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fisiologia do sistema circulatório II

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Fisiologia da circulação - coração
(transcrição)
(Scheila Maria)
O coração é a bomba contráctil que movimenta o sistema circulatório e gera toda a energia cinética para que o sangue possa se deslocar ao longo de toda a nossa circulação 
É composto estruturalmente por 2 câmaras de baixa pressão, que são os átrios e 2 de alta pressão que são os ventrículos.
Átrios e ventrículos são conectados através de valvas, as valvas atrioventriculares são: tricúspide do lado direito e mitral, do lado esquerdo. Nas bordas dos folhetos dessas válvulas existem estruturas fibrosas alongadas = cordoalhas tendíneas.
Cada cordoalha tendínea funciona como um tendão e nasce de estruturas chamadas músculos papilares. São projeções musculares que ficam dentro dos ventrículos. Então se você olhar uma cavidade ventricular por dentro, vamos ter uma projeção = músculo papilar e nessa projeção existem varias cordoalhas tendíneas inseridas em cada bordo da valva mitral. 
A valva não é uma estrutura simples que abre e fecha e para que elas funcionem adequadamente, garantindo o fluxo unidirecional entre átrios e ventrículos, todos os elementos que compõe estruturalmente e funcionalmente o aparelho valvular precisam estar funcionando. As cordoalhas, os músculos papilares, o anel átrio ventricular onde a valva está inserida... 
Então uma doença que acometa cordoalha tendínea, músculo papilar ou anel valvular comprometerá o funcionamento da valva. 
Do átrio direito o sangue passa para o ventrículo direito, de onde é ejetado, passando através da valva pulmonar e ejetado pela artéria pulmonar. 
Relação anatômica entre artéria pulmonar e aorta. Apesar da artéria pulmonar nascer do VD e a aorta nascer do VE, elas são muito próximas uma da outra. A artéria pulmonar vai se bifurcar, enviando um ramo para o pulmão esquerdo e outro para o direito. E a aorta sai por traz da artéria pulmonar mas ela cavalga a artéria pulmonar, passa por cima do ponto onde a artéria pulmonar fica (nesse local fica o ducto arterioso)
Ducto arterial (fetal): comunica a artéria pulmonar e aorta de forma que durante a vida fetal, os pulmões estão colabados, o feto respira, recebe oxigenação a partir do sangue da mãe e o sangue que vem da artéria pulmonar passa para aorta através desse canal. Assim que nasce, o canal se fecha devido ao aumento da pressão parcial de O² faz o canal fechar. Quando não se fecha = doença cardíaca congênita chamada persistência do canal arterial
As valvas aortica e pulmonar são tricúspides, ou seja, tem 3 folhetos portanto também chamadas semilunares ou sigmoides. A via de saída, região do VD que se dirige pra a artéria pulmonar é uma região muscular chamada de infundíbulo. Algumas patologias como a hipertrofia pode dificultar a passagem do sangue do VD para a artéria pulmonar. Já a região que sai do VE, se dirigindo para a aorta, é chamada de via de saída do VE.
Átrio direito – ventrículo direito – artéria pulmonar – pulmões – veias pulmonares (são 4) - átrio esquerdo (oxigenado) – valva mitral – ventrículo esquerdo – ejeção. 
Veias pulmonares passam pela parte posterior do coração, pois o AE é posterior. AE e VE são posteriores, câmaras direitas são mais a direita e mais anteriorizadas e as esquerdas mais posteriores. Então o AE fica mais por trás do AD e o VE mais por trás do VD.
Situação patológica, um orifício comunicando o VE com o VD. Existem também patologias que comunicas o AD com o AE = comunicações interatriais. 
Fossa oval = região do septo interatrial. Quando ele se forma, duas paredes se juntam e formam uma depressão. Quando essa depressão é permeável a passagem de sangue = forame oval patente (patologia)
Coração é um órgão rítmico, se contrai e se relaxa em ciclos para bombear o sangue. Cada ciclo de contração e relaxamento é chamada ciclo cardíaco, onde tem tanto contração de átrio quanto de ventrículo. 
A referência para o ciclo cardíaco são as câmaras ventriculares. Subdividimos em duas grandes fases: contração (sístole), e relaxamento (diástole). O ventrículo se relaxa, se enche de sangue e depois se contrai para bombear aquele sangue. 
SÍSTOLE: A sístole é a contração do coração, no seu início os ventrículos começam a se contrair. Imediatamente antes a valva mitral está aberta, totalmente aberta porque o sangue passou do átrio para o ventrículo e a valva aórtica está fechada. O ventrículo sofre despolarização e começa a se contrair. O aumento da pressão empurra os folhetos da valva mitral de volta e esta se fecha => evento que marca o inicio da sístole é o fechamento das valvas AV.
A pressão da contração vai aumentando, já superou a pressão atrial (por isso a valva mitral foi fechada) mas por um curto período de tempo ainda não foi o suficiente para abrir a valva aórtica = contração isovolumétrica. Em um dado momento a pressão do ventrículo ultrapassa a pressão da aorta, ocorre então abertura da valva aórtica. O sangue é ejetado. O gradiente de pressão entre o ventrículo e a aorta é muito grande então o sangue sai em alta velocidade = fase de ejeção ventricular rápida. Sangue saindo para a aorta, o volume no ventrículo diminui e diminuindo também o gradiente de pressão, ocorre redução da velocidade = ejeção ventricular lenta. No final da sístole a velocidade tende a 0 porém não zera. 
DIÁSTOLE: Logo após o final da fase de ejeção lenta, a sístole termina e o ventrículo começa a relaxar, a pressão no ventrículo então se torna menor que a pressão na aorta ocorre fechamento da valva semilunar = evento que marca o início da diástole. A valva semilunar fechou mas a diferença de pressão entre AE e VE ainda não foi grande suficiente para abrir a valva mitral. Ventrículo se relaxa, a pressão diminui, mas as valvas estão fechadas então não há modificação do volume = relaxamento isovolumétrico.
A pressão do ventrículo diminuindo, forma-se então um gradiente entre o VE e o AE e ocorre abertura da valva mitral. Quando esta se abre, o gradiente é máximo = fase de enchimento ventricular rápido. O ventrículo vai enchendo, pressão aumentando e átrio esvaziando e pressão diminuindo. Gradiente de pressão então vai diminuindo = fase de enchimento ventricular lento. Fluxo do AE para o VE tendendo a zero e ventrículo em distensão máxima. O átrio esquerdo ainda possui um volume pequeno de sangue e então se contrai. Portanto a contração do ventrículo empurra apenas o resto de sangue que ficou no fim da diástole ventricular = evento que marca o fim da diástole. 
OBS: equação de Bernoulli permite que calcule o gradiente de pressão = 4 x V²
Onomatopeias da ausculta = TUM + TÁ. O TUM = ruído de fechamento das valvas AV mitral e tricúspide e o TÁ = fechamento das valvas semilunares, segunda bulha. Período do tempo do TUM até o TÁ = sístole. Ou seja, acontece a contração isovolumétrica, ejeção ventricular rápida e lenta. A partir do TÁ até o próximo TUM = diástole. 
Qualquer ruído anormal, sopro cardíaco, ruído gerado por turbulência de fluxo sanguíneo devido a vários fatores. 
Insuficiência de uma válvula = a valva não é suficiente para sustentar o fluxo de sangue no sentido oposto. Ao se fechar, há sangue voltando. Se o sopro é de insuficiência mitral por exemplo, trata-se então de um sopro de sístole. Saber que a primeira coisa a localizar é se o sopro é de sístole ou diástole. 
Quarta bulha = ocorre no fim da diástole, imediatamente antes da primeira bulha, e trata-se de um ruído emitido quando o átrio se contrai e o ventrículo está com complacência diminuída, enrijecido, quando o sangue retumba na parede ventricular e causa o ruído. Ocorre então no momento da contração atrial. 
Curva de pressão da aorta: pressão maxima – sistólica, pressão mínima – diastólica, diferença entre elas – amplitude, é chamada de pressão de pushing. (ex. pressão 120/80, 120 é a pressão sistólica e 80 a diastólica). Existe a incisura dicrótica que corresponde ao momento em que a valva aortica se fecha, a pressão vem decaindo e há uma pequena lombada que é a incisura. A diferença para a curva de pressão da pulmonar é apenas o nivel
absoluto numérico (ex. 25/5). Devido aos níveis de pressão muito mais baixos do lado direito que do lado esquerdo.
Curva de pressão ventricular: Curva de pressão sistólica que se inicia no ponto de fechamento da valva AV e termina com a sua abertura, momento de diástole, onda A = corresponde a contração atrial no fim da diástole e logo após ela o início de uma nova sístole. 
Curva de pressão atrial: primeiro evento é curva A = momento de contração atrial, fim da diástole ventricular. Atrio se contraiu e quando começa a relaxar, o ventrículo se contrai e nesse momento começa a sístole e esse movimento gera uma reverberação dentro do átrio = curva C (bem pequena). Depois átrio se relaxa, diminuição da pressão dentro do átrio = Descenso X. A valva AV ainda está fechada e o atrio vai se enchendo de sangue = curva V. A valva AV se abre = descenso Y. O descenso X ocorre durante a sístole ventricular e o Y durante a diástole e termina com a onda A que é o ultimo evento da sístole. 
Conceitos de pré carga e pós carga: pré carga é a tensão que a parede do ventriculo está sujeita, no fim da diástole antes que ela comece a se contrair. Equivale mais ou menos a pressão diastólica final do ventrículo. Tensão que a parede está sofrendo antes que o ventrículo se contraia. A importância está relacionada ao inotropismo, mecanimos de frank- starling. Quanto maior a distensão no musculo, maior a força de contração, portanto a pré carga é um determinante do inotropismo. Quanto maior a pressão que a câmara ventricular vai sofrer, maior é a distensão de cada fibra muscular e então vai se contrair com mais força.
A pós carga é a resistencia que o ventriculo tem que vencer para bombear o sangue. Quando começa a se contrair, a resistencia que precisa vencer para abrir a valva aortica e ejetar o sangue é a pressão que está dentro da aorta = pós carga. Se pegar um fio e amarrar a aorta, deixar apenas um pequeno buraquinho, estaria aumentando a pós carga = resistencia que o coração precisa vencer pra ejetar o sangue. 
Curva de volume-pressão: ponto B = volume diastólico final, ponto onde o ventrículo terminou de se relaxar. O ventriculo começa a se contrair, pressão aumenta e volume não se modifica = contração isovolumétrica. Ao termino dessa fase, ocorre a diminuição do volume devido a abertura da valva aortica, o sangue é ejetado e ocorre diminuição do volume. Quando o ventriculo ejeta, (resta uma pequena quantidade de sangue = volume sistólico final). No final da ejeção ocorre começa a diastole, marcada pelo fechamendo da valva aortica. Relaxamento do ventriculo, com diminuição da pressão e sem modificaçao do volume = período de relaxamento isovolumétrico. Abertura da valva mitral e enchimento do ventriculo até o fechamendo da valva mitral no ponto de volume diastólico final. 
Volume que o ventrículo ejeta a cada batimento = volume diastólico final – volume sistolico final. 
O volume ejetado = volume sistólico.
Uma das maneiras de verificar o funcionamento adequado do VE é uma cifra chamada fração de ejeção. Denota a capacidade do ventriculo de bombear sangue. Geralmente quando ele se contrai, tem a capacidade de ejetar de 60% acima do volume sanguineo presente ali dentro = fração de ejeção = (VDF – VSF)/VDFx100.

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