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DA CITAÇÃO

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DA CITAÇÃO (SECÇão iii do cpc) 12/08
	Citação é o ato pelo qual o juiz chama o réu ao processo o notificando que há uma demanda contra ele e para que ele possa se defender do que esta sendo dito (Art. 213, CPC), devendo ser respeitados para eficácia e validade do ato conteúdo e forma disposto na lei.
	Quando falamos em atos do juiz dentro do processo, falamos em ordens, contudo a citação NÃO possui caráter jurídico de ordem, mas de um ato singular, no qual o juiz comunica a outra parte que a uma demanda contra ela, dando a ela a oportunidade de exercer seu direito ao contraditório e a ampla defesa. O destinatário da citação é o réu, e este ato ocorre na fase inicial do processo, sem ele não há prosseguimento do feito, e os autos ficam paralisados. A citação é um ato de validade do processo, conforme o art. 214, do CPC, que não pode ser afastado por qualquer razão.
	Desta forma, o comparecimento espontâneo do réu no cartório ou vara supre a falta de citação, vez que através de tal ato ele se declara citado. O prazo para defesa começa a ser contado no prazo de 15 dias após a data de citação, sendo ele único réu, no caso de pluralidade de réus o prazo para defesa começa a contar apenas depois da data de citação do último réu citado.
	Nos casos que versam sobre direitos patrimoniais após a preclusão do prazo de defesa, havendo a citação do réu o juiz pode decretar a revelia¹ deste e promulgar a sentença. O mesmo não ocorre quando se esta em pauta algum direito pessoal (personalidade, herança, divorcio, investigação de paternidade e, etc.), pois tratam – se de direitos indisponíveis, do qual um réu não pode abrir mão. Mesmo que a revelia se caracterize, é impossível que os seus efeitos sejam aplicados, pois, de certa forma, estaria comparado à confissão, que segundo a legislação processual vigente não é válida quando se trata de direitos indisponíveis, de acordo com o art. 351 do CPC.
¹ Revelia, pelas normas insculpidas nos artigos 319 e 277, ambos do CPC correspondem à situação do réu que não apresenta contestação ou que não comparece à audiência, tendo sido validamente citado.
	Ademais, sendo um ato indispensável para a validade do processo, que não pode ser afastado pelas partes, conforme art. 214, do CPC. Esta deve ser realizada conforme as formas estipuladas em lei, sob “pena” de o processo ser tido pelo juiz inexistente, pois a citação não atingiu a sua finalidade, o juiz emite uma declaratória de inexistência ou do advogado da outra parte pedir a anulação do ato de citação por encontrar algum ato de nulidade e o processo retroagir a sua fase inicial. A anulação da citação apenas ocorrerá em caso da mesma não ter atingido sua finalidade, pois mesmo em caso que tenha sido realizada em desobediência aos requisitos formais, se atingiu sua finalidade, em atendimento ao principio da economia processual considera-a valida e eficaz a produzir efeitos.
Exemplo: Processo de ação que verse sobre bens imóveis, em fase de penhora e arresto de bens, o advogado do réu constata que não foi pedida a citação do cônjuge de seu cliente. Requer ao juiz a decretação de nulidade de todos os atos processuais até a citação, vez que por se tratar de bem imóvel era necessária à citação do cônjuge.
O exemplo citado se enquadra no paragrafo 2°, no qual o advogado faz o requerimento ao juiz de preliminar de nulidade e o prazo para defesa começa a contar da data do requerimento, visto que se considera o réu citado em razão de seu conhecimento do processo por ter arguido nulidade.
Em todo processo é necessário que ambas as partes possuam um procurador que exercerá o Jus postulando, pois é o único com investidura para analisar os autos e nele se manifestar requerendo o necessário ao juiz.
Formas para realização da citação:
 Conforme o art. 215, do CPC a citação do réu é feito pessoalmente ou na pessoa de seu procurador legalmente autorizado.
Art. 215 Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador legalmente autorizado.
§ 1o Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa de seu mandatário, administrador, feitor ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.
§ 2o O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou na localidade, onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação, será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis.
Art. 221. A citação far-se-á:
I - pelo correio;
II - por oficial de justiça;
III - por edital.
IV - por meio eletrônico, conforme regulado em lei própria.
Citação por via postal
Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto: 
a) nas ações de estado; 
b) quando for ré pessoa incapaz (no caso da incapacidade ser devida a menoridade a prescrição do direito começará a ser contado a partir da sua maioridade, ou seja, no dia do seu 18º aniversário, já quando a imputabilidade se deve por doença não ocorre prescrição ou decadência do direito); 
c) quando for ré pessoa de direito público (requer-se a citação ou intimação por O.J para evitar a burocratização); 
d) nos processos de execução; 
e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; 
f) quando o autor a requerer de outra forma.
Por regra geral, far-se-á primeiro em casos que não versem sobre ações de estado a citação por carta registrada (notificação receptícia em que volta para o remetente um aviso de recebimento AR). Sendo esta cumprida negativa o juiz determinará a citação por oficial justiça.
O prazo para defesa começa a contar da juntada do AR positivo.
Nos casos de prédio se quem assinar o AR for o porteiro ou zelador não se há certeza que o réu foi devidamente citado, tal fato se elucidará com a presença dele na audiência. Não comparecendo a audiência e não tendo assinado o AR juiz pede citação por oficial de justiça, tendo assinado o AR o juiz decreta a revelia tratando - se de direito patrimonial.
Sendo o réu pessoa jurídica será válida a citação feita à pessoa com poderes de gerência geral ou de administração.
O art. 223 do CPC explicita que na citação deve ser entregue ao réu a contrafé com cópia da petição inicial, do despacho do juiz, expressamente consignada em seu inteiro teor à advertência a que se refere o art. 285 ² e o prazo para defesa. 
² Art. 285. Estando em termos a petição inicial, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu, para responder; do mandado constará que, não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor.
CITAÇÃO POR OFICIAL DE JUSTIÇA
Art. 224. Far-se-á a citação por meio de oficial de justiça nos casos ressalvados no art. 222, ou quando frustrada a citação pelo correio.
Ocorrerá a citação por Oficial de Justiça quando a ação for de estado, for ré pessoa incapaz ou de direito público, nos processos de execução e quando o réu residir em local não atendido pelos correios. Nos casos ressalvados no art. 222, do CPC a citação pessoal por Oficial de Justiça é exigida, de maneira, a dar uma maior segurança jurídica às partes da relação processual e para assegurar que seja entregue a pessoa correta.
Art. 225. O mandado, que o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá conter: 
I - os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou residências;
II - o fim da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis;
III - a cominação se houver; 
IV - o dia, hora e lugar do comparecimento; 
V - a cópia do despacho; 
VI - o prazo para defesa; 
VII - a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz. 
Parágrafo único. O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor entregar em cartório, com a petição inicial, tantas cópias desta quantos forem os réus; caso em que as cópias, depois de conferidas com o original,
farão parte integrante do mandado.
Sendo encontrado o réu oficial de justiça entrega-lhe a contrafé e certifica que o entregou através de Certidão entregue ao cartório, o que o O.J alegar na certidão é tido por todos como verdadeiro, pois este possui fé pública (credibilidade que a lei dá aos funcionários públicos no exercício de sua função. Assim, tudo o que eles atestam no exercício de sua função, é tido pela lei como verdadeiro), deve obter do réu nota de cientificação ou atestar sua negação em assinar a cópia do mandado de citação*.
* Art. 226. Incumbe ao oficial de justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo:
I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
II - portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
III - obtendo a nota de ciente, ou certificando que o réu não a apôs no mandado.
Quando o endereço do réu é conhecido pelo autor este pode requerer os benefícios do art. 172 do CPC ³, quando for de conhecimento do autor ou o oficial constatar que o réu não pode ser encontrado naquele endereço durante o expediente ou em dias úteis.
³ Art. 172. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. 
§ 1o Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. 
 § 2o A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante autorização expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso Xl, da Constituição Federal.
Sendo ordenada pelo juiz a citação pode ser feita em qualquer local e ocasião em que o réu se encontre (art. 216, do CPC), mas não em determinadas situações excepcionais (transcorridas no art. 217 do CPC), presente certas circunstâncias relacionadas ao réu, salvo nos casos para se evitar perecimento do direito.
Ex. O.J vai até a residência de Dona Maria e lá é informado que naquele horário ela se encontra trabalhando no seu escritório na Rua da Consolação. A requerimento do autor o O.J se encaminhará até o local de trabalho de Dona Maria. Ou como no caso do Maluf que não sendo encontrado em nenhum local ao qual foi fornecido o endereço e havendo conhecimento de que frequentava a igreja todos os domingos de manhã, pediu-se a citação deste com os benefícios do art. 172, na saída da igreja.
Art. 217. Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I - a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;  .
Devendo se aguardar o término da cerimônia para realizar o ato.
 II - ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; 
 III - aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias de bodas; 
 IV - aos doentes, enquanto grave o seu estado.
Também não poderá se realizar a citação quando for réu pessoa incapaz, conforme art.218 do CPC (4), não apresentando está consciência para entender o ato que esta praticando. Neste caso, o Oficial de Justiça certificará as condições do citando explicando o porquê que deixou de proceder ao ato. O juiz nomeara um médico que em cinco dias deve apresentar um laudo sobre o citando. Confirmada a incapacidade, o juiz indicará um procurador “ad hoc” evitando a morosidade do processo e assegurando ao réu o direito ao contraditório e a ampla defesa. O procurador “ad hoc” pode ser qualquer pessoa próxima do incapaz, e será nomeado para exercer apenas aquele ato determinado em seu nome, sendo que para os demais atos deve se nomear um curador através da instauração do processo de interdição. Desde então, haverá necessidade de intervenção do MP no processo, em virtude da incapacidade do réu.
Neste caso, de nomeação de procurador “ad hoc” não há processo de interdição, pois se houvesse a citação ocorreria na pessoa de seu curador.
 Na justiça considera-se enfermidade apenas aquela proveniente de doença mental, na qual o réu não possui consciência ou discernimento quanto ao ato em que realiza.
Nos casos da curadoria especial do incapaz, do réu preso e do réu revel citado por edital ou com hora certa, nos termos do art. 9º do Código de Processo Civil, a curadoria é atribuída de ofício ou por requerimento a Defensoria Pública, nos casos de incapacidade devido a menor idade do réu ocorrerá interferência do Ministério Público, assegurando seu melhor interesse.
A citação dos absolutamente incapazes é bifronte: devem ser citados o incapaz e o representante legal, pois esta só e aperfeiçoa com a ciência de ambos do processo.
(4) Art. 9o O juiz dará curador especial:
I - ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele;
II - ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa.
Parágrafo único. Nas comarcas onde houver representante judicial de incapazes ou de ausentes, a este competirá a função de curador especial.
Quando ocorrer casos de conexão no qual uma mesma ação com mesma causa de pedir, fundamento e partes é ajuizada em duas comarcas distintas, será prevento o juiz que primeiro despachar determinando a citação do réu, conforme disposto no art. 219, do CPC (5). 
Ex. Acidente de carro na Av. Celso Garcia, o foro de competência é o do Tatuapé por ser este o local do acidente, porém cada motorista procura um advogado para dar inicio a demanda ajuizando a ação no local de seu domicilio. A primeira petição é distribuída para 2º VC do Tatuapé, enquanto a outra é distribuída para 4º VC da Penha. Sendo verificada então uma conexão entre as ações, será prevento o juízo que primeiro determinar a citação, ocorrendo assim à reunião entre as ações.
(5) Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. 
 § 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação. 
§ 2o   Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias subsequentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário. 
§ 3o   Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 90 (noventa) dias. 
§ 4o Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos antecedentes, haver-se-á por não interrompida a prescrição.  .
 § 5º O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.  . 
 § 6o Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo anterior, o escrivão comunicará ao réu o resultado do julgamento.
P.S: Sendo juízes de mesma competência territorial, considerar-se-á prevento o que despachou em primeiro lugar (CPC, arts. 106 e 263), e sendo de competência territorial diversa (comarcas distintas), considerar-se-á prevento o juiz do processo que realizou a citação em primeiro lugar (CPC, art. 219).
Ademais, tratando-se de comarcas contíguas (aquelas que se situam em mesma região metropolitana) o oficial de justiça poderá efetuar citações ou intimações, sem que haja necessidade de expedição de carta precatória para cumprimento da diligência (art.230, do CPC).
Realizada a diligência de citação, com ou sem sucesso, o oficial de justiça certificará o ocorrido. Caso o tenha sido bem-sucedido, o prazo para contestação fluirá da juntada aos do mandado de citação, salvo quando houver vários réus, caso em que se iniciará para todos a partir do cumprimento do ultimo mandado citatório (art. 241, III do CPC).
CITAÇÃO POR HORA CERTA
Já a citação por hora certa é requerida de ofício pelo Oficial de Justiça, quando for ao endereço por mais de três vezes e constatar que o réu esquiva-se de receber a citação, disposta no art. 227, do CPC. Espécie de citação ficta e indireta, pois pode ser feito a um terceiro sem que se tenha certeza que o réu a recebeu.
Para que ocorra o oficial deve já ter ido por três ao local de domicilio sem que tenha encontrado o réu e que haja suspeita de ocultação
do mesmo para não ser citado. Assim, o Oficial de Justiça deve ter informado na certidão as ocasiões em que procurou o réu e as razões que o levaram a desconfiar da ocultação. Incumbirá o juiz de verificar se a desconfiança é fundada ou não.
Neste caso, não cabe requerimento por parte do autor ao juiz, para que ele ordene ao oficial a citação por hora certa, visto que este ato deve partir de avaliação e certificação do próprio oficial que realizou a diligencia. 
Art. 227. Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
Quando a citação ocorrer por hora certa no dia e hora designados o O.J, independente de novo despacho, comparecerá ao local. Estando ausente o citando, ele fará a citação na pessoa que estiver presente considerando-o citado, declarará na Certidão o nome da pessoa com qual deixou a contrafé (art. 228, do CPC). Assim, feita a citação por hora certa, o cartório enviará ao citando notificação receptícia dando-lhe ciência que a contrafé foi entregue (art. 229, do CPC), pois desta maneira a citação terá se aperfeiçoado. A contagem do prazo de resposta fluirá da juntada aos autos do mandado de citação, e não da expedição dessa carta ou de retorno aos autos do aviso de recebimento.
CITAÇÃO POR EDITAL
Art. 231. Far-se-á a citação por edital:
I - quando desconhecido ou incerto o réu;
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar;
III - nos casos expressos em lei.
§ 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória.
§ 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
Ocorre uma vez que se esgotam todos os meios suasórios para se encontrar o réu, vez que já foram diligenciados todos os endereços que eram de conhecimento do autor, bem como aqueles fornecidos por terceiros e por órgão público (bacenjud, infojud, renajud e etc.), encontrando-se este em local incerto e não sabido (LINS) pelo autor, requer dessa forma a citação editalícia do mesmo em atenção ao principio da celeridade e economia processual, pois o processo não pode ficar parado aguardando informação sobre o local em que o réu pode ser encontrado.
A citação por edital é uma espécie de citação ficta ou presumida, ou seja, nesta espécie de citação não existe a certeza de que o ato tenha chegado ao conhecimento do réu.
Ex. João falece sem deixar herdeiros ou ascendentes aparentes que possam reivindicar suas posses, entrando o Ministério Publico com o processo de inventário e determinação a publicação de edital chamando ao espólio as pessoas que sucederam o de cujus, ou seja, desta maneira permite-se que os interessados tomem conhecimento do espólio de João. Decorrido o prazo sem que ninguém se manifeste os bens passam para a união.
Processo: Apelação Cível
1.0024.07.486422-4/001 4864224-87.2007.8.13.0024 (1)
Relator (a): Des.(a) Hilda Teixeira da Costa
Data de Julgamento: 13/11/2012
Data da publicação da súmula: 26/11/2012
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE RESSARCIMENTO DE QUANTIA PAGA A TÍTULO DE MULTA DE TRÂNSITO - PRELIMINAR - NULIDADE DE CITAÇÃO POR EDITAL - REJEITADA - INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA MANTIDO - RESPONSABILIDADE PELA INFRAÇÃO DE TRÂNSITO COMPROVADA - RECURSO IMPROVIDO.
Rejeita-se a preliminar de nulidade de citação, uma vez que diante da tentativa infrutífera de citação do requerido, que se encontrava em local incerto e não sabido, admite-se a citação por edital.
Processo: Agravo de Instrumento Cv
1.0024.11.059734-1/001 0934081-93.2012.8.13.0000 (1)
Relator (a): Des.(a) Marcelo Rodrigues
Data de Julgamento: 10/10/2012
Data da publicação da súmula: 18/10/2012
Ementa:
Ação de Execução- Título Executivo Extrajudicial- Citação Frustrada- Pedido de Citação por Edital- Decisão Interlocutória- Indeferimento- Recurso de Agravo- Pedido de Aplicação da regra contida no art. 231 do Código de Processo Civil- Descabimento- Necessidade de Novas Diligências- Decisão Agravada- Manutenção.
Voto Vencido- AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE EXECUÇÃO - ESGOTAMENTO DAS DILIGÊNCIAS PARA LOCALIZAÇÃO DA RÉ. CITAÇÃO POR EDITAL. POSSIBILIDADE. RECURSO PROVIDO. Consoante pacífica orientação doutrinária e jurisprudencial, esgotadas as diligências para a localização de um dos réus, impõe-se o deferimento da citação por edital nos termos do art. 231, I, do CPC (Des. ML).
 
A citação tem a capacidade de produzir efeitos processuais e materiais, além de ser um ato notável na retroação da interrupção da prescrição à data da inicial.
 
Após realizada a citação por edital o réu não sofrerá os efeitos da revelia, sendo obrigatória a constituição em seu favor de um curador especial, o qual passa a ter incumbência de formular a sua defesa nos autos.
 
Por fim, cabe ressaltar que a parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente os requisitos do art. 231, I e II, responderá por perdas e danos.
 
Tem se como local inacessível aquele aonde a justiça não possui acesso. Exemplo de local juridicamente inacessível, para efeito de justificar a citação por edital, é o país estrangeiro que se recusa a dar cumprimento à carta rogatória (art. 231, § lº - CPC).
Ex. O Japão não cumpre acordos internacionais, desta maneira se tiver que citar alguém residente no país far-se-á por Edital.
Quando a citação-edital se fizer em razão de ser inacessível o lugar em que se acha o réu, além das publicações normais pela imprensa, haverá a divulgação da notícia, também, pelo rádio, se na comarca existir emissora de radiodifusão (art. 231º, § 2º - CPC).
O art. 232, do CPC trata dos requisitos da citação por edital, vejamos:
Art. 232. São requisitos da citação por edital:
I - a afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às circunstâncias previstas nos. I e II do artigo antecedente;
II - a afixação do edital, na sede do juízo, certificada pelo escrivão;
III - a publicação do edital no prazo máximo de 15 (quinze) dias, uma vez no órgão oficial e pelo menos duas vezes em jornal local, onde houver;
IV - a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, correndo da data da primeira publicação;
V - a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis.
§ 1º Juntar-se-á aos autos um exemplar de cada publicação, bem como do anúncio, de que trata o no II deste artigo.
§ 2º A publicação do edital será feita apenas no órgão oficial quando a parte for beneficiária da Assistência Judiciária.
Á medida que se pede a publicação da citação em edital, o requerente deve efetivamente não saber o local no qual o citando reside, pois se souber e estiver ocultando esta informação em próprio beneficio a fim de dificulta a defesa da outra parte, receberá sanção prevista no art. 233 do CPC, multa de cinco vezes o valor do salário mínimo beneficiando o citando.
O prazo de contagem da contestação começa a fluir da data da juntada nos autos da cópia da publicação. Caso ele transcorra in álibis, o juiz dará curador especial ao réu (nomeação de um defensor público conforme art. 9 do CPC).
CITAÇÃO ELETRONICA 
Poderá ocorrer quando a parte tiver ciência de endereço eletrônico da parte a qual esta se tentando a citação. Sendo esta válida apenas se os Órgãos do Poder Judiciário tiverem implantado sistema adequado para viabilizar os atos processuais por meio eletrônico (art. 6º - Lei n. 11.491/2006).
 A validade do ato citatório eletrônico dependerá de duas exigências legais:
i) Devem ser feitas de acordo com o art. 5º, da Lei 11.419/2006 para as intimações;
(II) A integra dos autos deve ficar acessível ao citando
(art. 6º, da Lei 11.419/2006);
 Não se admite qualquer réu para receber a citação eletrônica, mas apenas para aqueles que já se achem cadastrados no Poder Judiciário para esse tipo de comunicação processual. E de maneira alguma o uso da informática pode comprometer a defesa do citado. Sendo obrigatórios, além da mensagem eletrônica, todos os elementos dos autos estejam ao alcance do exame do réu.

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