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RESUMO DIREITO GREGO

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DIREITO GREGO 
 
 A história grega dividiu-se em três grandes períodos, a saber: 
a) Arcaico – Século VIII até 480 a.c.(invasões persa, termina com a batalha de 
salamita); 
b) Clássico – De 480 a.c até 338 a.c.(data da submissão à Macedônia); 
c) Helenístico – De Alexandre até cerca de 150 a.c.(data da submissão à Roma). 
 
1- Características principais: 
- O sistema jurídico da Grécia antiga é uma das principais fontes históricas dos 
direitos da Europa Ocidental; 
- Os Gregos não foram, no entanto, grandes juristas; 
- Em muitos aspectos continuaram as tradições dos direitos cuneiformes e 
transmitiram-nos aos romanos; 
- Foram os grandes pensadores políticos e filosóficos da antiguidade (Platão e 
Aristóteles); 
- Foram os inventores da ciência política; 
- Não houve unidade política e jurídica na Grécia Antiga, com exceção de um curto 
período sob a dominação macedônica de Alexandre, o grande; 
- Cada cidade, portanto, tinha seu próprio direito(Atenas, Esparta, Corinto, etc.); 
- Não houve leis aplicáveis a todos os Gregos, apenas costumes comuns; 
- Na realidade, conhece-se mal a evolução do direito da maior parte das cidades; 
Apenas Atenas deixou traços suficientes para permitir conhecer as etapas 
sucessivas da evolução de seu direito. 
- Em algumas cidades estabeleceu -se, entre os séculos VIII e VI, um regime 
democrático, sendo o mais conhecido o de Atenas, graças aos escritos de 
oradores e filósofos. 
- A lei torna -se construção humana, nada tendo d e divina. Assim, o direito se torna 
laico, ou seja, desnudado de aspectos religiosos; 
- Os principais legisladores gregos são, em Esparta, Licurgo. Em Atenas Drácon, 
Sólon, Clístenes e Péricles. 
- Há duas espécies de órgão de jurisdição em Atenas. Para os casos de crimes 
políticos, o julgamento é feito por grandes tribunais de dezenas ou centenas de 
membros. A Assembléia de todos os cidadãos, repartidos em distritos elegia o 
grande conselho de supervisão (Areópago). Embora todos pudessem ter 
participação na assembléia, nem todos poderiam ocupar as magistraturas, pois os 
cidadãos, para este efeito haviam sido divididos (Constituição de Sólon) em 
classes de renda. 
- Ao lado do Areópago, um Conselho (Boulé) de 400 exercia o governo. O Areópago 
julgava os acusados de subverter a Constituição. Quando o julgamento se f azia 
para casos menos importantes por um magistrado ou juiz singular poderia haver 
apelo para a assembléia judicial propriamente (Heliastas) que funcionava em 
grupos (dicastéria). Assim, os discursos “forenses” eram dirigidos a grandes grupos 
ou quase-assembléias, o que explica o estilo. 
- O direito privado grego deixou poucos traços no nosso direito moderno, e estes por 
meio dos Romanos. 
 
 2- Fontes do direito Grego 
 - Para os pensadores gregos, a fonte do direito é o nomos, que se traduz 
geralmente por lei, mas pode também designar o costume. 
 - Na prática os gregos fizeram poucas leis, no sentido romano e moderno do termo. 
- Os Romanos serão os primeiros que farão a distinção entre costumes e leis, 
como fontes de direito. 
 
 3- Legisladores: 
 
 2.1. ESPARTA 
 
 2.1.1. Licurgo foi um lendário legislador de Esparta. Nada se sabe seguramente 
sobre a existência desta personagem. Heródoto fala d ele em meados do século V a.C., 
mas a vida do legislador deve ter decorrido no século VIII a.C.. Mas a sua memória seria correntemente mencionada na Esparta do século V , pois os seus habitantes nessa época sentiam a necessidade de atribuir a organização estatal que os regia a um ser humano, e não ao acaso. Se era homem ou deus, rei ou tutor de reis, é coisa que não se apresenta clara, nem mesmo na biografia de Plutarco. Por outro lado, também não é indispensável sabê-lo, dado que a compilação das leis não foi obra pessoal - e a própria lenda assinala que lhe foram entregues pelo oráculo de Delfos para dirigir o seu povo. A maioria das disposições que lhe têm sido atribuídas são reflexo de costumes vigentes muito antes na região. O carácter mágico e obscuro de algumas dessas leis leva a pensar que o conjunto delas fosse uma compilação de usos tradicionais levada a cabo por alguma personagem ligada à religião tradicional ou pelo próprio sentimento do povo, desejoso de retornar à severidade e segurança civil dos tempos passados. 
Conta a lenda, que ele, ao terminar o conjunto de leis que regeriam Esparta, solicitou um pedido e uma promessa do rei. Com a concordância e sabedor da fraqueza humana frente às injuções políticas de momento, pediu a promessa que as Leis só seriam alteradas com o aval dele (Licurgo) e pediu sua condenação ao ostracismo, para que as leis sobrevivessem aos homens.
2.2. ATENAS 
 
 2.2.1. Drácon 
 Drácon de Atenas foi um legislador ateniense (século VII a.C.) 
 Arconte¹ de origem aristocrática, Drácon recebeu em 621 a.C. poderes extraordinários para por fim ao confito social provocado pelo golpe d e estado de Cilón e o exílio de Megacles. Dracón redigiu então um rígido código de leis baseado nas normas tradicionais arbitradas pelos juízes. As leis draconianas f oram o primeiro código ateniense 
a ser escrito. 
 Leis Draconianas 
As leis draconianas têm um importante papel na história do Direito, por serem o primeiro código de leis escrito. Seus detalhes perderam -se no tempo, mas aparentemente estas leis eram sempre favoráveis aos eupátridas² e cobriam penas extremamente severas aos infratores. 
Afirmava, essencialmente, a supremacia dos poderes públicos. Consagrava o direito de 
jurisdição do pai sobre o filho mas suprimiu a vingança particular. Para os crimes graves, aqueles submetidos ao Areópago³, as penas eram a morte ou o exílio. O código escrito por Drácon, contudo, não era uma constituição pois não contemplava os problemas econômicos e sociais. Estes, somente seriam resolvidos por Sólon de Atenas . 
Deve-se a Drácon o começo de um importante princípio do Direito Penal: a diferença entre o homicídio involuntário, voluntário e legítima defesa.
Tanto o furto como o assassinato recebiam a mesma punição: a morte. Por este motivo atualmente o adjetivo draconiano se refere a alguém excessivamente severo e rígido. Um político de 4 a.c gracejou que Drácon não escreveu suas leis com tinta, mas com sangue. 
Drácon é citado no início do romance o Código da Vinci de Dan Brown. 
 2.2.2. Sólon 
 Sólon (gr. Σόλων) foi um poeta e legislador ateniense que em 594 a.C. iniciou uma 
reforma onde as estruturas social, política e econômica da pólis ateniense foram 
alteradas. É aristocrata por nascimento e trabalha no comércio. Fez reformas abrangentes 
sem conceder aos grupos revolucionários e sem manter os privilégios dos eupátridas. Ele cria a eclésia (assembléia popular). Participante da eclésia - homem maior de 30 anos, livre (não era escravo), ateniense e de pai e mãe ateniense. Obs: a participação não é mais por nascimento, agora ela é censitária. Conselho de 400 (Bulé 400). 
 Vindo de uma família que havia sido arruinada economicamente em meio ao 
contexto de valorização dos bens móveis na pólis ateniense, Sólon se reconstituiu 
economicamente através da atividade comercial. Profundo conhecedor das leis, ele foi
convocado como legislador pela aristocracia em meio ao contexto de tensão social 
existente na pólis, no qual os demais grupos sociais viam as reformas de Drácon 
(ocorridas por volta de 621 a .C) como algo insuficiente. Na sua reforma, Sólon proibiu a hipoteca da terra e a escravidão por endividamento através da chamada lei Seixatéia, 
dividiu a sociedade pelo critério censitário (pela renda anual) e criou o tribunal de justiça. 
Suas atitudes, no entanto, desagradaram a aristocracia , que não queria perder seus 
privilégios oligárquicos, e o P ovo, que desejava m ais que uma política censitária, e sim a promoção de uma reforma agrária. Sólon também era considerado um dos Sete sábios da 
Grécia antiga e como poeta compôs elegias morais-filosóficas.
2.2.3. Clístenes 
 Clístenes foi um nobre ateniense que reformou a constituição da antiga Atenas em 
508 a.C., sendo considerado, geralmente, o pai da democracia, que aí implantou. Era 
parente de Clístenes de Sícion , sendo filho de Agarista e de Mégacles. Como pertencia à família dos Alcmeónidas, obteve o apoio necessário para a destituição de Hípias, filho do "tirano" Pisístrato, de um a família rival ; abriu caminho para a adoção de uma postura democrática para Perícles. 
 2.2.4. Péricles (em grego Περικλῆς), estratego e político grego (c. 495 a.C. - 
Atenas 429 a.C.). Péricles foi um d os principais líderes democráticos de Atenas, e talvez o 
mais célebre. Nasceu em meio a uma família da nobreza atenienses, descendente do 
líder reformista Clístenes, responsável pela introdução da maioria das instituições 
democráticas, durante a revolução de 510 a.C., Péricles consagrou-se como a maior 
personalidade política do século V a .C.. A presença dele foi tão marcante, que a época 
em que ele viveu denominou-se de Século de Péricles . Eleito e reeleito várias vezes 
como estratego-chefe (strategos-arconte), ele acumulou a chefia civil e a liderança militar da cidade, fazendo com que Atenas alcançasse a maior projeção política, econômica e cultural em toda a sua história. 
Péricles era um influente e importante líder de Atenas durante a Era de Ouro de Atenas, da família dos Alcmeônidas. O período de 461 a.C. a 3 79 a.C. é por vezes conhecido como Era de Péricles. Ele foi responsável por muitos dos projetos de construção que incluem muitas das estruturas sobreviventes d a Acrópole . Ele próprio persuadiu a cidade a construir muralhas com mais de 4 milhas até ao porto d e Atenas. Como principal ideia ele implantou a democracia, que era uma ideia bastante radical para a época. Ele reconstruiu Atenas, que havia sido destruída na s Guerras Médicas com dinheiro da Liga de Delos. Sua realização menos notável talvez tenha sido a exploração de outras cidades como forma de subsidiar o florescimento da democracia ateniense. 
Péricles começou a sua vida política ainda bastante novo. Foi discípulo de Daman, Zenão 
e Anaxagoras. Anaxagoras ensinou retórica a Péricles. 
Címon de Atenas era um político rival de Péricles. Címon, que era um homem grandioso, ganhou fama e apoiantes entre o povo ao usar o seu prórprio dinheiro para ajudar os atenienses que precisavam de assistência. Para contornar Címon, Péricles gastou dinheiro público para construir novos projectos. 
Péricles podia eventualmente ter expulso Címon da cidade por um período de tempo. 
Entretanto, antes de seu período de exílio, Címon teve a oportunidade de liderar os 
ateniense em uma batalha contra Esparta. Infelizmente, alguns amigos de Péricles 
afastaram Címon da batalha o que prejudicou os atenienses. Nesse ponto, Péricles pode 
olhar além de suas próprias ambições e chamar Címon de volta de modo que Atenas 
pudesse ser vitoriosa. 
Péricles concentrou-se então em fortalecer Atenas e melhorar sua infra -estrutura. 
Entretanto, durante a sua liderança de quarenta a nos foi cauteloso e não fazia avanços 
sobre os oponentes sem primeiramente pesar as suas opções e medir as suas perdas 
possíveis. Infelizmente, apaixonou -se por uma mulher de nome Aspasia que o fez mudar ligeiramente a maneira em que iniciava conflitos. De acordo com Plutão, Péricles foi persuadido por ela para montar uma expedição de encontro a um de seus inimigos.
Péricles é referenciado frequentemente como o fundador da democracia em Atenas. 
Entretanto, os estudos críticos recentes moldaram a dúvida sobre isto e descreveram a 
formação da democracia como um processo lento. O crédito por criar a prime ira 
democracia no mundo vai às circunstâncias sociais, políticas e económicas que um único indivíduo poderia influenciar, mas não criar. 
Péricles começou a perder respaldo em Atenas a pesar de ainda manter o poder. Os 
espartanos atacaram e forçaram Atenas a se preparar para um batalha. Infelizmente, 
durante a batalha, um praga espalhou -se atingindo Atenas e seus aliados, mas não aos 
seus inimigos, matando muitos, inclusive Péricles e a maior parte de sua família. 
Entretanto, depois que Péricles perdeu seu último filho ateniense, os atenienses 
promoveram uma mudança n a lei que fez de seu filho não ateniense um cidadão e um herdeiro legítimo. 
Infelizmente a informação que nós temos sobre Péricles é distorcida por séculos de 
lendas e mitos. A biografia que a maioria de povos detém foi escrita por Plutarco , que 
viveu aproximadamente 500 anos após Péricles. Plutarco estava mais interessado em 
estudar o carácter do homens do que escrever sua história.
NOTAS 
1- Arconte (em grego, αρχων, arcon; o responsável por um "arquê" , cargo) era o título 
dos membros de uma assembléia de nobres da Atenas antiga, que se reuniam no 
arcontado. 
Seu surgimento remonta a meados d o século VIII a.C., quando existia em Atenas uma 
monarquia cujo rei (basileu) acumulava as funções de chefe religioso, militar e jurídico.
Daí em diante, a aristocracia eupátrida se fortaleceu em detrimento dos reis. O poder 
passou então para as mãos de uma oligarquia de nobres, os futuros arcontes. 
2- Eupátrida - Em Atenas ( Grécia Antiga), era o termo que designava aqueles que eram bem nascidos (eu=Bom, pátrida=parido), ou seja, filhos da elite. Formavam a aristocracia governante da polis (cidade). Eram os proprietários de terras e escravos. Da luta entre os homens livres e os eupátridas nasceu a democracia. 
3- Areópago - O areópago constituía-se de um conselho de membros da aristocracia 
ateniense, cujas atribuições, enquanto instância dos diferentes tipos de governo pelos 
quais Atenas passou, sofreram alterações ao longo do tempo. Entre seus membros, 
invariavelmente, eram escolhidos alguns que receberiam o título de arconte (uma espécie de "rei" ou "governante"), cada um responsável por um aspecto diferente do governo de Atenas. 
O nome "areópago" é a adaptação de areopagus (ou Areios Pagos, de "Ἄρειος πάγος"), 
que siginifica algo como "Colina de Ares", em referência ao deus da guerra grego. Tal referência se deve a o fato de os membros do Areópagos, por serem aristocratas, 
cumprirem em geral a função de guerreiros de elite em tempos bélicos, responsáveis pela proteção da cidade. 
No período democrático, o areópago cumpria
a função de um tribunal constituído por 
arcontes que, era responsável pelos julgamentos dos crimes de homicídio premeditado, 
envenenamento e incêndio, entre outros.

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