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Fisiologia cardiovascular - ciclo cardíaco Ciclo cardíaco ● Diz respeito a todos os eventos envolvidos na capacidade do coração de receber e ejetar volume, na diástole e sístole Registro da pressão arterial e ECG do rato ● Esses dois registros são sincrônicos. Em cima é ECG e embaixo é o registro de pressão ● A despolarização ventricular precede a elevação dos valores de pressão arterial, até alcançar o valor máximo chamado pressão arterial sistólica (PAS). Um pouco antes do PAS, a despolarização precede também o menor valor de pressão, chamado pressão arterial diastólica (PAD) ● PAS ~100 ● PAD ~70 ● O platô, gera oscilação de cálcio e contração. Fase 0 precede a elevação da pressão arterial. Com o fim do platô, cai cálcio, o músculo entra em relaxamento Anatomia das cavidades cardíacas ● A anatomia é essencial para entendermos as alterações de pressão nas cavidades esquerdas e direitas Como medir a pressão dentro das cavidades ● Técnica cateterismo cardíaco ○ Inserção de um cateter dentro das cavidades ventriculares ○ Em humanos: arterial braquial ou artéria femoral ○ Em animais posso pegar a carótida ○ Do lado direito: acesso por grandes veias, normalmente a veia jugular ou subclávea ○ Acesso á cavidades esquerdos: entra na artéria aorta, como a pressão arterial é maior que a atmosférica, o sangue reflui dentro do cateter (que tem solução salina). O cateter pode estar conectado a um transdutor de pressão, ou o transdutor está dentro do cateter ○ Se o transdutor está em uma grande artéria, observamos uma onda de pressão arterial ○ Colocamos eletrodos para avaliar simultaneamente o ECG ○ Posso medir PAS e PAD ○ A quebra de morfologia é o que chamamos de insisura dicrótica -> marca o momento em que se fecha a valva aórtica ○ Quando eu introduzo o catéter dentro do ventrículo esquerdo, muda a onda de pressão em comparação com a medida feita numa artéria ○ Quando o cateter entra no ventrículo, o valor máximo (pressão sistólica do ventrículo esquerdo PSVE) parece com PAS. Já o valor mínimo, tem dois valores: pressão diastólia inicial (Pdi) e um valor que precede a subida da pressão, pressão diastólica final (Pdf) ○ A nível de ventrículo, tenho 3 valores de pressão: PSVE, Pdi, Pdf. Isso é fundamental para o enchimento de sangue dos átrios para os ventrículos. Essa grande diferença de pressão que ocorre a cada estimulaçao elétrica, permite que o coração seja uma grande bomba que recebe e ejeta volume numa unidade de tempo ○ Pdi e PDf estão próximos ou abaixo de zero. São muito menores do que PAD (70) Pressão ventricular esquerda e direita ● Ali onde está muito próximo a zero -> pressão atrial ○ O átrio trabalha com baixa pressão ○ Armazena volume oscilando muito pouco a pressão ● Dentro do ventrículo direito ○ Diferença muito grande de pressão para o átrio direito ○ Passa pela valva tricúspide ○ Observo PSVD, Pdi (menor) e PDf (maior) ○ PSVD está próximo de 25mm, valores muito menores do que aqueles obtidos no mesmo ciclo cardíaco no VE (110, 115mm). Isso é o que eu espero na grande maioria dos animais em que eu fizer um cateterismo Resistência à ejeção ● Ventrículos com o estimulo, iniciam uma contração septal, seguido pela ápice e parede livre e por fim base, gerando aumento de pressão dentro dessas duas cavidades ● Essa pressão é necessária por abrir a valva aórtica e pulmonar. A elevação de pressão leva ao fechamento das valvas tricúspide e mitral ● O sangue não tem como refluir para os átrios, o único caminho possível é para as artérias ● A circulação sistêmica é de uma proporção muito maior que a pulmonar ● Resistência em um sistema de tubos depende da viscosidade do líquido, do comprimento de tubo, e é inversamente proporcional ao raio a quarta potência. A circulação sistêmica, tem vasos com comprimento muito maior, e por essa variável, a resistência do sistema pulmonar é muito menor ● Circulação pulmonar logo se divide em ramos, de modo que a um sistema de tubos em paralelo que se forma rapidamente, diminuindo sua resistência ● A pressão que o ventrículo direito tem que vencer, é muito menor em comparação com o ventrículo esquerdo, por causa da resistência. Para ejetar o mesmo volume, a cavidade direita tem menor amplitude de pressão. Isso tem uma marca anatômica: parede do ventrículo esquerdo é muito mais espessa ● O ventrículo esquerdo gera muito mais força a cada ciclo cardíaco ● Para ter o mesmo fluxo, o VE faz uma pressão de 100mm e o VD, 30mm. Eles trabalham um paralelo ao outro em série, mas o átrio esquerdo recebe sangue dos pulmões e o direito recebe do resto do corpo Ciclo cardíaco ● Sequência de eventos que ocorre durante o batimento cardíaco ● Mecanismo elétrico dispara mecanismos que vão elevar a pressão arterial a nível dos ventrículos e grandes artérias, dos átrios ● Repolarização -> redução da pressão ● Quando o volume de sangue cai na cavidade ventricular, o fluxo para a aórtica aumenta. Quando a valva fecha, o fluxo para a aórtica cessa ● Diferença de pressão entre cavidades separadas por valvas -> ruído -> bulhas cardíacas ● Ciclo cardíaco: entender como ocorrem sequencialmente os eventos elétricos, pressóricos, volumétricos, que geram fluxo e fechamento de valva ● Há vários eventos de sístole e diástole ● Momento em que o ventrículo está maximamente cheio de sangue ○ Momento final dos eventos diastólicos e início dos eventos sistólicos. O que marca isso é a chegada da despolarização ventricular. Quando despolariza os ventrículos, ele está cheio de sangue, o fluxo para a aorta é zero (pois quando ele foi despolarizado, a pressão lá dentro está muito próxima a pressão atrial em 8mm. Na aorta tá em 80mm). A despolarização vai induzir um platô, e com o platô, entra Ca no citosol, libera ca do retículo, e a pressão dentro do ventrículo vai subindo progressivamente. ○ Quando a pressão dentro do ventrículo superar a pressão dentro dos átrios, o fluxo é diretamente proporcional a diferença de pressão, e a tendência do sangue é refluir para o átrio. Pela anatomia das valvas mitral e tricúspide, há fechamento das valvas por causa da elevação de pressão ventricular, que eu escuto como a primeira bulha (B1). Fechamento de valva mitral e tricúspide pois está despolarizando os dois ventrículos, os dois estão sofrendo o mesmo valor de despolarização, estão contraindo ao mesmo tempo e elevando a pressão ao mesmo tempo, fechando as duas valvas quase que simultaneamente. Primeiro a mitral, milissegundos antes da tricúspide, o potencial chega um pouquinho antes do lado esquerdo. Mas só escuto um ruído, de alta amplitude ○ Fechou valva, a pressão no ventrículo vai subindo, mas os átrios ficam muito baixos, pois estão entrando em relaxamento, fenômeno diastólico. Isso por causa do retardo do NAV, que é essencial para a função de bomba do coração ○ O fluxo ainda é zero pois o ventrículo está em sístole mas ainda não mobiliza volume pois sua pressão não superou a das artérias. Essa fase sistólica na qual ele desenvolve pressão mas não mobiliza volume, é chamada de contração isovolumétrica. Ele recebeu um acoplamento elétrico, disparou resposta mecânica, e a área tá reduzindo, sem alterar volume. Essa fase é essencial para fechar as valvas mitral e tricúspide, vai ○ Quando a pressão no ventrículo supera a pressão na aorta e na artéria pulmonar, o ventrículo que está em platô, vai continuar contraindo, mas as valvas estarão abertas. Isso gera queda de volume do ventrículo, gera fluxo para as grandes artérias. A pressão no ventrículo precisa superar a pressão diastólica das grandes artérias ○ O que determina PAD, é o menor valor de pressão no sistema arterial ao final da diástole que eu consigo enxergar na artéria. Na artéria, eu só vejo um fenômeno sistólico, quando eu abro a valva aórtica. PAD é encerrado quando um novo ciclo cardíaco começa e o ventrículo gera pressão suficiente para abrir as valvas ○ Quando abre as valvas e gera fluxo, a pressão nas duas cavidades se iguala, e vai tendo elevação de pressão progressiva tanto nos ventrículos quantona artéria. Temos PSV e PSA ○ Essa é a fase de ejeção rápida. É quando o ventrículo tem o maior gradiente de pressão para gerar fluxo ● Quando o ventrículo perde volume para a aorta ○ Mesmo contraindo, os gradientes de pressão vão reduzindo, pois perde pressão, a aorta comoda esse volume já que ela é elástica. Decaindo a pressão nos ventrículos, ainda estou em ejeção, porém lenta ○ Fase sistólica de ejeção lenta, com pressão menor nos ventrículos e artérias ● O que encerra a fase de ejeção ventricular ○ O fim do platô e a repolarização ventricular. O ventrículo vai relaxar, e em resposta a isso, a pressão no ventricular cai rapidamente e na aorta não cai tão rapidamente, pois dissipam fluxo para arteríolas. Isso é mais lento, e por isso a pressão nas grandes artérias não caem tão rapidamente ○ Quando a pressão nos ventrículos fica menor do que nas grandes artérias, a tendência do sangue é refluir, e nesse momento fecha a valva aórtica, e eu escuto o segundo ruído, segunda bulha cardíaca (fechamento da valva aórtica e pulmonar nessa sequência). Isso marca o início de fenômenos diastólicos ● Enchimento ventricular ○ Enquanto o ventrículo está em repouso, ele mecanicamente está tendo relaxamento, a pressão está caindo, e o volume do ventrículo não muda, porque a pressão é menor do que a da aorta, e maior que no átrio. Não tem como abrir nenhuma valva. A primeira fase da diástole é o relaxamento isovolumétrico ○ Quando a pressão no ventrículo ficar menor do que no átrio, as valvas mitral e tricúspide se abrem e o ventrículo começa a se encher, estando em potencial de repouso. AS valvas não se abriram por evento elétrico, mas simplesmente porque a pressão atrial é maior que a ventricular ○ O ventrículo se enche rapidamente, e vai ficando mais lento porque o gradiente de pressão vai ficando menor ○ Quando ele já está quase todo cheio de sangue, é que o NSA dispara o sinal, o átrio contrai, e acaba de encher o ventrículo, na sístole atrial ● Ausculta ○ Tudo que está entre B1 e B2, é um ruído que ocorre entre eventos sistólicos ○ Tudo que eu ouvir entre B2 e a próxima B1, são eventos diastólicos ○ Eu espero não ouvir ruído nenhum. Se aparece algum ruído, isso é chamado de sopro ● Valores de pressão que se relacionam com os valores medidos nas artérias e ventrículos ○ Isso demanda atividade metabólica para síntese de ATP ○ O VE tem uma parede muito mais espessa Circulação e fluxo coronariano ● O fluxo coronariano segue muito as mudanças de pressão tanto arterial quanto ventricular. Ao mesmo tempo tem uma relação muito grande com as cavidades ventriculares ● Vem do epicárdio em direção ao miocárdio e endocárdio ● Cada ramo da artéria coronária que penetra no miocárdio, é perpendicular às artérias coronárias superficiais que observamos na superfície das cavidades atrial e ventricular ● Tracejado inicial -> fim da contração isovolumétrica ● Segundo tracejado -> insisura dicrótica, início do relaxamento isovolumétrico ● Coronária direita segue o perfil da diferença de diferença de pressão regulando fluxo. Maior fluxo ventricular dos tecidos irrigados pela coronária direita, ou seja, região mais direita cardíaca, ele é maior durante a ejeção ventricular, onde eu tenho os maiores valores de pressão na aorta ● Conforme a pressão cai ao longo da artéria, cai a pressão na coronária direita ● Quando eu tenho a menor pressão no tronco da aorta, e o ventrículo está em contração isovolumétrica, o fluxo para a coronária esquerda cai muito. Na ejeção, mesmo com uma resistência, o fluxo para a coronária aumenta. Em resposta ao relaxamento isovolumétrico e queda da resistência das coronárias, o fluxo de sangue para a coronária esquerda aumenta bruscamente, no início dos fenômenos esquerdos. A partir daí o fluxo vai cair progressivamente porque a pressão na aorta vai caindo ● Volume sistólico -> variação entre volume máximo e mínimo Débito Cardíaco ● DC = volume sistólico x frequência cardíaca ● Fração de ejeção: quantos % de sangue um ventrículo consegue ejetar a cada ciclo. Se ele ejeta todo o volume, a fração seria 100% ● Fisiologicamente, ele não ejeta todo o volume ● Normalmente ejeta 70% do volume contido ao final da diástole ● Índice cardíaco: normalizamos o valor de débito pela superfície de massa corporal ● Exame realizado que permite estudar a mecânica cardíaca: ecocardiograma -> não invasivo Ecocardiograma ● Vemos ao longo do tempo, uma situação em que as duas paredes se aproximam e se afastam ● Cada vez que as paredes septal e de parede livre se aproximam, mostra o máximo de contração. Cada vez que afasta, mostra a distensão ● Posso obter vários dados mecânicos: espessura de septo, volume diastólico final, volume sistólico final, fração de ejeção ● O débito oscila de acordo com a necessidade metabólica de cada organismo ● Posso calcular o débito cardíaco Alça pressão volume ● Coração fica oscilando o tempo todo volume e pressão ● Inclinação das fases de enchimento é um índice muito bom para entender fenômenos de enchimento durante a diástole Trabalho cardíaco ● A área de mobilização de volume com pressão, informa o trabalho que o coração teve que fazer para ejetar o volume distólico ● Trabalho = pressão x volume ● O trabalho está diretamente relacionado com o consumo de O2 ● Quanto maior for a necessidade de geração de pressão, ou quanto maior foi o volume que ele precisa mobilizar -> maior trabalho -> maior consumo de O2 ● Se um coração entra em isquemia, todos os parâmetros se alteram ● O mesmo débito ocorre nas cavidades direita e esquerda,
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