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MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM

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MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM (BÁSICO)
MÓDULO I: CONCEITOS E DEFINIÇÕES
AULA 01: INTRODUÇÃO
	Arbitragem visa dirimir as situações litigiosas advindas pela vida em comunidade. Como se sabe, a vida em sociedade gera, na maioria das vezes, discordância das pessoas inseridas no contexto social, em virtude de conflitos de interesses divergentes, o que gera tensão e lides (conflitos) sobre a prevalência de qual direito deve prevalecer.
	Apesar do homem viver necessariamente em sociedade, ele é singular, com desejos e conceitos valorativos próprios, o que gera, invariavelmente litígios e um estado de conflito.
	Antigamente, como não existia a figura do Estado, vigorava a autotutela como meio de solução dos conflitos. Pela autotutela se impunha a vontade do mais forte sobre o mais fraco, prevalecendo simplesmente a vontade do mais poderoso. Ou seja, nas sociedades mais primitivas a regra era a justiça pessoal, onde não vigorava o mais justo e sim o mais forte.
	Hobbes x Rousseal: hobbes acreditava que a razão coletiva se incorpora na figura do monarca, que atrai para si todas as competências. Para ele, o home já nasce mal. Já rousseal acreditava que essa razão coletiva, o Estado, deveria ser do povo, em contrária posição ao absolutismo então vingente na Europa. Para ele o homem era essencialmente bom e que os fatores externos corrompem seu coração.
 	Voltanto aos comentários acerca dos métodos de solução de conflitos, com o passar do tempo houve o surgimento da Autocomposição, em que as partes entravam em acordo acerca da lide posta, podendo ambas disporem de parte de seu direito em prol da outra, bem como uma das partes dispor totalmente de seu direito para o fim da demanda.
Com o tempo foi estabelecido a mediação, que nada mais é que uma forma de diálogo assistido por um terceiro, que busca sempre a autocomposição das partes, indicando caminhos e sugestões, fazendo com que as partes cheguem a um senso comum. Chegamos, então, a heterocomposição, em que um terceiro define de modo decisivo o direito em questão na lide posta.
O estado, organização politico-juridica, engloba  diversos institutos e órgãos os quais são imbuídos de diversas competências. Basicamente, na história das civilizações, foram identificados três formas de se exercer o poder, quais sejam: governando, legislando e julgando.
É importante se ter em mente que essas formas de se exercer o poder não são propriamente três poderes distintos, mas mera divisão de funções de um mesmo poder, que é o poder do Povo, este sim UNO e INDIVISÍVEL.
Sendo o Estado uma criação humana para servir ao propósito dos seres humanos em sociedade, o detentor de todo o poder é o próprio povo, titular primeiro e único de toda fonte de poder. Quando se fala em “poderes do Estado”, na verdade está se referindo a o único poder que é o do povo. A divisão é meramente a título de melhor administrar as funções do Estado.
Porém, essas funções, a princípio, eram concentradas na figura de uma só pessoa, um escolhido, um Rei, um soberano. Não havia separação na forma de se exercer as práticas cotidianas de poder, podendo um rei, um clã, uma instituição religiosa etc... concentrar, absolutamente em suas mãos, todo o poder na condução da sociedade.
Atualmente, portanto, as funções do Estado estão dividas nos “poderes” Legislativo, Executivo e Judiciário. O poder executivo administra o pais executando as leis. O poder legislativo exerce sua função legiferante, isto é: legisla. E, por fim, o poder judiciário, que aplica a lei ao caso em concreto
AULA 02: INTRODUÇÃO PARTE II
O homem desde o momento que vem ao mundo faz parte da sociedade e nela se desenvolve, fazendo parte de diversas instituições, grupos sociais com uma ligação que pode ser por diversos interesses (materiais, ideológicos, afetivos...). Desse modo, onde há um ser humano, há um sociedade. Dentro da sociedade temos uma instituição especifica: a família. A família é a célula matre da sociedade. Após essa primeira sociedade que o indivíduo está inserido, ele passa a conviver em outros grupos. E é o conjunto desses grupos sociais, dessas instituições e dessas sociedades que formamos a sociedade propriamente dita, um conjunto de todos os indivíduos. Dentro da sociedade temos um grupo que tem prevalência sobre as demais, exerce a ingerência e tem poder de decisão a favor ou contra todos. É a sociedade que governa. Essa sociedade se chama ESTADO. 
É importante que atribuamos certos tracos e características dessa sociedade chamada estado. Primeiramente é um sociedade natural, pois é fruto da convivência do ser humano. O estado é feito pelo homem e para o homem. O estado também é obra da inteligência, do desejo, da vontade e das aspirações do grupo social, é um artificio da inteligência humana. Outra característica importante é que o homem já mais se desvincula da relação social. O estado é um enorme poder de mando. O estado é uma sociedade que esta acima de todas as outras sociedades e sobre elas tem prevalência. O estado tem essa prevalência por ser uma aceitação de todos aqueles que pertencem a uma sociedade, para realizar o bem comum ou o bem público. Nesse sentindo o estado tem o poder porque possui autoridade e detém o uso legítimo da força.
O poder não é propriamente dito do Estado, o poder é do povo. O poder é UNO, porém para efeitos práticos eles se dividem em 3 instancias que representam esse poder UNO, que são chamados de poderes do Estado, são eles: o poder legislativo, o poder executivo e o poder judiciário. 
No Brasil, em 1924, com a primeira Constituição Brasileira, houve uma inovação para o poder do monarca e que estava acima dos outros poderes, poder esse que não mais existe, uma vez que é incompatível com a ordem democrática da maioria das nações livres. Em nosso tempo atual existe o estado democrático de direito, que p e o estado racional, o estado que é criação e criador do direito. Aquele que não está acima ou abaixo, mas submetido a ordem legal vigente e que por isso mesmo dá substancia e existência ao estado. Porem o estado de direto não pode ser visto apenas como uma ordem em que o estado se submete simplesmente ao direito. Se assim o fosse o estado seria tutelado e tutelador de uma direito tirânico e totalitário. Essa concepcepção de estado de direito se dá numa visão de democracia. Ou seja o estado de direito é concebido com um estado democrático de direito, onde o princípio da igualdade deve prevalecer sempre.
O poder legistalitivo tem o dever de legislar e fiscalizar, contudo, de modo atípico o poder legislativo também exerce uma função administrativa, por exemplo, nomeando servidores. E judicial quando julga o presidente da república e o vice presidente. A função legislatória, essa se dar quando o congresso realiza a fiscalização contável, financeira e patrimonial da união.
Ao poder executivo é designado as funções administrativas. Já o poder judiciário é incumbido de aplicar a lei ao caso concreto, ou seja, a incidência da lei de modo especifico nas relações sociais. O poder judiciário é composto por juízes, desembargadores e ministros. Porém o poder judiciário não é um mero aplicador de leis. O profissional deve interpretar e da sentindo, faz um juízo de ponderação entre a norma e a realidade social tendo por parâmetros princípios constitucionais que leva em conta o bem comum e princípios carceros da sociedade.
É necessário que se entendam como a mediação e arbitragem teve origem nos conflitos sociais e tentativa de solução desses conflitos, o que em sua essência é formação do próprio Estado. E é esse Estado que legitima a atuação do árbitro e do mediador como um meio de solução alternativa de conflitos. Através de suas leis o legislador entendeu por bem delegar o particular a função de decidir a seguir de determinado direito alheio – arbitragem, bem como na condução para que as partes encontrem um bem comum – mediação.
AULA 03: DEFININDO ARBITRAGEM
Do latim Arbiter, árbitro, mediador. A arbitragem, no Brasil, é conceituada como modo de solução de conflitos por qualquerpessoa eleita pelas partes para dirimir a controvérsia, tornando-se, assim, uma alternativa ao Poder Judiciário na solução de lides.
De acordo com Marcus Cláudio Acquaviva, arbitragem é:
" Processo decisório de conflito de interesses, em que os litigantes escolhem, de comum acordo, um árbitro ou mediador, comprometendo-se a acatar o parecer deste. A matéria é regulada pela L. 9.307, de 23.9.1996, cujo art. 1° limita a aplicação da arbitragem às pessoas capazes de contratar e aos litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério das partes, podendo estas escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública. As partes poderão convencionar, também, que a arbitragem se realize com base nos princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio. O juízo arbitral admite a cláusula compromissória e o compromisso arbitral. A cláusula compromissória é a convenção mediante a qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato (art. 4°, caput, da L.9.307/1996). Quanto ao compromisso arbitral, é a convenção mediante a qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial (art. 9°, caput, da L. 9.307/1996)." (Dicionário jurídico Acquaviva/Marcus Cláudio Acquaviva, organização.-2.ed. - São Paulo: Rideel, 2008. pag. 104).
Ainda, na precisa Lição de Fredie Didier JR.:
"É técnica de solução de conflitos mediante a qual os conflitantes buscam em uma terceira pessoa, de sua confiança, a solução amigável e imparcial (porque não feita pelas partes diretamente) do litígio. É, portanto, heterocomposição. "Essa interferência, em geral, era confiada aos sacerdotes, cujas ligações com as divindades garantiam soluções acertadas, de acordo com a vontade dos deuses; ou aos anciãos, que conheciam os costumes do grupo integrado pelos interessados". (CINTRA, Carlos Araújo; DINAMARCO, Cândido Rangel; GRINOVER, Ada Pellegrine. Teoria Geral do Processo. São Paulo: Malheiros, 2001). 
Portanto, no ordenamento jurídico pátrio, nossa legislação (Lei N° 9.307 de 23 de setembro de 1996) estabelece que todas as pessoas capazes de contratar podem se valer da arbitragem para solucionar seus conflitos, desde que estes sejam de cunho patrimonial e se constituam em direitos “disponíveis” (direito disponível é aquele em que o direito em tese não ultrapassa a vontade da parte, ou partes, não sendo, portanto, de elevada importância social, exemplo: o direito ao recebimento de um pagamento em virtude de uma contraprestação laboral é um direito disponível pela parte que pretende receber o pagamento, ao passo que o direito à vida é um direito indisponível, isto é, a parte não pode dele dispor). 
A arbitragem pode ser voluntária ou necessária. A arbitragem voluntária é a que mais se assemelha ao processo judicial, assentando sobre um acordo das partes através do qual estas conferem a um ou mais particulares o poder de julgar o litígio - convenção de arbitragemA arbitragem necessária é aquela que resulta de uma determinação legal que impõe a resolução de certos litígios através de tribunal arbitral, estando vedado o acesso a tribunais judiciais de 1ª instância. A arbitragem tem, geralmente custos moderados e os procedimentos são simples, informais e rápidos. O prazo legal para a conclusão de um processo de arbitragem é de 12 meses, mas na maioria dos casos não têm ido além de 2 a 3 meses. 
EXEMPLO: suponhamos que uma pessoa contrate um serviço restauração de alguma obra de arte com um profissional dessa área. As partes celebram um contrato com todos os termos -  prazo de conclusão, forma de pagamento e etc. E dentro desse contrato essas partes criam um termo, uma cláusula, afirmando que caso uma das partes não cumpra com o contrato, esse descumprimento será resolvido pela arbitragem. Pois bem, essa cláusula, esse termo no contrato, é a cláusula arbitral. No caso de realmente vir uma das partes a descumprir o contrato, ambas devem procurar a arbitragem, e isso se da com o compromisso arbitral, ou seja; o compromisso arbitral é a materialização da cláusula compromissória. O compromisso aribitral é o documento que direciona as partes à arbitragem porque no contrato estava assim estipulado. No caso de não haver tal cláusula, nada impede que as partes se socorram da arbitragem. Nessa hipótese, deve ser utilizado o artigo sexto da lei Nº 9.307 de 1996, que assim estatui:  Não havendo acordo prévio sobre a forma de instituir a arbitragem, a parte interessada manifestará à outra parte sua intenção de dar início à arbitragem, por via postal ou por outro meio qualquer de comunicação, mediante comprovação de recebimento, convocando-a para, em dia, hora e local certos, firmar o compromisso arbitral. Ou seja, a parte deve chamar a outra, propror, oferecer a via arbitral para solucionar o caso e, na possibilidade de uma parte recusar tal via, apenas resta o poder judiciário.
AULA 04: DEFININDO MEDIAÇÃO
A mediação vem do latim mediatione, que significa interveniência, intermediação. Dispõe o paragrafo único do artigo 1° da Lei N° 13.140, de 26 de junho de 2015 que "considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia". 
Nesse sentido, a mediação pode ser definida como uma negociação alternativa ao então conhecido modelo jurídico (poder judiciário) entre as partes envolvidas em conflito com a presença de um terceiro, que assiste a negociação.
A mediação funciona no meio judicial e extrajudicial. Como se afere, quando se tem atuação da mediação no meio judicial, temos, basicamente, a figura da Administração Pública representada por um mediador que conduzirá a lide a um acerto para ambas as partes. 
Na mediação judicial, para que se atue como mediador, é necessário que a pessoa seja graduada há, no mínimo, dois anos em algum curso de nível superior devidamente reconhecido pelo Ministério da Educação. 
A lei não exige que o mediador seja um bacharel em Direito, conforme muitos imaginam, mas, sim, que esteja formada há, no mínimo dois anos em qualquer curso de nível superior. Além dessa formação específica, a pessoa canditada a mediador judicial deverá ter uma capacitação em escolas de formação de mediadores devidamente reconhecidas pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados ou pelos tribunais, observando-se as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça conjuntamente com o Ministério da Justiça.  
Acerca da vinculação do mediador junto ao tribunal em que atua, assim dispoe a Lei Nª 13.140/2015, in verbis:
Art. 12.  Os tribunais criarão e manterão cadastros atualizados dos mediadores habilitados e autorizados a atuar em mediação judicial. 
§ 1o A inscrição no cadastro de mediadores judiciais será requerida pelo interessado ao tribunal com jurisdição na área em que pretenda exercer a mediação. 
§ 2o Os tribunais regulamentarão o processo de inscrição e desligamento de seus mediadores. 
Art. 13.  A remuneração devida aos mediadores judiciais será fixada pelos tribunais e custeada pelas partes, observado o disposto no § 2o do art. 4o desta Lei. 
 
Em regra a assistência do mediador é seguir certos protocolos, pois sua função é alcançar um acordo embasado nos interesses das partes envolvidas, tendo em vista que, na mediação, o terceiro apenas fornece meios para que os indivíduos envolvidos cheguem à solução da demanda.
Nesse sentido a mediação é um processo de solução de conflitos de índole judicial ou extrajudicial, no qual o mediador intercede a favor dos envolvidos em busca de uma solução por ambos alcançada.
Como se afere, o mediador, por óbvio, tem que ser imparcial na condução dos debates, conduzindoe facilitando o diálogo na tentativa de se encontrar uma solução plausível para ambas as partes.
A mediação será orientada pelos seguintes princípios: 
I - imparcialidade do mediador; 
II - isonomia entre as partes; 
III - oralidade; 
IV - informalidade; 
V - autonomia da vontade das partes; 
VI - busca do consenso; 
VII - confidencialidade; 
VIII - boa-fé
Diferentemente da Arbitragem, a mediação pode ser usada em direitos indisponíveis, desde que esses direitos admitam transação. Porém, que se tenha em mente: O que é decidido pelas partes na mediação de direitos indisponíveis transigíveis, deve ser homologada pelo juiz de direito, isto é, um orgão do Poder Judiciário antecedida de oitiva do Ministério Público.
De outra senda, é importante que se atente para não se confundir o medianeiro (mais conhecido como corretor) com o mediador pois, conforme lição de Marcus Cláudio Acquaviva acerca de mediação:
"Atividade consistente em aproximar duas partes potencialmente contrastantes, orientando-as para a concretização do negócio, mediante comissão a ser paga por um ou por ambos os interessados. Este intermediário chama-se medianeiro ou, mais comumente, corretor, sendo a mediação, nesta terminologia, denominada corretagem. Embora o art. 723 do Código Civil confunda corretagem com mediação, tais institutos são diferentes. Enquanto o mediador não se acha vinculado a nenhum dos contrastantes, obrigando-se, portanto, a agir com imparcialidade, este não é o caso do corretor, que, vinculado a uma das partes, tudo fará para obter um acordo mais vantajoso para seu cliente. Por outro lado, a mediação propriamente dita tem abrangência muito maior que a corretagem, ja que pode haver mediação sem esta. Quanto à mediação realizada por imobiliárias entre locador e locatário, o art. 22, VII, da L. 8.245, de 18.10.1991 (Lei do Inquilinato), impõe ao locador a obrigação de pagar quaisquer despesas de intermediação relativas ao contrato."(Dicionário jurídico Acquaviva/Marcus Cláudio Acquviva, organização. - 2. ed. - São Paulo: Ridel, 2008. pag. 544.
Também é importante que o aluno compreenda que a mediação não é compulsória nem impositiva, dependendo, para ser efetivada, da vontade das partes, pois estas não estão obrigadas a permanecer em procedimento de mediação.
AULA 05: DEFININDO CONCILIAÇÃO
Conciliação vem do Latim conciliatione, que significa reunião, pacificação de um conflito, reconciliação. A conciliação nada mais é do que a forma como o mediador conduz os trabalhos na solução dos conflitos, ou seja: a conciliação é a tentativa de pacificação e entrosamentos entre as partes envolvidas no litígio sob a supervisão de um mediador imparcial.
Em outros termos, a conciliação é a harmonização de interesses em conflito, mediante a participação de um terceiro chamado de Conciliador. Este terceiro - conciliador - pode ser o juiz ou um advogado, bem como, nos juizados especiais cíveis, os conciliadores (Lei 9.099/95, arts. 7°, 21°,22°,23°,24°,25° e 26°). 
Além do mais, o próprio Código de Processo Civil elenca vários dispositivos atinentes a conciliação dos litigantes, tais como os artigos 1º, § 3º e artigos 165 ao 175, bem como o próprio Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil considera dever profissional estimular a conciliação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios (artigo 2°, párágrafo único, VI).
De outra ótica acerca do tema, isto é, no ramo propriamente do Direito Civil e Processo Civil, a conciliação é a composição amigável de um eventual litígio judicial, por iniciativa do próprio magistrado (juiz). Porém advirta-se, não se pode confundir com um simples acordo, este levado a efeito pelos próprios contendores e simplesmente homologado pelo juiz. 
Com efeito, é poder, dever e responsabilidade do juiz, a qualquer tempo, conciliar as partes.
Observação: No nosso caso, isto é, de arbitragem, conforme será visto mais adiante, o arbitro, quando em sua atuação, é considerado juiz de fato e de direito. Portanto, as explicações que se seguem, apesar de serem mais propriamente para um magistrado do poder judiciário, é tão valido para o arbitro, pois este é juiz de fato e de direito em sua função.
Nesse diapasão, não seria temerário afirmar que uma sentença apenas atenua o conflito entre as partes, sem eliminá-lo, porque um dos litigantes sempre estará insatisfeito com a decisão que lhe for desfavorável, quando não os dois, se a decisão for pela procedência em parte do pedido (parcial procedência dos pedidos feitos), ao passo que a conciliação erradica, efetivamente, a tensão ente as partes, pois os contendores são postos em harmonia mútua, reconciliando-se e superando as desavenças. 
Portanto, nota-se o conteúdo ético da conciliação judicial, que eleva, enobrece e valoriza a atuação do magistrado, evidenciando sua sensibilidade e vivência. Diga-se de passagem que, modernamente, o próprio advogado tem o dever de buscar a conciliação entre os contendores, conforme já dito acima. 
No Processo Civil, no que diz respeito à audiência de instrução e julgamento a tentativa de conciliação pelo juiz é obrigatória, sob pena de nulidade, mesmo que realizada sem êxito a audiencia de conciliação (CPC: artigo 3341), se tratar de litígios pertinentes a direitos patrimoniais de caráter privado ou causas relativas ao direito de família, nos casos e para os fins em que a lei faculta a transação.
O juiz conduzirá a tentativa de conciliação guiando-se por seu prudente arbítrio, sempre atento à reação das partes, intervindo no momento em que os ânimos se acirrarem. Os advogados podem assistir e aconselhar as partes durante a tentativa de conciliação, até mesmo reservadamente. Concretizada esta, mediante transação (concessões recíprocas), renúncia (abandono da pretensão) ou desistência (reconhecimento do pedido), o julgador determinará seja reduzida a termo, devidamente firmado pelas partes e homologado.
Não havendo conciliação, a audiência terá prosseguimento com a produção de provas. Importante observar que o termo de conciliação tem força de sentença, de modo que, na salutar ponderação de José Carlos Barbosa Moreira, "na medida em que for admissível a interposição de algum recurso (para impugnar não o conteúdo do termo, mas a sua validade, v.g., por te-lo subscrito procurador sem poderes especiais), caberá em regra apelação que, na falta de cumprimento espontâneo do acordo pela parte obrigada a alguma prestação, terá a outra título judicial para a execução que, uma vez passada em julgado a homologação, ficará coberta pela auctoritas rei indicatae a solução dada ao litígio. Como, porém, o ato judicial é meramente homologatório, o acordo poderá eventualmente ser rescindido (rectius: anulado) por meio da ação de que trata o artigo 486". (MOREIRA, José Carlos Barbosa, O novo processo civil brasileiro.17.ed.Rio de Janeiro: Forense, 1995. pp. 94-5.)
AULA 06: DEFININDO MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM PARTE II
Dois tratos que definem bem a autotutela, são eles: ausência de um terceiro imparcial, distinto das partes e capaz de analisar distante o conflito existente; e, a imposição da vontade, da decisão de uma parte em detrimento da outra. A autotutela é proibido nos dias penais. Embora seja proibido, há casos em que tal conduta é abraçada pela lei. Temos então a exclusão a licitude, que são a legitima defesa e estado de necessidade. Nessas hipóteses não há crime pois o agente age tutelado por uma causa que legitima sua conduta, respondendo apenas pelo excesso. Temos então que em determinados casos a autotutela pode ser exercida, mas em situações muito especificas, nas quais o sujeito não possui outro meio de salvaguardar sua integridade física e a de outrem.
Além da autotutela, havia outro meio de resolução de conflitos, intitulado a autocomposição. Esse sistema preconizava que em uma determinada controvérsia, uma das partes ou ambas abrem meu do seu querer ou de alguma parte dele. A autocomposição se dá de três formas, que são: 
a) desistência (abandonode uma pretensão); 
b) submissão (que é a renúncia de uma das partes em detrimento da resistência da outra); 
c) Transação (em que ambas as partes fazem concessão reciproca, abrindo mão cada qual de um pouco do seu direito).
Com o passar do tempo os indivíduos perceberam que buscar resolver os conflitos através da autotutela ou da autocomposição, acabava por ocasionar injustiça para uma das partes. Desse modo começou-se a preferir que um terceiro, não interessado na causa, independente e com certa autoridade resolvesse o conflito existente. Tal pratica começou basicamente com a escolha de árbitro, que era uma pessoa de confiança de ambas as partes. Em linhas gerais esses árbitros eram sacerdotes que invocam as divindades para solucionar os conflitos, sendo este solucionando a partir da vontade dos deuses. Havia também os anciãos, que tinham conhecimento dos costumes e práticas da comunidade a qual pertenciam. Trata-se da heterocomposição.
Devido a grande demanda de soluções de conflitos existentes no sistema judiciário, o Estado, não pode dar conta de solucioná-las em tempo hábil, passando a pensar em novas formas de pacificação social. Métodos alternativos para a solução de conflitos que superassem esses problemas que na jurisdição estatal ainda são difíceis. Buscando uma celeridade e uma resposta mais adequada as demandas sociais, o estado buscou meios que delegassem a sociedade como um todo a capacidade de poder atuar jurisdicionalmente.
Os métodos alternativos para resolução de conflitos são: conciliação, mediação e arbitragem.
Conciliação:
A conciliação é um método utilizado em conflitos mais simples ou restritos, no qual o facilitador pode adotar uma postura mais ativa, porém neutra e imparcial. É um processo consensual breve, que busca uma efetiva harmonização social e a restauração, dentro dos limites possíveis, da relação social das partes. 
Ou seja, a conciliação busca fazer com as partes se entendam, buscando por elas próprias uma solução. O conciliador não atua de forma incisiva, mas sim facilitadora, fazendo com as partes cheguem, pelos próprios meios de negociação, a solução pacifica. 
A conciliação pode ser extraprocessual ou endoprocessual. Em ambos, busca-se que as próprias pessoas em conflito busquem a solução do conflito. O Art. 3º da lei processual 13105 diz:
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Além dessa orientação a lei processual afirma:
Art. 165.  Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
Outras orientações da lei processual: designição de audiência de conciliação prévia após o recebimento da petição inicial, bem como a função do juiz de ser tentar conciliar as partes.
Mediação:
A mediação é semelhante a conciliação, pois busca a solução de conflito através de um mediador, que atua de forma ativa, propondo soluções, apontando caminhos e possibilidades.
A medição é definida como uma forma de solução de conflitos na qual, um terceira pessoa, neutra e imparcial para se chegar a uma composição. Em regra a mediação é utilizada em conflitos multidimensionais ou complexos. A mediação é um procedimento estruturado, não tem um prazo definido, podendo terminar ou não em acordo, pois as partes têm autonomia para buscar soluções que compatibilizem seus interesses e necessidades.
A lei 13.140 estabelece uma definição para mediação:
Parágrafo único.  Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia [grifo nosso]. 
	Destaque para os termos auxilia e estimula, pois é desta forma que o mediador deve atuar. A mediação é mais ativa que a conciliação, apesar de em ambas buscar-se a pacificação social.
Arbitragem:
A arbitragem é um meio alternativo de resolução de conflitos que integre a um particular a capacidade de, em assuntos relacionados a direitos patrimoniais disponíveis, atuar como um verdadeiro juiz de fato e de direito. É uma heterocomposição que não sofre de intervenção estatal e não precisa de concordância do poder do Estado para fazer valer a autoridade de suas decisões, tendo em vista que as decisões em âmbito arbitral não estão sujeitas a homologação do poder judiciário. Desse modo, temos que a arbitragem decorre da autonomia da vontade das partes. É um contrato onde se escolhe o(s) arbitro(s) que julgaram a causa. A arbitragem é considerada um justiça privada, tendo em vista que nela só ingressam aquelas que tenham previamente com ela concordado, seja por meio de cláusula arbitral ou compromisso arbitral.
AULA 07: DEFININDO ÁRBITRO E MEDIADOR
Árbitro é aquela pessoa em que as partes desejosas de solucionarem de forma pacífica seus problemas depositaram confiança para a solução do litígio entre elas existente. A condição para ser considerado legalmente um árbitro é ser uma pessoa capaz e que tenha confiança das partes, ou seja, um árbitro é qualquer pessoa capaz e que possua confiança de ambas as partes envolvidas no litigio. É importante que o árbitro seja um profissional capacitado, preferencialmente com um formação na área em que irá atua no litigio, isso não é uma lei. Não obstante, na prática, o que se observa é que os árbitros, em sua esmagadora maioria, são pessoas dotadas de um conhecimento profundo em sua área de atuação, funcionando como verdadeiros peritos. Desse modo, é indicado que o profissional da arbitragem apenas deve atuar em causas das quais domine o conteúdo, recusando a demanda ou indicando outro árbitro para a causa, sob pena de se ver lançado no rol dos incompetentes quando julgar a matéria. 
O arbitro é considerado um juiz de fato e de direito enquanto na atuação da arbitragem. Ou seja, o arbitro, enquanto não atuando em um caso específico, não é árbitro, pois qualquer pessoa capaz pode ter essa função, mas, no momento em que aceita atuar em um determinado litígio, este se veste da condição de juiz, com alguns de seus poderes e autoridade. Contudo, o árbitro não é um juiz - ele se transmuda em juiz em cada causa que atuar, ou seja, é o juiz daquela causa específica para a qual fora nomeado. É um juiz temporário. Porém, é importante que se frize: esta posição não é majoritária, não é um entendimento pacífico, ocorrendo diversas desavenças acerca da nomenclatura "juiz arbitral". Aconselhamos a nossos alunos a evitarem o temo "juiz arbitral", apenas utilizando da nomenclatura "ARBITRO".  
No que se refere à mediação, a própria Lei Nº 13.140/2015 estatui:
Art. 4o O mediador será designado pelo tribunal ou escolhido pelas partes.  
§ 1o O mediador conduzirá o procedimento de comunicação entre as partes, buscando o entendimento e o consenso e facilitando a resolução do conflito.  
§ 2o Aos necessitados será assegurada a gratuidade da mediação. 
Art. 5o Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento e suspeição do juiz. 
Parágrafo único.  A pessoa designada para atuar como mediador tem o dever de revelar às partes, antes da aceitação da função, qualquer fato ou circunstância que possa suscitar dúvida justificada em relação à sua imparcialidade para mediar o conflito, oportunidade em que poderá ser recusado por qualquer delas. 
Art. 6o O mediador fica impedido, pelo prazo de um ano, contado do término da última audiência em que atuou, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes. 
Art. 7o O mediador não poderá atuar como árbitro nem funcionar como testemunha em processos judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em que tenha atuado como mediador. 
Art. 8o O mediador e todos aqueles que o assessoramno procedimento de mediação, quando no exercício de suas funções ou em razão delas, são equiparados a servidor público, para os efeitos da legislação penal. 
Em relação ao artigo 5º, o Código de Processo Civil trata dos impedimentos e suspeições dos juizes em seus artigos 144 ao 148, in verbis: 
Art. 144.  Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz.
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
Art. 145.  Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões.
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - houver sido provocada por quem a alega;
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.
Art. 146.  No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
§ 1o Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
§ 2o Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente for recebido:
I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente.
§ 3o Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal.
§ 4o Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á.
§ 5o Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão.
§ 6o Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado.
§ 7o O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição.
Art. 147.  Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, o primeiro que conhecer do processo impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os autos ao seu substituto legal.
Art. 148.  Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:
I - ao membro do Ministério Público;
II - aos auxiliares da justiça;
III - aos demais sujeitos imparciais do processo.
§ 1o A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos.
§ 2o O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando necessária.
§ 3o Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1o será disciplinada pelo regimento interno.
§ 4o O disposto nos §§ 1o e 2o não se aplica à arguição de impedimento ou de suspeição de testemunha.
Interessante mencionar o que disposto no inciso I, pois para que se configure a suspeição do julgador, é necessário que este seja realmente amigo intimo da parte, ou seja, que haja um convívio próximo e aberto. Um simples colega de sala de aula nos tempos da faculdade, ou o mecânico do magistrado etc... não teria o condão, em tese, de sulfragar a suspeição do julgador. Porém, caso este mesmo mecânico frequente a casa do magistrado, frequente festas e bares juntos, nessa hipótese se afigura a hipótese de suspeição que poderá ser arguida pela parte.
Importante deixar claro que o mediador que atuou em determinado caso não poderá funcionar como arbitro nem como testemunha no mesmo processo. 
Por fim, na mediação temos uma divisão acerca dos mediadores, que podem ser judiciais ou extrajudiciais.
 	a) mediadores judiciais: poderá atuar como mediador judicial a pessoa capaz, graduada há pelo menos dois anos em curso de ensino superior de instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha obtido capacitação em escola ou instituição de formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça. Os tribunais criarão e manterão cadastros atualizados dos mediadores habilitados e autorizados a atuar em mediação judicial. A inscrição no cadastro de mediadores judiciais será requerida pelo interessado ao tribunal com jurisdição na área em que pretenda exercer a mediação. Os tribunais regulamentarão o processo de inscrição e desligamento de seus mediadores. A remuneração devida aos mediadores judiciais será fixada pelos tribunais e custeada pelas partes, observado o disposto no § 2o do art. 4o desta Lei (Lei Nº 13.140/2015)
b) mediador extrajudicial: poderá qualquer pessoa capaz que tenha a confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se. Caso uma das partes compareça com a presença de um advogado, deverá o conciliador suspender o procedimento até que todas as partes estejamamplamente assistidas, isto é, acompanhadas de seus respectivos advogados.
AULA 08: DEFININDO PARTES DO PROCESSO
As partes no processo arbitral nada mais são do que as pessoas que se socorrem da arbitragem para a resolução de seus conflitos. Esta definição também se aplica as partes que se submetem à mediação, seja judicial ou extrajudicial, porém, lembrando que o mediador não possui poder decisório, apenas funcionando como um facilitador para que as partes cheguem a um acordo.
Sendo a arbitragem um instrumento para a solução imparcial dos conflitos que se verificam em uma vida social, o processo (esse conceito será definido em momento próprio, mais especificamente no módulo IV) apresenta, inexoravelmente, pelo menos três sujeitos, a saber: o autor, o reu e o julgador. Nos polos contrastantes da relação processual judicial se encontram o autor e reu, como sujeitos parciais e, como sujeito imparcial, o julgador, juiz, o qual representa o interesse coletivo para a justa análise e solução da controvérsia. Nesse sentido, a conhecida definição do processo como actus trium personarum: judicis, actoris et rei.
Não é diferente quando se tem a instituição da mediação. Apenas se troca a figura do arbitro pelo Mediador, que, como já explicitado, atuará como um facilitador.
Não obstante a definição clássica apresentada acima, esta contem um quadro muito simples e não esgota a realidade que atine aos sujeitos que atuam no procedimento, seja ele propriamente jurídico ou arbitral/mediação. Focando propriamente na Arbitragem, merece ser mencionado os seguintes apontamentos: a) além do juiz, do autor e do reu, são também indispensáveis os órgãos auxiliares da justiça, como sujeitos atuantes no processo; b) os juizes podem suceder-se funcionalmente no processo (na arbitragem, deve ser aceito pelas partes), ou integrar órgãos jurisdicionais colegiados que praticam atos processuais com caráter subjetivo complexos - o que confirma que ele próprio não é sujeito processual, nem o é sempre em caráter singular; c) poder haver certa pluralidade na parte ativa da relação processual, ou seja, uma quantidade igual ou superior a 2 (dois) de autores, o que se da o nome de litisconsórcio ativo, ou uma quantidade igual ou superior a 2 (dois) no polo passivo, isto é, do reus, o qual se chama litisconsórcio passivo. Quando há pluralidade de autores e reus, se tem o litisconsórcio misto ou recíproco. Ainda mais, é possível a intervenção de terceiros mesmo na arbitragem, o que será visto mais adiante. 
A participação do advogado é importante e, no âmbito judicial, é imprescindível, caso não se trate de juizados especiais de pequenas causas. Na arbitragem é facultativo a presença de um advogado para representar as partes.
Na mediação Extrajudicial, se faculta as partes serem representadas por advogado ou defensor público. Porém, caso uma das partes compareaça acompanhada de advogado, o mediador extrajudicial deverá suspender o procedimento, ate que a outra parte que não esta acompanhada de advogado ou defensor seja devidamente assistida, ou seja, constitua para sí tais profissionais. Este mandamento tem o escopo de igualar as partes no processo de mediação, o que em direito se chama "paridades de armas". 
No ordenamento jurídico nacional, com a alteração trazida pela lei N° 13.129 de 26 de maio de 2015, o legislador inovou e aprimorou o alcance da lei de arbitragem, antes adstrita apenas às pessoas físicas ou jurídicas de direito privado não integrantes da administração pública direta ou indireta.
Aumentando ainda mais o rol de autores e réus na arbitragem, com a nova redação legal, passam a vigorar como sujeitos passíveis de utilização da Arbitragem a Administração Direta e Indireta, sendo que a autoridade ou o órgão competente da administração pública direta para a celebração de convenção de arbitragem é a mesma para a realização de acordos e transações.
De se observar que, em se tratando de arbitragem envolvendo órgãos da administração pública direta ou indireta, o objeto do litígio será sempre um direito patrimonial disponível, observando-se, em todo o caso, o princípio da Publicidade.
Nota:
Administração direta e indireta: a administração direta corresponde a um conjunto de órgãos integrantes das pessoas políticas do Estado, as quais podemos enumerar como a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, os quais exercem, de forma centralizada, a gestão de atividades administrativas.
De outro diapasão, administração indireta são as pessoas jurídicas desprovidas de autonomia política que são vinculadas á administração direta, exercendo atividades administrativas de forma descentralizada. Classicamente, compõem a administração indireta as Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e as Fundações Públicas.
Principio da publicidade: a administração pública é regida por 5 (cinco) princípios basilares, sem a exclusão de outros, a saber: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Esses princípios estão anexados no artigo 37 da Constituição Federal.
Por legalidade, podemos entender, de forma sucinta, que a administração pública é obrigada a seguir os parâmetros que a lei manda, ou seja, a administração pública apenas age amparada na legalidade, na lei. Por impessoalidade podemos definir como a objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades.
A moralidade administrativa, apesar de ser um conteúdo um tanto vago em termos de definição, pode se entendida como um princípio que regula o homem médio, com valores e conceitos aceitos de forma ampla como éticos e de acordo com a justiça e equidade. Na prática, para a administração, a moralidade se subcume à observância da Lei e sua conduta pautada na legalidade, princípio já visto.
O princípio da publicidade prega que seja amplo a divulgação dos atos praticados pela administração pública, ou seja, não há atos escondidos, sigilosos, “as escuras”, ressalvados os casos em que a própria lei admite o sigilo e o segredo, como casos que envolvam a segurança nacional, intimidade de terceiros ou o próprio interesse social o exigirem.
Por fim, a eficiência apregoa que a administração pública deve ser agil, eficaz e célere em sua prestação de serviço. Sabemos que esse princípio é uma vontade, um objetivo a ser alcançado e perseguido pelo administrador público, pois, na prática, o que se percebe dos serviços públicos é justamente a falta de eficiência e celeridade.
AULA 09: DEFININDO ÁRBITRO, MEDIADOR E PARTES DO PROCESSO – PARTE II
Árbitro é aquela pessoa em que as partes desejosas de solucionarem de forma pacífica seus problemas depositaram confiança para a solução do litígio entre elas existente. A condição para ser considerado legalmente um árbitro é ser uma pessoa capaz e que tenha confiança das partes. A lei fala em pessoa capaz, e o que se tem por pessoa capaz? A arbitragem é caracterizada pela atuação de peritos e de juízes de fato e de direito. Porém o que temos que elaborar é o conceito legal e jurídico. Essa questão da capacidade se relaciona ao estado da pessoa, ou seja, o modo como ela se mostra em relação a determinadas relações jurídicas. Quando falamos em capacidade estamos analisando a possibilidade que uma pessoa tem de contrair direitos e exercer obrigações. No ordenamento prático toda pessoa tem a capacidade de contrair direitos. Essa capacidade se inicia através do nascimento com vida. Qualquer pessoa detém essa capacidade de direito. Porém temos uma segunda capacidade que é capacidade de fato ou de exercício, que é a possibilidade da pessoa por si mesma exercer os atos da vida civil contraindo direito e deveres, ou seja, é a sua capacidade plena de exercício de suas faculdade mentais em sociedade, arcando com as consequências de suas condutas.
	São absolutamente incapazes de exercer sua capacidade de fato um adolescente de 16 anos, ou seja, nesses casos qualquer decisão será nula. Existe ainda a capacidade relativa, que é caracterizada por aqueles que podem exercerparcialmente a capacidade de exercer os atos da vida civil. As pessoas que possuem capacidade relativa (maiores de 16 e menores de 18 anos; usuários de substancias toxicas, por exemplo) são impedidas de realizar atos jurídicos sem a presença e assistências de um curador, pai ou tutor. Pode um relativamente incapaz ser arbitro. Há quem entenda que não, mas Diego não entende dessa forma, sendo a pessoa possuidora de uma capacidade relativa, apenas em procedimento de anulação poderíamos contemplar a revogação do ato praticado pelo relativamente incapaz de modo que entendemos que é possível tanto um arbitro quanto as partes ser composta por um relativamente incapaz.
	O mediador é uma pessoa que atua na resolução dos conflitos sociais. Basicamente a mediação é regida pela lei 13.140 de 26 de junho de 2015. O mediador também é uma pessoa capaz e que tem confiança de ambas as partes para atuar no procedimento da mediação. O mediador pode atuar tanto no âmbito judicial quanto no privado (extrajudicial). No âmbito judicial, a lei estabelece algumas condições para que se estabeleça a mediação. 
Art. 11.  Poderá atuar como mediador judicial a pessoa capaz, graduada há pelo menos dois anos em curso de ensino superior de instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha obtido capacitação em escola ou instituição de formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça. 
Art. 9o Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se.	
	Porque a arbitragem exige apena alguém capaz de fato e na mediação o mediador tem que ter formação em nível superior? O que acontece é que a arbitragem trata apenas de assuntos relativos a direitos patrimoniais disponíveis, basicamente assuntos envolvendo dinheiro e bens materiais. Já na mediação são tratados esses assuntos e ainda direitos indisponíveis que admitam transação.
Art. 3o Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam transação. 
§ 1o A mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte dele. 
§ 2o O consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, deve ser homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público. 
	Nesse sentido, o mediador, apesar de não possuir o poder de decisão (coisa que o arbitro possui) trata de matérias mais sensíveis. 
	Importante frisar que o mediador pode também atuar como arbitro, contudo:
Art. 7o O mediador não poderá atuar como árbitro nem funcionar como testemunha em processos judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em que tenha atuado como mediador. 
	Por fim, temos as figuras das partes. Esse conceito e relativamente simples, parte é todo aquele que participa nos polos ativos e passivos de uma demanda. Basicamente são as figuras do autor e reu, demandantes e demandados. Desse modo, pode-se dizer que partes são todos aqueles que tem interesse na causa.
AULA 10: DEFININDO SENTAÇA E ACORDO
Sentença Arbitral 
De forma sucinta, sentença arbitral se refere ao documento solene e escrito feito pelo Árbitro ou conjunto de Árbitros que solucionam a lide a eles apresentada. 
A sentença é uma "Decisão Judicial", ou, no nosso caso, "Decisão Arbitral". 
A sentença não se pode confundir com um mero despacho ou alguma decisão intermediária ordenando ou acatando alguma ponderação no desenrolar do processo. A sentença estabelece um fim ao processo, concedendo e aplicando o direito ao caso em concreto.
A decisão proferida por um arbitro, igualmente a um juiz de direito, pode ser dividida em decisão interlocutória e sentença.
A lei de arbitragem não conceitua ou define o que seja sentença, apenas estipula alguns requisitos e casos de nulidades, bem como outros pormenores que serão analisados em momento próprio. Porém, para uma noção mais clara e não tanto perfunctória acerca do tema, temos que nos socorrer da legislação vigente, especificamente o Código de Processo Civil que, em seus artigos 316, 317, 485, 486 e 487 estabelece acerca da extinção do processo.
Basicamente, são duas as hipóteses de se extinguir um processo: uma com resolução do mérito, outra sem resolução de mérito.
O artigo 485 do Código de Processo Civil, acerca da extinção do processo sem julgamento do mérito, estabelece: 
Art. 485.  O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu.
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
No que se refere a este artigo, merece um apontamento acerca do que se chama pressupostos processuais, bem como perempção, litispendência e coisa julgada. 
Pressupostos processuais são todos os elementos de existência, os requisitos de validade e as condições de eficácia do procedimento, aspecto formal do processo. São divididos em pressupostos de existência subjetivos e objetivos. Os pressupostos subjetivos de existência são o juiz - órgão investido de jurisdição (no nosso caso o arbitro) e as partes - capacidade de ser parte. O pressuposto objetivo é a existência de uma demanda. Além disso, existem os requisitos de validade subjetivos e objetivos. Os requisitos de validade subjetivos são: a) o juiz - competência (competência, aqui, não significa capacidade, mas sim atribuição, jurisdição) e imparcialidade: b) partes - capacidade processual e capacidade postulatória. Já os requisitos objetivos são: a) Intrínsecos - respeito ao formalismo processual e: b) extrínsecos (ou negativos) - Perempção, litispendência, coisa julgada, convenção de arbitragem etc...
A perempção da-se quando o autor de causa, por três vezes, à extinção do processo por abandono. Nesse caso, o autor ingressa em juízo com uma demanda e, por desídia, "abandona" a demanda. Logo em seguida entre com outra demanda idêntica e, novamente, age com desinteresse na questão e, novamente, o processo é extinto. Caso o autor, uma terceira vez, ainda promova a mesma ação e, novamente, agir como agiu antes dando causa a mais uma extinção do processo, estará, definitivamente, impedido de ingressar com a referida ação.
Litispendênciae a coisa julgada ocorrem quando se reproduz ação idêntica a outra anteriormente intentada. No caso da coisa julgada esta se dá quando a ação já transitou em julgado e a parte intenta novamente uma ação. 
Já em seu artigo 487, o Código de Processo Civil estabelece acerca do julgamento do mérito:
Art. 487.  Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único.  Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.
Não obstante, caso a parte tenha sua lide julgada sem resolução do mérito, não estará impedida de ingressar com nova ação, de acordo com o artigo 486 do Código de Processo Civil, in verbis:
Art. 486.  O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
§ 1o No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito.
§ 2o A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.
§ 3o Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
Definindo Acordo de mediação.
A mediação, conforme já se viu neste curso, não possui poder de decisão, ou seja, o mediador não possui o poder de decidir pelas partes. Destarte, as partes é quem chegam a um acordo e decidem sua própria lide (auxiliadas, é claro, pelo mediador). Na mediação Judicial, chegando as parte a um acordo, este acordo sim é homologado por uma sentença emanada pelo juiz de direito desde que requerido pelas partes. Após as partes acordarem, o processo será arquivado. Este acordo, caso seja homologado pelo juiz, se torna em Título Executivo Judicial.
A mediação extrajudicial termina também com um acordo, que pode ou não ser homologado pelo Juiz de Direito. Caso não seja homologado, se constituirá em Título Executivo Extrajudicial.
MÓDULO II: CONVENÇÕES, CLÁUSULAS, REQUISITOS E EXTINÇÃO
AULA 01: CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM
Do latim Conventione, de convenire, forma composta de cum, com, e venire, vir, comparecer, indicando a reunião de um grupo com objetivo de uma deliberação em conjunto.
É uma palavra de múltiplo emprego e indica, no âmbito do Direito Civil, o próprio contrato; no âmbito do Direito do Trabalho, é aplicado no consenso de categorias econômicas e profissionais, comumente chamadas de convenção coletiva de trabalho; no tocante ao direito internacional, o conceito é de um consenso de Estados sobre uma questão relevante para a paz, por exemplo: Convenção de Genebra sobre a abolição acerca do uso de armas atômicas. 
Num outro sentido, mais amplo, é uma assembleia em que os convencionais se reúnem para a tomada de decisões que interessem à comunidade que representam. No âmbito da sociologia, convenção denomina os usos sociais (folkways), normas sociais de conduta não caracterizadas como imperativos morais.
Como visto anteriormente, a arbitragem é meio alternativo na solução de conflitos sociais. Primeiramente deve-se frisar que, para socorrer-se da arbitragem, é necessário que as pessoas sejam capazes e que os direitos envolvidos sejam de cunho patrimonial disponível.
Na solução da lide por arbitragem esta poderá se dar seguindo critérios de direito ou equidade. Utilizando as regras de direito o Árbitro julga de acordo com o direito positivo, aplicando a lei ao caso concreto. Diferentemente se o Árbitro utilizar de equidade, que significa senso de justiça e igualdade aplicadas de acordo com o caso concreto. Observe-se que, apesar da equidade não seguir propriamente o Ordenamento Jurídico, contra este não deve prevalecer, ou seja, não deve a sentença orientada pela equidade ser contra o direito positivo vigente.
No processo arbitral, as partes podem escolher as regras de direito que serão aplicadas, sendo observados os bons costumes e a ordem pública, bem como podem convencionar que a arbitragem observe princípios gerais de direito, usos e costumes e regras internacionais de comércio.
Para que se escolha o processo arbitral de solução dos conflitos, mister se faz que as partes envolvidas celebrem contrato comprometendo-se a submeter à arbitragem os litígios que possam surgir. Tal contrato se dá por conta da cláusula compromissória livremente convencionada pelas partes (convenção de arbitragem).
Convite e cláusula contratual de mediação.
A instituição da mediação pode ocorrer de duas formas: por convite ou por cláusula contratual.
No caso de convite, este poderá ser feito por qualquer meio de comunicação (e-mail, telefone, carta etc...) e deverá estipular o escopo proposto para a negociação, a data e o local da primeira reunião. O convite formulado por uma parte à outra considerar-se-á rejeitado se não for respondido em até trinta dias da data de seu recebimento.
No que se refere a cláusula contratual, esta está inserida em um contrato propriamente dito.  Questão interessante se revela quando temos a figura do contrato verbal. Como se sabe, no direito, a liberdade contratual é livre, podendo as partes estipular livremente as cláusulas contratuais, desde que, logicamente, essas cláusulas não estejam em colisão com o ordenamento jurídico. Nesse sentido, todo contrato é válido, tanto o contrato escrito quanto o verbal. Porém, que se tenha cuidado em relação ao contrato verbal. O contrato verbal, como o próprio nome já diz, é um acordo "falado". Caso as partes acordem verbalmente qualquer contrato, sem qualquer testemunha ou algum meio de prova do que foi acordado, caso uma das partes falte com sua palavra, dificilmente uma parte poderá pleitear o cumprimento do contrato judicial ou arbitralmente, justamente pela falta de comprovação material do que foi contratado. Em síntese, podemos entender que a palavra de uma parte contra a outra, o que torna tormentoso o julgamento pelo juiz ou arbitro.Porém, nada impede que haja uma cláusula de mediação feita de forma verbal. 
Faremos uma pequena incursão no mundo dos contratos, pois fatalmente no mundo da arbitragem o profissional se deparará com tal intuito jurídico. O Código Civil estatui diversas normas acerca da formação dos contratos. Vamos nos ater aos pontos mais relevantes, que se referem as preliminares do contrato e de sua formação. Vejamos o que Código Civil estabelece, nos artigos 421 a 435, in verbis: 
 
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
 Seção II
Da Formação dos Contratos
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoaque contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente;
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado.
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
No que se refere ao princípio da boa-fé insculpida no artigo 422 em comento, esta expressão comporta duas espécies: a boa-fé subjetiva e a boa-fé objetiva. A boa-fé subjetiva é imante a ser, a alma e mente da pessoa, é aquela encontrada na consciência do ser humano e representa o entendimento ou não de se perceber conhecedor de algum vício, improbidade, mácula, inexistindo do agir a vontade de prejudicar terceiros.
A boa-fé objetiva é a moral. Isto é, um conjunto de princípios e regras que regem a vida em sociedade. Consiste em uma regra objetiva da conduta social, que deve ser fundada, principalmente, na honestidade, lealdade, transparência e retidão. Em outras palavras, é o estrito cumprimento da Lei e dos bons costumes.
Quando de previsão contratual, a Lei de mediação estabelece alguns dispositivos, a saber:
 
A previsão contratual de mediação deverá conter, no mínimo:  
I - prazo mínimo e máximo para a realização da primeira reunião de mediação, contado a partir da data de recebimento do convite; 
II - local da primeira reunião de mediação; 
III - critérios de escolha do mediador ou equipe de mediação; 
IV - penalidade em caso de não comparecimento da parte convidada à primeira reunião de mediação. 
§ 1o A previsão contratual pode substituir a especificação dos itens acima enumerados pela indicação de regulamento, publicado por instituição idônea prestadora de serviços de mediação, no qual constem critérios claros para a escolha do mediador e realização da primeira reunião de mediação. 
§ 2o Não havendo previsão contratual completa, deverão ser observados os seguintes critérios para a realização da primeira reunião de mediação: 
I - prazo mínimo de dez dias úteis e prazo máximo de três meses, contados a partir do recebimento do convite; 
II - local adequado a uma reunião que possa envolver informações confidenciais; 
III - lista de cinco nomes, informações de contato e referências profissionais de mediadores capacitados; a parte convidada poderá escolher, expressamente, qualquer um dos cinco mediadores e, caso a parte convidada não se manifeste, considerar-se-á aceito o primeiro nome da lista; 
IV - o não comparecimento da parte convidada à primeira reunião de mediação acarretará a assunção por parte desta de cinquenta por cento das custas e honorários sucumbenciais caso venha a ser vencedora em procedimento arbitral ou judicial posterior, que envolva o escopo da mediação para a qual foi convidada. 
§ 3o Nos litígios decorrentes de contratos comerciais ou societários que não contenham cláusula de mediação, o mediador extrajudicial somente cobrará por seus serviços caso as partes decidam assinar o termo inicial de mediação e permanecer, voluntariamente, no procedimento de mediação. 
Art. 23.  Se, em previsão contratual de cláusula de mediação, as partes se comprometerem a não iniciar procedimento arbitral ou processo judicial durante certo prazo ou até o implemento de determinada condição, o árbitro ou o juiz suspenderá o curso da arbitragem ou da ação pelo prazo previamente acordado ou até o implemento dessa condição. 
Parágrafo único.  O disposto no caput não se aplica às medidas de urgência em que o acesso ao Poder Judiciário seja necessário para evitar o perecimento de direito. 
AULA 02: SENTEÇA ARBITRAL E CONVENÇÃO
	Quando se fala em sentença arbitral, o conceito não foge a regra da sentença judicial. Tecnicamente falando são conceitos idênticos. Basicamente a diferença está no conteúdo, pois a sentença judicial abarca toda as matérias da legislação vigente em nosso pais. Ao passo que a sentença arbitral cuida de assuntos relativos a direto patrimoniais disponíveis. A sentença é um meio de pronunciamento do arbitro é um ato privativo do arbitro ou da câmera arbitral. Nesse caso da câmera é mais correto falar em acordão, visto que mais de um arbitro decidirá a lite. 
	De modo geral a sentença é a aplicação da norma jurídica ao caso concreto criando uma outra norma individual a ser aplicada nesse mesmo caso, seja reconhecendo uma relação jurídica, declarando-a, seja obrigando uma das partes a fazer ou não fazer algo, seja obrigando uma das partes da dar algo. 
	A sentença é meio através do qual o arbitro decide qual das parte tem razão, porque tem razão e o que se deve fazer visto o reconhecimento ou não de uma pretensão justa. 
	Quando elaborada a sentença o arbitro põe fim ao litigio. Aplicando o direito positivo ao caso em questão.
Art. 23. A sentença arbitral será proferida no prazo estipulado pelas partes. Nada tendo sido convencionado, o prazo para a apresentação da sentença é de seis meses, contado da instituição da arbitragem ou da substituição do árbitro.
Parágrafo único. As partes e os árbitros, de comum acordo, poderão prorrogar o prazo estipulado.
§ 1o Os árbitros poderão proferir sentenças parciais. (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência)
§ 2o As partes e os árbitros, de comum acordo, poderão prorrogar o prazo para proferir a sentença final. (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência)
Art. 24. A decisão do árbitro ou dos árbitros será expressa em documento escrito.
	O código do processo cível no artigo 23 diz:
Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias (não coloca fim ao processo, apensar resolve um questão incidental) e despachos (pronunciamento do julgador, normalmente é de mero impulso processual).
	O artigo 22 – B da lei de arbitragem concede ao arbitro o poder de aplicar medidas cautelares:
Art. 22-B.  Instituída a arbitragem, caberá aos árbitros manter, modificar ou revogar a medida cautelar ou de urgência concedida pelo Poder Judiciário. 
	
	A lei processual decreta que a sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos artigos 485 e 487, põe fim a fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. Basicamente uma sentença se dar em dois sentidos: ou resolve o mérito ou não resolve o mérito de uma questão. 
	Não existe recurso no âmbito arbitral a não ser que a sentença tenha flagrante nulidade a sentença arbitral formara a coisa julgada. Também quando for reconhecido a convenção de arbitragem ou o arbitro reconhecer a sua competência para o julgamento da causa, não haverá o julgamento do mérito, visto que nesse caso cabe a arbitragem a solução da questão.
	O arbitro precisa explicitar por quais razões concorda como autor ou o reu, não bastandoapenas a concordância com umas das partes. É preciso que ele fundamente a sua decisão. O arbitro julga a causa, quem está com razão e não quem tem o melhor argumento. Na lei de arbitragem é permitido ao arbitro julgar utilizando-se de equidade. Decisão sem fundamentação é nula de acordo com o artigo 27 da lei de arbitragem.
	O acordo é um termo final da mediação. Na mediação judicial, durante a mediação, caso as partes entre em acordo, os autos serão encaminhado ao juiz que determinara o arquivamento do processo e desde que requerido pelas partes homologará o acordo como sentença. Caso seja mediação extrajudicial o acordo feito constitui-se em título executivo extra judicial, podendo caso as partes queiram submete-lo a homologação do juiz.
AULA 03: CLAUSULA COMPROMISSÓRIO E O COMPROMISSO
Cláusula, do Latim clausa, de clausus, particípio passado do verbo claudere, fechar. Cada uma das disposições de uma contrato ou documento semelhante. Estipulação contida em cada item ou artigo de um contrato, devidamente formalizada no instrumento deste.
Também denominada pactum de compromittendo, é a clausula que obriga os contratantes, em caso de litígio, a se submeterem à composição desta mediante arbitragem.
Cláusula compromissória, em outras palavras, é a convenção em um contrato obrigando as partes a se submeterem à Arbitragem para solucionar eventuais conflitos advindos de suas relações contratuais.
O compromisso arbitral, por sua vez, difere em relação à Cláusula Compromissória. O Compromisso Arbitral é um acordo entre as partes para que estas solucionem uma desavensa já existente ao crivo de um arbitro ou tribunal arbitral. Em outras palavras: enquanto na cláusula compromissória as partes acordam previamente solucionar um litígio em âmbito arbitral, no compromisso arbitral as partes escolhem a arbitragem depois de surgido um conflito. É uma questão de lapso temporal - a cláusula compromissória é antes de surgido o conflito e o compromisso arbitral surge depois do surgimento do conflito.
A cláusula compromissória deve ser escrita, constando no documento apartado ou no próprio contrato original. Caso o contrato seja de adesão, a cláusula apenas valerá se o contratante concordar expressamente com a cláusula, por escrito em documento anexo ou em negrito. Também poderá subsistir a clausula compromissória no contrato de adesão caso esta seja instituída por iniciativa do contratante.
Nesse sentido, o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 51, VII, estabelece que "são nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: (...) VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem".
Ainda acerca do contrato de adesão é mister que se aprofunde um pouco mais o conteúdo de tal instituto. De acordo com Marcus Cláudio Acquaviva, contrato de adesão é:
"Contrato cujo teor, estipulado por uma das partes, deve ser aceito, livremente e sem restrições, pela outra. Em outras palavras, o conteúdo das cláusulas fica ao arbítrio de um dos contratantes (policitantes), ao qual o outro (oblato) adere (daí a denominação dessa espécie contratual) incondicionalmente. Neste tipo de contrato, adverte Waldirio Bulgarelli, não há discussão livre, entre as partes, sobre o conteúdo das cláusulas, posto que estas são redigidas por uma delas à outra, que as aceita in totum (Contratos mercantis, 4. ed. São Paulo: Atlas, 1986. p. 90). Não há um objeto legalmente predeterminado para o contrato por adesão, que pode ser de compra e venda, locação, seguro e financiamento bancário. O CDC (L. 8.078, de 11.9.1990) disciplina o contrato por adesão nas relações de consumo, conceituando-o no art. 54: "Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo". Alguns autores negam validade jurídica ao contrato por adesão, por lhe faltar a vontade livremente manifestada pela parte aderente, que fica jungida às cláusulas impostas pelo outro contratante." (Dicionário jurídico Acquaviva/Marcus Cláudio Acquaviva, organização. - 2. ed. - São Paulo: Rideel, 2008. pg.234).
Questão interessante se mostra quando uma das partes que convencionou a arbitragem como solução dos conflitos resiste a instituição da própria arbitragem. Qual seria a solução para se dirimir tal resistência? Nesse caso, poderá a parte interessada requerer a citação da outra parte para comparecer em juízo a fim de lavrar-se o compromisso, designando o juiz audiência para tal fim.
Caso o autor não compareça à audiência, sem justo motivo, o processo se extinguirá sem resolução do mérito da demanda. Caso seja o réu que não compareceu à audiência, o juiz ouvirá o autor da demanda e estatuirá a respeito do conteúdo do compromisso, nomeando árbitro único.
No caso de a sentença julgar procedente o pedido, esta valerá como compromisso arbitral.
Observação: Caso o contrato que contenha a cláusula arbitral for considerado nulo, não necessariamente a cláusula arbitral sera considerada nula, visto que a cláusula arbitral é considerada autônoma em relação ao contrato.
AULA 04: REQUISITOS
De acordo com o artigo 10 da Lei N° 9.307/1996, para que o compromisso arbitral seja considerado válido, é mister que contenha:
I - o nome, profissão, estado civil e domicílio das partes;
II - o nome, profissão e domicílio do árbitro, ou dos árbitros, ou, se for o caso, a identificação da entidade à qual as partes delegaram a indicação de árbitros;
III - a matéria que será objeto da arbitragem; e
IV - o lugar em que será proferida a sentença arbitral.
Aqui se viu os requisitos obrigatórios, sem os quais o compromisso arbitral é inválido. 
Porém, existem requisitos facultativos no compromisso arbitral, o que vem a ser uma qualificação e segurança a mais para as partes, fazendo com que estas passem a atuar de modo mais incisivo no procedimento arbitral escolhendo, por exemplo, o local onde se desenvolverá a arbitragem, bem como a autorização para que os árbitros julguem por equidade. Nesse sentido:
Art. 11. Poderá, ainda, o compromisso arbitral conter:
I - local, ou locais, onde se desenvolverá a arbitragem;
II - a autorização para que o árbitro ou os árbitros julguem por equidade, se assim for convencionado pelas partes;
III - o prazo para apresentação da sentença arbitral;
IV - a indicação da lei nacional ou das regras corporativas aplicáveis à arbitragem, quando assim convencionarem as partes;
V - a declaração da responsabilidade pelo pagamento dos honorários e das despesas com a arbitragem; e
VI - a fixação dos honorários do árbitro, ou dos árbitros.
Parágrafo único. Fixando as partes os honorários do árbitro, ou dos árbitros, no compromisso arbitral, este constituirá título executivo extrajudicial; não havendo tal estipulação, o árbitro requererá ao órgão do Poder Judiciário que seria competente para julgar, originariamente, a causa que os fixe por sentença.
Requisitos do convite de mediação.
O presente tópico já fora visto de forma sintética antes, mas não é demais revisar. Vejamos os requisitos exigidos para o convide de mediação contantes na Lei de Mediação.
Art. 21.  O convite para iniciar o procedimento de mediação extrajudicial poderá ser feito por qualquer meio de comunicação e deverá estipular o escopo proposto para a negociação, a data e o local da primeira reunião. 
Parágrafo único.  O convite formulado por uma parte à outra considerar-se-á rejeitado se não for respondido em até trinta dias da data de seu recebimento. 
Art. 22.  A previsão contratual de mediação deverá conter, no mínimo:  
I - prazo mínimo e máximo para a realização da primeira reunião de mediação, contado a partir da data de recebimento do convite; 
II - local da primeira reunião de mediação; 
III - critérios de escolha do mediador ou equipe de mediação; 
IV - penalidade em caso de não comparecimento da parte convidada à primeira reunião

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