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FISIOLOGIA – ESTÔMAGO: SECREÇÃO: O estômago tem funções secretórias, motoras e hormonais, importantes no processo digestivo. Armazenamento – atua como reservatório temporário para o alimento. Secreção de H para matar microorganismos e converter pepsinogênio em sua forma ativa. Secreção do fator intrínseco, para absorver a Vitamina B12 (cobalamina). Secreção de muco e HCO3. Secreção de água para lubrificação para prover suspensão aquosa dos nutrientes. Atividade motora para misturar as secreções (H+ e pepsina) com o alimento ingerido. Atividade motora coordenada que regula o esvaziamento do conteúdo para o interior do duodeno. Características das secreções gástricas: Além de células secretoras de muco que revestem toda superfície do estômago, a mucosa estomacal possui 2 tipos importantes de glândulas tubulares: -Glândulas Oxínticas (também chamadas Glândulas Gástricas): localizadas nas superfícies internas do corpo e do fundo do estômago - com 3 tipos de células: Células mucosas do pescoço: secretam basicamente Muco Células pépticas (ou Principais): secretam grande quantidade de Pepsinogênio. Células parietais (ou Oxínticas): secretam HCl e Fator Intrínseco -Glândulas Pilóricas: localizadas na porção antral do estômago, composta pelas Células Mucosas Superficiais: colunares, envolvendo a abertura das glândulas. Secretam principalmente muco para proteger a mucosa pilórica do ácido estomacal. Também secreta o hormônio Gastrina. Também há as Células Endócrinas, secretoras de Gastrina e Somatostatina Composição do Suco Gástrico e suas Funções: O estômago secreta 1 a 2 litros de fluido por dia, referido como suco gástrico. Seus componentes, funções e sítios de síntese são: HCl: confere ao suco gástrico pH próximo de 1 ou 2. O pH ácido regula a secreção do Pepsinogênio e sua conversão à Pepsina na luz gástrica. O HCl tem importante função bactericida e, na sua ausência, aumenta a incidência de infecções do SGI. É produzido pelas células parietais (ou oxinticas) no corpo do estômago. Pepsinogênio: é produzido pelas células pépticas (ou principais) no corpo, antro e cárdia. É lançado na luz gástrica na forma de pró-enzima, sendo hidrolisado a Pepsina em pH < 5. Em pH < 3, o pepsinogênio é rapidamente ativado à pepsina. (A Pepsina é uma endopeptidase que hidrolisa ligações no interior das cadeias polipeptídicas). Lipase Gástrica: é lançada na luz gástrica na forma ativa. Enzima que hidrolisa, em meio ácido, triacilgliceróis. É produzida por células especificas das glândulas. Muco: dois tipos de muco são secretados pelo estômago. O secretado pelas células superficiais é conhecido como “muco insolúvel ou visível”, retém o HCO3 secretado pelas mesmas células. Participa da ‘Barreira Mucosa Gástrica’, que protege a superfície interna do estômago contra o HCl e pepsina. O Muco secretado pelas células do pescoço forma o “muco solúvel”, que é misturado aos alimentos, lubrificando-os protegendo mecanicamente a mucosa gástrica durante a digestão. HCO3-: é secretado pelas células superficiais mucosas. Fica retido na camada de muco insolúvel da barreira gástrica, tamponando o HCl e protegendo a mucosa gástrica. Gastrina: hormônio produzido pelas células G na região antral. Estimula a secreção de HCl pelas células parietais, e estimula o crescimento delas. Histamina: é um hormônio parácrino secretado pelas células enterocromafins da lâmina própria do corpo gástrico. Estimula diretamente as células parietais. Fator Intrínseco: é uma glicoproteína produzida pelas células parietais ou oxinticas. É necessário para a absorção da Vitamina B12, no íleo. De todas as secreções do estômago, a única essencial é a do Fator Intrínseco. Na sua ausência, desenvolvem-se a anemia megaloblástica ou perniciosa (distúrbio na formação de glóbulos vermelhos) e alterações neurológicas. Íons: Isotônica; principais: Na+, K+, Cl-, H+, considera-se 2 componentes da secreção gástrica: Componente não parietal: não estimulado ou basal, de baixo volume e alcalino, contendo Na+, Cl- e K+ em concentrações semelhantes às plasmáticas e 30 mEq/L de HCO3- . Secreção parietal: se sobrepõe a não-parietal, misturando-se a ela. Fases da Secreção Gástrica. A secreção gástrica se dá em 3 fases: Fase Cefálica (Pensamento, Visão, Olfação, Gustação, Mastigação) – prepara o estômago para a chegada do alimento. Fase Gástrica (Chegada do bolo alimentar ao estômago. Distensão gástrica) – Gastrina, HCl. Fase Intestinal (Chegada do quimo ao Duodeno) - ↓Gastrina e ↑Secretina. Fase Cefálica: ocorre até mesmo antes de o alimento entrar no estômago, enquanto está sendo ingerido. Resulta da visão, do odor, da lembrança ou do sabor do alimento, e quanto maior o apetite, mais intensa é a estimulação. Esta fase contribui com cerca de 20% da secreção gástrica á ingestão de uma refeição. Fase Gástrica: o alimento que entra no estômago excita: 1)os Reflexos vasovagais Longos do Estômago para o cérebro e de volta ao estômago, 2)os Reflexos Entéricos Locais e 3)o Mecanismo da Gastrina, todos os quais levando à secreção de suco gástrico durante várias horas, enquanto o alimento permanece no estômago. Esta fase contribui com cerca de 70% da secreção gástrica total. Fase Intestinal: a presença de alimento na porção superior do intestino delgado particularmente no duodeno continuará a causar secreção estomacal de pequenas quantidades de suco gástrico, provavelmente devido a pequenas quantidades de gastrina liberadas pela mucosa duodenal. Secreção de HCl: Os principais estimuladores endógenos da secreção de HCl são: Acetilcolina – neurotransmissor parassimpático vagal (X par de nervos cranianos) Gastrina – hormônio sintetizado e secretado pelas células G do antro gástrico Histamina – Parácrino sintetizado a partir da histidina, pelas células enterocromafins da lâmina própria da mucosa gástrica. Os principais inibidores endógenos da secreção de HCl são: Somatostatina – secretada pelas células D na região do corpo (inibindo diretamente a secreção de HCl, agindo como Parácrino) e células D da região antral (agindo como hormônio, inibindo células G secretoras de gastrina e indiretamente a secreção de HCl) Prostaglandinas – das séries E e I. Age como Parácrino, inibe diretamente a sec. de HCl Fatores de Crescimento Epidérmico (EGF)- também age como Parácrino. Secreção de Pepsinogênio: A Acetilcolina é o principal estimulador da secreção de pepsinogênio. Assim, o vago estimulando as células parietais a secretarem HCl, estimula , também a secreção de pepsinogênio. O H+ é muito importante na ativação e na sua secreção. O HCl estimula a secreção de pepsinogênio por 2 mecanismos: 1. O Ácido ativa reflexos intramurais colinérgicos. 2. Efeito do ácido no duodeno, estimulando as células secretoras de secretina. A Secretina age nas células principais, estimulando também, a secreção de pepsinogênio. Assim, o pepsinogênio é secretado junto com a secreção ácida. PROPULSÃO: Como ocorre o armazenamento? Abrigar o alimento depende do relaxamento receptivo. Quando o esfíncter esofágico inferior relaxa, permite a passagem do alimento do esôfago para o estômago. Ao mesmo tempo, o fundo do estômago relaxa, recebendo o alimento. Como ocorre a mistura? Para misturar as secreções gástricas (como o ácido clorídrico- HCl), com o alimento é preciso movimentos peristálticos. Assim, ondas peristálticas ocorrem no sentido do corpo para o antro, fazendo com que o alimento seja misturado. Durante esse processo, há formação do quimo.
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