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Competência Federal

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DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 2014 
Direito Processual Penal 
Ana Cristina Mendonça 
 
1 
COMPETÊNCIA JUSTIÇA FEDERAL 
 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL OU DA JUSTIÇA ESTADUAL? 
 
EMENTAS (STJ e STF) 
 
Crime contra a Caixa Econômica : JUSTIÇA FEDERAL 
 
HABEAS CORPUS. CONCUSSÃO. CRIME PRATICADO CONTRA SUPOSTOS AUTORES DE 
FURTO DE QUE FOI VÍTIMA A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. ALEGADA INCOMPETÊNCIA 
DA JUSTIÇA FEDERAL. APONTADA AUSÊNCIA DE OFENSA A BENS, SERVIÇOS OU 
INTERESSES DA UNIÃO, SUAS AUTARQUIAS OU EMPRESAS PÚBLICAS. CONEXÃO 
PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 122 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. COAÇÃO ILEGAL NÃO DEMONSTRADA. 1. Nos 
termos do inciso III do artigo 76 do Código de Processo Penal, a competência será determinada 
pela conexão "quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias 
elementares influir na prova de outra infração". 2. Na hipótese de conexão probatória ou 
instrumental entre delitos estaduais e federais, todos devem ser processados e julgados perante 
a Justiça Federal, nos termos da Súmula 122 deste Sodalício. 3. Constatado que o paciente foi 
acusado de integrar quadrilha voltada à prática de fraudes via internet, cuja principal vítima seria 
a Caixa Econômica Federal, sendo que, nos termos da denúncia, sua atuação se daria "à 
margem da 'organização', extorquindo os crackers e cartãozeiros para tomar-lhes o dinheiro 
obtido licitamente", evidente a conexão probatória ou instrumental entre os delitos da 
competência estadual e federal. 5. Ainda que não houvesse conexão probatória entre o crime de 
concussão atribuído ao paciente e o furto supostamente cometido pelos demais corréus contra a 
autarquia federal, a sua absolvição pelo delito de quadrilha não seria suficiente para se afastar a 
competência da Justiça Federal, diante do princípio da perpetuatio jurisdictionis, previsto no caput 
do artigo 81 do Código de Processo Penal. Precedentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 2014 
Direito Processual Penal 
Ana Cristina Mendonça 
 
2 
PRISÃO PREVENTIVA. REVOGAÇÃO. INDEFERIMENTO. JUSTA CAUSA PARA A 
SEGREGAÇÃO CAUTELAR. ALEGADA AUSÊNCIA. SUPERVENIÊNCIA DE SENTENÇA 
CONDENATÓRIA. MANUTENÇÃO DA CUSTÓDIA. NOVOS FUNDAMENTOS. PERDA DO 
OBJETO. MANDAMUS JULGADO PREJUDICADO NESSE PONTO. 
1. Tendo o remédio constitucional sido dirigido contra a decisão que indeferiu pedido de 
revogação de prisão preventiva e, verificando-se a superveniente prolação de sentença 
condenatória, na qual a custódia foi mantida por outros motivos, esvazia-se o objeto da 
impetração nesse ponto, uma vez que o encarceramento é agora decorrente de novo título 
judicial e tem novos fundamentos. 2. Ademais, não tendo os argumentos deste novo título 
embasador da prisão sido objeto de apreciação pela Corte impetrada, torna-se impossível 
conhecer do writ, sob pena de indevida supressão de instância. 3. Writ julgado parcialmente 
prejudicado e, no restante, denegada a ordem. (STJ - HC 132135 – Relator Min. Jorge Mussi, T5 
Quinta Turma, STJ, DJ 03/05/2011, DJe 17/05/2011) 
 
 
Crime contra casa lotérica: JUSTIÇA ESTADUAL 
 
Atenção! Casa lotérica é apenas permissionária de serviço público, e crimes contra ela 
praticados não são de competência da Justiça Federal, salvo se os valores forem 
comprovadamente relacionados à CEF, ou se a lotérica for uma das dez únicas existentes 
que são devidamente controladas pela CEF. 
 
PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. FURTO QUALIFICADO DE CASA LOTÉRICA. 
REGIME DE PERMISSÃO. INTERESSE GENÉRICO E REFLEXO DA UNIÃO. COMPETÊNCIA 
DA JUSTIÇA ESTADUAL. 1. Nos serviços prestados pelas casas lotéricas, apesar de serem 
realizados sob o regime de permissão, ainda que tenha a União o interesse na punição do 
eventual criminoso, tal seria genérico e reflexo, pois não há ofensa a seus bens, serviços ou 
interesses. 2. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo de Direito da Vara 
Criminal de Joaquim Távora/PR, ora suscitado. (STJ – CC 98,192/PR, Rel. Ministro ARNALDO 
ESTEVES LIMA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 09/09/2009, Dje 08/10/2009) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 2014 
Direito Processual Penal 
Ana Cristina Mendonça 
 
3 
PROCESSO PENAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. ROUBO CONTRA CASA 
LOTÉRICA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO PERMISSIONÁRIA DE SERVIÇO 
PÚBLICO. AUSÊNCIA DE LESÃO A BENS, SERVIÇOS OU INTERESSE DA UNIÃO OU 
ENTIDADES FEDERAIS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL PARA PROCESSAR E 
JULGAR A AÇÃO PENAL.1. O delito de roubo cometido contra casa lotérica, pessoa jurídica de 
direito privado permissionária de serviço público, atingido apenas o seu patrimônio, não tem o 
condão de atrair a competência da Justiça Federal para o processo e julgamento da respectiva 
ação penal, por não lesar bens, serviços ou interesse da União. 2. Conflito conhecido para 
declarar a competência da Justiça Estadual (STJ – CC 40771 SP 2003/0204765-5, Relator: 
Ministro PAULO GALLOTTI, Data de Julgamento: 26/04/2005, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de 
Publicação: DJ 09.05.2005 p. 293) 
 
 
Crime contra a loteria esportiva: JUSTIÇA FEDERAL 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. INQUÉRITO POLICIAL. DIVULGAÇÃO DE LOTERIA NÃO 
AUTORIZADA NO BRASIL. DELITO PREVISTO NO ART. 17, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 
5.250/67. SERVIÇO PÚBLICO DA UNIÃO EXECUTADO PELA CAIXA ECONÔMICA 
FEDERAL. ART. 109, INCISO IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA FEDERAL. PRESCRIÇÃO DA AÇÃO PENAL. CONFLITO PREJUDICADO. 1. Em 
tese, quem divulga loteria estrangeira em território nacional comete o crime previsto no artigo 17, 
parágrafo único, da Lei nº 5.250, de 1967. 2. Sendo a exploração de loterias serviço público 
federal executado pela Caixa Econômica Federal, na letra dos artigos 1º e 2º do Decreto-lei nº 
204/67, é da competência da Justiça Federal, a teor do contido no artigo 109, inciso IV, da 
Constituição Federal, processar e julgar o crime de divulgação de loteria não autorizada. 3. Nos 
termos do artigo 41 da Lei de Imprensa, a prescrição da ação penal dos crimes por ela definidos 
ocorre em dois anos após a data da publicação. 4. No caso, sendo a publicação que contém o 
anúncio de loteria estrangeira datada de dezembro de 2001, e inexistindo qualquer causa 
interruptiva, pois em trâmite ainda o inquérito policial, é de se declarar a extinção da punibilidade 
pela prescrição. 5. Conflito de competência prejudicado. (STJ - CC 38647/ SP– Conflito de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 2014 
Direito Processual Penal 
Ana Cristina Mendonça 
 
4 
Competência 2003/0041394-6, Relator: Min. Paulo Gallotti, OJ S3 – Terceira Seção STJ, DJ 
23/06/2004, Data Publicação 06/09/2004) 
 
 
Crime contra o SUS: JUSTIÇA FEDERAL 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CRIME DE ESTELIONATO PRATICADO CONTRA O 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. É competente 
a Justiça Federal para processar e julgar crime cometido em detrimento do Sistema Único de 
Saúde - SUS, a teor do disposto no artigo 109, inciso IV, da Constituição Federal. 2. Conflito 
conhecido para declarar competente o Juízo Federal da 2ª Vara de Uberlândia/MG, o suscitado. 
(STJ - CC 95134 / MG , Conflito de Cometência 2008/0073183-9, Relator Min. Haroldo 
Rodrigues, Órgão Julgador: S3 – Terceira Seção, STJ, DJ: 14/03/2011, DJe: 01/04/2011) 
 
 
Crime de concussão. Médico credenciado pelo SUS. Crime contra o particular; JUSTIÇA 
ESTADUAL 
 
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MATÉRIA CRIMINAL. CRIME DE CONCUSSÃO. 
ART. 316 DO CÓDIGO PENAL. ACUSADOS: DIRETOR E MÉDICO DE HOSPITAL 
CREDENCIADO AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS. DELITO PRATICADO, EM TESE, 
CONTRA PARTICULAR. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. O recurso extraordinário, 
interposto com basena alínea "a" do inciso III do art. 102 da Magna Carta, apontou violação aos 
arts. 5º, inciso LIII, e 109, inciso IV, da Lei das Leis. No entanto, não houve manifestação do 
Tribunal a quo quanto aos dispositivos constitucionais tidos por violados, limitando-se o acórdão 
recorrido a consignar a competência da Justiça Federal para o julgamento do caso, em razão da 
existência de decisão transitada em julgado nesse sentido. Patente, no caso, a ausência do 
requisito do prequestionamento. Todavia, em se tratando de competência absoluta, mostra-se 
equivocado o entendimento segundo o qual decisão judicial com trânsito em julgado não pode ser 
reapreciada, especialmente quando caracterizar nulidade absoluta. Com efeito, os recorrentes, 
administrador e médico de estabelecimentos hospitalar privado, ambos credenciados para o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 2014 
Direito Processual Penal 
Ana Cristina Mendonça 
 
5 
atendimento aos usuários do SUS, foram denunciados pela prática, em princípio, do crime 
definido pelo art. 316, combinado com o art. 327, na forma dos arts. 29 e 71, todos do Código 
Penal. A conduta ter-se-ia caracterizado pela exigência a paciente beneficiária do SUS de 
vantagem indevida em favor dos acusados. Esta colenda Corte, por diversas oportunidades, 
consignou o juízo de que o delito de concussão, quando praticado nessas condições, deve ser 
julgado pela Justiça Comum estadual. Precedentes: HC 81.912, Rel. Min. Carlos Velloso; HC 
56.444, Rel. Min. Cunha Peixoto; HC 71.849, Rel. Min. Ilmar Galvão; e o HC 77.717, Rel. Min. 
Ilmar Galvão, Primeira Turma, em caso que muito se assemelha ao presente. A competência 
firmada pelo egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, considerando que não ficou 
demonstrado eventual prejuízo a bens ou serviços da União, suas Autarquias ou Empresas 
Públicas, direcionada a conduta delitiva exclusivamente ao patrimônio particular de paciente do 
SUS, diverge da pacífica jurisprudência desta Casa Maior da Justiça brasileira, o que caracteriza 
nulidade absoluta. Recurso extraordinário não conhecido. Concedeu-se, contudo, habeas corpus 
de ofício, para declarar a competência da Justiça Comum estadual, para onde o feito deve ser 
encaminhado com as ressalvas do art. 567 do Código de Processo Penal. (STF - RE 429171 / 
RS, Relator(a): Min. CARLOS BRITTO, Primeira Turma, julgado 14/09/2004, DJ 11-02-2005) 
 
 
Crime a bordo de aeronave e navio: JUSTIÇA FEDERAL 
 
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. COMPETÊNCIA JURISDICIONAL. CRIME DE 
ROUBO "QUALIFICADO" E FORMAÇÃO DE QUADRILHA. CRIME PRATICADO A BORDO 
DE AERONAVE. ART. 109, IX, DA CF. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. ORDEM 
DENEGADA. 1. "Aos juízes federais compete processar e julgar os crimes cometidos a bordo de 
navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar" (art. 109, IX, da CF). 2. O fato 
de encontrar-se a aeronave em terra não afeta a circunstância de a prática criminosa ter-se 
verificado no seu interior. 3. É indiferente a qualidade das pessoas lesadas, constituindo razão 
suficiente e autônoma para a fixação da competência federal, a implementação da hipótese 
prevista no inciso IX, do art. 109, do Texto Maior. 4. Ordem denegada. (HC 40913/SP, Relator: 
Min. Arnaldo Esteves Lima, Órgão Julgador: T5 – Quinta Turma, DJ 19/05/2005, Data 
Publicação DJ 15/08/2005.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 2014 
Direito Processual Penal 
Ana Cristina Mendonça 
 
6 
Crime contra direitos indígenas: JUSTIÇA FEDERAL 
 
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA INDÍGENA. COMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA FEDERAL. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 140/STJ. PRISÃO PREVENTIVA. 
MODUS OPERANDI. REITERAÇÃO CRIMINOSA. SEGREGAÇÃO CAUTELAR JUSTIFICADA 
NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. ART. 312 DO CPP. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. 
PRECEDENTES DO STJ. ORDEM DENEGADA. 1. Nos termos do art. 109, XI, da Constituição 
Federal, a competência para processar e julgar a "disputa sobre direitos indígenas" é da Justiça 
Federal. 2. A referida competência não se deve restringir às hipóteses de "disputa de terras". 
Incide, também, aos direitos previstos no art. 231 da Constituição Federal, uma vez que os delitos 
praticados assumiram proporções de transindividualidade, atingindo diretamente a organização 
social da comunidade indígena Reserva do Guarita/RS, bem como os seus costumes e cultura. 
Inaplicabilidade do verbete sumular 140/STJ. 3. A prisão preventiva é medida excepcional e deve 
ser decretada apenas quando devidamente amparada em fatos concretos que demonstrem a 
presença dos requisitos legais, em observância ao princípio constitucional da presunção de 
inocência, sob pena de antecipar reprimenda a ser cumprida no caso de eventual condenação. 4. 
Estando o decreto preventivo satisfatoriamente justificado, em razão do modus operandi e da 
reiterada prática delituosa dos pacientes, resta evidente a necessidade de proteção da ordem 
pública, a teor do disposto no art. 312 do CPP. Precedentes do STJ. 5. Eventuais condições 
pessoais favoráveis não garantem o direito subjetivo à revogação da custódia cautelar quando a 
prisão preventiva é decretada com observância do disposto no art. 312 do CPP. 6. Ordem 
denegada. (HC 77280/RS – Habeas Corpus 2007/0035078-4, Relator: Min: Arnaldo Esteves 
Lima, Órgão Julgador: T5 – Quinta Turma STJ, DJ: 11/12/2008, DJe 09/03/2009) 
Crime praticado por índio ou contra índio : JUSTIÇA ESTADUAL 
 
 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. PENAL. CRIME PRATICADO POR ÍNDIO. 
AUSÊNCIA DE DISPUTA SOBRE DIREITOS INDÍGENAS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 
ESTADUAL. 1. Em se tratando de conduta sem conotação especial, inapta a revelar o interesse 
da coletividade indígena, não se vislumbra ofensa a interesse da União, pelo que aplicável na 
espécie o Enunciado Sumular 140 desta Corte que dispõe, verbis: "Compete a Justiça Comum 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 2014 
Direito Processual Penal 
Ana Cristina Mendonça 
 
7 
Estadual processar e Julgar Crime em que o indígena figure como autor ou vítima." 2. Conflito 
conhecido para determinar a competência do suscitado, Juízo de Direito da 1ª Vara Criminal de 
Dourados - MS. (CC 43328/ MS, Relator: Min. OG Fernandes, Órgão Julgador: S3 Ternceira 
Seção, STJ, DJ: 08/10/2008, DJe 21/10/2008) 
 
 
Crime contra empresa brasileira de Correio não franqueada : JUSTIÇA FEDERAL 
 
 
PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. ROUBO PERPETRADO CONTRA AGÊNCIA DA 
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS NÃO FRANQUEADA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 
FEDERAL. CONEXÃO APENAS COM O DELITO DE FALSA COMUNICAÇÃO DE CRIME. 
AUSÊNCIA DE CONEXÃO QUANTO AOS DEMAIS DELITOS. DESMEMBRAMENTO. 
COMPETÊNCIA DE AMBOS OS JUÍZOS. RATIFICAÇÃO DE ATOS PRATICADOS PELO 
JUÍZO INCOMPETENTE. POSSIBILIDADE. CONFLITO CONHECIDO. I. Hipótese em que o 
Ministério Público do Estado do Paraná ofereceu denúncia em face de 15 pessoas, supostas 
integrantes de organização criminosa denominada "Quadrilha do Xandi", pela prática de diversos 
delitos, dando azo à instauração de 4 ações penais distintas, que restaram distribuídas ao Juízo 
de Direito da Vara Criminal de Cianorte/PR. II. Ações penais que corriam separadamente, tendo 
sido reunidas na Ação Penal n.º 5000375-55.2010.404.7003, diante do reconhecimento da 
conexão, ocasião em que o Juízo de Direito da Vara Criminal de Cianorte/PR declinou de sua 
competência em favor do Juízo Federal da Vara Criminal e Juizado Especial Criminal de Maringá 
- SJ/PR, tendo em vista o roubo perpetrado contra a Agência dos Correios de Madaguaçu/PR, 
empresa pública federal, que atrairia a competência da Justiça Federal também com relação aos 
crimes a ele conexos, nos termos da Súmula 122/STJ. III. Delito de roubo que foi perpetrado 
contra agência não franqueada da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos,mas contra posto 
de atendimento da própria EBCT, que tem natureza jurídica de empresa pública, atraindo a 
competência da Justiça Federal, nos termos do art. 109, IV, da CF. IV. Não verificada a conexão 
entre o delito de roubo à Agência dos Correios de Mandaguaçu/PR com o crime de quadrilha ou 
com qualquer dos delitos imputados à "Quadrilha do Xandi", salvo com o de falsa comunicação 
de crime ou contravenção (art. 340 do Código Penal), asações penais devem ser desmembradas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 2014 
Direito Processual Penal 
Ana Cristina Mendonça 
 
8 
de forma que seja firmada a competência da Justiça Federal para o julgamento do crime de roubo 
contra a EBCT e o previsto no art. 340 do Código Penal a ele conexo, mantendo-se a 
competência da Justiça Estadual para a apuração dos demais crimes narrados nas denúncias. V. 
Reconhecida a incompetência absoluta da Justiça Estadual para processar e julgar os delitos de 
roubo e de falsa comunicação de crime ou contravenção, cumpre examinar se a ação penal deve 
ser anulada na íntegra, ou se podem ser mantidos os atos decisórios não meritórios praticados. 
VI. Embora o tema seja alvo de controvérsias, prevalece nesta Corte atualmente o entendimento 
de que, constatada a incompetência absoluta, os autos devem ser remetidos ao Juízo 
competente, que pode ratificar ou não os atos já praticados, nos termos do artigo 567 do Código 
de Processo Penal, e 113, § 2º, do Código de Processo Civil. VII. Declarada a competência da 
Justiça Federal para o julgamento do crime de roubo contra a EBCT e o previsto no art. 340 do 
Código Penal a ele conexo, mantendo-se a competência da Justiça Estadual para a apuração dos 
demais crimes narrados nas denúncias. VIII. Conflito de competência conhecido, nos termos do 
voto do Relator. (CC 112424, Relator: Min. Gilson Dipp, S3, Terceira Seção STJ, DJ, 
09/11/2011, DJe 17/11/2011) 
 
 
Crime praticado contra carteiro da Empresa Brasileira de Correio e Telégrafos : JUSTIÇA 
FEDERAL 
 
CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA. ROUBO. SUJEITO PASSIVO. CARTEIRO DA 
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. PROCESSO E JULGAMENTO. 
JUSTIÇA FEDERAL. 1. O crime de roubo praticado contra carteiro da Empresa Brasileira de 
Correios e Telégrafos, no exercício de suas funções, atrai, de acordo com o art. 109, IV, da 
Constituição da República, a competência da Justiça Federal para o processo e julgamento da 
ação penal. 2. Conflito conhecido para declarar a competência da Justiça Federal, o suscitante, 
anulando-se os atos praticados na Justiça Estadual. (STJ - CC 114196, Relator: Min. Jorge 
Mussi, S3 Terceira Seção STJ, DJ 27/04/2011, DJe 06/05/2011) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 2014 
Direito Processual Penal 
Ana Cristina Mendonça 
 
9 
Crime contra agência franqueada de Correio : JUSTIÇA ESTADUAL 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. ROUBOS COMETIDOS, INCLUSIVE, CONTRA AGÊNCIA 
FRANQUEADA DA EBCT. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO À EBCT. PREVISÃO EM 
CLÁUSULA CONTRATUAL. INEXISTÊNCIA DE CONEXÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 
ESTADUAL. I. Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento de possível roubo de bens 
de agência franqueada da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, tendo em vista que, nos 
termos do respectivo contrato de franquia, a franqueada responsabiliza-se por eventuais perdas, 
danos, roubos, furtos ou destruição de bens cedidos pela franqueadora, não se configurando, 
portanto, real prejuízo à Empresa Pública. II. Não evidenciado o cometimento de crime contra os 
bens da EBCT, não há que se falar em conexão de crimes de competência da Justiça Federal e 
da Justiça Estadual, a justificar o deslocamento da competência para a Justiça Federal. III. 
Conflito conhecido para declarar competente o Juízo de Direito da 4ª Vara Criminal de Maceió/AL, 
o Suscitante. (STJ - CC 46791, Relator: Min. Gilson Dipp, S3 – Terceira Seção, DJ 24/11/2004, 
Data publicação: DJ 06/12/2004) 
 
Crime lavagem de dinheiro : CRIME PRECEDENTE 
 
PROCESSO PENAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. TRÁFICO DE DROGAS. 
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. RECEPTAÇÃO. LAVAGEM DE CAPITAIS. DELITO 
ANTECEDENTE. COMPETÊNCIA ESTADUAL. IDÊNTICA COMPETÊNCIA PARA O 
BRANQUEAMENTO. 1. A competência para a apreciação das infrações penais de lavagem de 
capitais somente será da Justiça Federal quando praticadas contra o sistema financeiro e a 
ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de 
suas entidades autárquicas ou empresas públicas; ou quando o crime antecedente for de 
competência da Justiça Federal. In casu, não se apura afetação de qualquer interesse da União e 
o crime antecedente - tráfico de drogas - no caso é da competência estadual. 2. Conflito 
conhecido para julgar competente o JUÍZO DE DIREITO DA 2ª VARA DE INHAPIM - MG, o 
suscitado. (STJ - CC 96678 / MG – Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura - Terceira Seção – 
J. 11/02/2009 - DJe 20/02/2009) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 2014 
Direito Processual Penal 
Ana Cristina Mendonça 
 
10 
Crime de tráfico de drogas interestadual : JUSTIÇA ESTADUAL 
 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. PENAL. TRÁFICO DE DROGAS. AUSÊNCIA DE 
ELEMENTOS PROBATÓRIOS APTOS A INDICAR A INTERNACIONALIDADE DO DELITO. 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. 1. A origem estrangeira da droga é apenas 
uma probabilidade, não sendo possível comprovar a transnacionalidade do delito de modo a atrair 
a competência da Justiça Federal. 2. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo 
de Direito da 3.ª Vara Criminal de Marília/SP. (CC 116156, Min. Laurita Vaz, S3 – Terceira 
Seção STJ, DJ, 26/10/2011, DJe 11/11/2011) 
 
 
HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. 
TRANSNACIONALIDADE NÃO DEMONSTRADA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 
1. Não há provas nos autos de que os entorpecentes tenham sido trazidos do exterior, muito 
embora haja fortes suspeitas de que eram provenientes do Peru e da Bolívia, países tidos por 
tradicionais "produtores" de tais substâncias; tampouco vislumbra-se qualquer elemento apto a 
confirmar a eventual transnacionalidade da organização criminosa. 2 "A mera natureza 
presumidamente estrangeira da droga apreendida não basta à configuração da 
transnacionalidade" 3. Não havendo qualquer elemento caracterizador da ocorrência de tráfico 
de drogas transnacional, fica afastada a aplicação do artigo 70 da Lei nº 11.343/2006, razão pela 
qual o feito deve tramitar perante a Justiça Estadual. 
 
 
DENÚNCIA. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES E LAVAGEM 
DE BENS E VALORES. AUSÊNCIA DE INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS DO ACUSADO. 
REQUISITOS DO ART. 41 DO CPP PREENCHIDOS. ESTABELECIMENTO DE LIAME ENTRE 
A ATUAÇÃO DO PACIENTE E OS CRIMES EM TESE COMETIDOS. POSSIBILIDADE DO 
EXERCÍCIO DA AMPLA DEFESA. CONSTRANGIMENTO NÃO EVIDENCIADO. INÉPCIA NÃO 
EVIDENCIADA. 1. Não pode ser acoimada de inepta a denúncia formulada em obediência aos 
requisitos traçados no art. 41 do Código de Processo Penal, descrevendo perfeitamente os fatos 
típicos imputados, crimes em tese, com todas as suas circunstâncias, atribuindo-os ao paciente, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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terminando por classificá-los, ao indicar os ilícitos supostamente infringidos. 2. Se a vestibular 
acusatória narra em que consistiu a ação criminosa do réu nos delitos em que lhe incursionou, 
permitindo o exercício da ampla defesa, é inviável acolher-se a pretensão de invalidade da peça 
vestibular. 3. A denúncia, nos crimes de autoria coletiva, embora não possa ser de todo genérica, 
é válida quando, apesar de não descrever,minuciosamente, as atuações individuais dos 
acusados, demonstra um liame entre o agir do paciente e a suposta prática delituosa, 
estabelecendo a plausibilidade da imputação e possibilitando o exercício da ampla defesa, caso 
em que se entende preenchidos os requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal 
(Precedentes). 
 
 
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. MÍNIMO RESPALDO 
INDICIÁRIO E PROBATÓRIO. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. VIA 
INADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE COAÇÃO ILEGAL A SER SANADA NA OPORTUNIDADE. 
1. O exame da alegada ausência de fundamentos mínimos para a deflagração da ação penal 
demanda aprofundada discussão probatória, enquanto que para o trancamento da ação penal é 
necessário que exsurja, à primeira vista, sem exigência de dilação do contexto de provas, a 
ausência de justa causa para a sua deflagração e/ou continuidade. 
2. Em sede de habeas corpus, somente deve ser obstado o feito se restar demonstrada, de forma 
indubitável, a ocorrência de circunstância extintiva da punibilidade, a ausência de indícios de 
autoria ou de prova da materialidade do delito, e ainda, a atipicidade da conduta, o que não se 
configura na hipótese. 
3. Ordem denegada. (HC 199190/AC, Relator: Min. Jorge Mussi, T5 Quinta Turma, STJ, DJ 
16/06/2011, DJe 29/06/2011) 
 
 
Crime contra o INSS : JUSTIÇA FEDERAL 
 
CONSTITUCIONAL. PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CRIME DE ESTELIONATO. 
LESÃO A AUTARQUIA FEDERAL. Compete à Justiça Federal processar e julgar infrações 
penais susceptíveis de causar lesão direta a bens, serviços ou interesses da União, suas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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entidades autárquicas e empresas públicas, ex vi, do que dispõe o art. 109, IV da Constituição 
Federal.- Conflito conhecido. Competência do Juízo Federal da 1ª Vara de Niterói - SJ/RJ, o 
suscitado. (STJ - CC 32676/RJ, Relator: Min. Vicente Leal, S3 – Terceira Seção STJ, DJ 
09/10/2002, Data Publicação: 28/10/2002) 
 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. ESTELIONATO. PREJUÍZO A AUTARQUIA FEDERAL (INSS). 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM FEDERAL. 1. É de se afirmar a competência da Justiça 
Comum Federal para o processo e julgamento de crime de estelionato, em se evidenciando dos 
autos a existência de prejuízo suportado pela autarquia previdenciária, uma vez pago benefício 
previdenciário indevidamente. 2. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Federal da 
8ª Vara Criminal da Seção Judiciária do Estado de São Paulo, suscitado. (STJ - CC 55225/SP, 
Relator: Min. Hamilton Carvalhido, S3 – Terceira Seção, STJ, DJ 28/06/2006, Data 
Publicação 21/08/2006) 
 
 
Crime ambiental : JUSTIÇA FEDERAL ou ESTADUAL -competência compartilhada 
 
Atenção! A competência no caso de crimes ambientais dependerá da violação à interesse 
direto da União. Se houver interesse direto, a competência será da Justiça Federal. Caso 
contrário, da Justiça Estadual. 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA. INQUÉRITO. CRIME 
AMBIENTAL. AUSÊNCIA DE INTERESSE ESPECÍFICO DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA ESTADUAL. 1. O crime ambiental consistente em transporte irregular de substância 
tóxica, na forma como operado no caso vertente, não atrai a competência da Justiça Federal. 2. 
Consta dos autos laudo emitido pela ABACC (Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e 
Controle de Materiais Nucleares) informando que o material poderia ser transportado por 
qualquer meio de transporte, exceto por via postal, não requerendo cuidados adicionais. 3. A 
mera circunstância de o bem transportado ser de propriedade da Marinha do Brasil, por si só, não 
tem o condão de atrair, no âmbito penal, a competência da Justiça Federal, já que o bem jurídico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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tutelado é o meio-ambiente. Ausente o interesse específico da União, o feito deve prosseguir 
perante a Justiça Estadual. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ -
AgRg no CC 115.159/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 
13/06/2012, DJe 21/06/2012) 
 
 
PENAL E PROCESSUAL PENAL. VIOLAÇÃO AO ART. 10 DA LEI N.º 6.938/81. 
PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA N.º 211/STF. REJEIÇÃO DA DENÚNCIA. 
ATIPICIDADE DA CONDUTA. NÃO CONFIGURAÇÃO. INDÍCIOS DA AUTORIA E 
MATERIALIDADE DELITIVA PELA CORTE REGIONAL. CONCLUSÃO EM SENTIDO 
CONTRÁRIO. SÚMULA N.º 7/STJ. RECURSO ESPECIAL MANIFESTAMENTE INADMISSÍVEL 
E ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONSONÂNCIA COM JURISPRUDÊNCIA DESTE SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. DECISÃO MONOCRÁTICA. POSSIBILIDADE. 1. A ausência de 
debate da matéria na instância ordinária impede sua análise por este Superior Tribunal de Justiça 
por ausência de prequestionamento -Súmula n.º 211/STF. 2. Sendo o recurso especial 
manifestamente inadmissível e estando o acórdão recorrido em concordância com jurisprudência 
dominante deste Sodalício, correta encontra-se a decisão que, monocraticamente, nega 
seguimento ao recurso especial, a teor do disposto no art. 557, caput, do Código de Processo 
Civil. (STJ - REsp 942957/ RJ, Quinta Turma, 19 de Abril de 2012 
 
 
PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME PRATICADO EM ACRESCIDOS DE TERRENO DE 
MARINHA. BEM DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. RECEBIMENTO DA 
DENÚNCIA DIRETAMENTE PELO TRIBUNAL A QUO. SÚMULA N.º 709/STF. ANÁLISE. 
IMPOSSIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO PELA ALÍNEA "A" E "C" DO 
INCISO III DO ART. 105 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. INDICAÇÃO ADEQUADA DOS 
DISPOSITIVOS LEGAIS TIDOS POR VIOLADOS E OBJETOS DE DIVERGÊNCIA. AUSÊNCIA. 
DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA N.º 284/STF. PRECEDENTES. AGRAVOS 
REGIMENTAIS DESPROVIDOS. 1. Os crimes ambientais, em regra, são processados e julgados 
perante a Justiça Estadual, contudo, havendo interesse direto e específico da União, de suas 
entidades autárquicas e empresas públicas, a Justiça Especializada será competente para o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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processamento e julgamento da demanda. 2. In casu, as instâncias ordinárias consignaram que 
as condutas delitivas ocorrem em acrescidos de terreno da Marinha, bem de propriedade da 
União, sendo que a utilização por particulares ou o funcionamento de órgão da administração 
ambiental estadual, não afasta a titularidade do Ente Federal, sendo, pois, competente para o 
processo e julgamento do feito a Justiça Federal. Precedentes. 3. O recurso especial interposto 
com espeque na alínea "a" e "c" do inciso III do art. 105 da Carta Magna, requer a indicação 
precisa e correta do dispositivo de lei federal tido por violado e objeto de divergência pretoriana 
que guarde correlação com a matéria objeto de análise no apelo nobre, importando referida 
ausência em deficiência na fundamentação do reclamo nobre. Incidência, mutatis mutandis, da 
Súmula n.º 284/STF. 4. Na espécie, os agravantes a despeito da interposição do reclamo 
especial para reconhecimento de supressão de instância ante o recebimento da denúncia 
diretamente pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região a teor do disposto na Súmula n.º 
709/STF, trouxeram como supostamente violados e objeto de divergência jurisprudencial os 
artigos 43 -atual artigo 395 -e 516, ambos do Código de Processo Penal que, por sua vez, tratam 
das hipóteses de rejeição da denúncia, não guardando, pois, correlação jurídica com o pedido 
formulado no apelo nobre. 5. A indicação de Súmula como objeto de divergência pretoriana não 
dispensa o Recorrente de apontar, nas razões de seu recurso especial, o dispositivo 
infraconstitucional objeto de interpretação divergente, já que o apelo nobre tempor objetivo a 
pacificação da jurisprudência da legislação federal. 6. Agravos regimentais a que se nega 
provimento. (STJ -AgRg no REsp 942.957/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, 
julgado em 19/04/2012, DJe 27/04/2012) 
 
 
PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. 
CÂMARA FORMADA MAJORITARIAMENTE POR JUÍZES DE PRIMEIRO GRAU 
CONVOCADOS. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. INOCORRÊNCIA. 
REPERCUSSÃO GERAL. RE Nº 597.133/RS. CRIME AMBIENTAL PRATICADO EM FOZ DO 
RIO AMAZONAS. RIO TRANSNACIONAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 
RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Supremo Tribunal Federal, nos 
autos do RE 597.133 /RS, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, Dje de 05/04/2011, 
julgado sob o regime de repercussão geral, decidiu que não viola o postulado constitucional do 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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juiz natural o julgamento de recurso por órgãos fracionários de tribunais compostos 
majoritariamente por juízes convocados. 2. Cabe à Justiça Federal o julgamento de crime 
ambiental praticado no Rio Amazonas, pois se cuida de Rio interestadual e internacional, 
afetando, assim, os interesses da união. 3. Recurso ordinário a que se nega provimento. (STJ -
RMS 26.721/DF, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado 
em 12/04/2012, DJe 25/04/2012) 
 
 
PENAL E PROCESSUAL. CRIME AMBIENTAL. PESCA EM LOCAL PROIBIDO. 
PROXIMIDADES DE ILHA OCEÂNICA. BEM DE PROPRIEDADE DA UNIÃO. RESERVA 
ECOLÓGICA CRIADA POR DECRETO FEDERAL. INTERESSE DA UNIÃO. COMPETÊNCIA 
DA JUSTIÇA FEDERAL. INÉPCIA DA DENÚNCIA. NEGATIVA DE AUTORIA. MATÉRIA DE 
PROVA. DILAÇÃO. HABEAS CORPUS. IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA. DESCRIÇÃO 
SUFICIENTE. DIREITO DE DEFESA ASSEGURADO. ORDEM DENEGADA. 1. Segundo o 
entendimento da Terceira Seção deste Tribunal, os crimes ambientais, em regra, são da 
competência da Justiça Comum Estadual, a não ser que, como na espécie, haja interesse da 
União, pois os fatos se deram nas proximidades de ilha oceânica, bem de sua propriedade (art. 
20 da Constituição Federal), em Reserva Ecológica Marítima, assim criada por Decreto Federal, o 
que justifica a competência da Justiça Federal. 2. A alegação de que a denúncia é inepta porque 
não é o recorrente autor dos fatos, por não se encontrar no local da pesca proibida, não pode ser 
aferida na via angusta do habeas corpus, pois demanda dilação probatória a ser realizada na 
instrução, sob o crivo do contraditório. 3. Increpação que arrima-se em fiscalização do IBAMA, 
onde demonstrados indícios de autoria. 4. Peça devidamente redigida, nos termos do art. 41 do 
Código de Processo Penal, possibilitando o direito de defesa. Inépcia inexistente. 5. Recurso não 
provido. (STJ -RHC 24.338/AP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA 
TURMA, julgado em 18/10/2011, DJe 03/11/2011) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Redução a condição análoga à de escravo: JUSTIÇA FEDERAL 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA FEDERAL. CRIMES DE REDUÇÃO À CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO, DE 
EXPOSIÇÃO DA VIDA E SAÚDE DESTES TRABALHADORES A PERIGO, DE FRUSTRAÇÃO 
DE DIREITOS TRABALHISTAS E OMISSÃO DE DADOS NA CARTEIRA DE TRABALHO E 
PREVIDÊNCIA SOCIAL. SUPOSTOS CRIMES CONEXOS. RECURSO PARCIALMENTE 
CONHECIDO E, NESTA PARTE, PROVIDO. 1. O recurso extraordinário interposto pelo 
Ministério Público Federal abrange a questão da competência da justiça federal para os crimes de 
redução de trabalhadores à condição análoga à de escravo, de exposição da vida e saúde dos 
referidos trabalhadores a perigo, da frustração de seus direitos trabalhistas e de omissão de 
dados nas suas carteiras de trabalho e previdência social, e outros crimes supostamente 
conexos. 2. Relativamente aos pressupostos de admissibilidade do extraordinário, na parte 
referente à alegada competência da justiça federal para conhecer e julgar os crimes 
supostamente conexos às infrações de interesse da União, bem como o crime contra a 
Previdência Social (CP, art. 337-A), as questões suscitadas pelo recorrente demandariam o 
exame da normativa infraconstitucional (CPP, arts. 76, 78 e 79; CP, art. 337-A). 3. Desse modo, 
não há possibilidade de conhecimento de parte do recurso extraordinário interposto devido à 
natureza infraconstitucional das questões. 4. O acórdão recorrido manteve a decisão do juiz 
federal que declarou a incompetência da justiça federal para processar e julgar o crime de 
redução à condição análoga à de escravo, o crime de frustração de direito assegurado por lei 
trabalhista, o crime de omissão de dados da Carteira de Trabalho e Previdência Social e o crime 
de exposição da vida e saúde de trabalhadores a perigo. No caso, entendeu-se que não se trata 
de crimes contra a organização do trabalho, mas contra determinados trabalhadores, o que não 
atrai a competência da Justiça federal. 5. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento 
do RE 398.041 (rel. Min. Joaquim Barbosa, sessão de 30.11.2006), fixou acompetência da Justiça 
federal para julgar os crimes de redução à condição análoga à de escravo, por entender "que 
quaisquer condutas que violem não só o sistema de órgãos e instituições que preservam, 
coletivamente, os direitos e deveres dos trabalhadores, mas também o homem trabalhador, 
atingindo-o nas esferas em que a Constituição lhe confere proteção máxima, enquadram-se na 
categoria dos crimes contra a organização do trabalho, se praticadas no contexto de relações de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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trabalho" (Informativo no 450). 6. As condutas atribuídas aos recorridos, em tese, violam bens 
jurídicos que extrapolam os limites da liberdade individual e da saúde dos trabalhadores 
reduzidos à condição análoga à de escravos, malferindo o princípio da dignidade da pessoa 
humana e da liberdade do trabalho. Entre os precedentes nesse sentido, refiro-me ao RE 
480.138/RR, rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 24.04.2008; RE 508.717/PA, rel. Min. Cármen Lúcia, DJ 
11.04.2007. 7. Recurso extraordinário parcialmente conhecido e, nessa parte, provido. (STF /RE 
541627 /PA, Relatora Min. ELLEN GRACIE, Julgamento: 14/10/2008, Órgão Julgador: 
Segunda Turma, PUBLIC 21-11-2008) 
 
 
CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA. PENAL. REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À 
DE ESCRAVO. OFENSA AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA E AO SISTEMA 
PROTETIVO DE ORGANIZAÇÃO AO TRABALHO. ART. 109, V-A E VI, DA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. O delito de redução a condição análoga 
à de escravo está inserido nos crimes contra a liberdade pessoal. Contudo, o ilícito não suprime 
somente o bem jurídico numa perspectiva individual. 2. A conduta ilícita atinge frontalmente o 
princípio da dignidade da pessoa humana, violando valores basilares ao homem, e ofende todo 
um sistema de organização do trabalho, bem como as instituições e órgãos que lhe asseguram, 
que buscam estender o alcance do direito ao labor a todos os trabalhadores, inexistindo, pois, 
viés de afetação particularizada, mas sim, verdadeiro empreendimento de depauperação 
humana. Artigo 109, V-A e VI, da Constituição Federal. 3. Conflito conhecido para declarar 
competente o Juízo Federal da 11. ª Vara Criminal da Seção Judiciária do Estado de Minas 
Gerais/MG, ora suscitante. (STJ / CC 113428 / MG 2010/0140082-7, Ministra MARIA THEREZA 
DE ASSIS MOURA, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, DJe 01/02/2011)

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