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CARACTERÍSTICAS DO DOMÍNIO PÚBLICO

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Transcrição do dia 04/09/2015
CARACTERÍSTICAS DO DOMÍNIO PÚBLICO
Sujeição Geral: Trata-se da extensão direita do poder de mando da Administração Pública, que incide sobre todas as coisas e pessoas através de regras públicas. A sujeição geral se dá há todo momento, portanto, não precisa de uma época especial para ser exercida. 
Ex: O poder de mando está sempre ordenando o trânsito, definindo as formas de uso do solo urbano, as obras, que devem sempre seguir as regras estabelecidas pelo poder público e todos nós estamos sujeitos a isso.
Domínio Eminente: é a capacidade de intervenção exercida exclusiva e excepcionalmente pelo poder público, que decorre da soberania nacional, gerando a responsabilidade inescusável de defender o próprio patrimônio publico ou privado que se achar sobre sua égide. Por conta dessas características, nos casos de calamidade pública ou de algum acidente, a administração publica pode até mesmo romper o domínio particular em um terreno, por um determinado tempo, para exercer suas agilidades. 
Ex: O serviço do corpo de bombeiros, pois, quando entram em ação, as prerrogativas da propriedade privada são ignoradas em caráter excepcional e a administração pública entra sem nenhuma cerimônia para exercer o seu poder. 
BENS PÚBLICOS
Conceito de Bem Público: Bens públicos são os bens pertencentes à pessoa jurídica de direito público interno dentro do domínio nacional. Além disso, o Código Civil, em seu artigo 98, fornece algumas considerações:
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
COMENTÁRIO DA PROFESSORA A RESPEITO DO ARTIGO: “Nesse artigo temos um conflito doutrinário, para entender, devemos voltar ao conceito de Administração Pública indireta, pois há um julgado onde o Supremo Tribunal Federal adota uma interpretação que diz que é bem público aquele pertencente as autarquias e fundações, ficando de fora, portanto, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, uma vez que essas são pessoas públicas de direito privado. 
Porém, na minha opinião, não importa de quem será esse bem, ele será bem público quando se tratar de administração publica direta ou indireta, com uma ressalva: As empresas publicas e as sociedades de economia mista possuem dois objetos que são a prestação de serviços públicos (ex: Correios) e a exploração de atividade econômica. Quando se tratar de sociedade de economia mista, cujo objeto é a exploração de atividade econômica, o bem poderá ser particular. Recapitulando, o artigo 98 não inclui as empresas públicas nem as sociedades de economia mista como detentoras de bens públicos. E eu vos digo que não concordo com isso, pois toda pessoa jurídica de direito privado, integrante da administração pública indireta possui o bem público, desde que esse bem não tenha como objeto a exploração de atividade econômica. Já para o STF, as empresas públicas e as sociedade de economia mista não possuem bens públicos”. 
Critérios de definição de bem público:
Titularidade: O código civil adota a critério da titularidade para definir um bem público, logo, será público o bem cujo titular for a administração pública direta ou indireta. Então, qualquer bem que pertença à órgão ou entidade pública será um bem público, pois pertencem à Administração pública direta ou indireta. 
Afetação: Adotado pela maioria da doutrina. Segundo este critério, será publico todo o bem que tiver utilidade para o poder público e por ele seja utilizado. Então, um prédio alugado pelo Estado deverá ser considerado bem público enquanto estiver locado, ainda que seu dono não seja o Poder Público, pois o poder de mando da Administração está sendo exercido sobre ele. 
Características do Bem Público:
Impenhorabilidade: O bem público não pode ser dado em garantia. Sua posse não pode ser perdida por meio de processo de execução civil.
Inalienabilidade ou indisponibilidade: O bem público não poder ser vendido, estando fora do comércio. Segundo Hely Lopes Meirelles, os bens, quanto a inalienabilidade podem ser: 
 - Bem de uso comum do povo: São aqueles utilizados de modo geral pela coletividade. Ele é destinado ao interesse público em geral, são exemplos as praças, os logradouros, as praias. Esses bens podem ser utilizados sem a necessidade de uma autorização do poder público, porém, se o cidadão quiser, por exemplo, casar numa praia, ele deverá pedir autorização do poder público, pois, nesse caso ele não estaria mais utilizando o bem de maneira geral, uma vez que o acesso ao casamento seria restrito apenas aos convidados, o que iria restringir o uso pela população em geral.
 - Bem de uso especial: São destinados a uma finalidade pública especifica, à execução de um serviço público, são exemplos as repartições, a UEA, o restaurante universitário. 
 - Bem dominical: Ele não tem uma destinação pública, se ele não tem uma destinação pública, ele foge da supremacia do interesse público. Todo bem público deve ter uma finalidade pública que é o fim social da coletividade. É realizada uma pergunta, cuja resposta a professora não possui. Há uma discussão dentro da polícia militar muito grande, pois pela Constituição Federal a polícia militar tem como característica ser um policiamento ostensivo, isto é, deve lidar com a integridade física, a fim de proteger a coletividade. O questionamento surge quando a polícia militar é chamada para atender a um evento particular (forró do Betão), que o proprietário explora uma atividade lucrativa, emergindo a pergunta se a citada polícia tem o dever constitucional de realizar a vigilância do respectivo lugar? A polícia militar estuda uma possibilidade, por exemplo, desse serviço ser remunerado pelo particular. Tal questionamento ainda não chegou a instância do STF, bem como a professora não possui uma resposta formada, pois por ser publicista, acredita que a polícia militar deve proteger a todos de forma indistinta. 
O Wagner se manifestando... enfim, nada de efetivamente importante e relacionado ao assunto.
Os bens públicos são divididos em uso comum do povo, aqueles que todos nós usufruímos; os bens de uso especial, que são os lotados a atividade específica do poder público (repartições públicas, veículos...); e os bens dominicais.
Uma das características dos bens públicos é que eles estão fora do comércio, portanto, são inalienáveis, mas podem perder tal condição em relação aos bens dominicais por meio da desafetação, pois possuem uma afetação que é a caracterização máxima que é a sua finalidade pública, social. Sendo assim, para que ele seja vendido é necessário a desafetação, que se dá por meio de lei. Por sua vez, Celso Antônio Bandeira de Melo defende que bens de uso comum e de uso especial não podem ser alienados, mas há uma parte da doutrina que defende que podem sim ser alienados por meio da desafetação e posteriormente levados à venda. A professora partilha do posicionamento majoritário de que SOMENTE os bens dominicais podem ser desafetados, e consequentemente alienados. Na verdade temos atualmente vários instrumentos em que a propriedade de tais bens continua a ser do poder público, mesmo quando desafetados, por exemplo, desafeta um terreno dominical, construindo um bairro no lugar, que nada mais é que um bem de uso comum do povo.
Os bens dominicais muitas vezes não são usados, o que leva muitos doutrinadores a defenderem que eles não possuem uma finalidade específica. No entanto, o parágrafo terceiro, artigo 184 da CF, diz que os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
A professora fornece um exemplo de um bem em Manaus que era de uso comum, passou a ser de uso especial e que tornou- se há pouco tempo novamente de uso comum, para demonstrar que a natureza de um bem pode mudar. A praça da saudade, que a princípio era um cemitério, tornou-se uma praça (bem de uso comum do povo). Na época da ditadura militar uma parte
da praça passou a ser bem de uso especial, funcionando primeiramente a SEDUC. Mas, Jeferson Peres começou um trabalho político para demolir o prédio que desnaturava a praça, conseguindo tal feito um pouco antes de falecer. Em suma, a classificação dos bens pode ser alterada e essa inalienabilidade também já não é tão absoluta. Porém, o que menos se ver atualmente é venda de bem público. 
Ainda que se cobre um preço público para a utilização do uso de bem comum do povo, não o desnatura como tal, continua a ser de uso comum do povo, pois se reveste para a manutenção do mesmo, que deve ser preservado. A cobrança da prestação de um serviço público, não o desnatura também.
Não descaracteriza o bem público pelo não uso, tendo em vista que é marcado pela característica da imprescritibilidade (segundo o qual sobre os bens públicos não incide prazo prescricional), podendo inclusive estarem abandonados.

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