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CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO DE VITÓRIA BIANCA CEDRAZ BRUNA ELOÍSA POLEZ FABIANA DOS SANTOS RODRIGUES SAMANDA REIS SANDRINI SAMARA PERES NASCIMENTO PROJETO INTEGRADOR I: MANTEIGA VITÓRIA 2017 BIANCA CEDRAZ BRUNA ELOÍSA POLEZ FABIANA DOS SANTOS RODRIGUES SAMANDA REIS SANDRINI SAMARA PERES NASCIMENTO PROJETO INTEGRADOR I: MANTEIGA Trabalho Acadêmico apresentado aos Profs. Kelly R.Amichi e Eclair Venturini Filho das disciplinas: Composição dos Alimentos e Fundamentos de Química do segundo período do curso de Nutrição do Centro Universitário Católico de Vitória. VITÓRIA 2017 LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Vitaminas e suas funções. ..................................................................... 16 Tabela 02 – Composição nutricional da manteiga ..................................................... 17 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 8 2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 8 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 8 3 METODOLOGIA ...................................................................................................... 9 4 ASPECTOS QUÍMICOS ......................................................................................... 10 5 ASPECTOS NUTRICIONAIS ................................................................................. 11 5.1 PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA MANTEIGA ................................................ 11 5.1.1 Preparo do creme ........................................................................................... 11 5.1.2 Tratamento do creme ..................................................................................... 12 5.1.3 Batedura .......................................................................................................... 13 5.1.4 Lavagem da manteiga .................................................................................... 13 5.1.5 Salga da manteiga .......................................................................................... 13 5.1.6 Malaxagem ...................................................................................................... 13 5.1.7 Embalagem ..................................................................................................... 13 5.1.8 Armazenamento ............................................................................................. 14 5.1.9 Descarte .......................................................................................................... 14 6 RESULTADOS DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO ............................................ 15 7 INDICAÇÃO E CONTRAINDICAÇÃO DO PRODUTO .......................................... 16 8 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 18 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 19 5 1 INTRODUÇÃO No Brasil 53,8% da população está acima do peso. O excesso de peso é um dos fatores de risco para doenças crônicas como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer (BRASIL, 2017). Ou seja, grande parte das mortes provém de causas amplamente preveníveis, justificando ações imediatas para prevenir as consequências adversas dos padrões alimentares inapropriados. (WHO, 2003) O consumo de gorduras proveniente de alimentos com alto valor calórico, tem aumentado constantemente na alimentação da população, e quando consumidos em excesso podem causar implicações nutricionais na saúde dos indivíduos. Embora, existam determinadas contraindicações, esse alimentos se consumidos de maneira adequada são imprescindíveis para manutenção da saúde. Para melhor entender a sua importância, deve-se inicialmente ter o conhecimento de sua unidade estrutural, denominada ácidos graxos. Os ácidos graxos (AG) ficam armazenados no citoplasma na forma de triglicerídeos, que são constituídos de três cadeias de AG, ligadas a uma molécula de glicerol. Quando requisitadas para a produção de energia, as cadeias de ácidos graxos podem ser liberadas dos triglicerídeos e “quebradas” em unidades conhecidas como acetilCoA, posteriormente sendo degradadas em várias reações produtoras de energia. A função mais importante dos ácidos graxos está na constituição das membranas celulares compostas de fosfolipídios, que envolvem todas as células, separando suas organelas internas do meio extracelular, além de serem mediadores da resposta imunológica e inflamatória. Alguns ácidos poliinsaturados não podem ser sintetizados pelas células e são denominados ácidos graxos essenciais, que são componentes obrigatórios da alimentação. Como o organismo não é capaz de realizar a sua produção, é preciso que sejam obtidos por meio da dieta, como o ácido linoleico (ômega-6) e ácido alfa- linolênico (ômega-3). A ausência ou a inadequação desses ácidos graxos essenciais 6 estão associados, principalmente, a distúrbios neurológicos, visuais e dérmicos (escamações e inflamações de pele). Os componentes lipídicos, especialmente os ácidos graxos, estão presentes nas mais diversas formas de vida, desempenhando importantes funções na estrutura das membranas celulares e nos processos metabólicos. Neste sentido, devemos adotar uma dieta balanceada e com boa qualidade de ácidos graxos, principalmente os essenciais, pois sua carência pode comprometer o funcionamento do organismo e facilitar o surgimento de patologias. Essas substâncias orgânicas são espécies químicas que caracterizam-se por apresentarem cadeia de carbonos e hidrogênios ligados entre si, que podem ter tamanhos variados. Ao longo da cadeia podemos encontrar dois tipos de ligações químicas, em diversas posições, originando assim as diferentes famílias de ácidos graxos que são encontradas na natureza. Podem ser classificados como saturados ou insaturados, dependendo da ausência ou presença de ligações duplas carbono- carbono. Os insaturados (que contém tais ligações) são facilmente convertidos em saturados através da hidrogenação catalítica (este processo é chamado de redução). A presença de insaturação nas cadeias de ácido carboxílico dificulta a interação intermolecular, fazendo com que, em geral, estes se apresentem, à temperatura ambiente, no estado líquido; já os saturados, com uma maior facilidade de empacotamento intermolecular, são sólidos. De acordo com estes critérios podemos classificar os ácidos graxos em saturados, monoinsaturados e poliinsaturados. Esses compostos podem ser encontrados sob a forma de óleos (insaturados) ou gorduras (saturados), e são importantes na alimentação por fornecerem energia em alta densidade (9kcal/g) além de atuar como precursor para o transporte de vitaminas lipossolúveis e antioxidantes. Na alimentação humana, existem produtos que são fontes deste importante composto, a exemplo da manteiga, e que devem ser estudados para uma indicação nutricional adequada. Segundo a Portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) o nome manteiga entende-se o produto gorduroso obtido exclusivamente pela bateção 7 e malaxagem, com ou sem modificação biológicade creme pasteurizado derivado exclusivamente do leite de vaca, por processos tecnologicamente adequados. A matéria gorda da manteiga deve ser composta exclusivamente de gordura láctea (BRASIL, 1996). A manteiga é um produto derivado do leite, e utilizado provavelmente desde a pré- história quando foram iniciadas as atividades pecuárias em diversas regiões do mundo. No entanto, este alimento não foi desde o início um aporte culinário, e sim usado como unguento ou medicamento de uso externo. Ao passar dos anos, a manteiga sofreu diversas transformações tanto no seu uso quanto na sua forma de fabricação, atualmente podendo ser encontrada com diferentes tipos de preparações. Conforme Rodrigues, Gioielli, Anton e outros (2003), o sabor da manteiga é muito apreciado pelo consumidor, fato que percebemos pelo grande número de produtos com aroma de manteiga presente no mercado. 8 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Avaliar a influência do consumo de óleos e gorduras na saúde. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Avaliar as mudanças que ocorreram na recomendação do consumo da manteiga. Identificar a indicação e contra indicação do consumo de gordura saturada para uma dieta balanceada. Revisar as referências bibliográficas sobre a importância dos ácidos graxos. Apresentar a estrutura química dos ácidos graxos e sua composição. 9 3 METODOLOGIA A revisão bibliográfica é base para várias pesquisas científicas, pois visa o processo de busca, análise e descrição de um corpo do conhecimento em busca de resposta a uma pergunta específica. Para proporcionar o avanço em um campo do conhecimento é preciso primeiro conhecer o que já foi realizado por outros pesquisadores e quais são as fronteiras do conhecimento naquela (VIANNA, 2001). A Revisão Bibliográfica tem como objetivo cobrir o material relevante que é escrito sobre um tema: livros, artigos de periódicos, artigos de jornais, registros históricos, relatórios governamentais, teses e dissertações e outros tipos. Desta forma, a revisão bibliográfica é indispensável para a delimitação do problema em um projeto de pesquisa e para obter uma ideia precisa sobre o estado atual dos conhecimentos sobre um tema, sobre suas lacunas e sobre a contribuição da investigação para o desenvolvimento do conhecimento (LAKATOS; MARCONI, 2003). Para esse trabalho, foi utilizado como fontes livros, artigos, com o objetivo de conceituar e avaliar os aspectos importantes do consumo da manteiga, como uma gordura saturada, fonte de ácidos graxos essenciais e vitaminas, além de embasar sua indicação em uma dieta balanceada, de acordo com os seus benefícios e malefícios. 10 4 ASPECTOS QUÍMICOS As gorduras consistem de um grande grupo de compostos geralmente solúveis em solventes orgânicos e insolúveis em água. Sua insolubilidade na água deve-se à sua estrutura molecular, caracterizada por longas cadeias carbônicas. Por ter menor densidade flutua quando misturada em água. As gorduras têm suas cadeias "quebradas" no organismo pela ação de uma enzima chamada lipase, produzida pelo pâncreas (BRASIL,1999) . Podem também apresentar grupos funcionais com heteroátomos, como alcoóis, fenóis, ácidos carboxílicos, ésteres, entre outros. As moléculas de gordura são interligadas por uma força conhecida como interação intermolecular, que ocorre entre elas, denominada dipolo induzido ou forças de London. Braddy e Humiston (1986) afirmam que: [...] Normalmente, as forças de London são muito fracas devido a sua natureza efêmera. Elas estão presentes entre todas as partículas- íons, moléculas polares e apolares - mas contribuem muito pouco para a atração dos íons. [...]. As forças de London são importantes nas atrações entre todos os tipos de moléculas, especialmente as apolares. (BRADDY, HUMISTON, 1986, p. 272). Para avaliar o estágio de processamento ou a utilidade de uma gordura para aplicação em um produto específico, é necessário levar em consideração as propriedades físicas desses compostos orgânicos. Essas propriedades estão diretamente relacionadas com a composição química dos triglicerídeos. De maior importância são as que se relacionam com as mudanças de fase dos triacilgliceróis. Muitas das propriedades funcionais das gorduras que se utilizam na elaboração de manteigas, margarinas, e emulsões dependem da estrutura e das propriedades físicas dos lipídios que, por sua vez, dependem da composição química de suas moléculas. Para DALMOLIN (2016), o ponto fumaça é um importante aspecto físico pois determina a temperatura ótima para a utilização de uma determinada gordura, antes que comece a produzir de gases visíveis. Limitando a temperatura que a gordura pode ser usada para a cocção. As gorduras de origem animal tem ponto de fumaça próximo de 190 ºC, ocorrendo uma variação pois depende da presença de outra substâncias como emulsificantes, conservantes, e outros. 11 5 ASPECTOS NUTRICIONAIS A manteiga é utilizada para preparar os alimentos in natura, para temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias, se usados com moderação, contribuem para diversificar e tornar mais saborosa a alimentação sem que fique nutricionalmente desbalanceada. Tendo em vista uma alimentação equilibrada e saudável, uma alternativa é preparar as receitas em casa, com menos aditivos químicos e assim, a obtenção de produtos mais próximos do in natura. De acordo com algumas descobertas recentes que mostram que a gordura saturada da manteiga não está associada a problemas cardiovasculares, ela voltou a ganhar destaque na mesa. Porém seu consumo deve ser acompanhado de uma dieta equilibrada e saudável, quando em excesso ou ausência, facilita o surgimento de doenças crônicas. Segundo o EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), as etapas que envolvem a fabricação da manteiga estão explicadas nos tópicos de 5.1.1 à 5.1.6. 5.1 PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA MANTEIGA 5.1.1 Preparo do creme O creme é a matéria-prima utilizada na produção da manteiga, e é obtido com a operação de desnate. Esta operação pode ser feita naturalmente, quando o leite é deixado em repouso durante aproximadamente 24 horas, ou mecanicamente. A principal desvantagem do desnate natural é o longo tempo para a obtenção do creme, favorecendo o desenvolvimento de micro-organismos que prejudicam o sabor e aroma da manteiga, e o baixo rendimento em comparação ao desnate mecânico. O desnate mecânico é realizado com o uso de desnatadeiras, obtendo-se um creme doce, fresco e livre do ataque microbiano e do desenvolvimento de sabores e odores estranhos, além de ser mais rápido. Após o desnate, o creme é filtrado para eliminar sujidades, como pelos, que além de prejudicar a aparência do produto também são fontes de micro-organismos. Para esta operação utiliza-se uma peneira de malhas finas (0,5 mm). 12 Se a fabricação da manteiga for realizada logo após o desnate, dará origem a um produto doce, de curta durabilidade. 5.1.2 Tratamento do creme Para a obtenção de um produto com melhor qualidade e conservação, deve ser realizado o tratamento do creme, que inclui estocagem, padronização, neutralização, pasteurização, resfriamento e maturação. Se for necessário o armazenamento do creme, este deve ser feito à temperatura de refrigeração (entre 2 e 6°C), para evitar o crescimento de micro-organismos. A padronização do creme é realizada com água ou leite desnatado para queeste apresente de 35 a 40% de gordura, fator este importante para a etapa de batedura. Acima desta quantidade, haverá perda de gordura no leitelho. Se a quantidade de gordura for menor, haverá uso do equipamento abaixo de sua capacidade total. O valor ideal de acidez do creme está entre 15 a 20°D. Se estiver acima deste valor, faz-se necessária a neutralização, através da adição de bicarbonato de sódio, ou carbonato de sódio ou hidróxido de cálcio. O creme ácido pode provocar o aparecimento de gosto de queimado na pasteurização e formar uma manteiga oleosa, sem consistência, sem aroma e com sabor de peixe. A pasteurização é feita elevando-se a temperatura do creme até 75-80°C durante 10- 15 segundos, fazendo-se em seguida, o seu resfriamento. Se não for realizada a etapa de maturação do creme, o resfriamento é feito entre 8 a 13°C. Se houver maturação, o creme deverá ser resfriado até 20°C. A maturação aprimora a qualidade sensorial da manteiga. Pode ser natural quando o creme não é pasteurizado, o que impede a obtenção de uma manteiga padronizada. O processo artificial é feito através da adição de micro-organismos específicos que promovem a maturação, desenvolvendo a acidez, sabor e aroma. A adição destes micro-organismos deve ser na proporção de 3% em relação ao peso do creme. 13 5.1.3 Batedura Após a maturação, o creme deve ser resfriado antes de iniciar a etapa de batedura. Esta etapa é realizada em batedeira com temperatura na faixa de 8 a 13°C. A batedura visa a união dos glóbulos de gordura, formando os grãos de manteiga, havendo também a separação da fase líquida (leitelho). 5.1.4 Lavagem da manteiga Esta etapa é realizada no mínimo duas vezes e é necessária para que se promova a retirada de resíduos de leitelho. É feita dentro da própria batedeira e inicia-se com adição de água à temperatura inicial de 8°C e de 4°C ao final do processo, para não promover o amolecimento da manteiga. 5.1.5 Salga da manteiga Esta é uma etapa opcional, mas apresenta as vantagens de conferir melhor sabor à manteiga e de também ajudar na conservação. A quantidade de sal a acrescentar varia entre 2 a 6%, pois depende da classificação da manteiga. 5.1.6 Malaxagem Nesta etapa, os grãos de manteiga são amassados à temperatura de 12 a 14°C até formar uma massa homogênea e elástica, retirando-se o excesso de água. O término é definido quando a massa da manteiga apresenta-se uniforme, sem cavidades. 5.1.7 Embalagem Se o consumo for rápido, pode-se utilizar papel. Para maiores períodos de armazenamento, utiliza-se plástico (PVC, polietileno) e lata. 14 5.1.8 Armazenamento Se a manteiga for consumida rapidamente, pode ficar na geladeira. Caso o armazenamento seja prolongado, é recomendável que este seja realizado às temperaturas entre -10 e -15°C. 5.1.9 Descarte Com o crescimento do consumo, aumenta a demanda pela produção de embalagens, consumindo mais recursos naturais e gerando mais resíduos, com isso a população deve estar atenta ao descarte inapropriado desse tipo de produto, tentando evitar impactos ambientais. No Brasil, um quinto do lixo é composto por embalagens, corroborando com a importância da correta separação e destinação do lixo. 15 6 RESULTADOS DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO Deste processo origina-se um produto fonte de vitaminas lipossolúveis do tipo A, D, E, B12 e K2, a biodisponibilidade desses nutrientes são maiores em alimentos de origem animal, aumentando a importância do seu consumo, auxiliando na regulação de processos químicos. 16 7 INDICAÇÃO E CONTRAINDICAÇÃO DO PRODUTO A deficiência das vitaminas lipossolúveis presente nutricionalmente no produto, podem desencadear patologias como avitaminoses. Tabela 1: Vitaminas e suas funções. Vitaminas Doenças (avitaminoses) Funções no organismo A Cegueira noturna; xerolftalmia; queratinização cutânea. Pigmentos visuais na retina; diferenciação celular; combate radicais livres. D Raquitismo; osteomalacia. Mantêm as concentrações plasmáticas de cálcio. E Dificuldades visuais; alterações neurológicas. Antioxidante; captador de radicais nas membranas celulares e lipoproteínas plasmáticas. B12 Anemia perniciosa. Formação de hemácias; multiplicação celular. K2 Desnutrição; má função do fígado; problemas intestinais. Atua na coagulação do sangue; previne osteoporose. Fonte: autoria própria. Conforme estudos recentes, existe uma relação entre a forma de manejo dos animais e a quantidade/qualidade de nutrientes disponíveis nos produtos fabricados, a exemplo disso, a agricultura familiar que utilizam o método de criação de vacas criadas soltas em pastos, diferenciam-se pois a alimentação desses animais, comparado aos que são criados confinados (sendo a base da alimentação, ração), implica diretamente na produção da gordura derivada do leite, que na fabricação da manteiga torna o produto mais nutritivo, ocorrendo uma relevante diferença na biodisponibilidade dessas vitaminas, como a K2. Além de fonte desses micronutrientes, a tabela TACO (Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos) aponta outros aspectos nutricionais da manteiga que se difere entre com sal, e sem sal. Apresentando os seguintes resultados: 17 Tabela 2: Composição nutricional da manteiga Energi a (kcal) PRO T (g) LIP (g) Colester ol (mg) CH O (g) Fibra aliment ar (g) Cinza s (g) Cálci o (mg) Magnési o (mg) Manteig a, sem sal 726 0,4 82, 4 201 0,1 NA 1,4 9 1 Manteig a, com sal 758 0,4 86, 0 214 0,0 NA 0,1 4 1 Fonte: Taco Entre as primeiras diretrizes sobre o consumo de gorduras, nos anos 80, e o documento recente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a quantidade preconizada de gordura saturada, tida até então como a vilã, aumentou 43%. Hoje, as porções equivalem as da gordura poli-insaturada. Até recentemente, conforme os manuais da boa alimentação, o máximo preconizado de saturada era de 7% do total de calorias ingeridas diariamente. Agora, o limite foi estendido a 10%. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estabelece um percentual equivalente de 15% a 30% de lipídios em uma alimentação diária. No entanto, a prescrição de dietas deve ser feita exclusivamente por nutricionista, que é o profissional habilitado para tal procedimento, baseando seu atendimento na anamnese alimentar entre outros protocolos. Tratando o paciente de forma individualizada, conforme as necessidades de seu organismo, buscando o equilíbrio nutricional a fim de evitar perdas e excessos. A sua contraindicação é relacionada a quantidade de átomos de hidrogênio na composição de sua estrutura carbônica, quanto mais hidrogênio, mais danosa será a gordura, se consumida além dos limites recomendados. Em quantidades desproporcionais, os átomos de hidrogênio fazem com que a molécula de gordura se solidifique e adquira um formato uniforme. Tais características facilitam a sua ligação ao LDL no fígado. Assim, quando o LDL sai do fígado e cai na corrente sanguínea, carrega um grande volume de gordura saturada, lesionando a parede das artérias. 18 8 CONCLUSÃO Baseado nas pesquisas bibliográficas realizadas neste trabalho, conclui-se que as propriedades químicas e nutricionais da manteiga são itens importantes no funcionamento do organismo humano, devido a presença de um ácido graxo essencial e vitaminas lipossolúveis. Sua ingesta deve ser balanceada com outros nutrientes,e conciliada com a prática de atividades físicas regulares, a fim de evitar a ocorrência de patologias, levando assim uma vida saudável. Hoje, percebe-se o quão importante este nutriente é para a alimentação pois está envolvido na estrutura das membranas plasmáticas das células e nas reações imunológicas, protegendo o corpo. Apesar da rejeição que existia no consumo da manteiga, devido a relação do aumento de colesterol no sangue, conforme analisado no trabalho, esse comportamento vem sendo modificado com o aumento das pesquisas realizadas em relação a esse tema, esclarecendo a população sobre os benefícios deste produto. Assim como outros itens deve-se priorizar a aquisição de produtos orgânicos, ou o mais próximo do in natura, evitando a ingestão de aditivos químicos como corantes e estabilizantes. Boa parte da população apresenta carência de determinado nutriente, que poderiam ser evitados a partir de uma alimentação equilibrada, como ocorre em relação a vitamina A que hoje é considerada um problema de saúde pública mundial, a qual sua deficiência é a principal causa de problemas relacionados à visão. Como o produto desse estudo é considerado uma boa fonte dessa vitamina, entende-se que através do seu consumo, ele atua como um auxiliar na obtenção desse importante nutriente. Relacionado a esse fato, sugere-se a presença do nutricionista na Atenção Básica de Saúde, pois sua atuação pode evitar deficiências nutricionais endêmicas. 19 REFERÊNCIAS BRADDY, J. E.;HUMISTON G. E. Química geral. LTC, Rio de Janeiro. 1986, p. 272. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria n°146, de 07 de março de 1996. Aprova os Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade dos Produtos Lácteos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 março 1996. BRASIL, 2017. Vigitel Brasil 2016. Disponível em: <http://portalarquivos.saude.gov.br/images>. Acesso em: 02 nov. 2017. DALMOLIN, C. 2016. Óleos e gorduras. Disponível em: <http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/carlad/materiais/03_Gorduras.pdf>. Acesso em: 02 nov. 2017 LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo. Ed. Atlas S.A. 2003. RODRIGUES, J. N.; ANTON, C.; GIOIELLI, L. A. Cristalização de lipídios estruturados obtidos a partir de gordura do leite e óleo de milho. 2003. Disponível em: <:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516- 93322003000100010>. Acesso em 25 out. 2017. SANTOS, R.D. et al. 2013. I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular, disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066- 782X2013000900001>. Acesso em: 25 out. 2017. SILVA, F. T. Árvore do conhecimento tecnologia dos alimentos. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/tecnologia_de_alimentos/arvore/CON T000girl7f3902wx5ok05vadr1ty2i4zd.html> Acesso em: 20 out. 2017. VIANNA, I. O. A. Metodologia do trabalho científico: Um enfoque didático da produção Científica. São Paulo. Ed. EPU, 2011. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. World Health Organization Technical Report Series, Geneva, v. 916, 2003. Disponível em: <http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/42665/1/WHO_TRS_916.pdf>. Acesso em: 27 out. 2017.
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