitura do Livro de Max Gehringer – Empregos de A a Z. 2.1 MARKETING ESPORTIVO Dentro do marketing temosvárias segmentações, e uma delas é o marketing esportivo, como pode-se observar, esse modelo é voltado para o esporte, principalmente não apenas para a venda de uma marca, mas sim de uma equipe, de uma pessoa, de um time. Vamos imaginar um jogo de futebol clássico: Fla/Flu, Brasil e Argentina, Barcelona e Real Madrid, um NBA, ou uma corrida: da Nascar ou Fórmula 1, imagine quantas milhares de pessoas estão assistindo a esses eventos, e nestes, empresas estão patrocinando para apresentar sua marca ou produto. Apenas para ilustrar o quanto é importante esse veículo de comunicação segue um exemplo: um superball nos Estados Unidos tem custo para um marketing na televisão de US$ 70 mil por segundo. As empresas perceberam que o marketing esportivo é uma grande ferramenta para alavancar suas marcas e principalmente receita tanto para os times quanto para os jogadores, ou seja, todos que estão inseridos no mundo esportivo. O marketing esportivo está inserido no composto da promoção, e consequentemente, a necessidade de arranjo de patrocinadores para eventos esportivos, sejam eles individuais ou coletivos (RITOSSA, 2012b). Geralmente o setor de marketing da empresa busca um profissional nessa área para promover o seu produto, nesse caso time, ou uma marca ligada ao esporte. Por exemplo, a Nike é uma marca que patrocina inúmeros eventos esportivos, sejam eles, individuais ou coletivos, ou onde quer que você for que possua eventos esportivos, a Nike estará presente, e não apenas ela, mas muitas outras marcas como a Olímpicos, Puma, Reebok, RedBull, Monster entre outros. TÓPICO 1 | OS CONTEXTOS DO MARKETING 153 O trabalho desse profissional é buscar o melhor patrocínio para a equipe, ou individual, que possa alavancar uma promoção a um evento esportivo. Para isso é necessário utilizar o básico do marketing, como a segmentação do mercado, ou seja, nada adianta apresentar em um evento esportivo uma promoção de roupas sociais ou brinquedos. O profissional de marketing deverá identificar qual é o público alvo, e isso segue os conceitos fundamentais do marketing. O principal desse modelo de marketing são as empresas que buscam através da adrenalina, das emoções, alegrias, vibração e conquista do seu time ou do seu esportista individual, alavancar sua marca ou produto utilizando esses elementos como força de venda (RITOSSA, 2012b). Um detalhe que não se pode esquecer é que a vontade e os desejos das pessoas estão sempre mudando. É importante para o profissional de marketing buscar ferramentas inovadoras para assim sobreviver em um mercado tão competitivo. Segundo Morgan e Summer (2008, p. 288), “o marketing usado no esporte é uma ferramenta poderosa usada por diversas organizações para alavancar ou criar marcas e oportunidades com novas mercados, além de fidelizar os clientes existentes”. As organizações que usam o esporte para apresentar seus produtos, possuem algumas estratégias pretendidas com a utilização do marketing esportivo. Morgan e Summer (2008) e Pozzi (1998) apresentam algumas estratégias que são usadas para alavancar sua marca utilizando o marketing esportivo: Conceber e aumentar o reconhecimento da marca. Transformar ou reforçar a imagem corporativa. Expandir a fidelidade da marca. Classificar a organização em segmentos de mercado mais específicos. Fortalecer os canais de distribuição. Desenvolver novos produtos em novos mercados. Impulsionar as vendas através do merchandising. Combater a concorrência. Criar vantagens com exclusividades competitivas. Exteriorizar a responsabilidade da organização para a comunidade. Manter os funcionários motivados no local de trabalho. Recrear os clientes-chaves e ou clientes potenciais. Simpatizar consecutivamente com o público e a mídia. Ganhar reconhecimento em um mercado em que empresas maiores possuem prestígio. Envolvimento da empresa com a comunidade. Propiciar exposição na mídia. UNIDADE 3 | O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING 154 Esses itens apensar de apresentarem o modo simples de fazer marketing, são importantes para que a organização alcance seus objetivos através dos eventos esportivos, pois é sabido que existe uma legião de pessoas que assiste aos mais diversos tipos de jogos esportivos nos mais diferentes modos de mídia, e são as recomendações quando a organização deseja tomar a decisão para patrocinar um atleta, ou evento desportivo, sempre baseando em fatos mercadológicos. Os atributos que devem ser levados em consideração a idade, referindo- se a jovens e adultos mais conservadores, são: vender os produtos em sites ou eventos e criar afinidades com os torcedores, essas questões devem ser levadas em consideração pela organização no momento que for entrar no mundo esportivo (RITOSSA, 2012a). O marketing esportivo faz parte de um grande evento que as empresas buscam para apresentar seus produtos, novos ou para manter seu produto principal sempre na memória das pessoas, com isso apresentam-se algumas características apresentadas por Neto (2007) apud Ritossa (2012a, p. 43): • Entender o marketing esportivo como um tipo de marketing promocional. • Considerar como um tipo de mídia que pode alcançar todos os níveis de pessoas de forma rápida, direta e prática. • É um elemento considerado de fixação, pois evolve o sentimento de alegria das pessoas, ou seja, uma emoção positiva (ao menos para o desportista que estiver ganhando). • Deve-se levar em consideração o risco pelo motivo das mais diversas modalidades esportivas existentes. • Reforça a imagem das empresas patrocinadoras. 2.2 OS RISCOS DO MARKETING ESPORTIVO Para qualquer tipo de marketing, mesmo o esportivo, deve-se levar em consideração os riscos que podem ocorrer, ou seja, um exemplo hipotético no caso de um acidente de grandes proporções em um evento esportivo como ocorrência de uma queda de uma arquibancada. Muitas vezes, o nome da empresa que estava exatamente naquele local onde ocorreu o problema, poderá ser lembrado de forma negativa. A mídia apresenta situações que podem afetar a imagem da organização de uma forma que oferece um grande desgaste e que consequentemente haverá prejuízos financeiros. Outro exemplo muito simples para quem acompanha o esporte a motor, enquanto a Honda faz um grande sucesso na Fórmula Indy, na Fórmula 1 está com sua imagem comprometida por não alcançar a performance desejada e sempre andar no final do pelotão, ou às vezes, nem consegue largar ou terminar a corrida por quebra de motor. TÓPICO 1 | OS CONTEXTOS DO MARKETING 155 O mesmo acontece com um patrocinador de futebol, que investiu alguns milhares de reais e seu time cai para a série B, a empresa pode ser lembrada de forma negativa por ter despencado para a “segundona” na gíria popular. Apesar das mais diversas piadas que ocorrem entre os times do futebol brasileiro, para as empresas patrocinadoras é um grande problema de marketing. NOTA O marketing esportivo busca através da alta adrenalina dos torcedores, apresentar os benefícios dos seus produtos em um momento das emoções independentemente da modalidade esportiva. 2.3 OS BENEFÍCIOS DO MARKETING ESPORTIVO Muitos são os benefícios para as organizações que utilizam o marketing esportivo para alavancar seus produtos ou serviços, pois a percepção do cliente é vista como uma parceira e não como apenas mais uma empresa fazendo sua propaganda na mídia, portanto o marketing esportivo se apropria das emoções e da popularidade que o esporte proporciona nas pessoas. Existem algumas partes envolvidas que devem ser levadas em conta, e além dos atletas e clube, estão envoltas as empresas patrocinadoras, o público, o governo e a imprensa. Para cada um deles existem os benefícios e vantagens a serem consideradas individualmente que se apresentam,a seguir, pelos autores Melo Neto (2007), Morgan e Summer (2008) e Pozzi (1998). 1 Para a empresa patrocinadora: Caso utilizar o marketing esportivo de forma precisa, a empresa poderá atingir vários objetivos de comunicação, e assim agregar força a sua imagem e a sua marca. Os benefícios esperados, de maneira geral, são a cobertura de algum evento local e nacional através da mídia, antes, durante e no final do evento, tendo como principal motivo o entretenimento com os clientes e potenciais clientes convidando-os como VIPs aos eventos que estão sendo patrocinados pela organização. Esses convidados VIPs têm a oportunidade de visitar o estande da empresa e até estar perto do seu atleta preferido. Outro benefício muito importante é a possibilidade de segmentar o mercado em que se deseja interagir, pelo motivo de que empresas que têm interesse em patrocinar eventos mais luxuosos ou tecnológicos geralmente irão buscar um evento mais apropriado para o produto que se esteja oferecendo. Por exemplo: uma marca de autopeças dificilmente irá patrocinar um evento de moda, agora uma empresa de moda tem interesse em patrocinar um evento de veículos, por mais que sejam roupas que estejam sendo vendidas, as pessoas podem assimilar o carro com a roupa. Um caso foi a Empresa de Moda Benetton que esteve presente nos anos 90 na Fórmula 1 em que seu piloto foi campeão UNIDADE 3 | O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING 156 duas vezes nessa década. Nesse tipo de evento, que é mais globalizado, a tendência sempre será maior de montadoras de veículos do que outro tipo de patrocinador, mas nada impede de outros setores estarem nesse tipo de evento esportivo, apenas deverá saber em qual posição deseja-se alcançar. 2 Para o atleta: para atletas de início de carreira, geralmente têm a necessidade do “paitrocínio” uma vez que é necessária uma dedicação exclusiva ao esporte, pois a maioria das vezes o corpo deverá estar preparado para o evento que for praticar, ou seja, quem irá a um evento de Triátlon é diferente para quem participa de eventos automotores, portanto o patrocínio de empresas é o principal desafio desses desportistas conforme a carreira progride. Quando o atleta prospera conforme for desenvolvendo no esporte que esteja inserido, novas situações são colocadas à prova, como a expectativa de desempenho, representação idônea e aparições em público que são vinculadas à empresa particionadora. Esse modelo de marketing é conhecido como endorsement, que nada mais é a utilização de uma celebridade em atos públicos para divulgação do produto ou marca de uma organização. Esse modelo de marketing é muito comum no esporte, no entanto, dependendo de situações profissionais e pessoais, o contrato poderá ser quebrado caso lesione a imagem da empresa. Para quem não é muito adepto do golfe, um exemplo, que ocorreu com o esportista Tiger Woods, que por um envolvimento de adultério, muitas empresas quebraram o contrato pois não querem sua imagem envolta de escândalos. Empresas querem estar ao lado de campeões éticos e carismáticos. É comum as empresas buscarem esportes que mais chamam atenção do público, no caso dos EUA, o basquete, o baseball e a Nascar são os esportes que mais audiência possuem naquele país. Observando o Brasil, o futebol, a Fórmula 1 e Voleibol são os considerados que mais possuem audiência no país. Antes de investirem em patrocínio, as empresas observam a audiência de cada esporte. Vamos focar em um esporte local, na cidade de Jaraguá do Sul (SC), para quem não lembra, estava o Falcão, o melhor jogador de Futsal, com isso a empresa Malwee obteve vários campeonatos, e também, como o jogador estava no time do Brasil, ele era lembrado pela marca Malwee. Na região norte de Santa Catarina, o pessoal é muito aficionado por futsal, e quando ocorre um jogo entre Jaraguá e Joinville a emoção é maior, pois ambas as cidades têm um grande grau de competição, com isso quem ganha são as empresas particionadoras, mesmo que local, assim o atleta se torna o foco da propaganda sendo o marketing da organização. 3 Para o clube ou time: com os valores dos atletas cada vez mais estratosféricos, o clube não consegue mais mantê-los em seu time, pois é comum as pessoas quererem ganhar um melhor salário, ou seja, apenas com o ingresso da entrada para ver jogos, não era mais suficiente para sobreviver e manter um time de futebol. Dessa forma, os clubes passaram a ganhar uma maior receita através da venda de espaços dentro da arena do jogo, por exemplo: aqueles balões inflados na saída do vestiário quando os jogadores passam por eles, nas laterais do campo de futebol, na própria roupa dos jogadores, tudo isso é conhecido como merchandising, pois apenas é visualizado diretamente sem ser pronunciado. A televisão foi o modo encontrado para garantir receitas maiores, no entanto, não TÓPICO 1 | OS CONTEXTOS DO MARKETING 157 fica apenas nisso, a venda de suvenires dentro da arena do time, alimentação, fotos dos jogadores e entre tantas outras opções é que garantem a sobrevivência do time. E quando se fala em vender jogadores, os valores são muito maiores, nesse caso, é comum os times brasileiros venderem seus jogadores para o exterior. Há outras opções, como venda de camarote, um exemplo: nos EUA, para uma temporada, muitas vezes, o valor chega em torno de U$ 500 mil dólares, ou seja, são inúmeras as receitas que um time de qualquer natureza, seja ele, futebol, futebol americano, NBA, entre outros, é comum utilizar essas receitas para sobreviver e na aquisição dos melhores jogadores do mercado. 4 Para a mídia: nesse caso, leva-se em consideração a televisão, o meio eletrônico que está cada vez maior sua audiência, pela facilidade, pela comodidade, pois você poderá assistir a um evento em qualquer lugar desde que tenha acesso à internet. A mídia se tornou uma das maiores receitas, visto que as organizações procuram os maiores eventos esportivos para apresentar sua marca e ou produto, com isso é constante uma briga entre gigantes para adquirir o patrocínio em uma determinada rede de televisão, pois muitas ainda possuem o monopólio de alguns esportes, no caso do Brasil, a Globo, possui o monopólio do Brasileirão e Fórmula 1, sendo assim as empresas buscam onde haja maior audiência para apresentar seus produtos. Os valores nem sempre são anunciados, mas chegam aos milhões de reais. Imagine a guerra que ocorre nos EUA referente ao patrocínio do NBA, os valores são estratosféricos, a FOX tem o monopólio de vários jogos que passam no EUA, portanto, é uma das redes de televisão que mais se assiste naquele país. A internet também já está concorrendo com a televisão, pois nem sempre a rede de tevê tem o monopólio do esporte na internet por serem sistemas de franquia diferentes, por um lado é muito bom, pois dá opção de escolha para o consumidor. Por fim observamos que o esporte e a mídia dependem um do outro, com isso ambos ganham e o consumidor também. 5 Para o governo: de forma geral, o governo é o responsável para sediar megaeventos esportivos e a indústria do esporte tem como papel importante estimular o torcedor nas mais variadas atividades esportistas a assistir aos eventos que patrocinam emoção, adrenalina e provocam a aproximação do fã com o seu esportista. O governo, com o auxílio do esporte, busca desenvolver na população, a diminuição do sedentarismo, pois com os eventos esportistas, as pessoas têm o costume de buscar realizar o esporte do seu jogador. Foi o caso do tenista Gustavo Kuerten, muitas pessoas passaram a jogar tênis nas horas vagas, ou com o nadador Gustavo Borges, que pessoas começaram a buscar academias que possuem piscina de natação, desenvolvendo alguns hábitos de melhorar o condicionamento físico. Temos outros inúmeros exemplos, como o futebol, chamado das famosas “peladas”,mas de nada adianta praticar um esporte e logo após seguir para o barzinho da esquina tomar uma cerveja, logico deve-se levar em consideração a moderação. O governo, com a prática do esporte, percebe uma queda de internações, pessoas sedentárias ou com problemas cardíacos, e a grande arrecadação de impostos que são adquiridos com esse tipo de consumo. Outro detalhe, por exemplo, quando foram UNIDADE 3 | O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING 158 realizadas a Copa e a Olímpiadas no Brasil, os estádios foram construídos e percebemos que tudo em suas redondezas receberam investimentos de infraestruturas. Deixando de lado a corrupção que envolveu quase todas as arenas de futebol, o que é apresentado é o melhoramento do transporte público e um embelezamento na área em que foram construídos, portanto, levando para o lado positivo, o esporte traz muito investimento para a população, lógico que é de responsabilidade do governo realizar esses eventos para a população. Devemos lembrar que o esporte é uma forma de lazer para o torcedor, seja ele comparecendo aos estádios, assistindo em casa ou com amigos em algum barzinho da esquina, praticantes profissionais ou não do esporte, mas o importante é estar satisfeito com o que é apresentado. 6 Para o público: de forma geral, quem sai ganhando é o público com esses eventos, para os torcedores que preferem ir ao estádio, encontraram maior qualidade na estrutura e preferivelmente segurança, infelizmente só ocorre em eventos internacionais, já aquele que prefere estar em casa, em sua poltrona com sua família ou com amigos, tem a opção de conhecer outros modelos de esportes. O torcedor poderá, com isso, ser sócio do clube, ele poderá ganhar descontos nos maiores eventos esportivos que possam ocorrer na arena do seu time e, assim, esse envolvimento trará outros benefícios como descontos em lojas conveniadas, participação de sorteio de prêmios, bem como estar ao lado do seu jogador preferido. Dependendo do modelo de cartão, a mensalidade que esteja pagando, para quem tem um maior valor benefícios a mais que os que possuem um cartão com uma mensalidade menor. Esse tipo de comércio é muito comum em qualquer país, quem paga mais, tem a oportunidade de ganhar mais opções quando se trata de disposição de benefícios. O plano tem suas variações dependendo de qual grau deseja adquirir. Para que o marketing esportivo seja um sucesso, temos que levar em consideração a ética esportiva. Já foram presenciados muitos fatos em que o juiz ou o esportista foi comprado para alterar o resultado de qualquer esporte que possa ocorrer, ou seja, o atleta utiliza de entorpecentes para ter maior vantagem do que os demais concorrentes. Outra situação é quando tenta atrapalhar o time para perder, ou o juiz usa do seu poder no campo para modificar o resultado. É importante estar atento aos resultados, pois existe uma máfia de jogos que tenta mudar o resultado. Por fim, é muito complicado resolver esse problema, a não ser a ética de todos envolvidos nesse maravilhoso evento esportivo. NOTA Para saber mais sobre Marketing esportivo, faça a leitura do livro “Marketing esportivo”, de Bernard J. Mullin, que apresenta todas as sequências, que devem ser seguidas para alavancar o esporte e a empresa que deseja patrocinar o evento. TÓPICO 1 | OS CONTEXTOS DO MARKETING 159 3 MARKETING SOCIAL E ÉTICO Embora interpretada de várias maneiras diferentes, a expressão “marketing social” surgiu nos Estados Unidos da América, em meados de 1971, os autores Philip Kotler e Gerald Zaltman que iniciaram a usar essa nomenclatura para estudar as aplicações do marketing como meio de buscar os resultados desejados nas diversas questões sociais. Naquele ano os atores publicaram um artigo sobre Social Marketing intitulado de “Approach to Planned Social Change” em que apresentaram os conceitos de marketing social, sendo como um processo de criação, controle e implantação de programas para influenciar as ideias sociais ao planejamento de produto (cliente) comunicação, conveniência e pesquisa de marketing (KOTLER; ZALTMAN, 1971). O marketing social engloba o aproveitamento de todas as ferramentas do marketing, tendo em vista provocar mudanças de comportamento nos indivíduos, dessa forma sugerindo que o estudo do marketing social deverá aprofundar ao estudo do marketing tradicional na medida em que analisa o contexto do indivíduo, ou seja, a vivencia na sociedade. Com esses estudos, a partir das análises contextuais, há possibilidade que ocorram diversas transformações sendo elas positivas, que talvez possam alterar a realidade do próprio indivíduo e da sociedade local em um desenvolvimento muito melhor (KOLTLER; ROBERTO 1992). Segundo Vaz (2003, p. 281) o marketing social pode ainda ser compreendido como a “modalidade de ação mercadológica institucional que tem como objetivo principal atenuar ou eliminar os problemas sociais, as carências da sociedade relacionadas principalmente às questões de higiene e saúde pública, de trabalho, educação, habitação, transportes e nutrição”. No Brasil, a expressão marketing social é usada para apresentar e explicar a atuação das organizações no que representa as ações sociais, ou seja, é um ato que tem como objetivo alcançar um diferencial competitivo, mas observando que não haja necessidade de influenciar o comportamento coletivo das pessoas. É muito normal as organizações promoverem ações sociais associando a sua imagem para promover o aumento das vendas e, ou, agregar valor a sua imagem institucional (MENDONÇA; SCHOMMER, 2000). Muitas vezes as empresas têm como concepção o marketing social apenas com os benefícios em relação a sua imagem e pouco se importam com as mudanças no comportamento das pessoas ou seu bem-estar, no entanto é um erro que deveria ser evitado. (MENDONÇA; SCHOMMER, 2000). Souza, Santos e Silva (2008, p. 2) ressaltam que o problema das organizações é “identificar aquela causa de interesse social mais relevante para seu público”, e que os valores e marcas sejam coerentes com a própria organização. É importante, em um primeiro momento, identificar quais são os valores da marca UNIDADE 3 | O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING 160 e o valor do consumidor a essa marca, em um segundo momento, diferenciar entre as diversas causas sociais, a melhor que tem relacionamento com os valores existentes identificados. Essas escolhas se dão pelo motivo de evitar ações sociais que não têm nada a ver com a imagem que os clientes possuem da organização, no entanto, certas causas podem representar um maior esforço da empresa para aumentar o valor da sua marca. As empresas sabendo que as pessoas aspiram condições de vida melhores, incluindo as necessidades básicas representadas pela pirâmide de Maslow apresentado no primeiro capítulo, e seus desejos. É muito normal as organizações promoverem ações sociais para alavancar sua marca e serem aceitas e mais conhecidas pelas pessoas. Na busca por resultados esperados, as empresas focam nos processos de marketing, e é nesse momento que o marketing social é indispensável, principalmente quando a relação entre o consumidor e a organização está mais desenvolvida. Para as corporações é o momento da busca do desenvolvimento do marketing social, ou seja, está geralmente fundamentada nos valores que moldam os movimentos cooperativistas como: • Equidade: mesmo dentro ou fora da organização, é importante ser justo e imparcial nos negócios. • Liberdade: direito de participar das decisões e ações cooperativistas. • Fraternidade: respeitar os negócios dos outros sejam eles internos ou externos da cooperação. Crúzio (2003) afirma que ao buscar no marketing social os seus valores, a cooperativa tende a criar o cooperativismo agregando os valores nos estatutossociais, que possam influenciar nas decisões que agregam o seu desenvolvimento. Pode-se dizer que o conceito de marketing social é: A arte de dirigir, gerenciar e executar o composto de marketing (4 Ps: produto, preço, praça e promoção) e, ao mesmo tempo, promover o desenvolvimento social, político e econômico dos associados, empregados, familiares e membros da comunidade local. Compete ao Conselho de Administração (CA) construir relacionamento de longo prazo com os consumidores, revendedores, contratantes de serviços, agentes financeiros, representantes de classe etc. (CRÚZIO, 2003 p. 23). Segundo Ribeiro (2015), marketing social é um conjunto de benefícios que são propostos para a sociedade, considerando fatores, como a educação, economia, saúde, meio ambiente, moradia, transporte e governo. No que se refere ao marketing social cooperativista tem algumas diferenças em relação ao marketing empresarial em vários aspectos, que podem ser observados no quadro a seguir: TÓPICO 1 | OS CONTEXTOS DO MARKETING 161 QUADRO 23 – MARKETING EMPRESARIAL X MARKETING SOCIAL COOPERATIVISTA Marketing Empresarial Marketing Social Cooperativista No que refere à concepção do marketing Fundamentada no reativo, ou seja, busca encontrar um segmento de necessidade no mercado. Fundamentada no proativo, ou seja, procura antecipar as necessidades, interesses ou percepções dos mercados internos ou externos. No que refere às ideias e veículos de mídia Utiliza para inserir no mercado-alvo produtos ou serviços da empresa. Utiliza para inserir ideias para que os associados criem relações produtivas e comerciais de longo prazo com os consumidores, contratantes de serviços, revendedores entre outros. No que refere à propaganda Induz ao consumo possíveis mercados-alvo. Auxiliam os associados a divulgarem seus produtos entre os consumidores, revendedores, entre outros. No que refere ao lucro Emprega o composto de marketing (4 Ps) para aumentar as vendas e melhorar o rendimento dos investidores dependendo do capital investido. O gerenciamento do composto de marketing (4 Ps) para atender às necessidades e preferências dos associados, consumidores, fornecedores, revendedores, comunidade local, entre outros, sendo o lucro as sobras líquidas que serão distribuídas entre os associados. FONTE: Adaptado de Crúzio (2003) Como pode-se perceber no quadro acima, a diferença entre os dois tipos de marketing (empresarial e cooperativista) deve seguir os conceitos do composto de marketing, ou seja, os 4 Ps, no entanto, cada qual busca em sua clientela desenvolver o que melhor lhe proporciona, no caso da empresarial o lucro, no caso do cooperativismo as necessidades. Na necessidade de seguir os objetivos para a prática do marketing social, é importante seguir diretrizes ou temas que devem ser tratados de forma a agregar valores para as organizações, sejam elas cooperativistas ou empresariais. Ribeiro (2015) apresenta alguns objetivos e cria metas para a sociedade cooperativista, vejamos: Impactos sociais da cadeia de valor: aspectos sociais conquistados pela rotina dos procedimentos cooperativos. Questões sociais genéricas: fatores que não são modificados pelas operações empresariais, não afetando sua competitividade de longo prazo. Dimensões sociais do contexto competitivo: princípios sociais externos que inspiram fortemente elementos convidativos da competitividade cooperativa. UNIDADE 3 | O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING 162 Em qualquer ramo de negócio, sejam sociais ou empresariais, com ou sem fins lucrativos, tem como ênfase a busca por stakeholders (pessoas que possuem algum interesse estratégico em algum tipo de organização), no entanto é importante salientar que esse tipo de marketing é garantir as necessidades das pessoas de uma forma mais simples e eficiente, pois como o próprio nome “social”, tem como princípio a comunidade de baixa renda em geral. NOTA O marketing social não é algo novo, no entanto, ele é pouco apresentado ao público, pois é voltado para produtos e serviços em geral, mas não agregam a necessidade da comunidade, e sim a busca por lucros, fazendo o marketing social ser apenas superficial. Para saber mais sobre marketing social, os autores Crúzio (2003) e Ribero (2015) apresentam as fases desse tipo de marketing. Uma segunda fase do marketing social, seja empresarial ou cooperativista, corresponde à necessidade da ética. Uma organização que deseja ser o centro das atenções necessita tomar todos os cuidados possíveis para não manchar sua reputação e imagem, para isso é preciso a necessidade do marketing ético. Para Crúzio (2003 p. 37) marketing ético “é a técnica de dirigir, gerenciar e executar os compostos de marketing e, ao mesmo tempo, promover a honestidade nas relações de troca produtivas e comerciais da cooperativa com seus associados, dirigentes, empregados e terceiros”, ou seja, é a parte que remete ao bom senso das organizações na sua conduta, promovendo a veracidade, integridade e confiabilidade à comunidade em geral. Diferentemente de quaisquer aspectos que a ética esteja inserida, cabe a nós desenvolver o bem-estar da nossa nação, a começarmos por nós a desenvolver essa mudança de cultura, com certeza é difícil, mas inicie por você. As prescritivas da ética em função dos princípios da autonomia e da independência fazem com que empresas e cooperativas devam usar esse código prescrevendo a sua imagem perante a comunidade. Todos sabem do grande caos político que nosso país enfrenta durantes muitos anos, e é preciso buscar alternativas para encerrar esse tipo de situação. Crúzio (2003) apresenta alguns códigos de ética que todos devem seguir, não importa quem seja, todos devem estar inteirados a realizar e seguir normas, direitos e deveres, o foco são as cooperativas, vejamos: TÓPICO 1 | OS CONTEXTOS DO MARKETING 163 • Manter um cordial relacionamento com partidos políticos, sindicatos, ou outras representações do gênero. • Permitir que candidatos de qualquer nível governamental, possam apresentar sua plataforma social, política e econômica, desde que aprovada pela maioria da associação. • Recusar qualquer doação feita por interesses políticas eleitoreiras. • É permitido aceitar doações financeiras desde que não comprometam a missão social, política e econômica da associação. • Rejeitar qualquer doação de infratores locais ou internacionais e punir os associados que recebam esse tipo de doação em nome da cooperativa. • Apoiar as iniciativas dos governos ligados à criação de cooperativas (incubadoras) desde que não tenham finalidades políticas ou eleitoreiras. • Manter um estreito relacionamento com outras cooperativas singulares, centrais, federações e confederações de cooperativas, com o intuito de discutir o futuro das políticas governamentais, sobretudo das necessidades sociais e econômicas. • Fiscalizar as decisões dos dirigentes das centrais, federações e confederações cooperativas, principalmente no que se refere aos acordos que atendam a interesses políticos que possam comprometer a independência social, política e econômica da cooperativa. • Manter um cordial relacionamento com o Conselho Nacional do Cooperativismo e os órgãos do Ministério Público do Trabalho, visando combater as faltas cooperativas. NOTA Esses códigos de condutas são referentes ao cooperativismo social, para os códigos de condutas éticas pessoais são apresentados em outra disciplina do curso. Como se pode perceber, é necessário que as cooperativas sociais, busquem agregar a ética para manter o seu marketing empresarial, sendo muito importante que haja transparência quando um novo associado resolva usufruir das vantagens que esse modelode negócio ofereça a ele. 3.1 UMA NOVA PERSPECTIVA SOCIAL É fato que as empresas sejam as de cooperativismo e as tradicionais, têm como tendência buscar as ações sociais através de suas metas e objetivos definidos por quatro mecanismos: a) a emergência, determinada por fatos e ou acontecimentos externos e que por isso estão fora do controle das organizações sociais, b) a capacidade física dos equipamentos sociais disponíveis, c) as necessidades identificadas na população considerada como “alvo” das intervenções e d) os recursos financeiros disponíveis (FONTES, 2001). UNIDADE 3 | O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING 164 Os trabalhos sociais dessas empresas, conhecidas como Terceiro setor, buscam atender as demandas das populações, principalmente as excluídas, no entanto, depende da disponibilidade e a capacidade dos equipamentos e serviços sociais públicos e serviços efetivos. No marketing social do terceiro setor, existem alguns obstáculos que deverão ser superados, para que as propostas das organizações sejam atendidas pela a população menos favorecida, seja pela privação do paternalismo cultural, políticas populistas, políticas voltadas para a economia como prioridade que possuem déficit social dificultando o desenvolvimento para uma nova concepção de mercado social (FONTES, 2001). As empresas buscam no marketing social, melhorar sua imagem no relacionamento com as pessoas, dessa forma é importante para a organização saber identificar quais as necessidades dos indivíduos, para que assim possam impor suas ações sociais a sua marca, e consequentemente isso fica na memória das pessoas que ao identificar aquela prestação de serviço ligará a marca. NOTA As organizações usam o marketing social para melhorar sua imagem criando uma ponte da sua marca para com a sociedade nos aspectos sociais. 4 MARKETING POLÍTICO ELEITORAL Segundo Teixeira (2006 p. 21) marketing político é “um conjunto de conceitos e procedimentos que, interagindo adequadamente, procura adequar as ações de uma campanha eleitoral e ou de uma continua comunicação entre o político como líder público e seus liderados”, no entanto, deverá ser de modo continuo com um planejamento adequado buscando a máxima eficiência nos recursos disponíveis, com o foco de buscar o maior número de votos possíveis por meio de uma intensa credibilidade conquistadora. O marketing político está cada vez mais demandando recursos, pois o eleitorado está cada vez mais exigindo retorno dos candidatos e não apenas promessas, no caso do Brasil, em décadas atrás, com uma população com nível de ensino menor, era uma maioria fácil para buscar o voto, no entanto, nos dias atuais isso mudou e os eleitores estão muito mais exigentes com as promessas dos candidatos. Pode-se dizer que o marketing político é muito complexo e possui suas peculiaridades, mas a propaganda é o meio mais utilizado para a comunicação em massa como principal meio de informação (TEIXEIRA, 2006). TÓPICO 1 | OS CONTEXTOS DO MARKETING 165 Por outro lado, os candidatos buscam fazer alianças políticas e partidárias para estabelecer o fortalecimento da sua imagem, buscando conquistar os eleitores através das tendências que são adquiridas por meio da informação e não mais por promessas. Sabe-se que o marketing moderno busca através do cliente, identificar suas necessidades e desejos, e a partir disso, criar estratégias para enfatizar os atributos que mais elas valorizam. O marketing político deverá buscar nos seus eleitores as qualidades que eles esperam de seus políticos, ou seja a imagem deverá estar fundamentada em crenças, ideias e impressões. (TEIXEIRA, 2006). Segundo Teixeira (2006), como um produto ou serviço, o candidato também tem seu ciclo de vida, ou seja, a carreira política está ligada a uma curva do lançamento, crescimento, maturidade e declínio: • Lançamento: na maioria das vezes o candidato se apoia pela tradição da família, ou por apoio de outro político. • Crescimento: a necessidade de grandes esforços para que sua imagem seja divulgada. • Maturidade: quando ocupa um cargo já importante, sua imagem já está consolidada e já possui uma identidade própria. • Declínio: quando sua credibilidade cai, e sua ideologia não faz sentido para os eleitores, devido, na maioria das vezes, pela má gestão ou mesmo pela insatisfação das pessoas pelo mesmo de sempre e que nada muda. Como pode-se perceber que o candidato é igualmente a um produto ou serviço, caso não inova ou não apresenta soluções para apreciar a satisfação dos eleitores, é um sério candidato a ficar pelo caminho na próxima eleição, independente do cargo a concorrer, seja, vereador, prefeito, deputado, senador, governador e presidência da república. O marketing político eleitoral é muito utilizado nesse ambiente, pois é preciso criar uma personalidade para o candidato que apresente de forma simplificada ao eleitor o que está em jogo naquele momento. Um exemplo, foi do Barack Obama, presidente eleito da maior potência do planeta, os Estados Unidos da América, ele conseguiu na primeira candidatura derrubar a esposa de um ex-presidente, Bill Clinton, e posteriormente um célebre herói de guerra John McCain. O case do Barack Hussein Obama II, uma pergunta que simplesmente muitos fazem, como uma pessoa desconhecida, negro e com o nome de um dos maiores inimigos dos EUA conseguiu se tornar o 44º presidente desse país? Segundo Ferreira Junior (2012), foi muito antes de iniciar sua candidatura para presidente, usando três pontos-chave: a imagem do candidato, a campanha on-line e a metodologia de arrecadação. Lembra-se de que a apresentação dos pontos-chave está voltada para as leis daquele país, diferentemente do que acontece no Brasil, que ainda não foi autorizado o uso on-line para realizar campanhas, apesar de existirem, é proibido. UNIDADE 3 | O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING 166 A seguir, Ferreira Junior (2012, p. 89) descreve como foram realizados e usados os três pontos-chave para a candidatura e vitória de Barack Obama: • A imagem do candidato: é sabido que Barack Obama é filho de negro e muçulmano, viveu boa parte na Indonésia, portanto, sua imagem iniciou a ser trabalhada em meados de 2007, um ano antes das eleições presidências dos EUA. Por esses termos, em um país muito racista como são os EUA, poderiam oferecer barreiras para sua candidatura, no entanto, sua ascensão foi evoluindo conforme foi usando estratégias eleitorais para fazer de um negro uma imagem perfeita para presidente. Por ser uma pessoa carismática, filho de pai negro e mãe branca e um padrasto asiático, Obama tinha muito crédito pelas mais variadas etnias, e principalmente uma ótima oratória, muito importante para pessoas que desejam ser um líder. Também havia uma comparação dos eleitores mais velhos com o concorrente John McCain. Mas como nada é perfeito, existia um ponto fraco em Barack Obama, por mais que era um senador, possuía pouca experiência política. Outra oportunidade de estar em quase todos os lugares foi o envolvimento de sua esposa Michele Obama, tão carismática quanto Barack, que esteve fortemente presente em eventos, e ouvindo eleitores em todos os cantos daquele país. • A campanha on-line: por que essa ferramenta foi tão fundamental para o sucesso de Obama? Segundo Ferreira Junior (2012), foi a atenção do candidato na evolução dos meios de comunicação, das mídias e tecnologias a serem usadas em seu favor, muito antes que seus concorrentes tivessem a chance de usá-las. A estratégia on-line usada pelo profissional de marketing de Barack Obama foi tentar usar a internet da melhor forma possível e viável, ao alcance de todos os nichos, e criar um ambiente que favorecesse a visualização da campanha. A estratégia com sites e redes sociais, tinhaa função de estar onde o eleitor estava, usando o mesmo formato dos comícios que eram realizados em todos os cantos do país. Lembrando que camisetas, bottons, bonés, folders, copos e outros materiais eram usados para divulgação do site. • Metodologia de arrecadação: nos EUA, o sistema de arrecadação é diferente do modelo brasileiro, lá você possui uma escolha, ou é 100% pública ou 100% privada, portanto, foi obrigado a fazer uma escolha, confiando no poder financeiro dos seus eleitores. Barack Obama arrecadou milhões de dólares em sua campanha, fazendo com que tivesse um diferencial em relação ao seu concorrente, aumentando sua vantagem financeira. NOTA O marketing político trouxe inúmeras vantagens para o candidato, mostrando que muitas vezes não importa a cor, raça ou religião. Existe um modelo de diferencial que pode alavancar a candidatura de qualquer pessoa. TÓPICO 1 | OS CONTEXTOS DO MARKETING 167 A comunicação é um ponto-chave para a apresentação do candidato, indiferentemente qual seja a forma de divulgação, o candidato tem no voto o feedback do eleitor, o resultado da sua campanha eleitoral, na figura a seguir, Torquato (2014) apresenta uma forma do envolvimento do candidato com eleitor. FIGURA 30 – ENVOLVIMENTO DO CANDIDATO COM O ELEITOR • Feedback/ voto ou busca de novas informações • Marketing Político / Eleição Candidato Eleitor Ideias, programas, promessas, favores, busca de vínculos e aproximação Recebe, processa e assimila os diferentes estímulos recebidos FONTE: Adaptado de Torquato (2014) O candidato deverá estar atento, pois sua empatia ocorrerá através de sua postura, ou seja, da forma que ele irá se apresentar ao público que pode interpretar das mais variadas formas o seu comportamento, mesmo assim não tem certeza de que irá votar nesse candidato, e consequentemente buscará mais informações sobre ele (TORQUATO, 2014). NOTA Seria normal os eleitores buscarem informações sobre em quem desejam votar, no entanto, poucas pessoas fazem isso e infelizmente estamos muito distantes dessa realidade. Na maioria das vezes muitos votam pela aparência, carisma ou entre outras qualidades, sendo que essas escolhas são feitas pelo impulso ou por uma gratificação, podendo ser um tanque de combustível ou uma caçamba de pedras para a rua em que o eleitor reside. É a triste realidade brasileira. O desenvolvimento da campanha, se dá pelos quatro 4 Ps do marketing (produto, preço, praça e promoção), visto que o candidato pode ser considerado como um produto, ou seja, um produto que tenta vender sua imagem, vejamos: (KOTLER; ARMSTRONG 2007). UNIDADE 3 | O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING 168 Produto: o próprio candidato. Preço: são as promessas do candidato que apresentará aos seus eleitores. Praça: é a distribuição das suas propostas e promessas do candidato. Promoção: divulgação da imagem do candidato. Devemos levar em consideração que o marketing eleitoral tem suas próprias normas, pois é necessário seguir as leis que regem a promoção da política eleitoral, cumprir para que posteriormente não haja nada errado que possa cassar o candidato pelo Tribunal Superior Eleitoral. NOTA Para saber das normas e políticas eleitorais, é necessário acessar o site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para seguir as leis que regem o sistema de eleição. 5 MARKETING INSTITUCIONAL Muitas empresas utilizam esse novo contexto de marketing para apresentar e fixar junto ao público uma ideia através de uma imagem positiva. No entanto, buscam associar seu nome a determinados valores e conceitos consagrados pela opinião pública (VAZ, 2003). O marketing institucional é usado de uma forma mais abrangente e que se concentra na imagem da organização e através de uma ideia ou um conceito que é associado a um produto geralmente específico para o cliente. O objetivo do marketing institucional segundo Curry e Stora (1993, p. 12), “é convencer os diversos grupos, de uma determinada empresa ou associação e pessoas a criar uma parceria comercial”. Geralmente a organização em uma promoção de vendas tenta apresentar o produto principal, ou seja, mesmo que o consumidor utilize (ou não) esse produto ou serviço principal, mas que em um determinado momento poderá utilizá-lo, com isso, mesmo não utilizando no passado, vai lembrar da marca quando sua necessidade surgir e assim irá adquiri-lo. (RITOSSA, 2012b). O principal objetivo das organizações é criar bens e serviços para o consumidor com qualidade, durabilidade, preço justo, design interessante entre outros aspectos, no entanto, não é apenas isso e, mas sim aparentar uma boa imagem desses bens e serviços. Os consumidores, por muitas vezes, deixam de consumir produtos com uma qualidade excelente, no entanto, por motivos de uma má impressão referente à organização, não são consumidas de modo apropriado que a empresa deseja, TÓPICO 1 | OS CONTEXTOS DO MARKETING 169 ou muitas vezes de um produto duvidoso. Porém quando a organização possui uma boa imagem tem consumo do serviço ou produto muito maior, por isso a imagem da organização é levada em consideração na compra de um produto (RITOSSA, 2012b). Um problema muito grande foi referente ao manipulamento de um software que regula a emissão de gases dos veículos da Volkswagen, a imagem da empresa ficou muito abalada por esse problema identificado, apesar dos milhões de euros que foi necessário pagar pelas multas adquiridas, muitas pessoas deixaram de comprar o seu produto, no entanto, a queda das vendas não representou um prejuízo tão grande, pois a empresa mantém uma imagem de qualidade nos seus produtos. Por mais que houve essa manipulação, a imagem ficou preservada. Muitas vezes a imagem da empresa não é afetada, mas o produto em si. Um exemplo clássico foi o modelo FIAT TIPO na década de 1990. Esse modelo de veículo era importado da Itália, e tinha um problema de incêndio, mesmo com a fabricação mais tarde nacionalizada, o modelo ficou aquém das vendas, pelo motivo dos consumidores adquirem um veículo que poderia se incendiar. No entanto, as vendas de outros modelos da marca FIAT estavam em alta e consequentemente sua imagem não foi afetada, o problema apenas foi a de um produto do seu mix. Para que o marketing institucional alcance seus objetivos são necessárias algumas estratégias, é normal em qualquer organização, seja ela com ou sem fins lucrativos, apresentar sua imagem para a sociedade, Vaz (1995) apud Ritossa (2012b) apresenta alguns caminhos para a estratégia que podem manter, reparar ou criar percepções nos consumidores e conduzir uma aproximação da ação da empresa (timing), proativa e reativa dependendo das ações do mercado. No quadro 03 são apresentados os objetivos e o timing que uma organização segue para o marketing institucional. QUADRO 24 – OBJETIVOS E O TIMING DO MARKETING INSTITUCIONAL Timing Proativo Reativo Objetivos da organização Criar Inovação Renovação Reparar Explicação Conserto Manter Conservação Recuperação FONTE: Adaptado Vaz (2003) apud Ritossa (2012b) Os objetivos das organizações sempre estão dispostos nos valores e missão, dessa forma, conforme o quadro anterior, é importante elaborar estratégias para criar, reparar e manter uma imagem de qualidade a sociedade. Nos itens a seguir, Ritossa (2012b) apresenta as estratégias referente ao marketing institucional. UNIDADE 3 | O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING 170 • Estratégia de inovação: geralmente está associada à criação de um novo produto ou serviço, que é antecipar um novo conceito de produto ou serviço para a sociedade. É um diferencial que a organização busca para superar seus concorrentes. • Estratégia de renovação: usada quando a imagem da organização está num prejuízoeminente, ou seja, a maioria de empresas, a partir do momento que alcançam um patamar, simplesmente param no tempo. Dessa forma os concorrentes têm a oportunidade de apresentar inovações, melhorando seu produto e que, por sua vez, passam à frente da empresa que ficou estabilizada sem novos produtos ou serviços. Esse modelo de estratégia aparenta um esforço tardio, observando que seu concorrente está à frente busca apresentar que também está inovando, mas que muitas vezes a organização irá patinar para alcançar o status anterior de imagem, ou seja, “eu também sou inovador” ou “ estamos nos adequando a nova situação”. • Estratégia de explicação: há que se concordar que nós, humanos, podemos errar, como máquinas e equipamentos também possam quebrar, esse modelo de estratégia visa explicar o mais rápido possível uma situação indesejada que ocorreu em determinado momento na organização, sendo a transparência o melhor caminho a ser tomado e para minimizar os prejuízos o máximo possível. Resolver os eventuais problemas do consumidor para não o prejudicar o mais breve. • Estratégia de conserto: é um meio de resolver um problema ocorrido, não por algo efetivamente de propósito, mas porque aconteceu por algo técnico. Essa estratégia tem como tomar uma medida emergencial que a organização faz para resolver algo que ocorreu sem uma previsão. Muitas vezes, mesmo sendo uma fatalidade e não uma responsabilidade explicita, essa imagem fica na cabeça dos consumidores, portanto é um meio de minimizar os prejuízos futuramente bem como é um meio de manter a credibilidade da organização. • Estratégia de conservação: muito usada para manter a imagem de uma organização, que, segundo Kotler & Armstrong (2007), é tão mais difícil construir uma imagem do que mantê-la. É feito um esforço continuo para que a organização não seja incluída em algum escândalo, portanto é necessária essa estratégia de conservação para que as oscilações ou problemas que venham ocorrer seja realizado essa manutenção o mais rápido possível para manter a imagem aos consumidores. As ferramentas mais usadas para manter essa imagem, são o patrocínio no esporte, programas sociais, programas ambientais, programas culturais, para afim sua reputação não ser esquecida pelo público-alvo. • Estratégia de recuperação: é usada para restaurar a imagem de uma organização, seja ela por falta de investimentos ou por algum incidente ocorrido anteriormente, o fato é que é necessário restaurar ou recuperar a imagem junto aos consumidores. Quando a empresa tem a primordialidade desse modelo de estratégia para recuperar sua imagem, este tem um custo de investimentos elevados e são necessário para minimizar os prejuízos. Mesmo após inúmeros projetos de divulgação apresentado a resolução da situação, os consumidores ainda possuem lembranças do ocorrid. Mesmo com a resolução e vários pedidos de desculpas, indenizações entre outdos, os consumidores ainda ficam com dúvidas se realmente a empresa fez as alterações necessárias nos produtos ou serviços que possam garantir novamente a confiança dos consumidores. TÓPICO 1 | OS CONTEXTOS DO MARKETING 171 Essas estratégias, para um modelo de marketing institucional, não garantem sucesso, pois, muitas vezes a imagem está tão manchada e mesmo com grandes investimentos poderá ser que não haja uma recuperação satisfatória e a percepção do público-alvo não altera, portanto para garantir que a empresa tenha sucesso é importante usar da ética, planejamento antecipado, organização, focar em detalhes e prestar o melhor serviço possível aos consumidores, pois depende única e exclusivamente das atitudes da organização para o seu sucesso. 6 MARKETING AMBIENTAL As novas gerações de pessoas estão muito preocupadas com o meio- ambiente do nosso planeta com o aumento do aquecimento global. Alguns governos de países desenvolvidos ainda insistem em informar que esse aumento da temperatura não é causado pela queima de combustível fóssil. Não considerando o mérito de quem esteja falando a verdade, sejam os governos ou os cientistas, a questão é que alguma coisa está acontecendo em nosso planeta. Percebendo que a cultura das pessoas está mudando, e a preocupação está cada vez maior, as organizações estão desenvolvendo estratégias para essa mudança de hábito. O marketing ambiental, conhecido como marketing verde, está sendo usado como uma ferramenta de diferencial para o consumo, ou seja, passa para os consumidores uma visão de responsabilidade ecológica, mesmo que sejam necessários novos produtos, inovações para buscar uma oportunidade diferencial que seu produto é sustentável. Um conceito de marketing ambiental apresentado pelos autores Churchill e Peter (2000), é considerado uma atividade que minimiza os efeitos negativos aos físicos, ou ainda, para melhorar a qualidade do produto ou serviço. Assim as organizações tomam como princípio a busca por uma imagem junto à comunidade de que está preocupada com o ambiente. É importante que as empresas estejam reagindo às mudanças conforme as necessidades dos clientes, com novas regulamentações a um novo espirito de tempo que tem como reflexo o aumento da preocupação com os impactos sociais nos negócios (BAKER, 2005). Dessa forma pode-se levar em consideração que o marketing ambiental é uma resposta das organizações para os consumidores verdes, portanto é necessário através desse pensamento, refletir e buscar soluções para tentar minimizar ao máximo os impactos ambientais, visto que cada vez mais os hábitos dos consumidores estão mudando conforme acontecem as catástrofes, que estão relacionados às mudanças da temperatura (KINLAW, 1997). É normal as organizações buscarem novas estratégias conforme forem mudando os hábitos dos consumidores, ou seja, as mudanças do mercado, para isso é basicamente usar da inovação, desenvolver uma maior qualidade, mas não UNIDADE 3 | O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING 172 esquecendo da responsabilidade ambiental com a comunidade, esse é um meio da organização criar uma imagem positiva sabendo que está preocupada com a sustentabilidade do planeta. NOTA O marketing ambiental está cada vez mais sendo utilizado pelas organizações, também pela preocupação com o meio ambiente, na verdade, muitas organizações estão mudando mesmo antes dos governos tomarem alguma decisão, pois a comunidade em si está mudando seus hábitos, e as empresas para sobreviverem precisam identificar essa mudança de mercado. É fato que a questão ambiental está cada vez mais presente na vida das pessoas, que exigem produtos sustentáveis e que sejam o menos poluente possível, portanto as relações entre as empresas e a sociedade busca melhorar o desenvolvimento da sustentabilidade. A tendência do marketing é “mais do que uma forma de sentir o mercado e adaptar produtos ou serviços – é um compromisso com a busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas [...] (COBRA 1992, p. 29). Esse novo marketing deverá satisfazer todas as necessidades da sociedade com o mínimo de impacto possível que seja prejudicial ao meio ambiente (DIAS, 2007). Dias (2007) afirma que o marketing ambiental está forçando o profissional de marketing a buscar qualidade de vida no desenvolvimento sustentável, e não apenas olhar para os processos internos da produção ou externos em relação à sociedade. A preocupação com os efeitos ou impactos ambientas decorrentes da ação do homem no ambiente natural passou a merecer maior atenção a partir da década de 1950, motivada pela queda da qualidade de vida em algumas regiões do planeta. Surgiram movimentos ambientalistas em diversos países e foram criadas entidades não-governamentais voltadas para a proteção ambiental. O tema poluição passou a ser discutido em conferências nacionais e internacionais (NASCIMENTO; LEMOSe MELLO, 2008, p. 57). De certa forma o marketing verde ou ambiental, seguindo os valores da sociedade em si, poderá garantir muitos benefícios para a organização, pois a preocupação está cada vez maior para diminuir os custos ambientais que muitas vezes são irreversíveis (NASCIMENTO, LEMOS e MELLO, 2008, p. 42). No quadro a seguir são apresentados alguns benefícios econômicos e estratégicos que uma gestão de marketing ambiental poderá favorecer a organização. TÓPICO 1 | OS CONTEXTOS DO MARKETING 173 QUADRO 25 – BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E ESTRATÉGICOS AO ADOTAR A GESTÃO AMBIENTAL Benefícios econômicos para a organização Economia de custos: • economias devido à redução do consumo de água, energia e outros insumos. • economias devido à reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos e diminuição de efluentes; redução de multas e penalidades por poluição. • incremento de receitas. • aumento da contribuição marginal de "produtos verdes" que podem ser vendidos a preço mais altos. • aumento da participação no mercado devido à inovação dos produtos e menos concorrência. • linhas de novos produtos para novos mercados. • aumento da demanda para os produtos que contribuam para a diminuição da poluição. Benefícios estratégicos • melhoria da imagem institucional. • renovação do "portfolio" de produtos. • aumento da produtividade. • alto comprometimento do pessoal. • benefícios nas relações de trabalho. • benefícios e criatividade para novos desafios. • benefícios nas relações com os órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas. • acesso garantido ao mercado externo. • melhor adequação aos padrões ambientais. FONTE: Adaptado de North (1992) apud Donaire (1999) O marketing e as empresas estão vivendo um momento com ênfase na busca por um diferencial no mercado, estão envolvendo a necessidade de projetos sociais e ambientais. Os consumidores esperam encontrar qualidade ambiental nos produtos ou serviços que desejam adquirir (LÃS CASA; GARCIA, 2007). No Marketing verde, os consumidores desejam encontrar a qualidade ambiental nos produtos e serviços que adquirem. Percebemos assim, que nenhum esforço por parte das empresas tem sentido, se os consumidores insistirem em continuar determinados bens que agridam a natureza (KOTLER, 2002, p. 94). Segundo Teixeira (2002) o marketing verde ou ambiental pode incorporar a preocupação ambiental em sua abordagem e contribuir para: • a conscientização ambiental por parte do mercado, • a preservação das espécies e seus habitats naturais, • a preservação dos recursos escassos, • a incorporação de características ambientais nos produtos. Em um mundo cada vez mais competitivo e com tendências que ocorrem de tempos em tempos, as organizações possuem a necessidade de reciclar, ou seja, o marketing deverá estar voltado para o que a sociedade, principalmente quando a nova lei é a sustentabilidade, está cada vez mais presente nos produtos e serviços que os consumidores demandam. A conscientização com o cuidado UNIDADE 3 | O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING 174 com o meio-ambiente cresce cada vez mais, no entanto, ainda existem países com governantes que pensam apenas no lucro, no entanto, a certeza é que as pessoas estão mudando seus conceitos e muitas vezes retaliando empresas que não possui valores com a sustentabilidade: As portas do mercado e do lucro se abrem cada vez mais para as empresas que não poluem, poluem menos ou deixam de poluir – e não para as empresas que desprezam as questões ambientais na tentativa de maximizar seus lucros e socializar o prejuízo (NOVAES, 1991, apud DONAIRE, 1999, pág. 34) É fato que as empresas, no futuro bem próximo, em que o lucro através da venda de produtos sustentáveis será uma mudança de valores tanto pelas empresas como pelos consumidores, a eco-qualidade será o diferencial para as organizações, e o marketing ambiental terá maior participação para promover produtos e serviços. 7 MARKETING TURISMO O turismo é um dos serviços de marketing que mais tem crescimento no mundo todo, portanto, é visto como um potencial modelo de negócio. Países que possuem história são visitados constantemente, principalmente na Ásia e na Europa. O turismo também tem como foco não apenas a visita em outros países, mas viagens de navio são modelos de negócio de turismo. Países pequenos, principalmente os caribenhos, tem em sua economia principal o turismo, e a visitação ocorre o ano todo por estarem na linha do equador e lá o verão dura o ano todo. Middleton (2002 p. 3) salienta que “turismo é qualquer atividade relacionada ao movimento temporário e de curto prazo de pessoas a destinos fora dos locais em que normalmente moram ou trabalham, e suas atividades durante a estada nesses destinos”. Segundo Dias (2005) o turismo tem grande potencialidade de crescimento, mas existem muitas variáveis que podem afetar o seu desenvolvimento como por exemplo: políticos, ambientais, sociais, culturais, psicológicos e entre outros. Por serem difíceis de serem controlados, o fluxo de visitantes, dependendo do que está ocorrendo, poderá aumentar como poderá diminuir esse fluxo de pessoas. O turismo está integrado em diferentes setores do mercado que demandam interesse de visitação de outras culturas e pessoas. Middleton (2002) apresenta os diferentes setores: • Visitantes internacionais: residentes de países que não sejam aquele sendo visitado e que viajam para fins de turismo, conhecido também como turismo receptivo. • Visitantes internacionais: Residentes de um país que viajam para visitar outros países para fins de turismo, também conhecido como turismo exportativo. TÓPICO 1 | OS CONTEXTOS DO MARKETING 175 • Residentes: aqueles que visitam destinos dentro do seu próprio país e que viajam para fins de turismo, conhecido como turismo doméstico. Como pode-se perceber, o turismo está empregado nas pessoas que escolhem seus destinos para fazer uma viagem, seja ela internacional, doméstica, com fins de lazer ou algo relacionado a negócios, no entanto, existem cinco setores principais para que o turismo de fato existe, sendo apresentadas na figura a seguir: FIGURA 31 – SETORES DO TURISMO • Hoteis, moteis • Pensões • Fazendas • Apartamentos, casas, chalés, flats • Condomínios, resort • Lugarejos para veraneio/locais de férias • Centro de convençoes/exposições • Locais de camping, com treiler móvel e ou estático • marinas • Parques temáticos • Museus e galerias • Parque nacionais • Parque de vida selvagem • Jardins • Centro de locais históricos • Centro de atividades de esporte • Centro de entretenimento/lazer varejo temático • Festivais e eventos • Compahias aérias • Companhias naval/barcas • Transporte ferroviário • Operadores de ônibus de turismo • Locadoras de automóveis • Operadoras de turismo • Atacadista/consórcio de viagens • Agentes de viagens verejistas • Organizadores de eventos • Escritórios de reservas (acamodoções) • Agências de viagens de incentivo • Organismo Nacionais de turismo • Organizações de marketing de destino • Escritórios de turimso, estaduais e regionais • Escritórios locais de turismo • Associações turísticas FONTE: Adaptado Middleton (2002, p. 12) Apesar de toda essa estrutura do mercado de turismo, um exemplo que ocorre em alguns países é a existência das ameaças terroristas, um dos países muitos prejudicados com essa situação é o Egito, no passado, o fluxo de visitantes era muito maior do que nos dias atuais, outro país com problema que está passando no momento é a Turquia, e o turismo é uma atividade econômica muito comum nesses países. Às vezes, conflitos em países vizinhos também causam debandada do fluxo de pessoas. Existem grandes demandas para o turismo, muitas pessoas buscam para o seu lazer, negócios,descanso, entretenimento, recreação e cultura por um determinado período, geralmente em época das férias. UNIDADE 3 | O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING 176 Boullón (2002) apresenta cinco modelos da demanda do turismo, como pode-se verificar a seguir: • A demanda real: tem como princípio perceber a quantidade real de turistas naquele local e momento, geralmente relacionado com o consumo dos serviços disponíveis em que está sendo solicitado em dado momento. • A demanda turista real-consumidor potencial: está relacionada à adição dos gastos normais dos turistas, ou seja, o consumo vai além do que está pago com antecedência. • Demanda histórica: são os registros passados, com o intuito de identificar as tendências dos futuros visitantes. • A demanda futura: tem como relação observar os dados passados, e a partir dos dados presentes, prever o aumento, diminuição ou estagnação do movimento de visitantes em dado período. • Demanda potencial: possibilidade de iniciar um serviço de turismo em uma segmentação não explorada, e possibilitando o aumento do número de visitantes nos hotéis ou cruzeiros marítimos. O consumidor que busca no turismo uma forma de buscar suas necessidades e desejos envolve uma grande quantidade de características complexas de escolhas, observadas por Dias (2005 p. 108). • Envolve o deslocamento para fora do lugar de residência habitual do consumidor. • Envolve a disponibilidade financeira do consumidor que deseja consumir. • O produto envolve no consumidor um grau de importância e complexidade na escolha do destino. • Ao final da compra o grau da decisão equivale algo desconhecido que envolve elementos como as incertezas e expectativas. Para o profissional de marketing é importante conhecer todos os aspectos do consumidor que deseja fazer turismo, pois ele, o turista, está comprando um serviço em que acredita que será uma excelente viagem, porém, muitas vezes, o local escolhido não irá agradá-lo ou que suas expectativas foram maiores que do que a realidade. Um exemplo de turismo que dá certo, é visitar os parques da Disney nos Estados Unidos, quem foi uma vez, irá outras vezes, falo por experiência própria. NOTA O turismo é uma parte do marketing que dá certo desde que seja bem feito, e que a visita que o consumidor irá fazer, seja além das suas expectativas, TÓPICO 1 | OS CONTEXTOS DO MARKETING 177 8 ENDOMARKETING As organizações sempre estão preocupadas em serem competitivas, no entanto, muitas estão apenas focalizando no produto ou serviço e geralmente esquecem do ambiente interno. O endomarketing é uma das atividades internas das empresas que são consideradas muito competitivas para auxiliar no crescimento, e que transformam funcionários e colaboradores em um modelo que apresenta a imagem institucional da organização sendo muito saudável e com probabilidades positivas de sucesso. Segundo Matos (2014), a palavra endomarketing é originária do grego visto que “endo” tem o significado de “ação no interior”, ou seja, ação para dentro. Portanto endomarketing é uma ferramenta do marketing institucional usada para ações da comunicação para consolidar uma boa imagem aos funcionários e seus familiares. No quadro a seguir, apresenta-se alguns conceitos e objetivos que estão geralmente em função do endomarketing nas organizações, visando ao marketing para dentro da empresa. QUADRO 26 – CONCEITOS E OBJETIVOS DO ENDOMARKETING Autores Conceitos Palavra-Chave Boone e Kurtz (2011, p. 52) ‘Ações administrativas que ajudam todos os funcionários da empresa a compreender e aceitar seus respectivos papéis na implementação da estratégia de marketing’. Atividades administrativas Brum (1994, p. 22) ‘Endomarketing é, portanto, uma das principais estratégias de gestão de pessoas nas empresas que buscam não apenas sucesso em termos de mercado, mas a preservação da imagem’. Gestão estratégia nas pessoas Dalpiaz (2002, p.9) ‘No endomarketing essa forma de retenção e de atração do cliente interno da empresa (funcionário) é feita da mesma forma que no marketing externo, as ações são direcionadas para a massa, isto é, para o grande público’. Permanência e continuidade em atrair os funcionários. FONTE: O autor UNIDADE 3 | O PERFIL ATUAL DO MARKETING E O NOVO PERFIL DO MARKETING 178 Como se pode perceber no quadro anterior, o endomarketing está focado no ambiente interno da organização, principalmente, nos funcionários e colaboradores, buscando estratégias para minimizar conflitos, melhorando as atividades administrativas em prol da satisfação dos colaboradores e funcionários. O gerenciamento do pessoal com o intuito de manter e atrair esses funcionários, para auxiliar na imagem da organização, no entanto para isso a empresa deverá ter uma gestão de pessoal e cargos e salários que faça o funcionário estar satisfeito no ambiente da empresa, e consequentemente, haverá um retorno benéfico para o consumidor final. NOTA O endomarketing é usado para melhorar a imagem interna das organizações juntamente a seus funcionários, para tanto, são necessários treinamentos, ações para motivação, gestão de pessoas entre outras ferramentas para manter os funcionários motivados, no entanto essa questão é tratada na disciplina de Gestão de Pessoas. Esse título fui incluído para o profissional de marketing ter ideia que é necessário além da criação marketing externo, ele também deverá ter a preocupação em manter uma harmonia no ambiente interno da organização. Além de melhorar a comunicação do público interno da organização, o endomarketing é um processo que auxilia no desenvolvimento do atendimento ao mercado externo, melhorando sua competitividade a partir da inserção dos colaboradores à estrutura organizacional. Com o endomarketing o objetivo da organização é estabelecer um processo de motivação aos funcionários transferindo dignidade, responsabilidade e principalmente liberdade de iniciativa (BEKIN, 2004). Para que o processo de motivação seja eficiente são necessários alguns instrumentos conforme apresentado a seguir: • criar parcerias, com a cooperação e a lealdade. • reconhecimento do funcionário dentre de seu grupo. • assimilar os valores baseados nos objetivos da empresa. • contribuir ao contínuo de uma atitude baseada em valores compartilhados. • gratificações e prêmios dirigidos ao grupo para que todos se beneficiem dos resultados positivos. • criar um ambiente dentro da empresa que gera interação. • comprometimento dos colaboradores no planejamento e na tomada de decisões. • encorajar a iniciativa e a atitude criativa. • conceder poderes de acordo com a natureza da função exercida. • remuneração adequada. Bekin (1995) apresenta três premissas que a organização deverá seguir para conquistar seu cliente externo com o endomarketing. TÓPICO 1 | OS CONTEXTOS DO MARKETING 179 • O consumidor somente será conquistado e retido através de uma prestação de serviço excelente. • Os colaboradores perspicazes e valiosos constituem o primeiro mercado para a organização, logo, também devem ser tratados como consumidores e principalmente valorizados. • A execução com qualidade na realização dos serviços significa um gerenciamento de recursos humanos que envolve e compromete os colaboradores com os objetivos e decisões da empresa. A valorização do funcionário é o primeiro passo para que os processos de atendimento com qualidade sejam realizados de forma eficiente e eficaz, portanto, o endomarketing é necessário em qualquer ramo de negócio, e para um atendimento externo de excelência é necessário garantir a satisfação do cliente interno, no caso o funcionário. LEITURA COMPLEMENTAR Quatro exemplos de ações de endomarketing utilizadas por grandes
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