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* UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOQUÍMICA BIOQUÍMICA GERAL Cadeia Transportadora de Elétrons (CTE) e Fosforilação Oxidativa Profa. Daniele de Oliveira B. Sousa * Mitocôndria – algumas considerações Membrana externa Membrana interna Espaço intermembrana Crista Matriz Permeável a íons e moléculas pequenas – porinas (canais transmembranas) Impermeável a moléculas pequenas e íons como o H+. * Mitocôndria Membrana externa Membrana interna Espaço intermembrana Crista Matriz Contém o complexo da piruvato desidrogenase, as enzimas do ciclo de Krebs, via da -oxidação dos ácidos graxos e as vias de oxidação dos aminoácidos * Mitocôndria * Cadeia Transportadora de Elétrons e Fosforilação Oxidativa NAD+ e FAD+ - produção de NADH e FADH, respectivamente. Ação de desidrogenases Desidrogenases ligadas ao NAD+ - Remoção de dois hidrogênios de seus substratos (:H- + H+) NAD+ + :H- + H+ NADH + H+ Desdrogenases ligadas ao FAD- Remoção de um ou dois elétrons na forma de um ou dois átomos de H (cada H representa um próton e um elétron). FAD + 2H+ FADH2 FAD + H+ FADH (semiquinona) * Cadeia Transportadora de Elétrons * Cadeia Transportadora de Elétrons * Cadeia Transportadora de Elétrons e Fosforilação Oxidativa Como os elétrons são transferidos? 1 – Diretamente Ex: Redução de F3+ a Fe2+ 2 – Na forma de átomo de H (H+ + 1e-) 3 – Na forma de íon hidreto (:H-) que tem 2e- * Complexos Respiratórios Complexo I – NADH-CoQ oxidorredutase Complexo II – Succinato-CoQ oxidorredutase Complexo III – CoQH2-citocromo c oxidorredutase Complexo IV – Citocromo c oxidase * Outras moléculas envolvidas Ubiquinona (Coenzima Q ou Q) – Quinona hidrofóbica Proteínas que contêm ferro Proteínas Fe-S Citocromos - Proteínas que absorvem bem na luz visível devido a presença de ferro em sua estrutura. * Ubiquinona * Citocromos Tipos: Citocromo a Citocromo b Citocromo c * Centros Fe-S * Complexos Respiratórios Catalisam a transferência de elétrons para a ubiquinona (coenzima Q) Transporta elétrons da ubiquinona até o citocromo c Transporta elétrons da do citoc. c ao O2 * Respirossomos Associação dos complexos respiratórios na membrana mitocondrial interna * Formas de entrada dos elétrons na CTE * Complexo I - NADH-CoQ oxidorredutase ou NADH desidrogenase Catalisa a transferência exergônica de elétrons do NADH p/ a coenzima Q (CoQ) – Ubiquinona Formado por 42 cadeias polipeptídicas diferentes Contém várias proteínas que possuem um centro ferro-enxofre (Fe-S) e a flavoproteína (FMN) que oxida o NADH. * Complexo I - NADH-CoQ oxidorredutase Catalisa obrigatoriamente 2 processos: 1 – Transferência exergônica para a ubiquinona de um íon hidreto do NADH e um próton da matriz (NADH + H+) 2 – Transferência endergônica de 4 prótons (4H+) da matriz para o espaço intermembranas. * A reação ocorre em várias etapas NADH + H+ + E-FMN NAD+ + E-FMNH2 OBS – E-FMN indica que a flavina (flavina mononucleotídeo) está ligada covalentemente à enzima. 1ª Etapa – Transferência de e- do NADH para a flavina da flavoproteína Complexo I - NADH-CoQ oxidorredutase * 2ª Etapa – Oxidação da flavoproteína (E-FMNH2) e redução da proteína Fe-S E-FMNH2 + 2Fe-Soxidado E-FMN + 2Fe-Sreduzido + 2H+ 3ª Etapa – Transferência de elétrons da proteína ferro-enxofre para a coenzima Q (CoQ) ou ubiquinona. 2Fe-Sreduzido + Co-Q + 2H+ 2Fe-Soxidado + CoQH2 Equação Geral NADH + 5HN+ + CoQ NAD+ + CoQH2 + 4HP+ Complexo I - NADH-CoQ oxidorredutase * NADH + H+ + CoQ NAD+ + CoQH2 Considerações importantes... Processo exergônico O processo só ocorre numa única direção. A coenzima Q é o receptor de elétrons final do complexo I. A coenzima Q é móvel e pode deslocar-se na membrana de modo a transferir os elétrons que recebeu para o complexo III. No complexo I ocorre bombeamento de prótons que gera o gradiente de pH. As proteínas Fe-S só transportam elétrons. Essa é a base do bombeamento de prótons. Complexo I - NADH-CoQ oxidorredutase * Complexo II – Succinato-CoQ oxidorredutase Catalisa a transferência de elétrons para a coenzima Q. Bem mais simples que o complexo I Ao invés do NADH a fonte de elétrons é o succinato. Succinato + E-FAD Fumarato + E-FADH2 OBS – E-FAD indica que a flavina (flavina dinucleotídeo) está ligada covalentemente à enzima. * Complexo II – Succinato-CoQ oxidorredutase Succinato + E-FAD Fumarato + E-FADH2 1ª Etapa 2ª Etapa – O grupo flavina é reoxidado enquanto outra proteína Fe-S é reduzida. E-FADH2 + Fe-Soxidado E-FAD + Fe-Sreduzido 3ª Etapa – Fe-Sreduzido doa seus elétrons para a Coenzima-Q oxidada Fe-Sreduzido + CoQ + 2H+ Fe-Soxidado + CoQH2 * Complexo II – Succinato-CoQ oxidorredutase Succinato + E-FAD Fumarato + E-FADH2 1ª Etapa 2ª Etapa – O grupo flavina é reoxidado enquanto outra proteína ferro-enxofre é reduzida. E-FADH2 + Fe-Soxidado E-FAD + Fe-Sreduzido 3ª Etapa – Fe-Sreduzido doa seus elétrons para a Coenzima-Q oxidada Fe-Sreduzido + CoQ Fe-Soxidado + CoQH2 Equação Geral Succinato + CoQ Fumarato + CoQH2 * Complexo II – Succinato-CoQ oxidorredutase Succinato + CoQ Fumarato + CoQH2 Considerações importantes... A enzima succinato desidrogenase faz parte do complexo enzimático Succinato-CoQ oxidorredutase (membrana interna da mitocôndria). O processo é exergônico. Nesse complexo não há bombeamento de prótons para o espaço intermembranas. * Complexo III –CoQH2-citocromo c oxidorredutase (citocromo redutase) Catalisa a transferência de elétrons da coenzima Q reduzida (CoQH2) para o citocromo c. Formado por: CoQH2 + 2 Cyt c[Fe(III)] CoQ + 2 Cyt c[Fe(II)] + 2H+ 2 Citocromo b (bH e bL) 1 Citocromo c1 Proteínas ferro-enxofre OBS – Os citocromos não carregam hidrogênios e sim elétrons Equação Geral * CoQH2 Fe-S Cyt c1 Complexo III –CoQH2-citocromo c oxidorredutase (citocromo redutase) CoQH2 + 2 Cyt c[Fe(III)] CoQ + 2 Cyt c[Fe(II)] + 2H+ Considerações importantes... A CoQH2 possui 2e- enquanto que os citocromos c só carregam 1e-. Fluxo de elétrons da coenzima Q é cíclico e envolve duas moléculas de CoQH2 (ciclo Q); Cada CoQH2 é responsável pelo bombeamento de 2H + Cada CoQH2 doa 1 elétron para os centros Fe-S e ao citocromo c1 e, 1 elétron para a CoQ que é reduzida a CoQH2 num processo de 2 passos. * Complexo III –CoQH2-citocromo c oxidorredutase (citocromo redutase) UQ = CoQ * Complexo IV – Citocromo c oxidase 2 Cyt c[Fe(II)] + 2H+ + 1/2 O2 2Cyt c[Fe(III)] + H2O Equação Geral Catalisa a transferência de elétrons do citocromo c para o oxigênio. Esse complexo contém : Citocromos a e a3 Íons Cu2+ (aceptores de elétrons intermediários entre os cit a e cit a3). Cyt c Cyt a Cu2+ Cyt a3 O2 * * Cada NADH 10H+ (bombeados para o espaço intermembrana) Cada FADH2 6H+ (bombeados para o espaço intermembrana) Quantidade de protons bombeada pela entrega de elétrons via NADH e FADH2 * - 0,15 a 0,20 V pH da matriz é 0,75 unidade mais alcalino do que o do espaço intermembranas * Cadeia Transportadora de Elétrons e Fosforilação Oxidativa A membrana mitocondrial interna é impermeável ao NADH. Como então ele consegue “chegar” na cadeia respiratória? * Lançadeira malato-aspartato Fígado Rim Coração * Lançadeira do glicerol 3-fosfato Cérebro Músculo esquelético * Produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) pela CTE O transporte de elétrons na CTE pode gerar espécies reativas de oxigênio. O radical Q- pode passar elétrons diretamente ao O2 gerando O2- (superóxido) e este pode ainda formar OH Sistema de defesa: Produção de enzimas como SOD, CAT, POX, GPX, GR etc * CTE e Fosforilação oxidativa A energia liberada pelas reações de oxidação na CTE é usada na fosforilação do ADP (isso não ocorre de modo direto). Como isso ocorre? As reações de oxidação originam um gradiente de pH devido às diferenças de concentração de íons nos lados interno e externo da membrana interna mitocondrial. A energia do potencial eletroquímico pela membrana é convertida em energia química armazenada pelo ATP. * CTE e Fosforilação oxidativa A energia eletroquímica gerada pela diferença de prótons e separação de cargas favorece a síntese de ATP à medida que prótons fluem passivamente de volta à matriz através da ATP-sintase. Modelo Quimiosmótico * Gradiente eletroquímico * ATP-sintase Porção F1 Projeta-se para a matriz. Onde de fato ocorre a síntese de ATP Estática Porção F0 – Estende-se na membrana. Dinâmica * ATP-sintase 3 subunidades 3 subunidades : -ADP -ATP -vazio 1 subunidade 1 subunidade Porção F0 – Estende-se na membrana. 1 subunidade a 2 subunidades b 10 a 12 subunidades c * ATP-sintase Três subunidades Três subunidades : -ADP -ATP -vazio Uma subunidade * ATP-sintase * Catálise rotacional 1 - Conformação -ADP – Ligação ao ADP + Pi 2 – Mudança para a conformação -ATP – Condensação do ADP ao Pi 3 – Mudança para a conformação -vazio – Liberação de ATP * * ATP-sintassomo * Acoplamento Quimiosmótico * Acoplamento Quimiosmótico * Acoplamento Quimiosmótico Sem substrato oxidável (sem CTE) não há síntese de ATP (fosforilação oxidativa) nem consumo de O2 * Acoplamento Quimiosmótico Sem ADP não há síntese de ATP (fosforilação oxidativa). A CTE não ocorrerá e não haverá consumo de O2 * Acoplamento Quimiosmótico “A transferência de elétrons e a síntese de ATP são obrigatoriamente acopladas: nenhuma reação ocorre sem a outra.” (Nelson; Cox, 2011) * Oligomicina e venturicidina – inibem a ATP sintase (fosforilação oxidativa) * Inibidores (bloqueadores) São agentes que BLOQUEIAM o fluxo de elétrons gerando acúmulo dos complexos reduzidos antes do ponto de bloqueio e presença de complexos oxidados após o ponto de bloqueio. Exemplos Barbitúricos (hipnótico) – Complexo I Rotenona (inseticida) – Complexo I Malonato – Complexo II Antimicina A (antibiótico) – Complexo III Cianeto (CN-), CO – Complexo IV Sem CTE não há gradiente de prótons e conseqüentemente não há síntese de ATP * * Desacopladores São agentes que INIBEM a produção de ATP (fosfoforilação oxidativa) sem contudo afetar o a cadeia transportadora de elétrons, ou seja, os processos ficam desacolpados Exemplos 2,4 -Dinitrofenol (dinitrofenolato) – Ânion que reage com os prótons no espaço intermembranas e os libera na matriz, reduzindo a diferença de concentração de prótons entre os dois lados da membrana mitocondrial interna. Gramicidina A e Valinomicina – São ionóforos que formam canais de Na+, H+ e K+. O gradiente de prótons é anulado. Há transporte de elétrons mas não há síntese de ATP Normalmente são ácidos fracos ou ionóforos * Desacopladores 2,4-Dinitrofenol FCCP * Efeitos comumente observados: Aumento na oxidação das coenzimas Aumento no fluxo de elétrons Aumento no consumo de nutrientes (falta de ATP) Aumento no consumo de oxigênio Hipertermia Desacopladores * * * CTE em plantas Apresentam os mesmos complexos existentes nos demais organismos. ADICIONALMENTE, possuem outros componentes que não são encontrados em mitocôndrias de mamíferos. Esses componentes adicionais NÃO bombeiam protons. * CTE em plantas * CTE em plantas * CTE em plantas * CTE em plantas Quais seriam as vantagens da existência da oxidase alternativa em plantas? Produção de calor importante na polinização Eventos relacionados a estresses abióticos – Esses estresses podem diminuir a respiração mitocondrial o que leva a produção de ROS. A drenagem de elétrons pela rota alternativa impede o acúmulo de ROS. Regulação dos níveis de ATP *
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