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Administração Básica & Objetiva Página | 1 Administração Básica & Objetiva Página | 2 Administração Básica & Objetiva Fundamentos Processo Liderança Motivação Gerência Gênios E muito mais Edição 2012 MAXMILIANO CRISPIM VIEIRA Contato com o autor: professor_vieira@ig.com.br Administração Básica & Objetiva Página | 3 Nota do Autor stá edição tem como objetivo simplificar a administração e mostrar todos os recursos disponíveis nos dias de hoje, possibilitar ao leitor o entendimento mais simples da administração e dar uma visão ampla e histórica do tema em questão. O leitor irá conhecer todas as fases que envolvem a administração e possibilitar ao empresário, professor, aluno ou simplesmente acumulador de conhecimento uma leitura agradável, muito informativa e direta. Esta edição tem como ponto forte a explicação do tema em 122 páginas de forma básica e objetiva com propósito de colaborar na informação necessária ao leitor. Vou mostrar a você leitor os principais tópicos da administração e possibilitar o entendimento do tema de forma rápida para utilizar imediatamente em seu negócio, curso ou aprendizagem. O ponto genial desta edição é a possibilidade de aprender mais de 100 anos de história administrativa em poucas páginas. E Administração Básica & Objetiva Página | 4 Índice: FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO........................5 DA REVOLUÇÃO HURBANA A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL........................................................................10 OS GÊNIOS...................................................................13 PROCESSO ADMINISTRATIVO......................................25 A TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES................................31 MODELO JAPONÊS.............................................................44 O ATO DE GERENCIAR ..............................................51 COMPORTAMENTO NA ADMINISTRAÇÃO.................55 MOTIVAÇÃO E LIDERANÇA........................................60 A EVOLUÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO......88 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO................................91 ADMINISTRAÇÃO PARTICIPATIVA..............................104 ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL...................111 ADMINISTRAÇÃO NA ERA DIGITAL...........................114 EMPREENDEDORISMO...............................................118 CONCLUSÃO.........................................................................122 Administração Básica & Objetiva Página | 5 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ORGANIZAÇÕES A sociedade humana é feita de organizações que fornecem os meios para atendimento de necessidade de pessoas. Serviços de saúde, água, e energia, segurança pública, controle de poluição – praticamente tudo depende de organização. Objetivos e recursos são a palavras-chaves na definição de administração e também de organização. Uma organização é um sistema de recursos que procura realizar algum tipo de objetivo. Além de processos de transformação e divisão do trabalho. As organizações fornecem os meios de subsistência para muitas pessoas. Salários, abonos, lucros, e outras formas de Administração Básica & Objetiva Página | 6 remuneração são fornecidos as pessoas, em retribuição pelo seu trabalho ou investimentos. É a administração que faz as organizações serem capazes de utilizar corretamente seus recursos e atingir seus objetivos. Pronto, você já começou estudar administração. Ou será que devemos dizer gestão, gerenciamento ou gerência. Eficiência e eficácia As organizações transformam recursos em produtos e serviços. Duas palavras são usadas para iniciar que uma organização tem desempenho de acordo com as expectativas de mercado: eficiência e eficácia Administração Básica & Objetiva Página | 7 Eficácia é a palavra usada para indicar que a organização realiza seus objetivos. Quanto mais alto o grau de realização dos objetivos, mais a organização é eficaz. Eficiência é a palavra usada para indicar que a organização utiliza produtivamente, ou de maneira econômica, seus recursos. Quanto mais alto o grau de produtividade ou economia na utilização dos recursos, mais eficiente a organização é. Conceito e Importância Administração é o processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização de recursos. O processo administrativo abrange cinco tipos principais de decisões: Administração Básica & Objetiva Página | 8 Planejamento Organização Liderança Execução Controle Administração e organizações Administração Básica & Objetiva Página | 9 A administração é importante em qualquer escala de utilização de recursos para realizar objetivos individual, familiar, grupal, organizacional ou social. Administração no presente No limiar do século XXI, mudanças em todos os tipos de ambientes – competitivo, tecnológico, econômico, social – levaram ao surgimento de novos conceitos e técnicas para administrar as organizações. Essas teorias na teoria e na pratica são chamadas novos paradigmas da administração. Paradigmas são modelos ou padrões que definem uma época ou contexto. Segue algumas mudanças de paradigmas do séc. XXI: Mudança no papel do gerente Competitividade Interdependência Administração informatizada Administração Básica & Objetiva Página | 10 Administração Empreendedora Foco no Cliente Meio Ambiente Qualidade de Vida Emergência do terceiro setor DA REVOLUÇÃO HURBANA A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Por volta de 4.000 A.C, na região do Oriente Médio, surgiram as primeiras cidades e Estados, dando origem a chamada revolução Urbana. Na Grécia surge um período de produção de ideias e soluções que viriam a influenciar profundamente a administração das organizações de todos os tipos. Sendo: Administração Básica & Objetiva Página | 11 Democracia; Administração participativa direta. Executivos; Eleitos pela assembleia dos cidadãos. Ética; Felicidade os cidadãos como responsabilidade fundamental dos administradores. Método; Busca do conhecimento por meio de investigação sistemática e da reflexão abstrata. Administração Básica & Objetiva Página | 12 Estratégia; Encadeamento lógico de meios para a realização de fins. Qualidade; Ideal do melhor em qualquer campo de atuação. No século XVIII, as tendências que o mercantilismo havia iniciado foram impulsionadas pela Revolução Industrial, que foi produto de dois eventos: o surgimento das fábricas e a invenção das máquinas a vapor. A produção e aplicação de conhecimentos administrativos passaram a ser influenciados por uma nova personagem social: a empresa industrial. Administração Básica & Objetiva Página | 13 Principais tendências administrativas criadas e aceleradas pela Revolução Industrial: Substituição do artesão pelo operário especializado Invenção das fabricas Crescimento das cidades, originando novas necessidades de administração publica. Surgimento dos sindicatos Marxismo Doutrinasocial da igreja Darwinismo social Administração consolida-se como área de conhecimento Primeira experiência pratica com a moderna administração de empresas. OS GÊNIOS Taylor e o movimento da Administração científica. Administração Básica & Objetiva Página | 14 A passagem para o século XX marcou o inicio de um grande avanço. O crescimento das empresas industriais exigiu métodos totalmente novos de administração. Essa evolução teve a participação de muitas pessoas. Uma das mais importantes FREDERICK WINSLOW TAYLOR. Ele e seus seguidores transformaram a administração da eficiência em um corpo de conhecimentos com a vida própria. Taylor nasceu em 1856, na Pensilvânia, filho de uma família abastada. Apesar de ter sido aprovado na escola de direito de Harvard, Taylor tornou-se trabalhador manual. Administração Básica & Objetiva Página | 15 Entre 1874 á 1878 ele trabalhou para empresa de bombas hidráulicas, foi ai que começou a observar o que considera má administração: Corpo-mole os funcionários Relação de má qualidade entre funcionários e gerentes Em 1878, ingressou em nova empresa, onde passou 12 anos, iniciando como trabalhador e terminando como engenheiro chefe. Nesse período retomou os estudos, dessa vez em engenharia. Já nessa nova empresa observou os problemas de fabrica como: A administração não tinha noção clara da divisão de suas responsabilidades com o trabalhador. Administração Básica & Objetiva Página | 16 Não havia incentivos para melhorar o desempenho do trabalhador. Muitos trabalhadores não cumpriam suas responsabilidades. As decisões dos administradores baseavam - se na intuição e no palpite. Não havia integração entre os departamentos da empresa. Os trabalhadores eram colocados para tarefas nas quais não tinham aptidão. Os gerentes ignoravam que a excelência no desempenho significaria beneficio para ambos. Havia conflito a respeito da quantidade de produção. Ao longo de sua carreira Taylor dedicou-se em resolver esses e outros problemas que eram e continuam sendo comuns nas empresas. Administração Básica & Objetiva Página | 17 Em 1901 dedicou-se a divulgação de suas idéias. Em 1910, foi criada a Sociedade para promoção da Administração científica, que se tornou, em 1915, ano de sua morte, Sociedade Taylor. As ideias Ataque ao problema de salários. Estudo sistemático do tempo. Definição de tempos padrão. Sistema de administração de tarefas. Ampliação de escopo, da tarefa para administração. Definição de administração do trabalho. Consolidação dos princípios.·. Proposição de divisão de autoridade e responsabilidades dentro da empresa. Distinção entre técnicas e princípios. Princípios da Administração Científica Administração Básica & Objetiva Página | 18 Seleção e treinamento de pessoal. Salários altos e custos baixos de produção. Identificação da melhor maneira de executar tarefas. Cooperação entre administração e trabalhadores. As ideias do estudo de Taylor reforçam o principio da administração científica: Desenvolver uma ciência para cada elemento do trabalho, para substituir o velho método empírico. Selecionar cientificamente e depois treinar, instruir e desenvolver o trabalhador, que, no passado, escolhia seu próprio trabalho e treinava-se o melhor que podia. Administração Básica & Objetiva Página | 19 Cooperar sinceramente com os trabalhadores, de modo a garantir que o trabalho seja feito de acordo com princípios da ciência que foi desenvolvida. Existe uma divisão quase igual de trabalho e de responsabilidade entre a administração e os trabalhadores. A administração incumbe-se de todo o trabalho para o qual esteja mais bem preparada que os trabalhadores, enquanto no passado quase todo o trabalho e a maior parte da responsabilidade recaíam sobre a mão de obra. O Taylorismo formou parceria com a notável expansão da indústria e com outra inovação revolucionária do inicio do século: a linha de montagem de Henry Ford. Assim como o nome de Taylor está associado à administração científica, o nome de Henry Ford (1863-1947) está associado à linha de montagem móvel. Administração Básica & Objetiva Página | 20 Foi Henry Ford quem elevou ao mais alto grau os dois princípios da produção em massa, que é a fabricação de produtos não diferenciados em grande quantidade: peças padronizadas e trabalhador especializado. Ford foi o grande inovador. Também em janeiro 1914, adotou o dia de trabalho de 8 horas e duplicou o valor do salário, para que seus operários pudessem comprar o produto que fabricavam o que sem dúvida é opinião avançada até mesmo hoje em dia. Henry Ford não fazia segredos de suas técnicas, que passaram a ser usadas por todas empresas dos Estados Unidos. O personagem mais importante que sistematizou e divulgou essas ideias foi o engenheiro francês HENRY FAYOL (1841- Administração Básica & Objetiva Página | 21 1925). Segundo FAYOL a administração compreende cinco funções: Planejamento Organização Comando Coordenação Controle De acordo com FAYOL a administração é um elemento comum para todo empreendimento humano, seja família, negócios, governo etc. Desta forma a empresa deve ser dividida em seis atividades ou funções distintas: Funções: Comercial Financeira Administração Básica & Objetiva Página | 22 Segurança Contabilidade Técnica A função administrativa é a mais importante, segundo FAYOL que definiu seus componentes da seguinte maneira: Planejamento (previsão): Examinar o futuro e traçar um plano de ação a médio e longo prazo. Organização: Montar uma estrutura humana e material para realizar o empreendimento. ADMINISTRATIVA PLANEJAMENTO ORGANIZAÇÃO COMANDO COORDENAÇÃO CONTROLE Administração Básica & Objetiva Página | 23 Comando: Manter o pessoal em atividade em toda empresa. Coordenação: Reunir, unificar e harmonizar toda atividade e esforço. Controle: Cuidar para que tudo se realize de acordo com os planos e as ordens. Uma empresa tem um sistema racional de regras e necessita de decisões, estabelecer metas, definir diretrizes e atribuir responsabilidades, sendo esse o papel do Gerente. Seus colaboradores necessitam de ordens para saber o que fazer, suas ações precisam de coordenação e suas tarefas precisam de controle gerencial. Administração Básica & Objetiva Página | 24 Temos abaixo dezesseis deveres dos gerentes: 1. Assegurar a cuidadosa preparação e execução dos planos. 2. Cuidar para que a organização humana e material seja coerente com o objetivo, os recursos e os requisitos da empresa. 3. Estabelecer uma autoridade construtiva, competente, enérgica e única. 4. Harmonizar atividades e coordenar esforços. 5. Formular decisões de forma simples, nítida e precisa. 6. Organizar a seleção eficiente do pessoal. 7. Definir claramente as obrigações. 8. Encorajar a iniciativa e o senso de responsabilidade. 9. Recompensar justa e adequadamente os serviços prestados. 10. Usar sanções contra faltas e erros11. Manter a disciplina. 12. Subordinar os interesses individuais ao interesse geral. 13. Manter a unidade de comando. Administração Básica & Objetiva Página | 25 14. Supervisionar a ordem material e humana. 15. Ter tudo sob controle. 16. Combater o excesso de regulamentos, burocracia e papelada. PROCESSO ADMINISTRATIVO Todo sistema é dinâmico e tem processos que interligam os componentes e transformam os elementos de entrada em resultados. Cada tipo de sistema tem um processo ou dinâmica própria. Todas as organizações usam pessoas, dinheiro, materiais e informações. O que define a natureza do sistema é o processo, a natureza da relações entre as partes, e não apenas as partes, que são muito similares em todos os sistemas. Planejamento estratégico Administração Básica & Objetiva Página | 26 A palavra estratégia é herdada dos gregos, que a usavam para designar a arte dos generais. No inicio do século XX, o conceito de estratégia e as técnicas da administração estratégica chegaram às empresas. Planejamento estratégico é o processo de elaborar a estratégia – a relação pretendida da organização com seu ambiente. O processo de planejamento estratégico compreende a tomada de decisões sobre o padrão de comportamento que a empresa pretende seguir: produtos e serviços que pretende oferecer e mercados e clientes que pretende atingir. O processo de planejamento estratégico consiste em estruturar e esclarecer a visão os caminhos que a organização deve seguir e os objetivos que deve alcançar. Análise estratégica presente; Administração Básica & Objetiva Página | 27 Onde estamos? Como chegamos aqui? Análise estratégica de ambiente; Quais são as ameaças e as oportunidades do ambiente presente e futuro? Quais são nossos pontos fortes e fracos? Para onde devemos ir? Administração Básica & Objetiva Página | 28 O que devemos fazer para chegar até lá? Hora da implementação. Implementação é o processo de colocar em pratica, acompanhar, controlar e avaliar a estratégia. A estratégia de uma organização pode ser analisada de duas formas: As decisões tomadas no passado, que afetam a situação presente, chamada posição estratégica ou situação estratégica. O presente retrata o comportamento histórico da organização, de um ponto qualquer no passado até o momento em que está sendo observada. Administração Básica & Objetiva Página | 29 As decisões que estão sendo tomadas no presente que afetam o futuro da organização. Essas decisões são os planos estratégicos, que procuram definir o comportamento da organização, daqui para frente. Análise Interna A identificação de pontos fortes e fracos dentro anda em paralelo com a análise do ambiente externo. O estudo dos pontos fortes e fracos pode ser feito por meio de análise das áreas funcionais e BENCHMARKING. BENCHMARKING é o processo por meio do qual a organização compara o seu desempenho com o de outra. Administração Básica & Objetiva Página | 30 Os principais componentes que podem integrar um plano estratégico são os seguintes: Negócio ou missão, objetivos, vantagens competitivas e alocação e recursos. Estratégias Empresariais A estratégia empresarial é classificada em quatro categorias; Penetração no mercado Desenvolvimento de mercado Desenvolvimento de produto Diversificação PLANO ESTRATÉGICO MISSÃO OBJETIVOS ESTRATÉGIAS Administração Básica & Objetiva Página | 31 A TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES As teorias da administração são conhecimentos organizados, produzidos pela experiência prática das organizações. A Teoria Geral da Administração é o conjunto dessas teorias, que são designadas por meio de diferentes termos. 1. Introdução Como todas as outras áreas do conhecimento, a gestão tem evoluído ao longo do tempo, assistindo-se nos últimos anos a um conjunto de desenvolvimentos que muito enriqueceram e contribuíram para o estudo e conceptualização das organizações. Neste texto será referenciada a forma como têm sido conceptualizadas as organizações desde o início do século, Administração Básica & Objetiva Página | 32 analisando genericamente a contribuição dos autores que mais se destacaram a tentar formalizar o estudo das organizações. Mais que uma apresentação das diversas abordagens, pretende- se mostrar como tem sido a evolução ao nível dos conceitos centrais e com essa evolução tem ao desenvolvimento das próprias organizações, devido à sua crescente complexidade e às mudanças radicais da sua envolvente externa, quer a nível social quer a nível económico, tecnológico ou cultural. Não há por isso a preocupação de analisar exaustivamente das posições dos vários autores, mas antes se pretendeu agrupar por grandes linhas de pensamento o que tem sido essa evolução. Assim, para se melhor entender a situação actual em termos de desenvolvimento da gestão e fazer uma análise, embora resumida, da evolução dos principais pontos de vista, filosofias e Administração Básica & Objetiva Página | 33 escolas de pensamento que foram dominantes ao longo do século XX, foi efectuada a sua classificação em três grandes grupos: Teorias Clássicas Teorias Comportamentalista Teorias Pragmáticas 2. Teorias Clássicas Foram dominantes até ao final dos anos 30 e são contemporâneas do desenvolvimento das primeiras grandes empresas industriais. Coincidem com uma época em que as tecnologias são incipientes e de grande crescimento dos mercados, criando a necessidade dum rápido desenvolvimento da capacidade de produção. É neste período que surgem as Administração Básica & Objetiva Página | 34 primeiras empresas com sistemas de produção baseados no conceito de linha de produção. Todos os trabalhos realizados ( Taylor, Fayol e Max Weber) pretendem descobrir as regras ideais porque se deverão reger as organizações. O trabalho científico desenvolvido era orientado no sentido de revelar essas regras que servirão como normas absolutas a aplicar pelos gestores. Qualquer destas abordagens tentou desenvolver um modelo explicativo do funcionamento das organizações, assentando a sua conceptualização num sistema fechado isolado do meio exterior e centralizado na tecnologia operativa. A lógica dominante é a procura da máxima eficiência através da optimização do sistema produtivo interno. A perspectiva é estritamente de produção, sendo ignorada a actuação da organização nos diversos mercados. Administração Básica & Objetiva Página | 35 O grande crescimento dos mercados e o pouco desenvolvimento das tecnologias de produção utilizadas levavam a que a questão central, a nível empresarial, fosse ser capaz de produzir. Sendo a tecnologia o aspecto central e crítico do processo produtivo não surpreende que, a nível da conceptualização do sistema social da organização, estas abordagens tendam a considerar o indivíduo como uma peça do “maquinismo” – o indivíduo é um mero complemento da máquina que só estava presente porque a evolução tecnológica ainda não o tinha conseguido substituir. Todas as abordagens que se enquadram nas Teorias Clássicas assentam a sua visão da teoria das organizações nostrês grandes princípios seguintes: - Descoberta das regras ideais de funcionamento. Administração Básica & Objetiva Página | 36 - Organização como sistema fechado, centrado na tecnologia, cujo objectivo único é a procura de eficiência do sistema produtivo. - O indivíduo deve adaptar-se à máquina, deve complementá-la e contribuir decisivamente para a optimização de sistema produtivo. 3. Teorias Comportamentalistas As abordagens comportamentalistas, e muito particularmente a mais antiga conhecida por “teoria das relações humanas”, surgem nos anos 30 como contraponto às abordagens clássicas. Todas estas as abordagens assentam no conceito de que o homem, o indivíduo na organização, tem de ser o ponto de partida e chegada de qualquer análise do funcionamento das organizações. Ponto de partida porque é através do estudo do Administração Básica & Objetiva Página | 37 comportamento humano que poderemos compreender o comportamento organizacional e ponto de chegada porque as organizações devem ser estruturadas à medida e para servirem os que nela trabalham. Ocorre assim um desvio do foco de análise do sistema tecnico- produtivo para o sistema social o que vai abrir um conjunto de novas perspectivas relativamente ao funcionamento das organizações Permitiu uma melhor adaptação a uma envolvente social, já nessa época em grande mutação e em que o indivíduo evidenciava um nível cultural e tinha expectativas muito diversas do operário do início do século. Por outro lado a maior complexidade da tecnologia envolvida exigia cada vez mais a aplicação intelectual do trabalhador, sendo o seu esforço físico substituído pelas próprias máquinas. Administração Básica & Objetiva Página | 38 Embora a análise ainda perspective a organização como um sistema fechado, o homem já não é visto como um mero elemento do sistema interno da organização, mas como um todo – um ser humano com objectivos e inserção social própria que não abandona nem esquece à entrada da empresa. É dado o primeiro passo para introduzir na organização a incerteza provocada pelo ambiente exterior. O comportamento humano vai ser visto como o elemento crucial, como o verdadeiro objecto do estudo das organizações. A motivação e o relacionamento interpessoal passam a ser considerados como a verdadeira chave da eficiência do sistema produtivo. A eficiência do sistema produtivo passa sobretudo pela vontade das pessoas – motivação. Administração Básica & Objetiva Página | 39 O objectivo terá de ser optimizar o sistema social e não o técnico-produtivo. Gerir a organização é gerir um sistema social, baseado no conhecimento profundo dos mecanismos da motivação humana e do funcionamento de sistemas sociais complexos; o gestor não é o chefe hierárquico ou o especialista técnico mas o condutor de homens capaz de motivar os indivíduos que integram a organização. 4. Teorias Pragmáticas As abordagens aqui designadas por “pragmáticas” englobam essencialmnete o esforço analítico e normativo levado a cabo a partir de meados dos anos 50 por pessoas ligadas à gestão de empresas. Administração Básica & Objetiva Página | 40 O denominador comum de todos esses autores é a definição de “regras práticas de gestão”. A visão genérica é ainda a proposta dos clássicos atenuada por muitos ensinamentos das teorias comportamentalistas, nomeadamente a nível da motivação individual. 5. Teoria Neoclássica Esta abordagem foi buscar a sua inspiração às teorias clássicas readaptando alguns dos principais conceitos à época em que surge. O estudo das funções do gestor, tão cara a Fayol, ganha novo relevo. Administração Básica & Objetiva Página | 41 A grande inovação é o acentuar da função Inovação que passa a ser apresentada como preponderante. Esta ideia decorre da alteração fundamental introduzida pelos neoclássicos, que consiste na necessidade de conceptualizar a empresa já não totalmente como um sistema fechado, mas como um sistema que tem de adaptar-se à evolução dos mercados onde coloca os seus produtos. Efectivamente, falar de neoclássicos é falar de Marketing e da preponderância a nível de todo o comportamento organizacional e da função de gestão. A inovação traduz-se na capacidade de detectar oportunidades no mercado e de seguida ser capaz de as aproveitar activamente. Uma outra característica a realçar é a acentuação na importância dos resultados da empresa e não meramente no “output”. Administração Básica & Objetiva Página | 42 Produzir já não é essencial, mas sim produzir o que o mercado quer, de forma a que a actividade da empresa possa ser rendível. A organização, e particularmente o gestor, tem por papel fundamental apreender a evolução do mercado e inovar nas respostas a dar às oportunidades detectadas de forma a maximizar o lucro. A abordagem neoclássica procura sobretudo descobrir “regras flexíveis” que são, muitas vezes, princípios de lógica a aplicar ou formas de raciocinar sobre problemas e situações concretas enfrentadas pelas empresas. Fonte: BIBLIOGRAFIA Administração Básica & Objetiva Página | 43 SOUSA, António(1990), Introdução à Gestão – uma abordagem sistémica, Editorial Verbo. PERETTI, J.M., Orsoni, J., et. Al. (1993), Gestão, As funções da empresa, Edições Sílabo. TEIXEIRA, Sebastião (1998), Gestão das Organizações, Mc Graw-Hill. O MODELO JAPONÊS A tese geral que Coriat pretende sustentar é que o sistema Toyota constitui um conjunto de inovações organizacionais cuja importância é comparável ao que foram em suas épocas as inovações trazidas pelo taylorismo e pelo fordismo. Administração Básica & Objetiva Página | 44 Coriat rejeita tanto as “receitas de bolo” simplistas, que sugerem ser a competitividade japonesa baseada na adoção de técnicas organizacionais isoladas, como as visões culturalistas, que negam ser transferível o novo padrão industrial lá desenvolvido, por ser inerente àquela determinada tradição. Se de fato, no âmbito de novas relações capital–trabalho – mais cooperativas e calcadas em compromissos de longo prazo, com credibilidade – restaura-se no trabalhador direto uma boa dose de agregação das atividades de concepção e execução, é perfeitamente possível pensar que a identificação de interesses mínimos comuns possa conduzir a resultados positivos. Nesta configuração, os resultados alcançados por uma empresa ou por uma economia são mais expressivos do que num ambiente onde imperasse um contrato social mais conflitivo – no fordismo, por exemplo. Antunes (em Adeus ao trabalho?) analisa criticamente o modelo japonês e afirma: os modelos fordista e taylorista deram lugar ao modelo japonês, onde os pontos críticos são a intensificação da exploração e a aceleração do ritmo de trabalho, cujo triunfo está na flexibilização da produção, na Administração Básica & Objetiva Página | 45 multifuncionalidade do trabalhador e no trabalho em equipe. Afirma, também, que a introdução do modelo japonês apóia-se numa correlação de forças desfavoráveis aos trabalhadores, e rejeita a ideia pela qual esse modelo garante, simultaneamente, eficiência e equidade social. Na realidade, promove-se aí um estranhamento no trabalho, além de se extrair o saber e ofazer do trabalhador e provocar-se um estado de desidentidade na classe trabalhadora em relação ao que ela produz. O que Coriat nos mostra é que há algo mais do que os grandes modelos ocidentais de gestão do capitalismo, e seu bem- sucedido percurso até o presente proporciona uma nova visão de modelos não baseados em questões únicas e simplistas, mas em uma rede de inter-relacionamentos entre interesses na busca para a solução do que parece sem solução. A criatividade e a perseverança fazem surgir modelos que, apesar de jovens, demonstram sabedoria e capacidade de perpetuação. Esses modelos trazem uma energia quase incansável e formidáveis desempenhos, capazes de intimidar seus antecessores e fazê-los buscar o entendimento da nova situação. Administração Básica & Objetiva Página | 46 Podemos perceber nesses detalhados estudos, não só a complexidade do modelo japonês, mas, também, a postura simplista das inúmeras tentativas de se copiar seu sucesso. Vale ainda ressaltar a importância das condições históricas que favoreceram a criação, a instalação, o desenvolvimento e a perpetuação de tal sistema, como bem apresenta Coriat na análise dos fatos históricos dos pós-guerras – as condições econômicas e sociais de um país e de todo o seu parque industrial. Percebe-se que da necessidade fez-se o combustível para alimentar essa máquina que precisava decolar, caso contrário afundaria definitivamente. Antunes afirma que a fragmentação, a heterogeneização e a complexidade da força de trabalho, assim como a neocorporização das instituições sindicais, ameaçam a organização sindical tradicional. Administração Básica & Objetiva Página | 47 Constituem, assim, um grande desafio e uma demonstração de que o capitalismo avançou sobre o ser social que trabalha, levando a propostas de perda dos direitos e benefícios, em troca da manutenção do emprego ou do subemprego. Durante o desenvolvimento do sistema Toyota, em 1954, a campanha conduzida teve como palavra de ordem “Proteger nossa empresa para defender a vida”. Desde então, a greve praticamente desapareceu na Toyota. Outro sinal dos novos tempos é que, desde essa época, a atividade sindical tornou-se uma das passagens essenciais que asseguram a promoção dos dirigentes e a formação das elites dessa empresa. Outros eventos conexos afetam o conjunto do sistema das relações industriais, não só na Toyota como em toda a indústria japonesa. Trata-se de um conjunto de contrapartidas implícitas ou explicitas, dadas aos sindicatos e aos trabalhadores das Administração Básica & Objetiva Página | 48 grandes empresas em troca de seu engajamento na produção. É nesse período que se fixa de maneira mais nítida o sistema de emprego vitalício e de salário por antiguidade. Em todo caso, parece-nos essencial compreender que a introdução do modelo japonês em grande escala só pode ser feita após essa reorganização em profundidade do sindicalismo, e após o estabelecimento de um jogo complexo de contrapartidas regrando as relações industriais. A empresa japonesa é definida como uma firma onde são plenamente levados em conta os interesses dos empregados e os interesses dos detentores de capital; o papel de uma terceira força, a do administrador, é realizar o equilíbrio dos interesses no curso da elaboração e da tomada de decisões no que diz respeito às atividades da firma. A empresa japonesa não seria um lugar de maximização do lucro, mas um lugar de mediação dos interesses dos diferentes grupos que a compõem. Administração Básica & Objetiva Página | 49 O sindicalismo de empresa japonês está perfeitamente integrado aos objetivos da empresa, donde conclui-se que a maneira eficaz de representação dos interesses dos assalariados consistiria em utilizar essa forma tão eficaz para equilibrar o poder dos proprietários e fazer dos administradores seus corretos mediadores. Como última observação, lembremos que o sistema das relações industriais japonesas é construído sobre um conjunto de contrapartidas verdadeiras – emprego vitalício e mercados internos de trabalho, por exemplo. Fonte: Pensar Pelo Avesso: O Modelo Japonês De Trabalho E Organização Administração Básica & Objetiva Página | 50 Carlos Alberto Casado Pereira Mestrando pelo Centro Universitário SENAC INTERFACEHS INTERFACEHS – Revista de Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente - v.1, n.2, Resenha 1 dez 2006 / www.interfacehs.sp.senac.br O ATO DE GERENCIAR O gerenciamento do capital humano num programa de qualidade segundo De Ming (1990) 1. A participação dos funcionários nas decisões operacionais, no planejamento, na definição de metas e no acompanhamento do desempenho. Os operários são estimulados a fazer sugestões e assumem grau de Administração Básica & Objetiva Página | 51 responsabilidade relativamente elevado pela performance global; 2. O trabalho em equipe é fundamental na empresa como um todo. O objetivo de uma equipe é o de melhorar as entradas e as saídas de qualquer estágio. Uma equipe pode muito bem ser composta de pessoas de diferentes setores da empresa. Uma equipe tem um cliente que pode ser externo e interno. Todos os membros de uma equipe têm a oportunidade de contribuir com idéias, planos e números, mas qualquer um deve esperar ver algumas de suas melhores idéias submergirem em face do consenso da equipe. Poderá ter nova oportunidade, em outra retomada do ciclo. 3. Valorização do trabalhador, fazendo este orgulhar-se do trabalho que realiza. A realização profissional proporciona a mão de obra a oportunidade de trabalhar com satisfação e empenho. Administração Básica & Objetiva Página | 52 4. O Estado de confiabilidade entre mão de obra e administração gera comprometimento e envolvimento de todos, traduzidos em prazer e satisfação para o bem da empresa. 5. O líder deve ter papel de colega aconselhando e conduzindo as pessoas no dia a dia, aprendendo com e junto delas. 6. O comprometimento com a qualidade e a coerência dos atos gerenciais traduzem o sucesso das atividades empresariais. 7. A melhoria da qualidade e produtividade é um processo que sofre aperfeiçoamento contínuo. Administração Básica & Objetiva Página | 53 8. A absorção de uma dificuldade econômica repentina pela empresa deverá ter o sacrifício de todos. Os cortes deverão ser feitos de cima para baixo na hierarquia das funções. 9. O controle estatístico da qualidade é fundamental pois detecta a causa que gerou o erro, podendo assim criar-se um sistema que minimize erros futuros. Um homem que ainda não atingiu o controle estatístico de seu trabalho, mais treinamento lhe será útil. 10. As inspeções não devem ser excessivas. Inspeções mal feitas provocam: frustração dos operários, interpretação errada de pontos de gráfico de controle e produtos defeituosos entregues ao consumidor. Administração Básica & Objetiva Página | 54 11. A comunicação deve ser clara e fluir naturalmente, pois esta é fundamental para o relacionamento humano. 12. Proporcionar treinamento a todos. COMPORTAMENTO NA ADMINISTRAÇÃO Administração Burocrática Reinhard Bendix (1960) define burocratização como rotinização. Também definida por uma forma de organizaçãohumana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos, a Burocracia, tem em Max Weber7 o criador e inspirador de tantas outras figuras que pesquisaram a respeito, dentre eles Administração Básica & Objetiva Página | 55 destacamos: Robert K. Merton, Philip Selznick, Alvim Gouldner, Richard Scott, etc. Na realidade, Weber não considerou a burocracia como um sistema social, mas principalmente como um tipo de poder. E, para melhor compreender a burocracia, Weber estudou os tipos de sociedade e os tipos de autoridade. Onde, tanto a Sociedade quanto a Autoridade Tradicional, tinham por características o patriarcado e o conservantismo observado nas clãs, famílias da sociedade medieval. Assim como a Sociedade e a autoridade carismática eram personalistica e arbitrária, manifestando-se em grupos revolucionários, partidos políticos, se legitimando pelas características pessoais de heroísmo, carisma, etc. Contudo, essa racionalidade encontrada na definição de Weber para a burocracia, também se encontra em Chiavenato (2003, p.2) quando define que, a administração nada mais é do que a condução racional das atividades de uma organização seja ela lucrativa ou não-lucrativa (grifo nosso). Aqui, esta Administração Básica & Objetiva Página | 56 racionalidade pode ser entendida por não abrir mão de nenhuma das etapas que compõe o processo de administrar como um todo, qual seja, Planejar, Organizar, Dirigir/Executar, Liderar e Controlar. Mas, a Teoria da Burocracia, apresenta seu principal enfoque na organização formal burocrática e racionalidade organizacional, com ênfase na estrutura da empresa. Também com ênfase na estrutura, vemos as contribuições de outros precursores da administração cientifica, tais como, Taylor10 e Fayol11. Mas, a distinção está no foco da pesquisa que cada um endereçou. Por exemplo, Fayol, de maneira sucinta, preocupou-se com a organização e os relacionamentos entre as funções (áreas) e as pessoas, no desenvolvimento de suas atividades profissionais. Enquanto Taylor, observava a forma como o trabalhador desenvolvia suas atividades e os meios que dispunha para tal. Administração Gerencial Administração Básica & Objetiva Página | 57 Afirma Chiavenato (2003, p.2) que, a administração nada mais é do que a condução racional das atividades de uma organização seja ela lucrativa ou não-lucrativa. Também podendo ser entendida como a condução de pessoas a resultados, a administração empresta ou cede seus postulados, princípios ou conjunto de conhecimentos a organização para uma melhor combinação de seus recursos (humanos, materiais, financeiros, tecnológicos, etc) e conseqüente obtenção de uma produção qualitativa de bens ou serviços. Não resta a menor dúvidas que, dentre os recursos mobilizados pela empresa para atingimento de seus objetivos, existe um que imprime a dinâmica existencial na mesma. Na realidade, conduz também o emprego eficiente de todos demais recursos tangíveis, além de ser possuidor do mais significativo bem intangível: a inteligência. Pois bem, as pessoas assumem esse importante papel para as organizações, em razão do reconhecimento das qualidades que lhes são natas. Muito embora esse Administração Básica & Objetiva Página | 58 reconhecimento seja recente. Ou seja, as pessoas já tiveram seus momentos de meros recursos produtivos para a organização. Portanto, ainda que possamos empregar de maneira eficiente e eficaz o recurso do planejamento em todos os níveis; ainda que, saibamos empregar a ferramenta da organização como arma de otimização e produtividade, se não possuirmos pessoas preparadas para liderança destas etapas, estaremos comprometendo, de forma significativa, os resultados a serem alcançados. Pois, conforme já dissemos, gestão pode ser entendida como um conjunto de esforços que tem por objetivo planejar, organizar, dirigir ou liderar, coordenar e controlar as atividades de um grupo de indivíduos que se associam para atingir um resultado comum (Lacombe, 2004). Nos dias atuais, em pleno terceiro milênio, vivenciando uma economia globalizada e um mundo fortemente competitivo, as empresas sentem o imperativo de não mais administrar recursos Administração Básica & Objetiva Página | 59 humanos, nem administrar as pessoas, mas, sobretudo administrar com as pessoas. Agentes ativos e proativos, dotados de inteligência, criatividade e habilidades, constituindo-se dessa forma, um fator de competitividade, da mesma forma que o mercado e a tecnologia. Fonte: AUTOR: Paulo Cisneiros Perfil do Autor: PAULO CISNEIROS, Mestre em Gestão de Recursos Humanos e Comportamento Organizacional, ISMT, Coimbra / Portugal; Especialista em Associativismo / Cooperativismo, UFRPE, 2006, Recife/PE; Bacharel em Administração de Empresas, FSJT, 1976, Porto Alegre/RS; Bacharel em Economia, UNICRUZ, 1973, Cruz Alta/RS; Professor do CODAI / UFRPE, São Lourenço da Mata/PE; Coordenador do Curso Técnico de Administração Empresarial e Marketing do CODAI/UFRPE; Professor da FACIG, Igarassu/PE; Coordenador do Curso de Administração Básica & Objetiva Página | 60 Especialização em Controladoria e Finanças Empresarial da FACIG; e, Professor da FASC, Recife/PE. MOTIVAÇÃO E LIDERANÇA RESUMO A liderança é um processo chave em todas as organizações. O gestor deve ser um líder para lidar com as pessoas que trabalham com ele, motivando-as. A liderança é uma forma influência e é uma transação interpessoal em que uma pessoa age para modificar ou provocar o comportamento de outra, de maneira intencional. Existem três abordagens teóricas sobre a liderança: teoria dos traços de personalidade, teoria sobre estilos de liderança e teoria situacional de liderança. A liderança está Administração Básica & Objetiva Página | 61 associada a estímulos e incentivos que possam provocar a motivação nas pessoas para a realização da missão, da visão e dos objetivos empresariais. No campo da administração, uma pessoa motivada significa alguém que demonstra alto grau de disposição para realizar uma tarefa ou atividade de qualquer natureza. O estudo da motivação para o trabalho desperta grande interesse entre administradores e pesquisadores, dado a importância de se entender, e se possível, monitorar o estado de disposição para realizar tarefas. INTRODUÇÃO Este tema tem como objetivo maior esclarecer, dentro do contexto organizacional, os diversos conceitos de liderança, a diferença entre líderes e administradores, e o que realmente caracteriza um bom líder. Afinal, nascemos ou nos tornamos líderes? Além disso, visa esclarecer sobre motivação e desmotivação através de posturas que as empresas adotam em seu ambiente interno, demonstrará a diferença entre motivação, Administração Básica & Objetiva Página | 62 incentivo e impulso, confundido pela maioria e o real responsável pela motivação. Deve ser a própria pessoa que deve se auto-abastecer de motivação pessoal ou a motivação é uma função gerencial? Busca-se também enfatizar a importância na qualidade de vida no trabalho como um fator relevante de satisfação e, consequentemente, de motivação. Conceituando liderança O que é liderança? Para começar,um líder é aquele que exerce influência em um determinado grupo de pessoas a fim de que elas façam o que ele deseja, porém esta influência não deve ser rigorosa e por meio do poder de um cargo, obrigando as pessoas a fazerem o que ele deseja, e sim, deve-se usar da autoridade e respeito com elas, oferecendo um meio de trabalho propício para que todas desenvolvam suas atividades por vontade própria, e conduzir as pessoas e organizações em direções que sozinhas não seguiriam. Administração Básica & Objetiva Página | 63 Alguns estudiosos do assunto como, Ignácio Alvarez de Mon, professor de comportamento organizacional da escola de negócios do Instituto de Empresa e autor do livro Depende de você, diz que motivação e trabalho em equipe são algumas das principais ferramentas para fazer de alguém líder em todas as áreas da vida. Segundo Mon. (2008), a liderança começa pelo autocontrole, tarefa árdua e complicada ao alcance de poucos. Um bom líder deve conhecer a si mesmo, seus pontos fortes e fracos, procurando viabilizar os primeiros e tentando não tornar pesados demais os segundos, nem para ele mesmo e nem para os demais. A partir daí, ele deve promover as condições adequadas para que surjam outros líderes à sua volta. Diversos estudos realizados entre trabalhadores de natureza e condição as mais diversas mostram o que se espera do líder: Administração Básica & Objetiva Página | 64 1. Que tenha conhecimento amplo e profundo do trabalho a ser realizado. 2. Que seja honrado e íntegro. 3. Que tenha visão do futuro. 4. Que instile esperança e paixão naquilo que faz. Com isso, questionamos a seguinte questão: Afinal, nascemos ou nos tornamos líderes? As pessoas sentem-se estimuladas com o tópico liderança. Querem saber: De que é feito um líder? Administradores de todos os níveis em todos os setores interessam-se por essa questão. Acreditam que a resposta proporcionará melhora no desempenho da organização e no sucesso das carreiras pessoais. Esperam adquirir as habilidades que transformarão um administrador "mediano" num verdadeiro líder. Administração Básica & Objetiva Página | 65 Felizmente, a liderança pode ser ensinada e aprendida. De acordo com Bateman (1998), a liderança parece ser a convocação de habilidades possuídas por uma maioria, mas utilizada por uma minoria. É, porém, algo que pode ser aprendido por qualquer pessoa, ensinado a todos, não devendo ser negado a ninguém. Esse é o caso do administrador, que não necessariamente deve ser um bom líder e sim se torna um líder quando está presente no nível de direção ou gerencial de uma organização, pois a empresa precisa de líderes em todos os seus níveis hierárquicos e em todas as áreas de atuação. Liderança não é sinônimo de administração. A rigor, o administrador, deveria ser também um líder para lidar adequadamente com as pessoas que trabalham com ele. O líder, por seu lado, pode atuar em grupos formais e informais e nem sempre é um administrador. Contudo, é na gerência que reside o ponto mais crítico da liderança, pois é neste nível que são decodificados e traduzidos os objetivos e as necessidades da empresa e transformados em metas e esquemas Administração Básica & Objetiva Página | 66 de trabalho para serem implementados e realizados pelos demais outros níveis de hierarquia empresarial. Ao traduzir os objetivos fixados e convertê-los em programas de ação, a gerência assume o papel de direcionar e conjugar esforços, comunicar, liderar, motivar, avaliar e recompensar as pessoas dentro da organização, afinal, o administrador não lida somente com dinheiro e equipamentos, mas sim com pessoas, onde a ferramenta gerencial que emerge é a liderança. Chiavenato (1999), diz que a liderança é um processo chave em todas as organizações. O administrador deveria ser um líder para lidar com as pessoas que trabalham com ele. Logo, a liderança não deve ser confundida com direção ou com gerência. Um bom administrador ou gerente pode ser um bom líder, porém um líder nem sempre é um gerente ou administrador, mesmo que seja de estrema necessidade empresarial a presença de um líder. “A liderança é uma forma de influência. A influência é uma transação interpessoal em que uma pessoa age para modificar ou provocar o comportamento de outra pessoa, de maneira intencional.” (CHIAVENATO, 1999:553-627). Administração Básica & Objetiva Página | 67 De acordo com o autor, a liderança é um fenômeno tipicamente social que ocorre exclusivamente em grupos sociais. Podemos defini-la como uma influência interpessoal exercida numa dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. Existem três diferentes abordagens teóricas a respeito da liderança. São elas: Teoria de traços de personalidade: sintetizam as características de personalidade possuídas pelo líder, tais como: inteligência, otimismo, empatia, flexibilidade, comunicabilidade, perspicácia, entusiasmo, criatividade etc.; Teoria sobre estilos de liderança: são as maneiras e estilos de se comportar adotados pelo líder: autocracia, liberalismo e democracia; Teoria situacional de liderança: é o modo de como adequar o comportamento do líder às circunstâncias da situação. Administração Básica & Objetiva Página | 68 A compreensão do que representa a liderança nos dias atuais exige o conhecimento prévio dos caminhos pelas quais passou as teorias administrativas ao longo do tempo. O período em que compreende a Teoria Comportamental, denominou-se "Era Industrial Neoclássica (1950-1990)", onde a ênfase nas pessoas teve seu início com a "Teoria das Relações Humanas". Essa abordagem surgiu com os resultados da famosa experiência de Hawthorne, realizada na década de 1930 para pesquisar o efeito das condições ambientais sobre a produtividade do pessoal, no sentido de dar importância ao fator humano na organização e a necessidade de humanização e democratização das organizações. As principais conclusões de Hawthorne foram: o trabalho é uma atividade tipicamente grupal; o operário não reage como indivíduo isolado; a tarefa da administração é formar líderes capazes de compreender, comunicar e persuadir; e a pessoa é motivada essencialmente pela necessidade do trabalho em equipe. Com o impacto da "Teoria das Relações Humanas", os conceitos antigos, tais como: organização formal, disciplina, Administração Básica & Objetiva Página | 69 departamentalização; passam a ceder lugar para novos conceitos como organização informal, liderança, motivação, grupos sociais, recompensas etc. A maior contribuição da Teoria das Relações Humanas foi ressaltar a necessidade de boas relações humanas no ambiente de trabalho, o tratamento mais humano dado às pessoas, a adoção de uma administração mais participativa em que as pessoas possam ter um papel mais dinâmico. Como consequência dessa teoria, surgem os líderes a fim de melhorar o tratamento dado às pessoas e propiciar um ambiente motivacional de trabalho mais favorável e amigável. Portanto, os fatores básicos da Teoria das Relações Humanas são: organização tratada como grupo de pessoas; ênfase nas pessoas e grupos sociais; sistemas psicológicos motivacionais; liberdade e autonomia do empregado e confiança nas pessoas. No decorrer da "Era Industrial Neoclássica" surge a Teoria Comportamental, a moderna sucessora daTeoria das Relações Administração Básica & Objetiva Página | 70 Humanas. A Teoria Comportamental trouxe novos conceitos sobre motivação, liderança e comunicação, que alteravam completamente os rumos da teoria administrativa, tornando-a mais humana e amigável. Liderar consiste, enfim, conseguir com que os demais façam o que devem fazer com profunda convicção e, sobretudo, que o façam tomando a si a responsabilidade para que isso aconteça. Líderes excepcionais têm visão. Conduzem pessoas e organizações em direções que sozinhas não seguiriam. Podem lançar empreendimentos, formar culturas organizacionais, ganhar guerras ou mudar o curso dos eventos, são estrategistas que agarram oportunidades que outros deixam de perceber. Conceituando Motivação Administração Básica & Objetiva Página | 71 Todas as organizações gostariam de ter em seus quadros pessoas motivadas, satisfeitas e felizes, porém esse é um dos maiores desafios de um administrador. O conhecimento da motivação humana é indispensável para que o administrador possa realmente contar com a colaboração das pessoas e criar condições de aplicabilidade dos conceitos da teoria administrativa na vida organizacional. Mas, como iremos conseguir que os funcionários façam o que esperamos deles? Esse é o desafio da motivação: assim como moral, abrangem muitas formas complexas de comportamento humano. Com isso, o tema aqui elaborado, aborda o relato de estudiosos e pesquisadores do assunto, para a seguinte questão: Quem é o real responsável pela motivação das pessoas dentro de um ambiente organizacional? Deve ser a própria pessoa que deve se auto-abastecer de motivação pessoal ou a motivação é uma função gerencial? Chiavenato sugere a segunda colocação. Argumenta que a motivação está contida dentro das próprias pessoas e pode ser amplamente influenciada por fontes externas ao indivíduo ou pelo seu próprio trabalho na empresa. Administração Básica & Objetiva Página | 72 Podemos dizer que a motivação é uma força e energia que nos impulsiona na direção de alguma coisa, de forma intrínseca, ou seja, que está dentro de nós, nasce de nossas necessidades interiores, que se refere ao processo de desenvolver uma atividade pelo prazer que ela mesma proporciona, isto é, desenvolver uma atividade pela recompensa inerente a essa mesma atividade. Essa forma de considerar o comportamento motivacional implica o reconhecimento de que ele representa a fonte mais importante da autonomia pessoal, à medida que as pessoas podem, de certa forma, escolher que tipo de ação empreender com base em suas próprias fontes internas de necessidades e não simplesmente responder aos controles impostos pelo meio exteriores. “A motivação é intrínseca, também não podemos dizer que motivamos os outros a isso ou aquilo. Ninguém motiva ninguém. Nós é que nos motivamos, ou não.” Administração Básica & Objetiva Página | 73 (VERGARA, 1999). De acordo com a autora, tudo o que os líderes ou gestores podem fazer é estimular, incentivar, provocar nossa motivação. Dito de outra maneira, a diferença entre a motivação e estímulo é que a primeira está dentro de nós e a segunda, fora. Motivação refere-se aos desejos, aspirações e necessidades que influenciam a escolha de alternativas, determinando o comportamento do indivíduo. Os motivos são as formas de tensão que ocorrem nos indivíduos. Motivação é o processo de mobilização de energia. Isto ocorre com cada indivíduo. É alguma coisa interna ao indivíduo. Um aspecto importante e que busca uma compreensão mais clara do comportamento motivacional é o fato de que ele seja extremamente variado mesmo quando se trata de uma única pessoa. À medida que se realiza um tipo de necessidade, a Administração Básica & Objetiva Página | 74 atenção do indivíduo volta-se para outros objetivos ou finalidades. Essa variabilidade entre necessidades e escolha de objetivos dificulta o estabelecimento de um padrão único de identidade do comportamento motivacional. Deve-se levar em consideração a existência das diferenças individuais e culturais de cada pessoa quando se fala em motivação. Esse diferencial não só pode afetar significativamente a interpretação de um desejo, como também o entendimento da maneira particular como as pessoas agem na busca dos seus objetivos. As diferenças individuais entre as pessoas dificultam enormemente a definição de parâmetros universais que as empresas possam utilizar para motivar as pessoas em igualdade de condições. O que é bom para uma pessoa pode não ser necessariamente para outra, e o que interessa a uma pessoa em determinada época pode não interessá-la depois de algum tempo. Há sempre um componente subjetivo na motivação que provoca uma enorme complicação. As pessoas já trazem dentro de si expectativas pessoais que ativam determinado tipo de busca de objetivos, dificultando para Administração Básica & Objetiva Página | 75 os administradores, a orientar as pessoas para que determinado trabalho seja feito. Métodos que se aproximam do controle e do conceito da motivação, não têm conseguido a eficácia que no geral se espera em uma situação no trabalho. Segundo Chiavenato (1997), a motivação é uma das principais responsabilidades gerenciais. A influência gerencial sobre seus funcionários exige uma eficaz liderança e uma contínua motivação da equipe, funcionando como um dinamizador e impulsionador do comportamento humano. Logo, a administração deve procurar o que motiva o funcionário e criar um ambiente ou clima que possibilitem a satisfação individual de necessidades e objetivos organizacionais, por extensão. O simples tratamento premiação/punição não se aplica a esses casos; muitas vezes aquilo que pensamos ser uma premiação tende a ter um resultado negativo, ou seja, desmotivação. De acordo com a autora Bergamini (1997), supervisionar sem coagir significa criar um ambiente onde se conversa e, Administração Básica & Objetiva Página | 76 principalmente, se ouve. Mais do que qualquer outra coisa, isso faz com que os empregados sintam que têm algum poder. Para a autora, uma equipe motivada é aquela que se sente à vontade para expor o que pensa e contar com a ajuda do seu superior, assim como a equipe realizarão as devidas tarefas delegadas pelo superior. Para a Psicologia a motivação não é algo que possa ser diretamente observado. A motivação representa a busca de explicações para o comportamento humano. Um jovem que vai para a universidade para ser médico, um homem que anda pelas ruas, na busca persistente de uma farmácia, são pessoas que estão fornecendo exemplos de comportamento motivado. Todo comportamento motivado tem a sua causa determinada por um motivo que, por sua vez, se diferencia dos termos incentivo e impulso. Administração Básica & Objetiva Página | 77 Incentivo é um objeto, condição ou significação externa para o qual o comportamento se dirige, que pode ser positivo (aquele na direção do qual o comportamento se dirige), e negativo (quando o indivíduo procura afastar-se do comportamento dirigido). Podemos exemplificar o incentivo positivo como sendo o alimento, o dinheiro, o sucesso; e o incentivo negativo como o ferimento, o isolamento social. Impulso é considerado a força que põe o organismo em movimento. É entendido como a consequência de uma necessidade. A fome, por exemplo, éum impulso, consequência da necessidade de alimento. Difere-se do motivo porque não dá direção ao comportamento, é apenas seu ativador. Várias teorias foram levantadas acerca da motivação e do que ela é. Algumas delas, em particular, mantiveram credibilidade por um certo tempo, e acabaram por criar uma apresentação concisa, embora completa sobre o assunto, como a Teoria das Necessidades de Maslow, a Teoria dos dois fatores de Herzberg e a Teoria da expectativa de Vroom. No presente trabalho, abordaremos um pequeno resumo destas teorias mais conhecidas. Administração Básica & Objetiva Página | 78 A teoria das necessidades surgiu dos estudos do psicólogo americano, Abraham Maslow, que parte do princípio de que os motivos do comportamento residem dentro do próprio indivíduo. Algumas dessas necessidades são conscientes, outras não. Para Maslow, as necessidades humanas estão arranjadas em uma pirâmide de importância e de influenciarão do comportamento humano. Maslow distingue dois tipos de necessidades: primárias e secundárias. As primeiras formam a base da hierarquia. Necessidades primárias são as fisiológicas, também denominadas biológicas ou básicas, que dizem respeito à sobrevivência das pessoas, como por exemplo, fome, sede, sono, que são as necessidades mais baixas na hierarquia. Elas orientam a vida humana desde o momento do nascimento. São as necessidades relacionadas com a própria subsistência e existência do indivíduo. Primeiro nível das necessidades e devem ser satisfeitas em primeiro lugar. E também estão relacionadas à necessidade de proteção (Necessidades de segurança) contra alguma ameaça real ou imaginária, como por exemplo, salário, casa própria, seguro-saúde, aposentadoria e até emprego, e surgem no comportamento humano quando as necessidades fisiológicas estão relativamente satisfeitas. Administração Básica & Objetiva Página | 79 Necessidades secundárias são as afetivo-sociais, as de estima e as de auto-realização, estas últimas constituindo o topo da hierarquia. As necessidades de afetivo-sociais falam do desejo de amar e de ser amado, de pertencer a um grupo (Necessidades sociais) e surgem quando as necessidades mais baixas (fisiológicas e de segurança) se encontram relativamente satisfeitas. As frustrações dessas necessidades conduzem geralmente à falta de adaptação social e à solidão. E as necessidades de autoestima, estão relacionadas com a maneira pela qual o indivíduo se vê e se avalia. Envolvem auto- apreciação, autoconfiança, necessidade de aprovação social, de reconhecimento, de status, prestígio e de consideração. A frustração dessas necessidades produz sentimentos de inferioridade, fraqueza, dependência e desânimo. Administração Básica & Objetiva Página | 80 E por fim, no topo da hierarquia, encontram-se as necessidades de auto-realização, que podem ser atingidas quando se proporcionam trabalhos gratificantes e interessantes, através dos quais o indivíduo possa se auto-desenvolver. A teoria dos dois fatores de Herzberg é também conhecida como teoria dos fatores higiênicos e motivacionais. Herzberg, na década de 50, formulou essa teoria para melhor explicar o comportamento das pessoas em situação de trabalho. Concluiu que dois fatores diferentes influenciam a motivação. Contradizendo a visão tradicional, afirmou que certos fatores têm o poder principal de deixar o funcionário insatisfeito quando certas condições se encontram ausentes. São os chamados fatores de higiene, ou higiênicos, ou de manutenção, ou ainda, extrínsecos. Esses fatores podem ser considerados como fortemente motivadores. Estão relacionados ao contexto de trabalho, ou seja, estão ligados com o ambiente que envolve o trabalho, como por exemplo, o salário, benefícios sociais, condições físicas e ambientais de trabalho, etc. Administração Básica & Objetiva Página | 81 Os fatores de motivação ou intrínsecos estão centrados no trabalho; estão ligados ao conteúdo do trabalho. Os funcionários encontram-se fortemente motivados por aquilo que eles fazem para si mesmos. Existe, assim, uma relação direta entre o trabalho e as recompensas internas, como por exemplo, sentimento de crescimento individual, de reconhecimento profissional, etc. A característica mais importante dos fatores motivacionais é que quando são ótimos, eles levam a satisfação das pessoas no trabalho. Porém, quando precários, evitam a satisfação. Os fatores higiênicos quando estão presentes não provocam estado de satisfação, e sim um estado neutro de não insatisfação. Na ausência dos mesmos as pessoas se sentem insatisfeitas. Quanto maior a satisfação dos funcionários, mais alta é a qualidade de vida no trabalho. Os funcionários podem estar mais ou menos satisfeitos, não apenas com os fatores motivacionais e higiênicos, mas também com outros fatores, como sua própria Administração Básica & Objetiva Página | 82 educação formal, vida familiar e oportunidades para desfrutar de atividades culturais e sociais. Estes dois últimos estão claramente fora do ambiente de trabalho. No entanto, é inegável seu papel na saúde psicológica e na produtividade dos funcionários de todos os níveis. Podemos, então, definir a motivação como sendo a força que leva os indivíduos a agirem de uma forma específica. Tomando por base a “Pirâmide de necessidades”, a “Teoria dos dois fatores” e a “Teoria da expectativa”, formulada por V. H. Vroom. Pare ele, existem duas partes que compõem a motivação: os desejos individuais e as expectativas de alcançá- los. Ele utilizou a palavra “valência” para descrever o nível de um desejo em particular: um alto nível de valência indicava um desejo forte, enquanto que um nível baixo sugeriria que o desejo tinha menor importância para a pessoa, a ponto de este ser uma causa pouco provável de alguma motivação. No entanto, se um alto nível de valência age como motivador, o indivíduo também precisa sentir que esse desejo específico pode ser satisfeito. Administração Básica & Objetiva Página | 83 Um funcionário, por exemplo, pode ter um forte desejo de adquirir uma casa luxuosa, em vez de uma casa mais popular. Se esse indivíduo acredita poder realizar seu desejo, uma vez que se trata de um imóvel para consumidores de alta renda, ele então tomará as providências necessárias, de modo a produzir o resultado exigido e a satisfação de seu desejo. Se o desejo não for acessível, há então pouca probabilidade dessa pessoa trabalhar com mais afinco e melhor. A pessoa não se sentirá motivada. Com base nos autores descritos acima, podemos definir então que a motivação funciona como o resultado da interação entre o indivíduo e a situação que o envolve. As pessoas diferem quanto ao seu impulso motivacional básico, e a mesma pessoa pode ter diferentes níveis de motivação que variam ao longo do tempo, ou seja, ela pode estar mais motivada em um momento e menos motivada em outra ocasião. A conclusão é que a motivação dentro de um ambiente organizacional não é uma função exclusivamente gerencial, e sim uma força intrínseca e que o nível de motivação varia entre Administração Básica & Objetiva Página | 84 as pessoas e dentro de uma mesma pessoa através do tempo, além das diferenças individuais, existem as variações no mesmo indivíduo em função do momento e da situação. Os processos sociais e comportamentais da motivação e da liderança estão interligados.Os liderados seguem o líder por alguma razão ou motivo. O líder propõe uma tarefa ou missão aos seguidores, porque é de seu interesse realizá-las. Os seguidores podem concordar desde que a realização da tarefa também seja de seu interesse. O líder precisa dos liderados para realizar metas e vice-versa. A liderança está associada a estímulos, incentivos e impulsos que podem provocar a motivação nas pessoas para a realização da missão, da visão e dos objetivos empresariais. Liderança, tal como motivação, nos remete às questões mais subjetivas dos seres humanos, aquelas que dizem respeito a nossas entranhas, Administração Básica & Objetiva Página | 85 ao que nos move ao que faz sentido para nós, aquilo a que atribuímos significado. O limite do desempenho não é estático e se altera com a aquisição de novos conhecimentos, com o aprimoramento das habilidades e com a mudança de atitudes e interesses. A evolução constante permite que as pessoas desenvolvam potencialidades que podem ser aproveitadas no campo profissional ou em outras áreas de atividades. Entre os fatores que podem promover o desenvolvimento das pessoas, estão: treinamento, educação, interação social, experiência e ação dos gerentes. Embora pertençam à categoria dos fatores higiênicos e não à dos motivados, de acordo com a teoria dos dois fatores, os gerentes podem influenciar decisivamente os fatores motivacionais. A ligação entre os processos de motivação e liderança revela que o líder sempre é um instrumento do grupo. O entendimento das motivações dos seguidores explica o processo social da Administração Básica & Objetiva Página | 86 liderança e também possibilita o desenvolvimento de líderes. Quem quiser se candidatar a posições de liderança deve aprender a transmitir mensagens sintonizadas com os problemas e interesses do grupo potencial de seguidores. Fonte: www.aedb.br (C/R) Por: Natália Gomes Freitas Administradora de Empresas Manoel Gonçalves Rodrigues Pesquisador e Professor, PHD Administração Básica & Objetiva Página | 87 A EVOLUÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO Principais desenvolvimentos teóricos na primeira parte do século XX. 1990 • Taylor lidera o movimento da administração científica. 1910 • Henry Ford cria a linha de montagem móvel • Henri Fayol propõe o conceito de administração geral. • Max Weber cria o tipo ideal de burocracia 1920 • Desenvolvem-se as técnicas de controle da qualidade. • Bertalanffy propõe a teoria geral dos sistemas. 1930 • Nasce a escola das relações humanas. Administração Básica & Objetiva Página | 88 Origens da administração moderna. Grandes projetos do oriente – Desde 4.000 aC. Administração de projetos de engenharia: cidades, pirâmides, projetos de irrigação. Organizações militares – Desde 3.500 aC. Organização, disciplina, hierarquia, logística, planejamento de longo prazo, formação de recursos humanos. Grécia – Desde 500 aC. Democracia, ética, qualidade, método científico. Roma – Entre VII aC. e IV A.D. Administração de império multinacional, formação de executivos, grandes empresas privadas, exército profissional. Renascimento – Século XVI. Retomada dos valores humanistas, grandes empresas de comércio, invenção da contabilidade, Maquiavel Revolução industrial – Século XVIII Invenção das fábricas, surgimento dos sindicatos, início da administração como disciplina. Administração Básica & Objetiva Página | 89 Principais personagens da Escola Clássica. FREDERICK TAYLOR Administração científica HENRY FORD Linha de montagem HENRI FAYOL Processo de administração MAX WEBER Teoria da Burocracia Aplicação de métodos de pesquisa para identificar a melhor maneira de trabalhar. Seleção e treina- mento científicos de trabalhadores. Especialização do trabalhador. Fixação do trabalhador no posto de trabalho. Trabalho (produto em processo de montagem) passa pelo trabalhador. Administração da empresa é distinta das operações de produção. Administração é o processo de planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. Autoridade tem a contrapartida da obediência. Autoridade baseia- se nas tradições, no carisma e em normas racio-nais e impessoais. Autoridade buro- crática é base da or- ganização moderna Bases da administração moderna. FAYOL Organização da empresa e papel do dirigente FORD Organização do processo produtivo TAYLOR Eficiência do trabalho operacional Administração Básica & Objetiva Página | 90 Três tipos de autoridade segundo Max Weber. Baseia-se em normas impessoais e racionais. Cria “figuras de autoridade”. Cria direitos e obrigações. Baseia-se nas qualidades pessoais de um líder. Depende de os seguidores admirarem as qualidades do líder. Baseia-se nos usos e costumes. Passa de geração a geração. Depende da crença na “santidade dos hábitos” AUTORIDADE LEGAL-RACIONAL AUTORIDADE CARISMÁTICA AUTORIDADE TRADICIONAL Linha do tempo dos principais desenvolvimentos posteriores à Escola Clássica de Taylor, Fayol e Weber. ......................................................................................................... 1900 10 20 30 40 50 60 70 80 90 2000 • Invenção da grande corporação • Evolução do processo administrativo • Controle da qualidade • Administração por objetivos • ISO 9000, qualidade assegurada e sistema da qualidade • Qualidade de vida no trabalho • Reengenharia e redesenho de processos • Aprendizagem organizacional, administração do conhecimento, empreendedorismo •Administração de projetos Administração Básica & Objetiva Página | 91 Evolução da escola da qualidade. 1920 1940 1950 1960 1980 Séc. XX Linha de montagem, controle estatístico da qualidade. Segunda guerra, controle estatístico da qualidade. Controle da qualidade chega ao Japão por meio de Deming. Qualidade total de Feigenbaum e Ishikawa. Normas ISO, garantia da qualidade Qualidade como estratégia de negócios. Fonte: www.direito-unip.pellizzon.com.br (CR) PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO O planejamento estratégico corresponde ao estabelecimento de um conjunto de providências a serem tomadas pelo executivo Administração Básica & Objetiva Página | 92 para a situação em que o futuro tende a ser diferente do passado; entretanto, a empresa tem condições e meios de agir sobre as variáveis e fatores de modo que possa exercer alguma influência; o planejamento é ainda um processo contínuo, um exercício mental que é executado pela empresa independentemente de vontade específica dos seus executores. O planejamento pressupõe a necessidade de um processo decisório que ocorrerá antes, durante e depois de sua elaboração e implementação na empresa. Este processo de tomada de decisões na empresa deve conter, ao mesmo tempo, os componentes individuais e organizacionais bem como a ação nestes dois níveis pode ser orientada de tal maneira que garante a confluência de interesses dos diversos fatores alocados no ambiente da empresa. O processo de planejar envolve, portanto, um “modo de pensar”, e um salutar modo de pensar envolve indagações, e indagações envolve questionamentos sobre o que será feito,
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