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HOMICÍDIO QUALIFICADO Art. 121 § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 01.MOTIVOS DETERMINANTES (CP, 121, § 2º, I e II) ▪MEDIANTE PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA, OU POR OUTRO MOTIVO TORPE (Homicídio Mercenário) ▪Mediante paga (recompensa prévia) ▪Promessa de recompensa (recompensa posterior) DISCUSSÃO: Comunicabilidade do art. 30 do CP ▪Motivo torpe Reprovável repugnante, abjeto, que ofende a moralidade média ou o sentimento ético social. CASOS CONCRETOS Homicídio praticado em razão da opção sexual da vítima; Disputa de venda de drogas ilícitas Não pagamento de dívida ▪MOTIVO FUTIL Insignificante, desproporção á natureza do crime praticado, socialmente condenável. VINGANÇA Motivo torpe ou motivo fútil, conforme seu elemento gerador. JULGADOS Inconformismo do agente com o fato de a vítima não ter retirado a bicicleta da frente de sua residência Desavenças no trânsito Desforra por discussão relativa a futebol Desentendimento oriundo de jogo de cartas DISCUSSÕES: ▪CIÚME: ▪Puro sentimento de posse, egoístico (motivo fútil) ▪Modo excessivo de expressar amor (motivação relevante) ▪EMBRIAGUEZ Incompatível (ausência de controle no modo de agir) Compatível na embriaguez voluntária ou culposa ▪AUSENCIA DE MOTIVO 02.QUANTO AOS MEIOS DE EXECUÇÃO: (CP, 121,§ 2º, III) Art. 121 § 2° III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; ▪ VENENO: (venecídio, envenenamento) Substância química, animal ou vegetal que, apta a causar perigo à vida ou à saúde de outrem. Meio insidioso ou cruel ▪ FOGO Resultado da combustão de produtos inflamáveis, da qual decorrem calor e luz. Em geral, meio cruel. ▪ EXPLOSIVO Produto com capacidade de destruir objetos em geral, mediante detonação e estrondo. ▪ ASFIXIA Supressão da função respiratória. ▪ASFIXIA MECÂNICA: ▪Enforcamento: Constrição do pescoço por um laço, provocada pelo peso do próprio corpo da vítima. ▪Estrangulamento: Constrição do pescoço da vitima por meio de instrumento conduzido pela força do agente ou de outra fonte desde que não seja o próprio peso do ofendido. ▪Esganadura: Aperto do pescoço da vítima provocado diretamente pelo agressor, valendo-se das mãos, pernas ou antebraço) ▪Sufocação: Utilização de objetos que impeça a entrada de ar nos pulmões da vítima (algodão na garganta) ▪Soterramento: Submersão em meio sólido onde a entrada de ar está impedida. Ex. Enterrar uma pessoa com vida. ▪Afogamento: Inspiração excessiva de líquido, estando ou não imerso. ▪Imprensamento ou sufocação indireta: Impedimento da função respiratória pela colocação de peso sobre o diafragma da vítima (colocar peso sobre o tórax da vitima) ▪ASFIXIA TÓXICA: (uso de gás asfixiante, vícios do ambiente) ▪Uso de gás asfixiante ou Inalação ▪Confinamento: Colocação da vítima em lugar fechado em que não há renovação de oxigênio. Ex. vitima colocada em um caixão e enterrada viva. ▪TORTURA Suplício ou tormento, que faz a vítima sofrer desnecessariamente antes da morte. Lei 9.455/77 Art. 1º Constitui crime de tortura: I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; c) em razão de discriminação racial ou religiosa; II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Pena - reclusão, de dois a oito anos. § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. ▪MEIO INSIDIOSO Consiste no uso de estratagema, de perfídia, de uma fraude para cometer o crime sem que a vítima perceba. Meio enganoso. ▪MEIO CRUEL O que proporciona a vítima um intenso e desnecessário sofrimento físico ou mental. ▪MEIO DE QUE POSSA RESULTAR PERIGO COMUM Aquele que expõe a vítima e um número indeterminado de pessoas a uma situação de probabilidade de dano. 03.PELO MODO DE EXECUÇÃO: ( CP, 121, § 2º, IV) Art. 121, § 2º, IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; ▪TRAIÇÃO (homicidium proditorium) Quebra de confiança (preexistente ao crime), perfídia, ataque inesperado. Física: Ataque subido e sorrateiro (atirar pelas costas) Moral: Quebra de confiança entre agente e ofendido. Relação de amizade preexistente entre os sujeitos que foi quebrada. (atrair a vítima para um precipício) ▪EMBOSCADA (homicidium ex-insidis) Ação premeditada de aguardar escondido a vítima para ataca-la de surpresa (tocaia) ▪DISSIMULAÇÃO Ocultação do próprio desígnio. Uso de artifício para se aproximar da vítima ▪Material: uso de disfarce, fantasia ou métodos análogos; ▪Moral: falsa amizade para se aproximar. ▪OUTRO RECURSO QUE DIFICULTA OU TORNE IMPOSSIVEL A DEFESA DA VÍTIMA Formula genérica indicativa de meio análogo à traição, emboscada e à dissimulação. Ex: surpresa (ataque inesperado, colhendo a vítima desatenta e indefesa) disparo pelas costas. 04.EM RAZÃO DOS FINS PELOS QUAIS A CONDUTA É PRATICADA (homicídio conexivo - natureza subjetiva) Art. 121, § 2º, V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: ▪HOMICIDIO CONEXIVO Ocorre quando duas ou mais infrações estiverem entrelaçadas por um vínculo, um nexo que aconselha a junção dos processos. HIPÓTESES: ▪CONEXÃO TELEOLÓGICA OU IDEOLÓGICA ▪Matar para assegurar a execução de outro crime O homicídio antecede ao crime que se pretende cometer. Ex: Matar o vigia do banco para assaltar o estabelecimento (Concurso material) ▪CONEXÃO CONSEQUENCIAL ▪Matar para ocultar crime anteriormente praticado O homicídio ocorre para que o fato anterior permaneça desconhecido. Ex: incendiário mata a testemunha para que esta não veja o delito. ▪Matar para garantir a impunidade de outro crime O fato é conhecido, mas a autoria é ignorada. Ex: incendiário mata a testemunha visual para que esta não o denuncie. ▪Matar para assegurar a vantagem de outro crime Ganho obtido com a infração anterior Ex: elimina o coautor do furto para apossar-se da res furtiva. ▪CONEXÃO OCASIONAL (não qualifica o homicídio) Prática de um crime no mesmo cenário em que se comete outro. Ex. O sujeito após a prática do furto resolve matar a vítima por vingança (155 + 121,§ 2º, II) Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. 05.CIRCUNSTÃNCIA QUALIFICADORA – PLURALIDADE POSIÇÕES: ▪Uma é considerada com qualificadora e as demais, como circunstâncias agravantes; ▪Uma circunstância é considerada com qualificadora. As demais são consideradas como circunstâncias judiciais (CP, 61) Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: 06.CIRCUNSTANCIA QUALIFICADORA. CONCURSO DE PESSOAS Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. 07.HOMICIDIO QUALIFICADO – HEDIONDEZ CONSEQUENCIAS JURIDICAS: ▪Inafiançabilidade ▪Insuscetibilidade de graça, indulto e anistia ▪Cumprimento de pena em regime inicialmente fechado ▪Progressão de regime após o cumprimento de 2/5 (primário) ou 3/5 (reincidente) da pena; ▪Livramento Condicional após o cumprimento de 2/3 da pena, ressalvando os casos de reincidência específica. 08.QUALIFICADORA E CRIME TENTADO Todas as qualificadoras do homicídio são compatíveis com a forma tentada. 09.QUALIFICADORA E DOLO EVENTUAL Em regra, se coadunam com o dolo eventual. Motivo torpe e dolo eventual Médico que inabilitado temporariamente para o exercício da atividade realizou várias cirurgias plásticas provocando a morte de alguns pacientes, sendo motivado por intuito econômico. 10.A PREMEDITAÇÃO Não qualifica o homicídio. Circunstância judicial (CP, 59) HOMICIDIO PRIVILEGIADO-QUALIFICADO (HOMICIDIO HIBRIDO) PRIVILEGIO Relevante valor social Relevante valo moral Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida provocação da vítima Natureza subjetiva QUALIFICADORA Motivo torpe Motivo fútil Conexão Natureza subjetiva QUALIFICADORA Meios de execução Modos de execução Natureza objetiva 01.POSIÇÕES ▪INADMISSIBILIDADE: Interpretação geográfica ou topográfica ▪ADMISSIBILIDADE Privilégio e as qualificadoras objetivas Ex: Relevante valor moral com veneno Violenta emoção por meio de esganadura Eutanásia praticada com asfixia STF Conciliação entre homicídio objetivamente qualificado e, ao mesmo tempo, subjetivamente privilegiado. Tratando-se de circunstância qualificadora de caráter objetivo (meios e modos de execução do crime), seria possível o reconhecimento do privilégio, o qual é sempre de natureza subjetiva. RESUMO ▪Inadmissível (circunstâncias incompatíveis) Qualificadora subjetiva e circunstância subjetiva Ex. violenta emoção e motivo fútil Relevante valor social e moral e motivo torpe (121, § 2º, I, II e V c/c 121, § 1º) ▪Admissível Qualificadora objetiva e circunstância subjetiva (121, § 2º, III e IV c/c 121, § 1º) Decisivo é o caso concreto: Violenta emoção mediante emboscada (não é admissível) 02.HOMICIDIO HIBRIDO E HEDIONDEZ Art. 1º da Lei 8.072/90 ▪Homicídio Simples (atividade típica de grupo de extermínio) ▪Homicídio qualificado Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V);
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