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Anotações de Aula – Responsabilidade Civil– Prof. Tabir Anotações por Flavio Plens 24/02/2016 Autotutela – justiça com as próprias mãos; Responsabilidade é o dever jurídico de recomposição do dano sofrido, imposto ao seu causador direto ou indireto. Função da responsabilidade civil: “dupla” Garantir o direito do lesado; Servir como sanção civil – 2 finalidades: reparar o dano e evitar que se repita a violação; Ato ilícito – é o fato gerador da responsabilidade jurídica Pratica ato ilícito aquele que viola direito e causa dano à outrem Ato ilícito – comportamento pessoal típico que infringe um dever jurídico. Envolve vontade e resultado Pressupostos do ato ilícito: - conduta pessoal; - violação de um dever jurídico (ordenamento jurídico ou negócio juridico); - prejuízo (dano ressarcível);; - imputabilidade (do responsável) 09-03-2016 – Responsabilidade Civil Conduta do agente A Responsabilidade pode ser direta ou indireta – conduta que contraria o ordenamento jurídico que cause dano patrimonial e extrapatrimonial à vítima. Essa conduta pode ser omissiva ou comissiva. Elementos da responsabilidade Civil: Subjetivo – agente e vítima Objetivos – conduta, dano e nexo de causalidade. Dano: extrapatrimonial – dano a honra , sujeito ofendido normalmente fala-se em danos morais. patrimonial – bens, direitos (bens valorados economicamente) Nexo de causalidade: conduta do agente mais resultado; Agente. Conduta Dano Nexo de causalidade Dentre as teorias de nexo de causalidade: Nexo de causalidade é diferente de imputabilidade (quem vai ser responsabilizado). Animais não são sujeitos de direito – porém, são protegidos pelo direito. Responsabilidade indireta: Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. Tutela e curatela - Interdição – restringir a capacidade jurídica de pessoas capazes; os atos que a pessoa praticar não terão validade; 16/03/2016 Causa : deve ser necessária e adequada Sem a causa necessária não ocorreria o evento danoso. Responsabilidade subjetiva – será atribuída a uma determinada pessoa ou a pessoa responsável pelo ato de terceiro. Pressuposto é a culpa. Culpa diferente de ato ilícito. Ato ilícito sempre ocorrerá independente da culpa. Culpa – comportamento do agente + previsibilidade Culpa não é elemento essencial da responsabilidade, mas fundamento da responsabilidade civil subjetiva. Culpa –Lato: dolo Leve: princípio de razoabilidade (impr. Negl. Imp.) Do homem médio Levíssima : falta evitável mediante Atenção extraordinária Culpa da vítima ou de terceiro – - fato de animal ou coisa Culpa presumida (a lei determina quem é o responsável) - fato de subordinado ao imputável Responsabilidade indireta ou complexa 23-03-2016 Culpa – “ In vigilando “ – quem tem o dever de vigiar, fiscalizar; - “ In custodiendo” – quem tem o dever de guarda; - “ In omittendo “ – culpa por omissão - “ In contralendo “ – culpa contratual. Responsabilidade subjetiva é fundamentada na culpa. Responsabilidade Objetiva – Independe de culpa do agente causador do dano O fundamento da responsabilidade objetivo está no risco de certas atividades que pela sua própria natureza oferecem perigo. O dano ou prejuízo oriundo da natureza da atividade. Elementos da responsabilidade Civil Objetiva - o risco da atividade desempenhada pelo agente; - sujeito passivo ou vítima; - dano à vítima ou ao seu patrimônio; - nexo de causalidade entre a atividade de risco e o dano verificado. Com o desenvolvimento tecnológico surgiram atividades que podem, eventualmente causar riscos as pessoas, com esse desenvolvimento surgiu então o conceito da responsabilidade objetiva, regulada em lei. Ex.: Atividades de transporte coletivo; Risco exacerbado: Lei nº 6453/1977 – atividade nuclear Aviação , indústria química, ferrovias, transporte de pessoas etc. 30-03-2016 Conceitos indeterminados – a indeterminação é preenchida pelo juiz no caso concreto – boa-fé, ordem pública; Não se confunde com cláusula geral: Parágrafo único, art. 927, CC : cláusula geral – código de 2002, O legislador da carta branca para o juiz legislar no caso concreto. Criar uma regra específica que servirá apenas para o caso específico. TÍTULO IX Da Responsabilidade Civil CAPÍTULO I Da Obrigação de Indenizar Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. TÍTULO III Dos Atos Ilícitos Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. Excludentes de responsabilidade: São excludentes da responsabilidade subjetiva. A excludente de responsabilidade é um fato que isenta o agente da conduta de arcar com o dano. Causas naturais – inevitáveis e imprevisíveis voluntárias (imputáveis a uma das partes ou ao terceiro) 1 - Caso fortuito – quando ocorre algo imprevisível, furacão, terremoto, mas nem sempre será provocado pela natureza. Pode também ser fato humano imprevisível. Ex.: chuva além do normal e o agente necessita destruir um muro para salvar alguém; art. 492, §2º, CC. Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador. § 1º - Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste. § 2º - Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados. 2 - Força maior – inevitabilidade – não há como impedir ou desviar do obstáculo, Ex. Manifestações , greves. Ex. Art. 936, cc. Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. 3 - Legítima defesa própria e/ou de terceiro. Mal injusto: agressão física ou moral sem causa jurídica, Mal grave: prejuízo a vítima com relevância jurídica. Mal iminente: está prestes a ocorrer. Mal atual: que está acontecendo.Defesa proporcional: forma moderada e suficiente para repelir o ato ilícito; 06-04-2016 4 - ESTADO DE NECESSIDADE Requisitos: -perigo atual -inevitabilidade do sacrifício do bem de outrem 5 - EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO Atividade exercida em conformidade com o ordenamento jurídico. Abuso de direito Lei do Silêncio – extrapolar o direito constitui abuso de direito. 6 – ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL Observância de um dever jurídico estabelecido pela lei. Responsabilidade: -excesso -abuso de poder -abuso de autoridade REPARAÇÃO DE DANOS Indenização: Danos patrimoniais: (mensurados economicamente); Danos extrapatrimoniais: (danos morais). 1 – extensão do dano: Perdas e danos: danos emergentes + lucros cessantes; CAPÍTULO III Das Perdas e Danos Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. 2 - Forma de cumprimento: “Restitutio integrum” -Recompor ao estado anterior do dano; -prestação pecuniária; No caso de impossibilidade de recompor ao estado anterior do dano deve-se proceder à reparação equivalente. 13-04-2016 Fixação do “quantum debeatur “ (quanto devido) 1 – tarifamento Os valores estão previamente estabelecidos em tabelas. Ex.: acidentes de trabalho e acidentes de transporte. 2 – arbitramento A vítima faz um pedido genérico Súmula Nº 37 - São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. Dano moral – direto e indireto Direto - Indireto – prejuízo patrimonial sobre um bem e valor ou estima pessoal; Função da reparação por danos morais: Danos morais: A – dignidade da pessoa humana; B – pena civil C – desestímulo à reincidência Fixação dos danos morais: STJ – bifásico 1ª fase – fixação do valor básico para a indenização, considerando o interesse jurídico violado; 2ª fase – análise das circunstâncias do caso para a fixação definitiva do valor da indenização, atendendo-se à determinação legal de arbitramento equitativo pelo juiz. 11-05-2016 DANO ESTÉTICO – súmula 387 – STJ Súmula Nº 387 - É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral. DANO MORAL - Pessoa jurídica vítima (súmula 227, STJ) Súmula Nº 227 - A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. Como por exemplo o nome utilizado para fins diversos ou ter Pessoa Jurídica sua imagem violada. Atualizado em 21-05-2016
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