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PATOLOGIA ESPECIAL VETERINÁRIA SISTEMA TEGUMENTAR 02 LESÕES INFLAMATÓRIAS DA PELE PÚSTULA Estrutura elevada circunscrita, intra-epidermal ou sub-epidermal, preenchida por exsudato Inflamação supurativa Folicular, Interfolicular Infecciosa ou autoimune Colares epidérmicos na face interna da coxa (setas), num caso de piodermite. Os colares são lesões que resultam da ruptura de pústulas, sendo por esse motivo lesões secundárias. Correspondem a pequenos círculos de pele eritematosa que, à periferia, são rodeados por uma "gola" de epiderme enrolada para fora. CROSTA São cascão ou produto de ressecamento de exsudato sangue ceratinocitos aderido à pele, frequentemente recobrindo feridas aspecto ressecado, áspero escuro. ALTERAÇÕES DA PIGMENTAÇÃO DA EPIDERME MELANOSE Áreas de aumento da pigmentação da pele Focal a extensa Acompanha outras lesões Frequentemente bem delimitada Lesões lentiginosas Zonas convergentes de alopecia circular, eritema, descamação e crostas no membro posterior esquerdo de canídeo com dermatofitose localizada. HIPOPIGMENTAÇÃO HIPOMELANOSE Áreas de diminuição da pigmentação da pele, focal a extensa, tendem a coalescer COMUM: Vitiligo LIQUENIFICAÇÃO Espessamento da epiderme acompanhado de hiperpigmentação Resposta ao trauma crônico Aspecto de pele ressecada e espessa Exagero de pregas e fissuras ALTERAÇÕES NA DERME ALTERAÇÕES NO CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MANUTENÇÃO DO TECIDO ATROFIA: Diminuição na quantidade de fibrilas de colágeno e de fibroblastos (hiperadrenocorticismo) FIBROPLASIA (FIBROSE) Aumento da quantidade de colágeno em reação a agressões. DISPLASIA DO COLÁGENO: Anormalidade de colágeno tornando a pele menos resistente à tensão e mais elástica. ELASTOSE SOLAR: Exposição crônica da pele aos raios ultravioleta DISTÚRBIOS CARACTERIZADOS POR DEPÓSITOS NA DERME AMILÓIDE: Acúmulo de proteína (cães, equinos e gatos); MUCINA: Proteína + ácido hialurônico (mixedema e mucinose); DEPÓSITOS DE CÁLCIO: Calcificação distrófica (tecidos em processo de oncose) Calcificação metastática (metabólica); DERMATITE –Reação inflamatória (hiperemia, edema, marginação, e migração de leucócitos (hipersensibilidade, lupus eritematoso, bactérias) CONSEQUÊNCIAS DA DERMATITE AGUDA RESOLUÇÃO COMPLETA Abcesso Escaras (tecido conjuntivo fibroso) Dermatite crônica DERMATITE CRÔNICA 1. Acúmulo de macrófagos, linfócitos e plasmócitos, destruição tecidual (células inflamatórias, fibrose, angiogênese) 2. Hipersensibilidade tardia, granulomas, material estranho persistente, reações autoimunes Placas eritematosas no dorso de um cão com dermatite por contato com substância cáustica. As placas são lesões primárias. Dermatite Aguda Dermatite Crônica Fístula na face posterior do metatarso de Pastor Alemão, na zona de transição entre a pele e o revestimento do coxim plantar. Particularmente frequente nesta raça. Pontos de agressão por mordedura no dorso de canídeo, que morreu após ter desenvolvido grave infecção bacteriana, com formação de extensa piodermite com acumulação de material purulento (flegmão). À direita, a mesma lesão após rebatimento da pele. Necrose muscular e inflamação subcutânea em cão, devido a flegmão provocado pela aplicação de injeção sem assepsia. Manchas violáceas na pele de um canídeo com hematomas subcutâneos múltiplos. O pelo foi raspado, permitindo observar melhor as lesões. Petéquias na pele e na mucosa bucal de um cão de 10 anos de idade, morto em consequência de babesiose (febre da carraça). Seborreia oleosa secundária a grave piodermite. As escamas, resultantes da perda de células à superfície da camada córnea, são aderentes e volumosas. Seborreia seca em cão. Observe-se a presença de finas escamas soltas e secas entre os pelos do dorso. Vesículas subcorneais na pele de um canídeo (H&E, 40x), possivelmente correspondendo a dermatite por contato. Vesículas são sempre lesões primárias. Dermatite e paniculite necrótica em gato após injeção local de Alsir Crostas e descamação (seborreia) seca na garupa de um cavalo com hipersensibilidade aos culicóides (“maruim” e “mosquito pólvora”). Pápulas uniformemente dispersas pela pele do escroto em bovino afetado por besnoitiose. A presença dos quistos do protozoário desencadeia reação inflamatória com formação de granulomas, os quais são responsáveis pela formação das pápulas. Nódulos nas orelhas em torno dos olhos e da boca, num caso de mixomatose em coelho. Imagem microscópica com degenerescência balonizante das células da epiderme e edema da derme (H&E, 40x). ALTERAÇÕES NA MANUTENÇÃO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DOS ANEXOS ATROFIA: Hormonal, nutricional, suprimento sanguíneo, inflamação, estresse doenças sistêmicas HIPERTROFIA E HIPERPLASIA: Traumatismo repetitivo; dermatite alérgica crônica ANORMALIDADES DO ESTÁGIO DO CICLO CELULAR: Alopecia pós-tosa, queda da cobertura pilosa DISPLASIA FOLICULAR: Desenvolvimento anormal ou incompleto do folículo DISPLASIA DA GLÂNDULA SEBÁCEA: ○ Cães e gatos 39 DISTÚRBIOS INFLAMATÓRIOS DOS FOLÍCULOS FOLICULITE: Inflamação do folículo piloso (perifoliculite, foliculite mural, foliculite luminal e bulbite); ADENITE SEBÁCEA: Inflamação das glândulas sebáceas (mais frequente em cães e menos em equinos e gatos); HIDRADENITE: Inflamação de glândulas apócrinas. COMEDÃO Folículos pilosos dialatadas, contendo plugues cerato-sebáceos associado a ceratose folicular predispõe à foliculite COMUM: Demodicose, Hiperadrenocorticosmo ALOPECIA É a ausencia do pelo em areas de cobertura pilosa MÚLTIPLAS CAUSAS: Genética, endrocrina, metabólica, parasitaria FORMA DE APRESENTAÇÃO: Focal, regional, simétrica, difusa Alopecia e hiperpigmentação de distribuição simétrica num caso de deficiência em hormônio do crescimento. Observar como neste animal adulto a pelagem tem características de animal jovem. A alopecia nestas situações é considerada lesão primária. Alopecia endócrina. Observar a ausência de pelo e a hiperpigmentação simétricas. A alopecia nestas situações é considerada lesão primária. Alopecia endócrina e hiperpigmentação de distribuição simétrica devido a hiperestrogenismo secundário a sertolinoma. A alopecia nestas situações é considerada lesão primária. Alopecia dorsal simétrica e hiperpigmentação devido a hipotiroidismo em cão. Cão pelado mexicano Xoloitzcuintle Cão de crista chinês Sphynx RESPOSTAS DOS VASOS ÀS AGRESSÕES VASCULITE: Imunocomplexos, micro-organismos endoteliotrópicos, embolismo bacteriano, etc... EQUINOS E CÃES: Causa idiopática DIFÍCIL DIAGNÓSTICO RESPOSTA DOS PANÍCULOS ÀS AGRESSÕES PANICULITE: Inflamação do tecido adiposo subcutâneo Agentes infecciosos Distúrbios imunomediados Lesão física Distúrbios nutricionais Doenças do pâncreas Idiopática EX: falta devitamina E em gatos (primária); foliculite bacteriana profunda com furunculose (secundária) Hiperceratose de coxim em um cão com cinomose Leishmaniose. Alopécia, liquenificação e atrofia dos músculos da cabeça. Observa-se ainda descamação seca furfurácea, patente na presença de pequenos fragmentos da camada córnea na mesa de necrópsia. Nestes casos, a seborreia seca é secundária. Dermatite crónica periocular, num caso de leishmaniose. Observar a liquenificação da pele nas zonas atingidas. Leishmaniose cutânea. Múltiplos nódulos cutâneos, muito firmes e com alguns centímetros de diâmetro, localizados em várias zonas, sendo particularmente evidente o da região dorsal. Lesões de lúpus eritematoso discóide no nariz de um cão, caracterizadas pela formação de crostas. As lesões agravam-se com a exposição à luz solar. Ictiose Displasia de colágeno LESÕES ACTÍNICAS Dermatite Solar em animais domésticos UVB Espécies reativas de oxigênio Fotossensibilização e fototoxidade FOTOSSENSIBILIZAÇÃO Pode ocorrer sob três formas: 1. Primária (tipo I) 2. Por acúmulo de pigmento endógeno (tipo II) 3. De origem hepática (tipo III) FOTOSSENSIBILIZAÇÃO Para que o fenômeno de fotossensibilização se desenvolva, é necessário que o animal seja fotossensível à luz, dado que quando exposto à luz solar os agentes fotodinâmicos absorvam certos comprimentos de onda ultravioleta tornando-se ativados, transmitindo a energia extra para as células circunjacentes, resultando em lesão celular, e produzindo assim a chamada fotossensibilização. PRIMÁRIA –Ingestão de substância fotodinâmica pré-formada –Ex. ingestão de Hypericum perforatum (Erva de São João) –Drogas tais como fenotiazina, tetraciclina, sulfonamida (transformam-se em metabólitos reativos no intestino e não reativos no fígado) POR ACÚMULO DE PIGMENTO ENDÓGENO –Defeito enzimático na síntese de substâncias fotodinâmicas (porfirina) –Ex. Porfiria congênita bovina e protoporfiria hematopoiética bovina HEPATÓGENA Hepatopatia que interfere na excreção da filoeritrina (produto do metabolismo da clorofila - filoeritrina) ETIOLOGIA: Defeito hepático hereditário Obstrução biliar Lesão hepática tóxica por agente químico Lesão hepática por plantas tóxicas (ex. Lantana camara) Ingestão de gramínea com esporidesmina Fotossensibilização DERMATOSES NUTRICIONAIS 1. Deficiências Vitamínicas 2. Deficiências Minerais 3. Deficiências Proteicas 4. Deficiências de Ácidos Graxos HIPOTIREOIDISMO PREDISPOSIÇÃO RACIAL 1. Doberman Pinscher 2. Setter Irlandês 3. Schnauzer 4. Cocker Spaniel 5. Dinamarqueses 6. Pastor Inglês 7. Beagle 8. Labradores Isso acorre através do comprometimento da glândula tireoide atrapalhando principalmente a síntese de T3 e T4 onde ocorre a sua diminuição Descamação e crosta na pele ao redor da boca, queixo, olhos, orelhas externas, pontos de pressão e coxins SINAIS CLÍNICOS ASSOCIADOS A HIPOTIREOIDISMO EM CARNÍVOROS –Alterações dermatológicos –Hipotermia/ Termofilia –Alterações hematológicas –Coagulopatias –Miopatias e artropatias –Neuropatias central e periférica –Alterações Cardiovasculares –Síndromes Endócrinas –Ganho de peso x obesidade –Alterações no sistema digestório LESÕES CUTÂNEAS –Predomina com alopecia simétrica em tronco, flanco, pescoço –Hiperpigmentação –Espessamento da pele –Diminuição da qualidade do pelo –Descamação/Seborréia –Piodermite 2ª HIPERADRENOCORTICISMO Hiperglicemia, o que pode levar ao diabetes Hipertensão, que pode resultar em doença cardiovascular Fome extrema por queimar toda a glicose que sobra Adelgaçamento (afinamento) da pele e má condição de pelagem Redução da massa muscular e óssea Aumento do risco de infecção HIPERESTROGENISMO Síndrome de Cushing Alopecia não inflamatória bilateral simétrica em região perineogenital, abdomen, medial de coxas, peito, flanco e pescoço Hiperpigmentação das áreas podem ser evidenciadas Ginecomastia e aumento de mamilos e vulva Ciclos estrais anormais Alopecia endócrina e hiperpigmentação de distribuição simétrica devido a hiperestrogenismo. A alopecia nestas situações é considerada lesão primária. Alopecia bilateral simétrica num caso de hiperestrogenismo devido a sertolinoma, o qual se desenvolveu em testículo retido na cavidade abdominal PARASITOSES ÁCAROS DA SARNA Demodicose (sarna demodécica) Escabiose (sarna sarcóptica) Sarna notoédrica (rara – Notoedres cati) INFESTAÇÕES Ácaros Carrapatos Piolhos Pulgas Moscas e mosquitos HELMINTOS DEMODICOSE Em pequeno número, o ácaro Demodex canis é um habitante normal da pele dos cães. A sua transmissão ocorre da mãe para os filhotes nas primeiras 72 horas de vida. A dermatite se desenvolve quando um número excessivo de ácaros passa a habitar os folículos pilosos, glândulas sebáceas ou sudoríparas da pele. 90% dos casos se resolve espontaneamente em 4-8 semanas e apenas uma pequena parte deles progride para a forma generalizada. Cão com infestação por pulgas DEMODICOSE LOCALIZADA OS FATORES PREDISPONENTES Alterações hormonais Endoparasitismo Estado nutricional inadequado Cirurgias Estresse LESÕES Focinho, área periocular, comissuras da boca, áreas circunscritas na cabeça, conduto auditivo e membros São geralmente observadas uma a cinco lesões, caracterizadas por eritema variável, descamação e hiperpigmentação discretos Não há prurido, exceto se a piodermatite estiver presente DEMODICOSE GENERALIZADA Se a idade de surgimento está entre 3-12 meses, a demodicose é considerada juvenil e possui características hereditárias Cerca de 30-50% dos casos se resolvem de forma espontânea Há uma certa predisposição familiar-racial: Afghan hound, Beagle, Boston Terrier, Boxer, Chihuaua, Sharpei, Chow chow, Collie, Dálmata, Dachshund, Doberman, Bulldog, Pastor Alemão, Pointer e Pug Mais de 1 ano de idade: demodicose generalizada adulta Não há predisposição para sexo ou raça A doença se inicia como uma única lesão que rapidamente se espalha por todo o corpo LESÕES Alopecia localizada a difusa, eritema intenso, piodermatite, pápulas, pústulas, seborréia, foliculite, furunculose e até celulite O prurido pode estar presente ou não, dependendo da existência e/ou intensidade da infecção bacteriana Podem também ser observados linfoadenopatia, anorexia e febre Dermatite por alergia à picada da pulga. Na face posterior dos membros posteriores e na região perineal observa-se alopecia e liquenificação, esta última devido à evolução crónica do processo com espessamento da epiderme. A alopecia nestas situações é secundária, provocada pelo prurido que leva à destruição dos pelos.
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