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1ª Edição Sobral/2017 Adílio Moreira de Moraes João José Saraiva da Fonseca Metodologia da Pesquisa Científica Metodologia da Pesquisa Científica 5 INTA - Instituto Superior de Teologia Aplicada PRODIPE - Pró-Diretoria de Inovação Pedagógica Diretor-Presidente das Faculdades INTA Dr. Oscar Rodrigues Júnior Pró-Diretor de Inovação Pedagógica Prof. PHD João José Saraiva da Fonseca Coordenadora Pedagógica e de Avaliação Profª. Sonia Henrique Pereira da Fonseca Professores Conteudistas Adílio Moreira de Moraes João José Saraiva da Fonseca Assessoria Pedagógica Sonia Henrique Pereira da Fonseca Transposição Didática Adriana Pinto Martins Evaneide Dourado Martins Design Instrucional Sonia Henrique Pereira da Fonseca Revisora de Português Neudiane Moreira Félix Revisora Crítica/Analista de Qualidade Anaisa Alves de Moura Diagramadores Fernando Estevam Leal Anacléa de Araújo Bernardo Diagramador Web Eryberto da Silva Pontes Produção Audiovisual Francisco Sidney Souza de Almeida (Editor) Operador de Câmera José Antônio Castro Braga Pesquisadora Infográfica Anacléa de Araújo Bernardo Sumário 1 2 3 Palavra dos Professores autores ........................................................................... 09 Sobre os autores ..................................................................................................... 11 Ambientação ........................................................................................................... 13 Trocando ideias com os autores ........................................................................... 15 Problematizando ... ................................................................................................ 19 APROXIMAÇÃO COM O CONHECIMENTO CIENTÍFICO Ciência /Conhecimento Comum X Senso Comum/ Métodos Científicos....................20 FATORES DETERMINANTES PARA ESCRITA CIENTÍFICA Leitura .....................................................................................................................................................31 Escrita .....................................................................................................................................................34 Fichamento ...........................................................................................................................................38 Seminário ..............................................................................................................................................40 Banner ....................................................................................................................................................42 ASPECTOS ESTRUTURAIS DE UMA PESQUISA CIENTÍFICA Escolha tema/título ...........................................................................................................................47 Estrutura de um trabalho científico (elementos pré/textuais/pós) ................................52 Normas da ABNT ...............................................................................................................................53 Monografia ...........................................................................................................................................53 Estrutura ................................................................................................................................................54 Artigo Científico..................................................................................................................................68 4 5 6 7 CITAÇÃO E REFERÊNCIA Tipos de Citações Bibliográficas ...................................................................................................77 Elementos da Referência .................................................................................................................81 Ordem dos Elementos da Referência .........................................................................................84 INTRODUÇÃO E OBJETIVO DE UMA PESQUISA CIENTÍFICA Pergunta Problema ............................................................................................................................90 Contextualização do Tema .............................................................................................................92 Justificativa ...........................................................................................................................................93 Relevância .............................................................................................................................................97 Objetivos gerais e específicos .......................................................................................................98 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA Tipos de Pesquisa Científica..........................................................................................................102 Técnicas de Pesquisa (Coleta de Informações).....................................................................104 Busca em Banco de Dados.........................................................................................................109 Descritores/Palavras-Chave.................................................................................................111 Local do Estudo................................................................................................................................116 Participantes/Fonte de Coleta das Informações/Período da Coleta...............................116 Fases da Pesquisa............................................................................................................................117 Análise das Informações...............................................................................................................126 Análise Quantitativa.........................................................................................................................126 Análise Qualitativa............................................................................................................................126 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA COM SERES HUMANOS Resolução 466/2012.......................................................................................................................130 Atribuições:.................................................................................................................................144 Das Competências:...........................................................................................................................147 Resolução 510/2016........................................................................................................................152 Dos Termos e Definições..............................................................................................................154 Dos Princípios Éticos das Pesquisas em Ciências Humanas e Sociais.......................158 Do Processo de Consentimento e do Assentimento Livre e Esclarecido...................159 Dos Riscos..........................................................................................................................................163 Metodologia da Pesquisa Científica 9 Do Procedimento de Análise Ética no Sistema CEP/CONEP........................................164 Do Pesquisador Responsável.....................................................................................................165 Das Disposições Transitórias......................................................................................................166 Das Disposições Finais...................................................................................................................166 Plataforma Brasil..............................................................................................................................168Comitê de Ética em Pesquisa...................................................................................................170 Termo de Compromisso de Utilização de Dados (TCUD)...............................................174 Termo de Compromisso de Utilização de Dados (TCUD) - Modelo...........................175 Leitura Obrigatória........................................................................................178 Revisando..........................................................................................................182 Autoavaliação...................................................................................................186 Bibliografia.......................................................................................................188 Bibliografia Web.............................................................................................100 Metodologia da Pesquisa Científica10 Palavra do Professor Olá estudantes! Um dos grandes desafios que se apresenta atualmente no mundo acadêmico consiste na elaboração correta de sínteses, memoriais, relatórios, projetos, artigos científicos, monografias, dentre outras estruturas. Esse Manual se destina aos principiantes, isto é, aos que estão se iniciando no estudo da Metodologia da Pesquisa Científica. E seu objetivo é promover o aperfeiçoamento e servir de roteiro para ajudar os estudantes a acompanharem as explicações e outras orientações dadas pelo professor. Este trabalho aborda a importância da Metodologia da Pesquisa Científica como ferramenta essencial no desenvolvimento de produções científicas pelos estudantes que ingressam nas Universidades e ao longo do curso são estimulados a desenvolver pesquisas científicas como parte dos requisitos de avaliação. Deve ser permanentemente lembrado pelo leitor o caráter introdutório desse nosso estudo e que está lidando com noções elementares, cuja finalidade é serem ultrapassadas pela reflexão e experiência, em busca de maior profundidade. Essas dificuldades podem ser a causa de uma grande ansiedade nos estudantes de graduação, na medida em que as exigências mudam em profundidade a forma usual da escrita, incorporando diversos elementos, até então desconhecidos, podendo, no limite, levar ao desânimo e, até mesmo, a desistência do curso. Por esse fato, o manual de Metodologia da Pesquisa Científica direciona na formação universitária do estudante para a escrita científica, facilitando sua construção, apresentando de forma descomplicada os meandros das regras que permeiam os trabalhos científicos, guiando passo a passo na sua trajetória acadêmica. Procure tirar o melhor proveito de seus esforços. Tenha uma boa leitura! Os autores! Metodologia da Pesquisa Científica 11 Sobre os Autores Adílio Moreira de Moraes possui doutorado em Ciências da Educação pela Universidade San Carlos. Tem seu mestrado chancelado em Educação Física pela Universidade Federal da Paraíba. Especialista em Gestão Escolar pelas Faculdades INTA. Na Universidade Estadual Vale do Acaraú, concluiu o Curso de Graduação em Educação Física em Sobral/ CE. Pós-graduou-se como, sua segunda Especialização em Docência do Ensino Superior pela Faculdade KURIUS, sua terceira Especialização foi em Treinamento Desportivo pelas Faculdades Instituto Superior de Teologia Aplicada - INTA e sua quarta Especialização foi em Fisiologia Humana e Biomecânica do Movimento pela mesma instituição. Fez sua segunda Graduação em Pedagogia pelo Instituto de Educação e Tecnologias (IET). João José Saraiva da Fonseca, é Pós-Doutor em Educação pela Universidade de Aveiro em Portugal, Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2008), Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Católica Portuguesa - Lisboa (1999) (validado no Brasil pela Universidade Federal do Ceará), Especialista em Educação Multicultural pela Universidade Católica Portuguesa - Lisboa (1994). Graduou-se em Ensino de Matemática e Ciências pela Escola Superior de Educação de Lisboa (validado no Brasil pela Universidade Estadual do Ceará). É pesquisador na área da produção de conteúdo para educação a distância. Atualmente desempenha a função de Pró-Diretor de Inovação Pedagógica das Faculdades INTA - Sobral CE. aAMBIENTAÇÃO À DISCIPLINAEste ícone indica que você deverá ler o texto para ter uma visão panorâmica sobre o conteúdo da disciplina. Metodologia da Pesquisa Científica 13 Olá, estudantes! A disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica é fundamental para o desenvolvimento dos trabalhos científicos dos estudantes que ingressam no ensino superior. A proposta é mostrar as principais normas envolvidas na elaboração de um texto, tais como: estrutura de um trabalho científico, padrões de estrutura, inserção de citações diretas e indiretas, tipos de pesquisas e melhorar a qualidade das produções dos estudantes. No entanto, sugerimos que você faça uma leitura da obra “Metodologia do Trabalho Científico, SEVERINO, J.A.”, elaborada especialmente para estudantes em nível de graduação e pós-graduação, cuja proposta é auxiliar e direcionar esclarecimentos sobre a elaboração de trabalhos científicos, monografias, dissertações e teses. tiTROCANDO IDEIAS COM OS AUTORES A intenção é que seja feita a leitura das obras indicadas pelos(as) professores(as) autores(as), numa tentativa de dialogar com os teóricos sobre o assunto. Metodologia da Pesquisa Científica 15 GUIA DE ESTUDO Caro estudantes, sugerimos a leitura do livro “Fundamentos de Metodologia Científica” as autoras apresentam uma introdução da Metodologia do Trabalho Científico, enfocam aspectos de conhecimento científico, a diferença de conhecimento científico e conhecimento popular, técnicas de pesquisas e colocam em evidencia a estrutura da comunicação científica. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 7ª Ed. São Paulo: Atlas, 2010. Propomos também a leitura da obra Introdução à Metodologia do Trabalho Científico de Maria Margarida de Andrade, a autora destaca a leitura muito importante para quem deseja realizar trabalhos acadêmicos, aborda normas de redação, técnicas de pesquisa, técnicas para pesquisa bibliográfica, de campo e relatórios de pesquisas. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução a Metodologia do Trabalho Científico. 10ª Ed. São Paulo: Atlas, 2010. Após a leitura dos livros, escolha um e faça uma resenha crítica. PLPROBLEMATIZANDOÉ apresentada uma situação problema onde será feito um texto expondo uma solução para o problema abordado, articulando a teoria e a prática profissional. Metodologia da Pesquisa Científica 17 A motivação do pesquisador deve ser as experiências que o levam à identificação do problema a ser estudado. O título deve ser escolhido de forma cuidadosa e a pesquisa científica deve ter início com a formulação de um problema e com o objetivo de procurar solucioná-lo com clareza e delimitado a uma variável. Vamos pensar num determinado caso, uma estudante pretende pesquisar sobre estudantes de Educação de Jovens e Adultos. Sua pesquisa está voltada na seguinte questão: Qual a receptividade desta modalidade de ensino dentro da rede pública? Portanto, a referida estudante antes de iniciar a pesquisa deve elaborar perguntas tais como: O que pesquisar? Por quê? (Justificando a escolha do problema), Para que? Qual o objetivo? Como pesquisar? Qual a metodologia? Quando pesquisar? Onde pesquisar? Com que recursos? GUIA DE ESTUDO Se fosse fazer uma pesquisa sobre o assunto mencionado, como você responderia tais questionamentos? Reflita e comente com seus colegas na sala virtual. ApAPRENDENDO A PENSARO estudante deverá analisar o tema da disciplina em estudo a partir das ideias organizadas pelos professoresautores do material didático. Metodologia da Pesquisa Científica 19 1 APROXIMAÇÃO COM O CONHECIMENTO CIENTÍFICO CONHECIMENTOS Conhecer a ciência enquanto processo crítico de reconstrução do saber, bem como a sua natureza, os métodos e os processos de investigação. HABILIDADES Reconhecer o conhecimento em geral e assinalar seus pressupostos; Identificar os diferentes tipos de conhecimento e suas formas de validação; Reconhecer os aspectos cognitivos e sociais presentes na elaboração do conhecimento pela humanidade. ATITUDE Aplicar as características próprias do conhecimento científico e seus pressupostos. Metodologia da Pesquisa Científica20 Ciência/conhecimento comum x senso comum/ Métodos científicos No cotidiano da vida, as coisas se apresentem de maneira desordenada e acontecendo tal como a natureza se encarregou de brindar ao ser humano as dádivas da criação. Com o tempo, o homem tem procurado estruturar tudo que existe no mundo para que não haja perda de tempo e das matérias-primas que são utilizadas nas transformações feitas pelos homens e com as coisas. A ciência atua objetivando clareza dos fatos e proporcionar lógica aos acontecimentos que dizem respeito às mudanças que a humanidade necessita, pois o que acontece no transcorrer da história, no que concerne aos avanços tecnológicos, é mão do homem, cientificamente, tentando conseguir respostas para as suas indagações fantasiosas, pois somente a ciência é que consegue desvendar alguns mistérios que, aparentemente, um ser comum não teria condições de desvendá-los à luz de sua simples experiência pragmática e desordenada, como se diz: faz-se aqui, esquece-se mais na frente. Com este intuito, pergunta-se: o que é na verdade científica? Por que ela avançou tanto no mundo moderno? Quais as suas preocupações maiores no desenvolvimento da atualidade? As estas questões existem diversas maneiras de respondê-las, justamente considerando o aspecto científico de quem quer avançar nas criações da humanidade. Como acumulação de conhecimentos sistemáticos, pode-se ver a ciência, segundo (GOODE; HATT, 1960; FERRARI, 1982). Para Bunge ainda em Ferrari (1982), a ciência é um conjunto de atividades racionais, dirigido ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser submetido à verificação. Na verdade, ciência é uma estruturação do que se quer estudar e sistematicamente avançar, aprimorando os conhecimentos com uma agregação constante aos epistemes já existentes de maneira lógica, coerente e consistente, buscando sempre, o bem da humanidade como princípio, se bem que este pensamento não é condição necessária e suficiente. A ciência não é simplesmente a junção de ideias com o objetivo de fazer grandes escritores, criadores práticos ou artesãos despreparados. Ela se preocupa justamente com estes homens que a desprezo do lógico, do sistemático, não buscam aperfeiçoar suas técnicas para proporcionar às suas criações, uma maior consistência lógica e melhor percepção a quem vai admirar, estudar ou somatizar. Metodologia da Pesquisa Científica 21 A ciência deve ser compreensiva, sobretudo ter uma metodologia para poder facilitar a admiração e o entendimento do objeto estudado. Para tanto, necessita-se de uma: a) descrição; b) interpretação; c) explicação para poder facilitar o raciocínio e melhor interferir nos fenômenos investigados da realidade. A ciência prima, como objetivo número um, aumentar conhecimento; em segundo lugar, fazer novas descobertas; em terceiro, fazer aproveitamento abstrato e material e, por último, estabelecer controle nos estudos. Dado que se está num ambiente doxológico, é necessário que se procure uma maneira para que exista uma facilidade na percepção dos conhecimentos que se encontram soltos no senso comum, para que não se enverede pelo lado ultra- empirista ou também pelo radicalismo dos aprioristas-extremos. Desta forma, pode-se interpolar que a gnose do ser humano pode ser dividida em: a) cientifica; b) popular; c) religiosa, d) ideológica, pois, nesta gama de conhecimentos, a mistura de ideias dificulta um direcionamento para quem faz ciência, conseqüentemente, os avanços facilmente são tragados pela incoerência e pela falta de lógica em um trabalho científico. A ciência deve ter um objeto ou tema de investigação, ou o que se vai trabalhar; os objetivos a serem perseguidos e uma metodologia a ser utilizada, para se conseguir os objetivos propostos na coerência da lógica metodológica, todavia, sem caminhos bem traçados, a multiplicidade de conhecimentos, não facilitará conseguir boas conclusões como resultado final. No mundo moderno, as multicriatividades que se conseguiram, foram devido justamente ao avanço do método científico. A ida do homem à lua, o surgimento da televisão, do rádio, dos aviões, de remédio que retardam a morte, o uso intensivo da eletricidade e muitas e muitas invenções que se presenciam nos tempos hodiernos, não existiriam, se não fosse o aprimoramento da ciência, dos grandes filósofos do passado. Graças ao processo epistemológico, a ciência de hoje tem conseguido avançar numa velocidade que espanta até os ortodoxos do método científico, pois os avanços do mundo moderno superam milhares e milhares de anos dedicados aos aspectos científico da formação da humanidade, no que respeita à organização e evolução das coisas materiais e imateriais existentes na face da terra. O mais importante disto tudo, é que esses avanços decorrem porque a ciência é mutável, ela avança e se ela não avançasse não se constituiria ciência, seria uma lei. Metodologia da Pesquisa Científica22 Desta feita, far-se-á mais uma pergunta de suma importância no estudo da ciência, qual seja: qual é o condutor principal de um trabalho científico? É fácil detectar que a mola mestra de um trabalho científico é o método da atividade. Por isso, conceituar-se-á método como o fez Ferrari (1982), quando disse que o método é um procedimento racional arbitrário de como atingir determinados resultados. Descartes (1969) estruturou o método, destinando os seguintes passos que se deveriam seguir, quais sejam: a evidência, a análise, a ordem dos fatos e a enumeração. Entretanto, foi imediatamente criticado por Leibniz (in Bochenski, 1958), mostrando-se contrário ao pensamento de Descartes (1637). Mas, na verdade, quais são os tipos de métodos que existem? Podem-se enumerar aqui diversos tipos de métodos muitos utilizados nas ciências e que serviram para o progresso que o mundo tem conseguido ao longo da história, tanto do lado técnico, quanto do lado humanístico. Segundo Bochenski (1958) os tipos de métodos para uma análise de qualquer problema, podem-se citar os seguintes: o fenomenológico, o semiótico, o dedutivo e o redutivo, mas Ferrari (1982) lembra ainda que existem os observacionais, os experimentais, os clínicos, os estatísticos e o comparativo. Com estes métodos, têm-se condições de fazer qualquer análise científica, e, por conseguinte, tirarem-se conclusões coerentes da realidade que se está estudando. A propósito, qualquer trabalho que se desenvolva nesta lógica metodológica, certamente contribuirá para o avanço das ciências, de tal maneira que a lógica acompanhará a coerência e a consistência de um trabalho científico e se tenha, na verdade, o empirismo, juntando-se ao lógico, no intuito de se obterem progressos, tanto no que respeita às ciências exatas, como nas ciências humanas, pois nenhuma sobrevive isoladamente, mas as mudanças só acontecem no conjunto do sistema epistemológico. O método fenomenológico diz respeito à semântica da palavra, quer dizer, significa o que está claro na percepção de quem observa, é de maneira mais evidente, que aparece, isto é, refere-se ao aspecto intelectual do estudioso e a maneira como aparece à intuição. Quem primeiro introduziuesta palavra no campo das ciências foi Husserl (1951), por entender que o pesquisador ao começar o seu trabalho, a primeira coisa que ele observa é o objeto, o fenômeno. Husserl (1951) indica os passos principais da fenomenologia que são os seguintes: a) intuição eidética; b) na pesquisa deve orientar-se o pensamento exclusivamente para o objeto com exclusão total do subjetivo e c) a indagação deve Metodologia da Pesquisa Científica 23 ser dirigida para as coisas mesmas, com a qual postula não somente a redução de atitudes subjetivas, mas também do objetivo em si, que não está dado diretamente com o objeto considerado. Para o método semiótico, o seu campo de análise restringe-se à manifestação mental que por consequência emprega os sinais para compreender o que está estudando. O seu primeiro utilizador foi Charles Morris (1946) que utilizando sinais, tentou mostrar a importância das ciências na aplicação de semiosis, pois sem a interpretação dos sinais não se poderá avançar no campo científico. O campo de ação da semiótica pode ser dividido em três: a) a sintética; b) a semântica; e c) a pragmática. A primeira trata da combinação de símbolos, por exemplo: eu e você. A segunda trata do significado da palavra, por exemplo: uma pedra, simboliza algo concreto. E, finalmente, a terceira diz respeito à prática dos dois primeiros, quer dizer, os símbolos, formam frases que é a pragmática, é o resultado entre os símbolos e a união correspondente de alguns sinais com outros, formando frases que são facilmente decifráveis. Já o método dedutivo que a ciência deve ter o caminho ideal de como chegar às conclusões fidedignas e só a dedução dará melhor lógica de se conseguirem os objetivos de um método mais eficiente. Este método vem desde a época de Aristóteles (384 a. C) com seu prestígio que proporciona ao pesquisador a maior eficiência nos caminhos propostos em pesquisa, para se conseguir avançar na ciência. O método dedutivo tem um ponto de partida que pressupõe uma premissa antecedente que tem valor universal e um ponto final ou a chegada que nada mais é do que a consequência, daí poder-se definir um método dedutivo como sendo aquele que parte do geral para uma situação particular. O mais importante neste método é a abordagem lógica que perdura nos passos que são tomados para se chegar às conclusões que dentro de uma visão apriorística, extraem-se conclusões lógicas de um sistema de silogismo preestabelecido. Finalmente, o método redutivo versa sobre uma pesquisa que utiliza com um dos métodos de análises a abordagem indutiva. Não é propriamente indutiva como pregam alguns teóricos, devido a simplicidade deste processo, mas os passos são quase semelhantes, se bem que no método redutivo o processo é muito mais abrangente por abarcar uma realidade maior. Os protagonistas do método redutivo mais expressivos são Lukasiewicz e Bochenski citados por Ferrari (1982) que enunciaram o método da seguinte maneira: Metodologia da Pesquisa Científica24 se A então B. Ora B, logo A, quer dizer, uma proposição condicional e uma premissa menor gera a premissa maior como conclusão. O método redutivo está apoiado no processo indutivo, dedutivo e cronológico de tal maneira que a resposta a uma questão abarca um objeto muito maior e o processo de indução é mais um instrumento para auxiliar na busca de se conseguirem conclusões coerentes de uma realidade em processo de investigação. As propriedades do método redutivo são a regressão que trata da explicação das premissas e progressão que avança com a verificação. Vale salientar que além dos métodos já focados, outros eficientes são necessários na aplicação de outras ciências que precisam de uma metodologia para avançar nas pesquisas pertinentes a cada área, estes são os métodos discretos. Os mais comuns no mundo da ciência são os seguintes: a) os observacionais; b) os experimentais; c) os clínicos; d) os estatísticos; e) os comparativos. Esses métodos que se desenvolvem através do empirismo são muito difíceis, tendo em vista que não é simples a observação, os resultados experimentais, o acompanhamento clínico ou a comparação que vai fazer o pesquisador, ser um bom cientista, mas as técnicas preestabelecidas é que burilarão ou nortearão os rumos para que os resultados tornem-se científicos. Somente a delimitação do problema vai fazer com que sejam bem estruturados os objetivos que em paralelo com a metodologia, a ciência avança para o bem da humanidade. O método é um dos pontos importantes de qualquer trabalho científico, pois sem ele não se pode fazer uma sequência que conduza a resultados coerentes e que levem ao progresso da ciência, tal como tem acontecido com as grandes descobertas que se têm presenciado nos tempos modernos. Graças aos estudos sobre a ciência, é que se tem avançado, tanto pelo lado da técnica, como pelos estudos na área das ciências humanas, como é o caso da economia, psicologia, história, filosofia e muitas outras que dão suportes ao desenvolvimento dos instrumentos tecnológicos já dirigidos para as diversas classes sociais. A importância das ciências é de um valor incomensurável no meio do sistema epistemológico, bem como da estrutura doxológica como um todo, tendo em vista que é no mundo cotidiano, que a teoria do conhecimento tem dado o seu passo mais produtivo, na busca de soluções para os difíceis problemas que a humanidade enfrenta hoje em dia. Depois de conhecidos todos os aspectos formais e informais da ciência, resta uma estruturação mais completa de como se fazer, na verdade científica, quer Metodologia da Pesquisa Científica 25 dizer, como partir de uma doxologia se chegar a um avanço nos conhecimentos da humanidade. Para fazer ciência é preciso partir de um mundo real, complexo, desorganizado e com uma estrutura científica, tentar progredir com novas criações e novos conhecimentos, preparando simplificações da realidade para dentro de um sequencial lógico, tentar tirar conclusões lógicas e objetivas para o progresso da ciência. Os passos formais que se devem observar num trabalho científico são os seguintes: a) simplificar o mundo real; b) delimitar o problema; c) estruturar os objetivos do trabalho; d) criar hipótese a ser testada; e) delinear a metodologia a se seguida; f) fazer as verificações necessárias para saber se aceita ou não, a hipótese levantada. No caso da aceitabilidade da hipótese, esta se torna teoria e automaticamente incorporada à ciência. A primeira etapa de um trabalho científico é um levantamento do mundo real, significa dizer, é implementar um estudo doxológico do meio ambiente a ser investigado e tentar conscientização em tudo que o cerca através de levantamento bibliográfico e observações reais sobre a evolução do mundo onde está sendo processado a atividade. Para Tal, a busca da bibliografia é de fundamental importância para se conhecer a realidade que almeja trabalhar, bem como entrevistar historiadores e até mesmo leigos que tenham participado da vida histórica do objeto que está sendo investigado. Levantar o máximo possível de informações sobre o problema é relevante, tendo em vista que qualquer método exige que as provas sejam claras e objetivas para que os resultados finais não incorram em erros clamorosos e o poder de previsão tenha o máximo de garantia de sua eficiência no que concerne às probabilidades de poder explicativo. Depois destes levantamentos bibliográficos e de reconhecimento sobre o mundo real, o próximo passo é delimitar o objeto de trabalho ou com outras palavras, estruturar o problema a ser investigado nesta atividade científica. A estruturação do problema envolve um burilar de todos os conhecimentos adquiridos, num protótipo constituinte e de algo que tem defeito e que precisa de solução para se integrar ao mundo da ciência. Isto significa argumentar,que esse problema constitui o objeto de investigação, como por exemplo: a marginalização é um problema geral, que para se avançar no campo da ciência é preciso que o delimite, que tipo de marginalização se quer atacar, como é o caso talvez dos crimes, da prostituição, do menor abandonado e muitos Metodologia da Pesquisa Científica26 outros específicos dentro da patologia social. Assim, isto constitui a delimitação do problema ou mais claramente, a formalização do objeto de estudo para ser implementado no transcorrer da pesquisa. Diante do objeto delimitado, ou o problema escolhido é fundamental uma justificativa de porque se está escolhendo aquele problema para o trabalho. Esta justificativa decorre simplesmente da importância que este trabalho tem, ou vai ter para a satisfação pessoal do pesquisador ou a contribuição que esta pesquisa deverá proporcionar a comunidade, tanto civil como a científica, pois somente a aprovação da comunidade científica é que esta investigação se tornará ciência e participará do desenvolvimento social. Somente a justificativa é quem iniciará a apresentação de quão é importante a escolha daquele objeto para ser estudado que, em primeira instância, significa uma questão que vai implementar os conhecimentos da sociedade. Um trabalho bem justificado já leva bons princípios para conclusões satisfatórias, quando se for para a verificação dos resultados conseguidos frente às hipóteses levantadas. Plenamente justificado o problema, ou delimitado o objeto de estudo, passa- se aos objetivos a que se propõe o trabalho, isto é, seqüenciam-se os pontos a que se deve atingir no desenrolar da investigação. Os objetivos são os elos principais entre o problema e a hipótese que foi levantada para se verificar a sua aceitabilidade ou não. Normalmente, pode-se dividir os objetivos em geral e específicos são os detalhes ou os passos que o pesquisador deve seguir para chegar a resultados lógicos e plenamente satisfatórios, para se obterem progressos na ciência que está trabalhando. É verdade que os objetivos podem ser mudados durante o processo de investigação, mas essas mudanças serão pequenas quando o projeto inicial for bem estruturado e delimitado por quem o fez. Em um trabalho científico geralmente se acompanha uma hipótese ou um conjunto de hipóteses para nortear o problema que está está sendo estudado, no intuito de torná-lo, pois a hipótese orienta melhor o desenrolar de um trabalho que caminha estritamente pelo lado científico da investigação. Para Dino Fontoura (1964), a palavra hipótese vem “do grego hypothesis = ‘suposição’, em sentido lato consiste em se supor conhecida a verdade procurada. Depois de observados, os fatos precisam de explicação e o cientista para encontrá- la deve recorrer a uma hipótese, que, em se tratando das ciências experimentais, pode ser definida ‘explicação provisória dos fatos’”. A hipótese é uma verdade antecipada dos fenômenos, pois sem esta pré- Metodologia da Pesquisa Científica 27 convicção do que estar estudando, muitas dificuldades se apresentarão e dificultarão uma melhor coerência nos resultados finais, podendo ser aceita ou rejeitada, dependendo unicamente do teste da teoria com a realidade. O aspecto metodológico de qualquer trabalho científico é de fundamental importância. A metodologia deve ser encarada por dois ângulos, em primeira instância, o aspecto técnico e numa segunda, o aspecto da impostação da ciência, pois além do aspecto dos passos a serem seguidos, o arcabouço científico é de suma importância. O essencial, é que se pode conceituar a metodologia como sendo “o estudo dos caminhos, dos instrumentos usados para se fazer ciências” nas expressões de Pedro Demo (1981). De acordo com este autor, já se nota uma seqüencialidade e seu aspecto técnico, tendo em vista a metodologia ser mais abrangente e envolve uma ciência dentro da própria ciência. Somente com uma tecnologia bem estruturada é que se poderá avançar na busca dos objetivos propostos e na obediência às metas preestabelecidas para o andamento dos passos que serão perseguidos pelo cientista. Apesar de muito parecidos, os objetivos são diferentes das metas, porque os objetivos dizem respeito ao que se quer chegar, entretanto, as metas versam sobre as etapas que devem ser alcançadas dentro inclusive dos objetos preestabelecidos no anteprojeto da investigação que foi proposta. Sem estes itens que foram colocados como linha mestra de um trabalho científico, fica muito difícil uma melhor objetividade na seqüência lógica do estudo que esteja naquela visão, de que o trabalho deve ter objetividade, clareza, lógica e avanço nos postulados e axioma que formam o arcabouço silogístico. O desenrolar científico é fundamental, não só no instituto de alto nível de intelectualidade, mas em toda atividade empírica ou filosófica que exija uma certa estruturação na execução lógica dos fatos que estão sendo estudados e que poderão se integrar ao acervo científico da humanidade. É inegável que um trabalho científico possua diversos caminhos por onde trilhar, para se conseguir seus objetivos, indo desde uma metodologia estritamente empirista, ou como se pode dizer extremamente prática, ou a um outro caminho estritamente filosófico, como é o caso dos aprioristas extremos que têm plena aversão aos experimentos observacionais. Outras metodologias tentaram mesclar o prático com o filósofo e neste casamento, proporcionar um pouco de teoria com a preocupação de ser testada na realidade viva, em que está estabelecido. Em verdade, as teorias não significam Metodologia da Pesquisa Científica28 mostrar a realidade que se passa no cotidiano de cada pessoa, no entanto, busca dar respostas ao comportamento do mundo prático, pois uma teoria nasce da formação de uma hipótese que ao ser verificada sua aceitabilidade ou não, passará de imediato a ser uma teoria ou não, para em seguida, dependendo de seu “modus vivendi”, até mesmo se constituir lei. As técnicas utilizadas num trabalho científico ou não, são os instrumentos de captação dos dados que servirão para explicações sobre o mundo real com a teoria que foi bastante estudada na pesquisa bibliográfica que é o início do trabalho de investigação. No cotidiano, as técnicas são as seguintes: o uso de entrevista dirigida às pessoas que participaram do universo da pesquisa; a aplicação de questionário a estas mesmas pessoas da amostra; a ida aos arquivos previamente identificados, tais como: cartórios, câmara municipal e muitos outros ambientes que tratam de arquivar fatos sobre cidade, estado ou nação; discussões com pessoas que participaram da história e finalmente anotações “in loco”, sobre o objeto que está sendo pesquisado. A este último item, conceitua-se normalmente como pesquisa de campo ou investigação primária. A pesquisa bibliográfica não deve ser confundida com a documental, tendo em vista que a primeira diz respeito a um levantamento de bibliografia existente, quer dizer, é uma busca aos livros, “papers” e revistas especializadas sobre o assunto em estudo e a segunda versão sobre documentação histórica, demandando nos arquivos públicos, ou particulares, qualquer escrito sobre o objeto que está sendo pesquisado. Tanto para a pesquisa de bibliografia como a documental é necessário que se faça sempre resumos, numa espécie de fichário, contendo a fonte, o autor, a página onde se encontra localizada a transcrição ao que se faz interessante para dar fidedignidade ao que for extraído da pesquisa. Já a pesquisa de campo é a coleta direta de informação, indo ao próprio local onde ocorre o fato, que deve ser comparado com a teoria estudada no levantamento bibliográfico no início da investigação proposta. Quando o problema envolve um campo muito grande e de difícil análise, parte-se para as técnicas de amostragem, quer dizer,diminui-se o campo de ação, acolhendo-se o sujeito de trabalho de maneira aleatória, onde na verdade, aquele novo campo significa o todo sem perda de representatividade. Isto constitui a criação de uma amostra extraída do universo para serem tiradas conclusões fidedignas sobre o real e certamente ter poder de explicação do fato que está sendo explicado. Metodologia da Pesquisa Científica 29 A amostra de qualquer trabalho pode ser aleatória, sistemática, estratificada e conglomerada. Isto vai depender unicamente dos tipos de métodos para o tratamento dos dados que está demandando, entretanto, as técnicas são muitas e é preciso ter muito cuidado na escolha da técnica, tendo em vista os tipos de dados que estão no mundo real e precisarem de técnicas diferentes, pois cada caso é um caso e a cientificidade exige muita atenção na busca de informação que se precisa. Em resumo, não há muita dificuldade da pesquisa científica quando se trabalha com o intuito de se fazer ciência e são poucos os que na realidade se aventuram na busca de resultados científicos, o que querem, em verdade, é se locupletar com textos sem fundamentos lógicos apenas espelhando o ideologismo partidário de qualquer agremiação que está em demanda ao poder. A ciência se faz com muita atenção, abnegação e perseverança para se conseguirem os resultados que vão participar do acervo epistemológico da teoria do conhecimento humano, de tal maneira que se faça o progresso da ciência. Fazer ciência só é fácil quando o pesquisador se envereda pelos caminhos das técnicas estabelecidas, para se chegar a conclusões lógicas, quer no campo de confecção de textos didáticos, quer na demanda de tecnologia de alto nível, que não chegam diretamente à comunidade civil, mas contribui de maneira indireta para a evolução da humanidade como um todo. Fonte: www.eumed.net/rev/cccss/14/lgs.html. Acesso: 21 nov. 2016. Metodologia da Pesquisa Científica30 2 FATORES DETERMINANTES PARA ESCRITA CIENTÍFICA CONHECIMENTOS Conhecer os fatores determinantes para escrita científica. HABILIDADES Identificar de forma clara e concisa as normas condizentes da pesquisa científica ATITUDE Aplicar a escrita de acordo com as normas estabelecidas para a elaboração de trabalhos científicos. Metodologia da Pesquisa Científica 31 Leitura Cada texto, por mais simples que seja, cumpre uma finalidade comunicativa, por isso a leitura de um texto científico é norteada por aspectos específicos. Todas as vezes em que nos propomos à leitura de um determinando texto, assim o procedemos tendo a consciência de que todo ato comunicativo se perfaz de uma intenção, de uma finalidade. Tal pressuposto reafirma a condição de a própria linguagem cumprir significativamente seu papel social, ou seja, sempre haverá um “outro” assumindo o papel de interlocutor, para que a mensagem seja realmente entendida, compreendida. Trocando em “miúdos”, nunca escrevemos para nós mesmos, mas sim para que o outro se interaja mediante os discursos que produzimos. É então, partindo desse pressuposto, que se materializam as diversas situações comunicativas as quais compartilhamos cotidianamente, sendo que esse materializar procura (ou pelo menos deveria procurar) responder a alguns fatores básicos, estando eles pautados sob os seguintes pilares: O que escrever? Para quem escrever? Por que escrever? Como dizer? (talvez resida nesse ponto o essencial de tudo). Dessa forma, tomando como “gancho” principal para nossa discussão, sobretudo dando ênfase a esse último quesito, ao tratarmos acerca do texto científico, tão depressa precisamos compreender que ele se delineia por traços específicos que justamente o constituem como tal. Nesse sentido, diante da incumbência de estabelecermos familiaridade com essa modalidade, cumpre ressaltar acerca de alguns pontos norteadores, estando eles demarcados por: • Um dos passos, concebidos numa primeira instância, diz respeito a uma leitura integral do texto em referência, justamente para identificarmos alguns aspectos relevantes; • De forma sequencial ao que foi expresso anteriormente, cabe frisar que tais aspectos se encontram relacionados ao tipo de texto, ou seja, trata-se de um capítulo somente ou de um artigo científico, propriamente dito? Dando sequência, outros elementos se revelam também como elementares, tais como: a autoria; o suporte no qual foi publicado: se é livro, jornal ou periódico; data em que foi produzido, editora e lugar de publicação; extensão e número de páginas, entre outros aspectos. • Cumpridos esses passos, observar o assunto e, por meio dele, identificar a forma pela qual o autor se utilizou para organizar o texto; Metodologia da Pesquisa Científica32 • Como se trata de um texto cuja modalidade se volta para o aspecto científico, torna-se importante observar a relação que se estabelece entre as ilustrações, tabelas, gráficos, entre outros elementos, bem como se esses estabelecem a pertinência necessária ao assunto tratado no texto lido; • Ainda contextualizando a modalidade do ramo científico, relevante é fazer a observância quanto ao uso de termos técnicos, quanto à consistência dos dados e, para não deixar em segundo plano, quanto à coerência empregada em relação aos argumentos elencados. Em face de todos os pressupostos aqui eleitos, certamente que poderemos chegar à conclusão de que todos eles, uma vez checados, podem perfeitamente criar condições para que você adquira habilidades para avaliar os argumentos apresentados no texto, bem como avaliar a coerência (como antes citado) mantida por meio desses mesmos posicionamentos; transformar, por meio de palavras de sua própria autoria, todo o conteúdo do texto, procurando manter a mesma linha de pensamento do autor (a) em questão. Não nos esquecendo, também, de que uma última avaliação, sobretudo uma das mais importantes, refere-se àquela voltada para o grau de contribuição dos conhecimentos adquiridos mediante a leitura do texto para a formação profissional de quem quer que seja o interlocutor: você ou qualquer outra pessoa. Fonte: http://monografias.brasilescola.uol.com.br/regras-abnt/leitura-um- texto-cientifico.htm. Acesso: 21 nov. 2016. Pensamento Crítico O pensamento crítico consiste em analisar e avaliar a consistência dos raciocínios, em especial as afirmações que a sociedade considera verdadeiras no contexto da vida cotidiana. Essa avaliação pode realizar-se através da observação, da experiência, do raciocínio ou do método científico. O pensamento crítico exige clareza, precisão, equidade e evidências, já que visa evitar as impressões particulares. Neste sentido, está relacionado com o cepticismo e com a detecção de falácias. Através do processo que implica o pensamento crítico, recorre-se ao conhecimento e à inteligência para alcançar uma posição razoável e justificada Metodologia da Pesquisa Científica 33 sobre um determinado tema ou assunto. Entre os passos a seguir, os especialistas registram que é necessário adaptar a atitude de um pensador crítico; reconhecer e evitar os preconceitos cognitivos; identificar e caracterizar argumentos; avaliar as fontes de informação; e finalmente, avaliar os argumentos. Cabe destacar que o pensamento crítico não implica pensar de forma negativa nem com predisposição para encontrar defeitos e falhas. Muito menos consiste em tentar mudar a forma de pensar das pessoas ou substituir os sentimentos e as emoções. O objetivo do pensamento crítico é evitar as pressões sociais que levam à estandardização e ao conformismo. O pensador crítico procura entender como reconhecer e mitigar ou evitar os diferentes enganos ou erros a que é submetido no dia-a-dia. Por essa mesma razão, desconfia das fontes de informação, tais como os meios de comunicação, pelo fato de estes terem tendência a distorcera realidade. A premissa do pensamento crítico é duvidar de tudo aquilo que se lê ou ouve e aproximar-se dos dados objetivos com maior precisão. Como Desenvolver o Pensamento Crítico? Para que você comece a desenvolver o seu pensamento crítico é importante investir em três diferentes aspectos. Porém, é importante lembrar que, acima dessas qualidades, o pensamento crítico é um exercício que deve ser praticado constantemente até atingir a perfeição. 1 – Curiosidade Fazer perguntas, não se satisfazer com as soluções fáceis e buscar mais conhecimento são o tripé das pessoas curiosas. Deixe a aceitação de lado e invista na curiosidade. 2 – Compreensão Entender o cenário completo de um problema é importante para se tornar um pensador crítico. Se você foca somente em um pequeno aspecto, é possível que não consiga ponderar sobre ela de maneira eficaz. 3 – Lógica Metodologia da Pesquisa Científica34 Comece a estimular seu raciocínio lógico com exercícios que desafiam a mente. Faça Sudoku, palavras cruzadas e desafios que envolvam o raciocínio. A partir do momento que você trabalha essas três características, é possível que o pensamento crítico venha mais facilmente à sua mente. Mas, nunca esqueça que pensar de forma crítica é um exercício demorado e requer dedicação. Coloque as suas crenças de lado e aprenda a analisar as situações da melhor forma possível. Boa sorte! F o n t e : h t t p : / / n o t i c i a s . u n i v e r s i a . c o m . b r / d e s t a q u e / noticia/2014/03/19/1088980/pensamento-critico-saiba-e-e-como-desenvolve html. Acesso: 21 nov. 2016. Escrita Cientistas precisam se comunicar com a sociedade, o que se dá principalmente através de artigos científicos, e em alguns casos de divulgação. Estes últimos podem ser mais difíceis de produzir, pois o cientista precisa manter a precisão da informação ao mesmo tempo em que tem que tornar o texto acessível a um público não especializado. A escrita de um artigo científico, em particular, deve obedecer a critérios semelhantes àqueles do método científico, uma vez que a publicação só é justificável se houver contribuições relevantes. Ou seja, o artigo deve ser resultado de um trabalho de pesquisa sistemático, criteriosamente planejado para resolver problemas científico-tecnológicos que tragam avanços significativos ao campo de pesquisa. O conhecimento da literatura e o domínio da metodologia apropriada são essenciais para atingir tal objetivo. Um artigo científico deve conter novas ideias, conceitos, interpretações, modelos teóricos, e não apenas um relato de resultados. Obviamente que em áreas como a física, não se concebe publicação de ideias que não sejam consubstanciadas por resultados, experimentais ou teóricos. Entretanto, o que deve ser enfatizado são os conceitos, as ideias inovadoras; os resultados servem para comprovar essas ideias e conceitos. O estudo e a aprendizagem da escrita científica são hoje baseados numa área denominada linguística de corpus, em que fenômenos linguísticos são estudados a partir da análise de grande volume de textos. Um corpus é uma coleção de textos – Metodologia da Pesquisa Científica 35 falados ou escritos – organizados ou indexados para um propósito específico. São exemplos os corpus com textos traduzidos de uma língua para outra usados no desenvolvimento de tradutores automáticos. A aplicação de metodologias de linguística de corpus levou a observações importantes. O texto científico é altamente estereotipado, e um artigo tem uma estrutura praticamente fixa. Deve conter as seguintes seções: Título, Resumo, Introdução, Materiais e Métodos, Resultados, Discussão, Considerações Finais, Agradecimentos e Referências, nessa ordem. Há áreas com alguma variação, por exemplo incluindo uma seção para destacar trabalhos relacionados na literatura ou detalhamento de uma teoria. Mas a estrutura principal é mantida. Além disso, o fluxo de texto num artigo científico deve obedecer a um movimento bem definido. A Introdução começa do tema mais geral, e afunila para mencionar a contribuição do artigo, num movimento do geral para o específico. As Considerações Finais, ao contrário, deve ter o movimento oposto, iniciando-se com o retomar dos principais resultados do artigo e terminar com as implicações das contribuições para uma área mais geral ou mesmo para a sociedade, dependendo do tipo de trabalho. O Resumo é o componente mais importante do artigo, por vários motivos. Em muitas bases de dados científicas, apenas o título e resumos são fornecidos, de forma que um artigo só será lido se o leitor julgar relevante a partir do resumo. Este deve trazer a síntese das ideias e concepções inovadoras do trabalho. Há dois estilos principais de resumo: os descritivos e os informativos. Para um artigo que traz resultados originais, o resumo deve ser obrigatoriamente informativo, e conter as principais contribuições do trabalho. Sua estrutura também é relativamente fixa, tendo como componentes: Contextualização, Lacuna, Propósito, Metodologia, Resultados e Discussão, e Conclusão e Perspectivas. Quando a revista limita o tamanho do Resumo, normalmente os dois primeiros componentes são eliminados, iniciando-se com o Propósito. Na Contextualização, menciona-se o tópico geral de que trata o artigo, particularizando para a pesquisa em questão. Limitações ou restrições da área são mencionadas na Lacuna, que será preenchida com o trabalho cujo Propósito vem logo a seguir. Este último é obrigatório, pois informa os objetivos principais da pesquisa. Os meios para atingir esses objetivos constituem a Metodologia, podendo incluir procedimentos experimentais, análises teóricas ou estatísticas. As principais contribuições do trabalho devem estar contidas no componente Resultados e Metodologia da Pesquisa Científica36 Discussão, inclusive com dados quantitativos se for o caso, e com a interpretação dos resultados mais relevantes. Ressalte-se que o resumo, assim como o artigo científico, deve ter o material organizado de forma lógica, privilegiando a transformação dos resultados em ideias e conceitos. A ordem lógica pode não coincidir com a cronológica em que a pesquisa foi realizada. O componente Conclusões e Perspectivas encerra o resumo, colocando-se as principais contribuições do artigo no contexto mais abrangente do tópico de pesquisa e apontando-se suas implicações. Os resumos descritivos são úteis para sumarizar o conteúdo de livros, capítulos de livros e artigos de revisão da literatura, pois nestes casos as contribuições mais relevantes podem não ser originais ou mesmo estar contidas em trabalhos de outros autores, discutidos no texto. O resumo tem o papel de descrever como o tópico em questão será abordado. Para os resumos descritivos, a estrutura é menos fixa do que nos informativos, mas o leitor precisa ser informado de que se trata de revisão da literatura ou dissertação sobre determinado assunto. Quanto ao texto do artigo propriamente dito, deve se buscar concisão e precisão na informação. Precisão é essencial, pois muitos termos têm significados específicos em física (ou em ciência), que podem diferir de seu uso corriqueiro. Por exemplo, a palavra “interferência” é muito empregada em linguagem coloquial para uma diversidade de situações. Mas em física tem significado específico, no fenômeno de interferência de ondas. A busca por concisão, por outro lado, deve ser incansável, especialmente porque autores tendem a exagerar no uso de clichês e em palavras desnecessárias. Há várias recomendações para ganhar concisão: reduzir ao mínimo o número de adjetivos e advérbios, particularmente evitando aqueles que não trazem precisão para a informação. Em física, palavras como grande, pequeno, amplamente, extensamente, extremamente não contribuem para transmitir informação precisa.O mesmo se aplica a expressões como sendo assim, quase sempre dispensável. Como se pode depreender, os conceitos relevantes da escrita científica são independentes da língua em que o artigo é escrito. Entretanto, como hoje é o inglês a língua franca para a ciência, tecnologia, comércio, turismo e quase qualquer área da atividade humana, existe o desafio adicional de escrever bem numa língua estrangeira para cerca de 90% da população mundial. Para os brasileiros, em particular, apesar de o português e o inglês compartilharem muitas características, as estruturas gramaticais e o uso de coligações podem ser bastante distintos. A propósito, a influência da língua materna é uma das maiores limitações para a Metodologia da Pesquisa Científica 37 escrita de qualidade numa língua estrangeira. Não é incomum que um aprendiz, conhecedor do vocabulário e gramática de uma segunda língua, escreva sentenças gramaticalmente corretas que soam estranhas para um nativo da língua. Uma possível solução para esta dificuldade em escrever textos com o padrão próximo daquele produzido por escritores nativos e experientes também pode ser encontrada na linguística de corpus. Trata-se de uma estratégia, delineada detalhadamente num livro recente, que consiste em aprender por exemplos a partir de um corpus montado pelo próprio aprendiz. Inclui treinamento intensivo com leitura de textos científicos em inglês, publicados preferencialmente por nativos da língua, e anotação da função de expressões e sentenças. Para montar o corpus, o pesquisador deve ler cuidadosamente grande quantidade de textos, e anotar como expressões transmitem conceitos e ideias. De fato, é correta a percepção de que para escrever bem é preciso ler muito. Porém, não se trata de leitura qualquer; deve ser sistemática e meticulosa, concentrando-se mais na forma do que no conteúdo do texto. O estudo sistemático pode ser facilitado se os textos compilados para o corpus forem classificados de acordo com as seções e componentes de um artigo, e se forem anotadas as funções retóricas das expressões. É útil para qualquer escritor em língua estrangeira saber executar funções retóricas como “descrever”, “contrastar”, “definir”, “concluir”, etc, para que possa se expressar com a mesma proficiência que o faz na língua materna. Mencione-se que esse trabalho de identificação de subcomponentes e funções já constitui ótimo exercício de aprendizado em escrita científica, independentemente da língua. A estratégia inspirada em linguística de corpus só é bem-sucedida se o aprendiz já tiver um conhecimento mínimo de inglês, pois caso contrário não será capaz de identificar as expressões e funções relevantes. Além disso, a tarefa de aprender escrita científica em inglês, a partir de um corpus que precisa ser construído, não é simples e nem rápida. Exige dedicação e tempo, pois não há fórmulas mágicas para aprender escrita científica com pouco esforço, como também não as há para aprender física. F o n t e : h t t p : / / w w w . s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? s c r i p t = s c i _ arttext&pid=S1806-11172015000200001. Acesso: 21 nov. 2016. Fichamento Metodologia da Pesquisa Científica38 É um procedimento utilizado na elaboração de fichas de leitura onde constam informações relevantes sobre um texto lido. É um tipo de resumo no qual o leitor tem a liberdade de escrever com as próprias palavras as ideias fundamentais extraídas de um livro, um artigo etc. O fichamento possibilita uma melhor organização das notas, constituindo um instrumento muito útil para posteriores consultas. Um ponto importante no fichamento - e que deve ser registrado logo no início - é a referência bibliográfica. Consiste no conjunto de elementos essenciais que identificam uma obra, sendo eles: nome do(s) autor(es), título da obra, edição, editora, local e ano de publicação. Para os textos lidos em jornais, revistas ou artigos na internet, o endereço do site e a data de consulta são elementos obrigatórios. Na elaboração do fichamento é importante que o leitor faça uma primeira leitura. Na segunda leitura deverá então começar a registrar as ideias chave transmitidas pelo autor. Deve certificar-se de que compreendeu muito bem aquilo que leu, pois, uma escrita clara e objetiva irá facilitar o estudo. Caso seja feita uma cópia literal (exatamente como se lê) de um trecho do texto, este deve ser colocado entre aspas, acrescentando o número da página de onde foi retirado. Assim o leitor saberá de imediato que aquele trecho não está escrito com palavras suas. Fichamento e ABNT Para elaborar qualquer tipo de fichamento deve ser utilizada a norma ABNT/ NBR 6023, pois é o correto uso em textos científicos e para treino ao elaborar outros tipos de trabalhos acadêmicos. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no país, providenciando uma base para o desenvolvimento tecnológico no Brasil. Esta entidade é responsável pelas normas específicas para formatação de trabalhos acadêmicos, artigos científicos impressos, citações, referências quanto à informação e documentação e ainda normas de apresentação do sumário e abstract. Metodologia da Pesquisa Científica 39 Como Fazer ? Veja aqui algumas dicas que serão importantes para auxiliá-lo na sua vida acadêmica. É uma das fases da Pesquisa Bibliográfica, seu objetivo é facilitar o desenvolvimento das atividades acadêmicas e profissionais. Pode ser utilizado para: • Identificar as obras; • Conhecer seu conteúdo; • Fazer citações; • Analisar o material; • Elaborar a crítica; • Auxiliar e embasar a produção de textos; Classificação de Fichamento: Fichamento Textual - é o que capta a estrutura do texto, percorrendo a seqüência do pensamento do autor e destacando: ideias principais e secundárias; argumentos, justificações, exemplos, fatos etc., ligados às ideias principais. Traz, de forma racionalmente visualizável - em itens e de preferência incluindo esquemas, diagramas ou quadro sinóptico - uma espécie de “radiografia” do texto. Fichamento Temático - reúne elementos relevantes (conceitos, fatos, ideias, informações) do conteúdo de um tema ou de uma área de estudo, com título e subtítulos destacados. Consiste na transcrição de trechos de texto estudado ou no seu resumo, ou, ainda, no registro de ideias, segundo a visão do leitor. As transcrições literais devem vir entre aspas e com indicação completa da fonte (autor, título da obra, cidade, editora, data, página). As que contêm apenas uma síntese das ideias dispensam as aspas, mas exigem a indicação completa da fonte. As que trazem simplesmente ideias pessoais não exigem qualquer indicação. Fichamento Bibliográfico - consiste em resenha ou comentário que dê idéia do que trata a obra, sempre com indicação completa da fonte. Pode ser feito também a respeito de artigos ou capítulos isolados, a arquivado segundo o tema ou a área de estudo. O Fichamento bibliográfico completa a documentação textual e temática Metodologia da Pesquisa Científica40 e representa um importante auxiliar do trabalho de estudantes e professores. Fonte: http://www.fichamento.com.br/cadastro.php. Acesso: 21 nov. 2016 Seminário É um procedimento metodológico, que supõe o uso de técnicas (uma dinâmica de grupo) para o estudo e pesquisa em grupo sobre um assunto predeterminado. O seminário pode assumir diversas formas, mas o objetivo é um só: leitura, análise e interpretação de textos dados sobre apresentação de fenômenos e/ ou dados quantitativos vistos sob o ângulo das expressões científicas-positivas, experimentais e humanas. De qualquer maneira, um grupo que se propõe a desenvolver um seminário precisa estar ciente da necessidade de cumprir alguns passos: • Determinar um problema a ser trabalhado; • Definir aorigem do problema e da hipótese; • Estabelecer o tema; • Compreender e explicitar o tema- problema; • Dedicar- se à elaboração de um plano de investigação (pesquisa ); • Definir fontes bibliográficas, observando alguns critérios; • Documentação e crítica bibliográficas: • Realização da pesquisa; • Elaboração de um texto, roteiro, didático, bibliográfico ou interpretativo. Para a montagem e a realização de um seminário há alguns procedimentos básicos: 1º O professor ou o coordenador geral fornece aos participantes um texto roteiro apostilado, ou marca um tema de estudo que deve ser lido antes por todos, a fim de possibilitar a reflexão e a discussão; Metodologia da Pesquisa Científica 41 2º Procede-se à leitura e discussão do texto-roteiro em pequenos grupos. Cada grupo terá um coordenador para dirigir a discussão e um relator para anotar as conclusões particulares a que o grupo chegar; 3º Cada grupo é designado para fazer: 1. Exposição temática do assunto, valendo-se para isso das mais variadas estratégias: exposição oral, quadro-negro, slides, cartazes, filmes etc. Trata-se de uma visão global do assunto e ao mesmo tempo aprofunda- se o tema em estudo; 2. Contextualizar o tema ou unidade de estudo na obra de onde foi retirado do texto, ou pensamento e contexto histórico-filosófico- cultural do autor; 3. Apresentar os principais conceitos, ideias e doutrinas e os momentos lógicos essenciais do texto (temática resumida, valendo-se também de outras fontes que não o texto em estudo); 4. Levantar os problemas sugeridos pelo texto e apresentar os mesmos para discussão; 5. Fornecer bibliografia especializada sobre o assunto e se possível comentá-la; 4º Plenário é a apresentação das conclusões dos grupos restantes. Cada grupo, através de seu coordenador ou relator, apresenta as conclusões tiradas pelo grupo. O coordenador geral ou o professor faz a avaliação sobre os trabalhos dos grupos, especialmente do que atuou na apresentação, bem como uma síntese das conclusões. Outros métodos e técnicas de desenvolvimento de um seminário podem ser acatados, desde que seja respeitado o plano de prontidão para a aprendizagem. Finalizando, apontamos que todo tema de um seminário precisa conter em termos de roteiro as seguintes partes: introdução ao tema; desenvolvimento e conclusão. Fonte: http://www.coladaweb.com/como-fazer/seminario. Acesso: 21 nov. 2014 Metodologia da Pesquisa Científica42 Banner Se você tem algum produto ou quer oferecer e divulgar algum serviço, um dos meios mais recomendáveis, por seu baixo custo, é a internet. Existem vários modelos de banner e diversas especificações para cada um deles. Há, também, a utilização de banners impressos para divulgar alguma informação nos estabelecimentos ou apresentar trabalhos na escola ou faculdade, por exemplo. Neste post, primeiramente vamos explicar os modelos para banner na internet e, em seguida, apresentaremos um passo a passo para a elaboração do banner impresso. Para cada público, um banner diferente. Antes de falarmos sobre os modelos de banner, vamos destacar um ponto fundamental para qualquer campanha. Na comunicação, não há sentido uma empresa fazer uma ação se ela não souber ao certo para quem está fazendo. Falava- se muito em público-alvo, aquela categorização das pessoas de acordo com suas características mais básicas: sexo, idade, classe social, local onde mora, etc. Acontece que, com o crescimento do marketing digital e a possibilidade de utilização de outras informações que as pessoas compartilham na internet, a segmentação do público para a publicidade se tornou diferente. Atualmente, é utilizado um conceito conhecido como persona, que inclui na caracterização do público-alvo da campanha características psicológicas também, e não apenas as mais objetivas. Isso inclui: hábitos de consumo, hobbies, profissão, o que pensa sobre a vida, o trabalho e o mercado, medos, anseios e desejos, entre outros. Isso significa que a segmentação de público na comunicação atual é muito mais ampla e mais exata, o que permite com que os anunciantes sejam muito mais assertivos em suas ações. O que queremos dizer com isso? Que antes de você investir na confecção do banner e no planejamento da campanha, é fundamental que você entenda quem é sua persona alvo, que linguagem deve ser utilizada, tanto no formato quanto no conteúdo do banner, e também de que forma você pretende impactar essas pessoas. Dessa forma, suas campanhas serão muito mais assertivas, pois você saberá qual o formato que mais impacta essas pessoas, e ainda qual a linguagem que mais faz sentido para que sua campanha seja mais persuasiva e eficiente. Nos próximos tópicos, você irá conhecer os diversos modelos de banner. Metodologia da Pesquisa Científica 43 Chegou a hora: vamos ver como fazer um banner? Banner Estático É composto de imagens fixas e foi o primeiro modelo de banner a ser utilizado na internet. São fáceis de serem criados, mas, com todas as inovações utilizadas, podem parecer envelhecidos, entediantes e ultrapassados. Por isso, geram um número inferior de respostas quando comparado aos animados e interativos. Por serem os primeiros, estes são os banners que carregam a natureza da publicidade offline adaptada para a internet, e muitas vezes é por isso que parecem entediantes e ultrapassados. A publicidade digital, assim como a tradicional, trabalha para chamar a atenção das pessoas e, por este motivo, o desafio do anunciante é bem maior no caso de um banner estático. Por não ter movimento, um banner como esse precisa inovar no formato e na estilização da peça para que a campanha faça sentido. Assim, é válido buscar cores e elementos gráficos diferentes e uma mensagem bastante chamativa. Mas lembre-se: não exagere na união desses fatores pois um pode se sobressair ao outro. Banner Animado Possui algum tipo de ação, tendo mais quadros (frames) e consegue veicular muito mais informação e impacto visual do que um banner estático. Gera um número maior de acessos do que os modelos de banner estáticos. Esses são os modelos que nasceram a partir da opção estática e, normalmente, constroem a mensagem contando uma história com um roteiro definido. Ele é um meio termo entre o banner estático e os anúncios em vídeo, já que o banner animado não possui som, e nada mais é do que uma junção de imagens estáticas, não permitindo a mesma interação que a opção em vídeo. Por serem animados, eles costumam chamar um pouco mais de atenção que os estáticos, pois a animação pode ser feita de diversas formas, sempre buscando Metodologia da Pesquisa Científica44 atrair o olhar do usuário. Banner Interativo Falando sobre a atenção do usuário, uma das melhores formas de garantir que o banner seja visto pela maior quantidade de pessoas é o formato interativo. Normalmente, eles são banners que envolvem o internauta e, de alguma forma, fazem com que haja uma interação direta. A variação aqui costuma ser maior no formato, já que uma parte da mensagem não fica claramente evidente e necessita da interação do usuário para que a informação esteja completa. Ex.: preencher um formulário, responder a uma pergunta, abrir uma mensagem, etc. Veja este exemplo de banner interativo: Programa para fazer banner. Para que você possa personalizar seu banner, de acordo com preferências ou especificações pré-definidas, é importante que tenha acesso a um programa que possibilite diferentes alterações. Assim, você poderá idealizar um modelo para banners e criá-lo do seu jeito! Para isso, indicamos o download do programa Banner Maker Pro, totalmente gratuito, para você desenvolver o projeto que quiser da forma que preferir. Olha só: Modelos de banner para download: Modelos prontos são também sempre uma opção para quemnão sabe por onde começar e, por isso, se você preferir se basear em modelos normalmente utilizados. Banner científico Durante a faculdade, surgem inúmeros trabalhos e, muitas vezes, alguns deles necessitam de apresentação ao público. Se você participa de projetos de pesquisa, já deve ter se deparado com o fato de ter que elaborar um banner para a apresentação da pesquisa científica em feiras ou mostras de ciências. Listamos aqui algumas dicas para facilitar o desenvolvimento do banner, com as especificações técnicas e modelos produzidos para diferentes áreas. Metodologia da Pesquisa Científica 45 O que deve ter em bons modelos de banner científico: o Principal função do banner: sintetizar informações e dados relevantes da pesquisa; o Elementos de um banner: instituição, autor(es), orientador(es), conteúdo (introdução, desenvolvimento do tema, considerações finais), referências (somente as principais, ou seja, aquelas citadas no texto e em tamanho de letra menor. Seguir as normas da ABNT); o Elementos básicos: textos, dados (tabelas, gráficos, diagramas, estatísticas) e imagens (desenhos, fotografias, ilustrações); o Texto: nem muito, nem pouco (somente o necessário para a compreensão do leitor); separado em colunas (dependerá da quantidade de texto). Sugestão: no máximo 3 colunas, alinhadas e com texto justificado; o Fonte: de preferência aquelas maiores e mais visíveis (ex: Arial); o Tamanho da fonte: depende da quantidade de texto e do tamanho do banner (no mínimo, fonte 20 para o texto). Sugestão: Título = Arial 60, Autores e instituição = Arial 36 (itálico), Texto = Arial 24, Bibliografia = Arial 16. Usar caixa alta somente para os títulos dos itens (Introdução, Metodologia, Resultados e Discussão, etc.); o Espaçamento entre as linhas: dependerá da quantidade de texto, mas a sugestão padrão é de 1,5; o Figuras de fundo: cuidado com o uso das figuras, devido ao contraste (dificulta a leitura). A sugestão é usar marca d’água ou desbotado. Conferir a resolução das figuras, fotos, etc; o Cores: nem em excesso ou falta, pois pode tornar a leitura cansativa; o Programas indicados para montar um banner: Power Point, Corel Draw, Photoshop; o O que se vê na tela não é o que se vê impresso: faça sempre uma cópia impressa para conferir melhor o aspecto do banner, antes de levá-lo à gráfica. Fonte: http://blog.wedologos.com.br/modelos-de-banner-exemplos/. Acesso: 21 nov. 2016 Metodologia da Pesquisa Científica46 3 ASPECTOS ESTRUTURAIS DE UMA PESQUISA CIENTÍFICA CONHECIMENTOS Conhecer as estruturas dos trabalhos acadêmicos. HABILIDADES Reconhecer as diferenças e similitude estruturais dos trabalhos científicos. ATITUDE Aplicar corretamente as estruturas e normas para desenvolvimento do trabalho acadêmico. Metodologia da Pesquisa Científica 47 Escolha Tema/Título Escolher um tema de pesquisa não é uma tarefa fácil. Seja para um trabalho de conclusão de curso, para uma dissertação ou apenas para aquele experimento que vale nota na disciplina, de repente, parece que tudo o que era realmente importante em qualquer campo do conhecimento já foi estudado ou descrito. De modo geral, o cientista inicia o processo de pesquisa pela escolha de um tema, que por si só não constitui um problema de pesquisa (VIANNA, 2001). O tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar. Sua escolha deve levar em conta possibilidades, aptidões e tendências de quem irá elaborar a pesquisa (em conjunto com seu orientador). Ao formular perguntas sobre o tema, provoca-se sua problematização (SANTOS 2015). Note que existe diferença entre tema e problema de pesquisa. Do tema de pesquisa procede o problema a ser investigado. Desta forma, um tema pode resultar em vários problemas de pesquisa (LAKATOS; MARCONI, 2010). O tema de pesquisa tem, portanto, caráter mais geral e mais abrangente que o problema de pesquisa. Infelizmente, não existe uma regra ou uma receita pronta para se definir um tema de pesquisa. É um trabalho árduo, que irá demandar bastante tempo, mas existem alguns pontos que podem lhe ajudar a cortar caminhos, otimizar o seu tempo e evitar problemas que podem ocorrer durante a escolha do tema de pesquisa. A seguir, você encontrará sete dicas para delimitar um tema de pesquisa: Escolha uma área de pesquisa que você goste e se identifique Uma pesquisa científica exige dedicação, horas de trabalho e ainda mais horas de reflexão. E sua empolgação com a pesquisa pode variar muito ao longo desse processo. E quando temos afinidade com um campo do conhecimento, quando realmente estamos curiosos para encontrar a resposta, a motivação é maior. Além disso, escolher uma área que você sente prazer em estudar vai te dar ânimo extra para quando for necessário, por exemplo, fazer aquela coleta de dados às 4h de uma madrugada de sábado, ou passar aquela noite de sexta-feira Metodologia da Pesquisa Científica48 trabalhando. Leia muito e questione mais ainda Um excelente ponto de partida para delimitar um tema de pesquisa é a bibliografia básica (ANDRADE, 2014). Comece pelos livros clássicos, que são referência na área, para compreender os conceitos básicos. A partir de uma base de conhecimento sólida, adote a postura de uma criança que está aprendendo algo novo e pensando em todas as possibilidades, sob ângulos diferentes. Procure pensar em novas formas de aplicação para determinado conceito, ou como uma informação poderia ser utilizada para resolver um problema ainda sem solução. Procure conhecer as fronteiras do conhecimento nessa área Os congressos científicos específicos de cada área são uma ótima oportunidade para conhecer os rumos da pesquisa em determinado campo do conhecimento e conhecer novas abordagens. Procure descobrir os principais periódicos científicos da área que você possui maior afinidade, e observe os temas dos artigos publicados. Em muitos artigos, o último parágrafo do autor é uma sugestão sobre como a pesquisa naquele tema poderia ser levada adiante. Essa revisão de literatura também irá auxiliar a não pesquisar algo que já se possui um consenso, contribuindo para a originalidade do seu trabalho. Tenha em mente as linhas de pesquisa do programa e do seu orientador Além da orientação propriamente dita, você provavelmente irá precisar de recursos para realizar sua pesquisa. O apoio, o respaldo e as contribuições, tanto técnicas quanto científicas, provavelmente serão maiores em pesquisas alinhadas ao pensamento do seu orientador e do seu programa de pós-graduação. Tenha certeza que isso faz muita diferença. Metodologia da Pesquisa Científica 49 Cuidado com sua ambição: seja prático e objetivo Temas de pesquisa muito abrangentes podem demorar décadas para se obter uma resposta satisfatória. Certifique-se que a sua pesquisa possa ser concluída dentro do prazo para a conclusão do curso. Verifique também os recursos necessários para a realização da pesquisa e a facilidade para obtê-los. Em tempos de cortes nos orçamentos, é preciso ter cautela na escolha do tema de pesquisa. Por isso, limite seu tema de pesquisa de maneira que seja possível encontrar a resposta dentro do prazo e das condições de infraestrutura disponíveis (BARROS; LEHFELD, 2007). Reflita sobre a relevância do seu tema de pesquisa Este é o ponto em que muitos temas de pesquisa são descartados. Afinal, para solicitar um financiamento, defender a pesquisa perante a banca ou para publicar os resultados da pesquisa em uma revista é preciso que a pesquisa tenha mérito científico. Reflita sobre as aplicações e, principalmente, sobre como essa pesquisa contribuiria pra o avanço do conhecimento em determinado campo. Lembre-se que você não precisa “inventar a roda”. A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas também
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