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RELATORIO ANESTESICOS GERAIS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
DISCIPLINA: FARMACODINÂMICA
CURSO: FARMÁCIA
PROFESSOR: MARIA DO SOCORRO CORDEIRO FERREIRA
ANESTÉSICOS GERAIS EM Mus musculus
Bárbara Rebeca Alves Pereira
(20169006674)
TERESINA, MARÇO DE 2018.
INTRODUÇÃO
Os anestésicos gerais induzem a depressão generalizada e reversível do sistema nervoso central. A anestesia geral é capaz de provocar a perda da percepção de todas as sensações. O estado anestésico inclui perda da consciência, amnésia e imobilidade, mas não necessariamente analgesia completa. Outros efeitos provocados pelos anestésicos ou adjuvantes durante a cirurgia incluem relaxamento muscular, perda dos reflexos autônomos, analgesia e ansiólise. Todos esses efeitos facilitam a execução segura e indolor do procedimento. (GOLAN, 2009).
O experimento realizado teve como objetivo demonstrar a ação dos anestésicos inalatórios (Éter) em Mus musculus e comparar os efeitos do anestésico tionembutal sódico (tiopental) com doses diferentes, administrado via intraperitoneal no animal da mesma espécie.
METODOLOGIA
	O experimento avaliou a ação dos anestésicos gerais éter e tionembutal sódico (25 mg/ml e 50 mg/ml), utilizando 4 camundongos da espécie Mus musculus. No procedimento inicial, determinou-se a ação dos anestésicos voláteis em camundongos, utilizando dois funis de capacidades diferentes. Colocou-se um animal dentro de cada funil juntamente com um chumaço de algodão previamente vaporizado com 3ml de éter. Observou-se qual camundongo sofreu ação anestésica mais rápida. No segundo experimento, compararam-se os efeitos anestésicos de diferentes doses de tiopental sódico. Administrou-se em dois camundongos, via intraperitoneal, tionembutal sódico 2,5mg/ml e 5,0mg/ml, respectivamente. Observou-se o tempo no qual ocorreu a perda do reflexo de postura e a duração da recuperação dos animais.
RESULTADOS
TABELA 1.0: TEMPO DE INDUÇÃO DA ANESTESIA POR ÉTER EM ESPÉCIES DE Mus musculus COLOCADOS EM CAMPÂNULAS DE DIFERENTES VOLUMES. TERESINA, 2018.
	 Parâmetro
Volume 
da Campânula (L)
	 Tempo de Indução da Anestesia (min)
	2,5
5,0
	2
 8
FONTE: Laboratório de Farmacologia da UFPI. Alunos de Farmácia, 2018.1.
TABELA 2.0: TEMPO DE INDUÇÃO DA ANESTESIA E SLEEPING-TIME EM ESPÉCIES DE Mus musculus APÓS INJEÇÃO INTRAPERITONEAL DE TIONEMBUTAL SÓDICO. TERESINA, 2018.
	 Parâmetro
Dose (mg/Kg)
	Tempo de indução da anestesia (min)
	Sleeping-time (min)
	2,5
5,0
	6
 3
	13
 (*)
LEGENDA: (*): Presente até o fim da prática; min: Minutos.
FONTE: Laboratório de Farmacologia da UFPI. Alunos de Farmácia, 2018.1
DISCUSSÃO
	Os anestésicos gerais provocam um conjunto de alterações dos “componentes” do comportamento ou da percepção. Os componentes do estado anestésico incluem amnésia, imobilidade em resposta à estimulação nociceptiva, atenuação das respostas autônomas à estimulação nociva, analgesia e inconsciência. (GILMAN, 2003).
 As evidências atuais apoiam a concepção de que a maior parte dos anestésicos gerais intravenosos age predominantemente através de receptores GABAA e talvez por algumas interações com outros canais iônicos controlados por ligando. Os efeitos produzidos dependem da dose. Em baixas doses eles produzem efeitos sedativos e hipnóticos. Com o aumento da dose vem a perda da consciência. Doses excessivas produzem depressão dos centros que controlam a respiração e outras funções vitais, produzindo parada respiratória e morte. (GOODMAN, 2006).
O éter, devido às propriedades lipofílicas, passa facilmente a barreira hematoencefálica e atinge o cérebro, distribuindo-se igualmente para o tecido adiposo e em menor grau para o tecido muscular e os órgãos, em especial nas glândulas supra-renais. Quando cessa a exposição ao éter, a concentração sanguínea é rapidamente reduzida. Contudo, a sua concentração ao nível do tecido adiposo permanece a um nível elevado após a paragem da sua inalação. (SCHANAIDER, 2004).
 No primeiro experimento, observou-se que no funil com menor volume, os efeitos do éter foram mais evidentes. Isso ocorreu pelo fato de que com um volume menor, a concentração do fármaco no recipiente era maior, já que a quantidade de éter vaporizado foi à mesma, como pode ser observado na TABELA 1.0
	São utilizadas varias drogas por via intravenosa, isoladamente ou em associação a outras drogas, pra produzir anestesia, como componentes de uma anestesia balanceada, ou para sedação de pacientes em unidade de tratamento intensivo, que precisam ser ventilados mecanicamente por períodos prolongados de tempo. Embora se disponha de vários barbitúricos de ação ultra-curta, o tiopental é o mais comumente utilizado na indução da anestesia, muitas vezes em associação com anestésicos inalatórios. (KATZUNG, 2005).
	 O tiopental atravessa rapidamente a barreira hematoencefálica e, quando utilizado em dose suficiente, produz perda de consciência num tempo de circulação. Em altas doses, o tiopental provoca redução dose-dependente da pressão arterial, do volume sistólico e do débito cardíaco. (KATZUNG, 2005). O efeito da administração intraperitoneal do tiopental nos camundongos da espécie Mus musculus pode ser comparada com relação às suas respectivas doses, 2,5 e 5,0 mg/Kg, aplicadas conforme a TABELA 2.0, a dose menor foi capaz de induzir anestesia em um tempo mais demorado que aquele observado no camundongo que recebeu a dose mais elevada. Ainda foi possível se observar todos os sinais gerados pela ação do anestésico sobre a cobaia, assimilando-se uma queda crescente da frequência cardíaca e da frequência respiratória, mais pronunciada sobre o animal que recebeu maior dose do anestésico.
O Sleeping-time não foi constatado na segunda cobaia, já que não foi possível se observar a recuperação esperada do animal durante o tempo do experimento. Isso pode ser devido ao fato do animal ter pouco peso, e a dose ter sido muito elevada para haver a rápida recuperação do animal.
A dose típica de indução do tiopental (3-5 mg/kg) produz inconsciência em 10-30 s, com o efeito máximo após 1 min e a duração da anestesia sendo de 5-8 min. O principal mecanismo que limita a duração da anestesia após doses únicas é a redistribuição deste fármaco a partir do cérebro para outros tecidos. (GILMAN, 2003).
	
CONCLUSÃO
 	Através do experimento realizado foi possível atestar a ação dos anestésicos gerais éter e tionembutal sódico, bem como seus efeitos sobre o organismo, podendo-se verificar as diferentes reações dos animais com relação às mudanças na concentração do anestésico utilizado, sendo que as espécies que receberam os anestésicos em maior concentração apresentaram um menor tempo de indução, embora o sleeping-time não possa ter sido observado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRUNTON, L. L.; LAZO, J. S.; PARKER, K. L. Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 11ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana, 2006.
GILMAN, A.G., RALL, T.W., NIES, A.S., TAYLOR, P. As bases farmacológicas da terapêutica. 10.ed. McGraw-Hill Interamericana,2003.
GOLAN, David E. et al. Princípios de Farmacologia:  A base fisiopatológica da farmacoterapia. 2ª ed. São Paulo: Nova Guanabara, 2009.
KATZUNG, B. G. Farmacologia Básica & Clínica. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
 SCHANAIDER, A; SILVA, PC. Uso de animais em cirurgia experimental. Acta Cir Bras [serial online] 2004 Jul-Ag;19 (4). Disponível em URL: http://www.scielo.br/acb

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