Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 138 Obviamente, não há para a pessoa jurídica pena privativa de liberdade, para essas pessoas a Lei 9.605/98 prevê outras sanções (Artigos 21, 22, 23, e 24 da Lei 9.605/98). A base para defender a responsabilidade penal das pessoas jurídicas está no artigo 225,§3º da CF/88 e no artigo 3º da Lei 9.605/98. Memorizem, decorem, podem tatuar esses dispositivos no cérebro, pois são muito recorrentes nas provas de concursos e por isso precisam estar no sangue! "As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados." Art. 225, §3º da CF/88. "As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade." Art. 3º, da Lei 9.605/98. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 138 Para que haja a responsabilização penal da pessoa jurídica, o crime deverá ser cometido no interesse ou benefício da entidade E por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado. ATENÇÃO! Precisa dessas duas condicionantes para que a pessoa jurídica seja responsabilizada. A denúncia genérica tem sido rejeita pelos Tribunais Superiores nos crimes societários. Assim, para incluir os administradores das pessoas jurídicas na denúncia é necessário descrever a sua conduta, sob risco de inépcia e trancamento da ação. O STJ e o STF admitem a responsabilização penal da pessoa jurídica em crimes ambientais. ATENÇÃO! Em 2013, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a possibilidade de se processar penalmente uma pessoa jurídica, mesmo não havendo ação penal em curso contra pessoa física com relação ao crime. De acordo com o STF, é admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, ainda que absolvidas as pessoas físicas ocupantes de cargo de presidência ou de direção do órgão responsável pela prática criminosa. Em 2015, a Quinta e a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça reiteraram o entendimento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal no sentido de que a Constituição (art. 225, § 3.º) não exige a necessidade de dupla imputação das pessoas natural e jurídica nos crimes ambientais. Dessa forma, é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 138 POR CRIME AMBIENTAL: DESNECESSIDADE DE DUPLA IMPUTAÇÃO CONCOMITANTE À PESSOA FÍSICA E À PESSOA JURÍDICA. 1. Conforme orientação da 1ª Turma do STF, "O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação." (RE 548181, Relatora Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 6/8/2013, acórdão eletrônico DJe- 213, divulg. 29/10/2014, public. 30/10/2014). 2. Tem-se, assim, que é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Precedentes desta Corte. 3. A personalidade fictícia atribuída à pessoa jurídica não pode servir de artifício para a prática de condutas espúrias por parte das pessoas naturais responsáveis pela sua condução. 4. Recurso ordinário a que se nega provimento. (RMS 39.173/BA, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 06/08/2015, DJe 13/08/2015) RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PLEITO DE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. INÉPCIA DA DENÚNCIA. EXORDIAL ACUSATÓRIA QUE ATENDE AO DISPOSTO NO ART. 41 DO CPP. AUSÊNCIA DE NECESSIDADE DA DUPLA IMPUTAÇÃO EM CRIMES AMBIENTAIS, QUANDO HÁ DENÚNCIA EM DESFAVOR SOMENTE DA PESSOA FÍSICA. DESPROVIMENTO DO RECURSO. Esta Corte pacificou o entendimento de que o trancamento de ação penal pela via eleita é cabível apenas quando manifesta a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a ausência de provas da existência do crime e de indícios de autoria. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 138 2. Devidamente descrito o fato delituoso, com indicação dos indícios de materialidade e autoria, não há como trancar a ação penal, em sede de habeas corpus, por falta de justa causa ou inépcia da denúncia, pois plenamente assegurado o amplo exercício do direito de defesa, em face do cumprimento dos requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal. 3. De acordo com o entendimento jurisprudencial sedimentado nesta Corte de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, o ato judicial que recebe a denúncia, ou seja, aquele a que se faz referência no art. 396 do Código de Processo Penal, por não possuir conteúdo decisório, prescinde da motivação elencada no art. 93, IX, da Constituição da República (AgRg no HC n. 256.620/SP, Ministro Og Fernandes, Sexta Turma, DJe 1º/7/2013). 4. A responsabilidade da pessoa física que pratica crime ambiental não está condicionada à concomitante responsabilização penal da pessoa jurídica, sendo possível o oferecimento da denúncia em desfavor daquela, ainda que não haja imputação do delito ambiental a esta. 5. Recurso em habeas corpus improvido. (RHC 53.208/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 21/05/2015, DJe 01/06/2015) O posicionamento já havia sido externado pela própria Quinta Turma, em obter dictum, como demonstra a seguinte decisão: HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. NÃO- CABIMENTO. PROCESSUAL PENAL. CRIMES DOS ARTS. 54, CAPUT, E 60, AMBOS DA LEI N.º 9.605/98. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. MEDIDA EXCEPCIONAL. DENÚNCIA GERAL. POSSIBILIDADE. INÉPCIA NÃO CONFIGURADA. ATIPICIDADE DA CONDUTA ENQUADRADA COMO CRIME DE POLUIÇÃO. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. VIA ELEITA INADEQUADA. EXCLUSÃO DA PESSOA JURÍDICA DO POLO PASSIVO DA AÇÃO PENAL. INVIABILIDADE. AUSÊNCIA DE FLAGRANTE ILEGALIDADE QUE www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 138 PERMITA A CONCESSÃO DE ORDEM EX OFFICIO. ORDEM DE HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDA. 1. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal e ambas as Turmas desta Corte Superior, após evolução jurisprudencial, passaram a não mais admitir a impetração de habeas corpus em substituição ao recurso ordinário, nas hipóteses em que esse último é cabível, em razão da competência do Pretório Excelso e deste Tribunal Superior tratar-se de matéria de direito estrito, prevista taxativamente na Constituição da República. 2. Entretanto, a impetração de writ substitutivo de recursoordinário não impede a concessão de ordem de habeas corpus de ofício, em situações de flagrante ilegalidade. 3. A teor do entendimento desta Corte, é possível o oferecimento de denúncia geral quando uma mesma conduta é imputada a todos os acusados e, apesar da aparente unidade de desígnios, não há como pormenorizar a atuação de cada um dos agentes na prática delitiva. No caso, a denúncia não é inepta, mas apenas possui caráter geral, e tampouco prescinde de um lastro mínimo probatório capaz de justificar o processo criminal. Precedentes. 4. Nos crimes de autoria coletiva, é prescindível a descrição minuciosa e individualizada da ação de cada acusado, bastando a narrativa das condutas delituosas e da suposta autoria, com elementos suficientes para garantir o direito à ampla defesa e ao contraditório, como verificado na hipótese. 5. "[O]s denunciados causaram poluição em nível possível de resultar danos à saúde humana, bem como fizeram funcionar estabelecimento potencialmente poluidor contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes." Tais fatos, em tese, amoldam-se aos tipos penais descritos nos arts. 54 e 60, ambos da Lei n.º 9.605/98, a evidenciar que a denúncia atende o disposto no art. 41 do Código do Processo Penal, sendo inviável o prematuro encerramento da persecução penal. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 138 6. A alegação de que o crime de poluição não se configurou, ante a falta de comprovação de perigo concreto à saúde humana, esbarra na necessidade de dilação probatória, incompatível com a via estreita do habeas corpus. 7. A pessoa jurídica também denunciada deve permanecer no polo passivo da ação penal. Alerte-se, em obiter dictum, que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal reconheceu que a necessidade de dupla imputação nos crimes ambientes viola o disposto no art. 225, 3.º, da Constituição Federal (RE 548.818 AgR/PR, 1.ª Turma, Rel. Min. ROSA WEBER, Informativo n.º 714/STF). 8. Ausência de patente constrangimento ilegal que, eventualmente, imponha a concessão de ordem ex officio. 9. Ordem de habeas corpus não conhecida. (HC 248.073/MT, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 01/04/2014, DJe 10/04/2014) Importante destacar que esses julgados demonstram uma mudança importante no posicionamento do STJ, tendendo a uma uniformização e consolidação no tratamento do tema. Assim, atualmente, tem-se que há uma uniformidade na jurisprudência quanto à desnecessidade de aplicação da teoria da dupla imputação para fins de responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais. No entanto, convém acompanhar a matéria, pois o acórdão do STF não foi proferido pelo Pleno, mas por órgão fracionário (Primeira Turma), em decisão que não foi unânime. Lembrem-se ainda de que a pessoa jurídica somente poderá ser responsabilizada se presentes dois pressupostos cumulativos: 1. Que o crime tenha sido cometido por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado; 2. Que o crime ambiental tenha se consumado no interesse ou benefício da entidade. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 138 A pessoa jurídica poderá ser desconsiderada sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do ambiente, Art. 4º da Lei 9.605/98. (Teoria Menor). Para isso, basta a impossibilidade da Pessoa Jurídica de arcar com a reparação ambiental. Atenção, pois esse dispositivo é muito cobrado em prova! A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional (Art. 24 da Lei 9.605/98). De acordo com o art. 26, a ação penal é pública incondicionada nas infrações penais previstas Lei 9.605/98. Embora a Lei 9.605/98 seja omissa, é cabível a ação privada subsidiária da pública, quando o Ministério Público não oferecer denúncia no prazo legal (Art. 5º, LIX da CF/88). Nos casos dos crimes ambientais, além de PÚBLICA a ação penal é INcondicionada, ou seja, não possui nenhum requisito. Dessa forma, a ação pode ser iniciada sem a representação do ofendido (vítima) ou de quem tiver qualidade para representá-lo e sem a requisição do Ministro da Justiça, sendo suficiente a vontade do Ministério Público. Assim, na ação penal pública incondicionada, a ação é exercida pelo Ministério Público, que representa o Estado, como autor da ação. Leiam com especial atenção a jurisprudência abaixo. STF: Crime ambiental: absolvição de pessoa física e responsabilidade penal de pessoa jurídica www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 138 É admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, ainda que absolvidas as pessoas físicas ocupantes de cargo de presidência ou de direção do órgão responsável pela prática criminosa. Com base nesse entendimento, a 1ª Turma, por maioria, conheceu, em parte, de recurso extraordinário e, nessa parte, deu- lhe provimento para cassar o acórdão recorrido. Neste, a imputação aos dirigentes responsáveis pelas condutas incriminadas (Lei 9.605/98, art. 54) teria sido excluída e, por isso, trancada a ação penal relativamente à pessoa jurídica. Em preliminar, a Turma, por maioria, decidiu não apreciar a prescrição da ação penal, porquanto ausentes elementos para sua aferição. Pontuou-se que o presente recurso originara-se de mandado de segurança impetrado para trancar ação penal em face de responsabilização, por crime ambiental, de pessoa jurídica. Enfatizou-se que a problemática da prescrição não estaria em debate, e apenas fora aventada em razão da demora no julgamento. Assinalou-se que caberia ao magistrado, nos autos da ação penal, pronunciar-se sobre essa questão. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Luiz Fux, que reconheciam a prescrição. O Min. Marco Aurélio considerava a data do recebimento da denúncia como fator interruptivo da prescrição. Destacava que não poderia interpretar a norma de modo a prejudicar aquele a quem visaria beneficiar. Consignava que a lei não exigiria a publicação da denúncia, apenas o seu recebimento e, quer considerada a data de seu recebimento ou de sua devolução ao cartório, a prescrição já teria incidido. RE 548181/PR, rel. Min. Rosa Weber, 6.8.2013. No mérito, anotou-se que a tese do STJ, no sentido de que a persecução penal dos entes morais somente se poderia ocorrer se houvesse, concomitantemente, a descrição e imputação de uma ação humana individual, sem o que não seria admissível a responsabilização da pessoa jurídica, afrontaria o art. 225, § 3º, da CF. Sublinhou-se que, ao se condicionar a imputabilidade da pessoa jurídica à da pessoa humana, estar- www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 138 se-ia quase que a subordinar a responsabilização jurídico-criminal do ente moral à efetiva condenação da pessoa física. Ressaltou-se que, ainda que se concluísse que o legislador ordinário não estabelecera por completo os critérios de imputação dapessoa jurídica por crimes ambientais, não haveria como pretender transpor o paradigma de imputação das pessoas físicas aos entes coletivos. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Luiz Fux, que negavam provimento ao extraordinário. Afirmavam que o art. 225, § 3º, da CF não teria criado a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Para o Min. Luiz Fux, a mencionada regra constitucional, ao afirmar que os ilícitos DPELHQWDLV� VXMHLWDULDP� ³RV� LQIUDWRUHV�� SHVVRDV� ItVLFDV� RX� MXUtGLFDV�� D� VDQo}HV� SHQDLV� H� DGPLQLVWUDWLYDV´�� WHULD� DSHQDV� LPSRVWR� VDQo}HV� administrativas às pessoas jurídicas. Discorria, ainda, que o art. 5º, XLV, da CF teria trazido o princípio da pessoalidade da pena, o que vedaria qualquer exegese a implicar a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Por fim, reputava que a pena visaria à ressocialização, o que tornaria impossível o seu alcance em relação às pessoas jurídicas. RE 548181/PR, rel. Min. Rosa Weber, 6.8.2013. DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. DESNECESSIDADE DE DUPLA IMPUTAÇÃO EM CRIMES AMBIENTAIS. É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Conforme orientação da Primeira Turma do STF, "O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação" (RE 548.181, Primeira Turma, DJe 29/10/2014). Diante dessa interpretação, o STJ modificou sua anterior orientação, de modo a entender que é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Precedentes citados: RHC 53.208-SP, www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 138 Sexta Turma, DJe 1º/6/2015; HC 248.073-MT, Quinta Turma, DJe 10/4/2014; e RHC 40.317-SP, Quinta Turma, DJe 29/10/2013. RMS 39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 6/8/2015, DJe 13/8/2015. Informativo n. 0566. Período: 8 a 20 de agosto de 2015. Nos crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais, a suspensão condicional da pena (sursis) pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a 3 anos (Art. 16). Obs.: CUIDADO! Muitas provas colocam dois anos, pois no Código Penal será cabível o sursis se a condenação a pena privativa de liberdade não for superior a 2 anos, observada outras condições. Então, atenção, vou repetir, segundo a Lei de Crimes ambientais, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a 3 anos! A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até 3 vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente. FIXAÇÃO DA PENA BASE (Mnemônico: SANGRA) www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 138 Privativas de Liberdade (Detenção/Reclusão) Restritivas de Direito (Art. 8º) ¾ prestação de serviços à comunidade; ¾ interdição temporária de direitos; ¾ suspensão parcial ou total de atividades; ¾ prestação pecuniária (+ que 1 salário e no máximo 360 salários); ¾ recolhimento domiciliar. Multa Penas Restritivas de Direito da PESSOA FÍSICA. A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a: 9 Parques e jardins públicos e unidades de conservação, 9 No caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na restauração desta, se possível. (Art. 9º) As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo de: 9 5 anos, no caso de crimes dolosos, 9 3 anos, no de crimes culposos. (Art. 10) A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às prescrições legais. (Art. 11.) A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a 1 salário mínimo nem superior a 360 salários mínimos. O valor pago será deduzido do www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 138 As bancas examinadoras misturam as penas, e as questões exigem o conhecimento de quais penas são aplicadas às pessoas físicas ou às pessoas jurídicas. Penas restritivas de liberdade (reclusão/detenção) e a restritiva de direito (recolhimento domiciliar) aplicam-se apenas à Pessoa Física, por óbvio. Por fim, nas infrações administrativas NÃO cabe nenhuma pena restritiva de liberdade. As sanções administrativas são: multa, advertência, suspensão, demolição, embargo, cancelamento, proibição... Pessoal, eu sei que para quem nunca estudou essa lei pode ficar meio confuso, pode parecer complicado, mas fiquem calmos! Leiam uma vez, duas, tentem entender. No final da aula, eu inseri alguns mapas mentais sobre as penas, imprimam esses mapas, colem na parede, no espelho do banheiro, no guarda-roupa...leiam todos os dias, em poucos minutos é possível fazer uma revisão e até o dia da prova já estará tudo memorizado. Para as Pessoas Jurídicas a pena de proibição de contratar com o Poder Público ou receber subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de 10 anos (Art. 22, III e §3º). Já para as Pessoas Físicas a pena de interdição temporária de direito consiste na proibição de o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo de 5 anos para crime doloso e 3 anos para crime culposo. (Art. 10). O artigo 37 traz as excludentes de ilicitude. Costuma cair muito em concurso. Tomem nota: www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 138 da União, de suas autarquias ou empresas públicas, pois neste caso será competência da Justiça Federal - art. 109, IV, da CF/88. O entendimento predominante na jurisprudência, do STF e do STJ, é de que o interesse da União para atrair a competência da Justiça Federal deve ser direto e específico. Assim, a competência da Justiça Federal só ocorre quando a infração penal é praticada em detrimento de bens, serviços ou interesses da União como tal, ou seja, de bens ou serviços que possua, ou de seu interesse direto e específico. Segundo o STJ são situações específicas de competência da Justiça Federal: 9 Delito envolvendo espécies ameaçadas de extinção, em termos oficiais; 9 Conduta envolvendo ato de contrabando de animais silvestres, peles e couros deanfíbios ou répteis para o exterior; 9 Introdução ilegal de espécie exótica no país; 9 Pesca predatória no mar territorial; 9 Crime contra a fauna perpetrado em parques nacionais, reservas ecológicas; ou áreas sujeitas ao eminente domínio da Nação; 9 Conduta que ultrapassa os limites de um único estado ou as fronteiras do país. (STJ: CC 34.689 - SP, Relator Min. Gilson Dipp, julgado em 22/5/2002.) 9 Liberação ilegal de organismos geneticamente modificados. (STJ: CC 41.301, Relator Min. Gilson Dipp, julgado em 12/5/2004.) www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 138 Para a incidência da norma constitucional (art. 109, IV), basta a ofensa direta a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas. Os bens da União estão elencados no art. 20, da Constituição Federal: I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; VI - o mar territorial; VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; VIII - os potenciais de energia hidráulica; IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré- históricos; XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 138 A floresta Amazônica Brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira embora sejam patrimônio nacional, não se enquadram, por si só, na definição de bens da União, e por isso compete à justiça estadual processar e julgar contravenções e crimes ambientais nessas áreas. Portanto, não há que confundir patrimônio nacional com bem (ou patrimônio) da União. Apenas caberá à justiça federal o crime perpetrado em detrimento de bens, serviços ou interesses diretos e específicos da União, ou de suas autarquias ou empresas públicas. Após a edição da Lei 9.605/98, o STJ cancelou a Súmula 91, que atribuía à Justiça Federal a competência de processar e julgar os crimes praticados contra a fauna. Agora, após o cancelamento da referida Súmula, caso não se verifique a hipótese do art. 109, IV da CF/88, a competência para processar e julgar tanto os crimes contra a flora quanto contra a fauna será da Justiça ESTADUAL. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 138 Cooperação Internacional para a Preservação do Meio Ambiente Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes, o Governo brasileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente, a necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado para: I - produção de prova; II - exame de objetos e lugares; III - informações sobre pessoas e coisas; IV - presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham relevância para a decisão de uma causa; V - outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor ou pelos tratados de que o Brasil seja parte. Essa solicitação será dirigida ao Ministério da Justiça, que a remeterá, quando necessário, ao órgão judiciário competente para decidir a seu respeito, ou a encaminhará à autoridade capaz de atendê-la. Observando a reciprocidade da cooperação internacional, deve ser mantido sistema de comunicações apto a facilitar o intercâmbio rápido e seguro de informações com órgãos de outros países. Notem que a solicitação é dirigida ao Ministério da Justiça. O ilustre Examinador pode colocar Ministério do Meio Ambiente, por exemplo, para tentar confundir os desavisados. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 138 Princípio da Insignificância (bagatela) O princípio da insignificância, de acordo com o glossário jurídico do STF, tem o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, ou seja, não considera o ato praticado como um crime, por isso, sua aplicação resulta na absolvição do réu e não apenas na diminuição e substituição da pena ou não sua não aplicação. Para ser utilizado, faz-se necessária a presença de certos requisitos, tais como: (a) a mínima ofensividade da conduta do agente, (b) a ausência de periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada. Mnemônico para a prova: MARI Sua aplicação decorre no sentido de que o direito penal não se deve ocupar de condutas que produzam resultado cujo desvalor - por não importar em lesão significativa a bens jurídicos relevantes - não represente, por isso mesmo, prejuízo importante, seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social. Há controvérsia na sua aplicação no caso de danos ambientais. No entanto, no segundo semestre de 2012, o Supremo Tribunal Federal aplicou o princípio da insignificância ou bagatela em um caso de pesca. Em 2016, a Quinta Turma do STJ aplicou o princípio da insignificância em crime ambiental. Em decisão unânime, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o trancamento de ação penal contra um homem denunciado pela prática de pesca ilegal em período de defeso. O pescador foi abordado em uma área de proteção ambiental de Roraima, sem autorização de órgão competente e no período de defeso, carregando linha de pesca. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 138 Mínima ofensividade: Ministro do STJ destacou a importância da proteção ao meio ambiente, mas lembrou que jurisprudência do STJ reconhece a atipicidade material de determinadas condutas praticadas, desde que verificada a mínima ofensividade na atuação do agente, a ausência de periculosidade social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada. Abaixo colacionamos jurisprudência do STJ e do STF a respeito do tema. Jurisprudência PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. PESCA PREDATÓRIA. PEQUENA QUANTIDADE DE PESCADO DEVOLVIDO AO HABITAT NATURAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. PARTICULARIDADES DO CASO CONCRETO. RELEVÂNCIA PENAL DA CONDUTA. CRIME CONTRA O MEIO AMBIENTE. ESPECIAL RELEVO. ORDEM DENEGADA. I. Hipótese em que o paciente foi denunciado como incurso nas penas do art. 34, parágrafoúnico, II, da Lei 9.605/98, porque teria sido flagrado pela Polícia Militar de Proteção Ambiental, praticando pesca predatória de camarão, com a utilização de petrechos proibidos em período defeso para a fauna aquática e sem autorização dos órgãos competentes. II. A quantidade de pescado apreendido não desnatura o delito descrito no art. 34 da Lei 9.605/98, que pune a atividade durante o período em que a pesca seja proibida, exatamente a hipótese dos autos, isto é, em época de reprodução da espécie, e com utilização de petrechos não permitidos. III. Paciente que, embora não possua carteira profissional de pescador, faz da pesca a sua única fonte de renda. IV. Para a incidência do princípio da insignificância devem ser considerados aspectos objetivos referentes à infração praticada, assim a mínima ofensividade da conduta do agente, a ausência de periculosidade social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento, bem como a inexpressividade da lesão www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 138 jurídica causada (HC 84.412/SP, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 19/11/2004), que não restou demonstrado in casu. V. A Constituição Federal de 1988, consolidando uma tendência mundial de atribuir maior atenção aos interesses difusos, conferiu especial relevo à questão ambiental, ao elevar o meio-ambiente à categoria de bem jurídico tutelado autonomamente, destinando um capítulo inteiro à sua proteção. VI. Interesse estatal na repreensão da conduta, em se tratando de delito contra o meio-ambiente, dada a sua relevância penal. VII. Ordem denegada. (STJ - HC: 192696 SC 2010/0226460-0, Relator: Ministro GILSON DIPP, Data de Julgamento: 17/03/2011, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 04/04/2011) RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL. CRIME DE PESCA EM LOCAL PROIBIDO. ART. 34, CAPUT, LEI 9.605/ 1998. PESCA EM LOCAL PROIBIDO. PEDIDO DE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. IRRELEVÂNCIA PENAL DA CONDUTA. RECURSO PROVIDO. 1. Recorrente foi denunciado como incursos nas sanções do art. 34, caput, da Lei n. 9.605/1998, porque teria sido, em 20 de abril de 2012, surpreendido por Policiais Militares do meio ambiente pescando em local proibido pela Portaria IEF n.º 129, de 10 de setembro de 2004, publicado no Diário do Executivo - Minas Gerais, em 11 de setembro de 2004; 2. Nessa ocasião, o Recorrente já havia pescado 10 (dez) peixes, conhecidos popularmente como lambari, totalizando 240 (duzentos e quarenta) gramas de pescado, apreendidos e, posteriormente, descartados. 3. A aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra o meio ambiente, reconhecendo-se a atipicidade material do fato, é restrita aos casos onde e a conduta do agente expressa pequena reprovabilidade e irrelevante periculosidade social. Afinal, o bem jurídico tutelado é a proteção ao meio ambiente, direito de natureza difusa assegurado pela Constituição Federal, que conferiu especial relevo à questão ambiental. 4. Verifica-se que se insere na concepção doutrinária e jurisprudencial de crime de bagatela a conduta do Recorrente, surpreendido em atividade de www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 138 pesca com apenas uma vara de pescar retrátil e 240 (duzentos e quarenta) gramas de peixe. 5. Recurso ordinário provido para, aplicando-se o princípio da insignificância, determinar o trancamento da Ação Penal n.º 0056.12.012562-2. (STJ - RHC: 39578 MG 2013/0241325-5, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 05/11/2013, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 19/11/2013) RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL. CRIME DE PESCA COM PETRECHO NÃO PERMITIDO. ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO II, DA LEI N.º 9.605/98. PEDIDO DE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. ANÁLISE DO CASO CONCRETO. IRRELEVÂNCIA PENAL DA CONDUTA. RECURSO PROVIDO. 1. A aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra o meio ambiente, reconhecendo-se a atipicidade material do fato, é restrita aos casos onde e a conduta do agente expressa pequena reprovabilidade e irrelevante periculosidade social. Afinal, o bem jurídico tutelado é a proteção ao meio ambiente, direito de natureza difusa assegurado pela Constituição Federal, que conferiu especial relevo à questão ambiental. 2. Verifica-se que se insere na concepção doutrinária e jurisprudencial de crime de bagatela a conduta do Recorrente - sem antecedentes criminais, a quem não se atribuiu a pesca profissional ou reiteração de conduta -, que não ocasionou expressiva lesão ao bem jurídico tutelado, já que foi apreendido apenas petrecho (rede), sem, contudo, nenhum espécime ter sido retirado do local, o que afasta a incidência da norma penal. 3. Recurso ordinário provido para, aplicando-se o princípio da insignificância, determinar o trancamento da Ação Penal n.º 5003126-41.2012.404.7101 . (STJ - RHC: 35122 RS 2013/0004163-4, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 26/11/2013, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 09/12/2013) www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 138 HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. PESCA EM PERÍODO PROIBIDO. APLICAÇÃODO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. ESPECIALREPROVABILIDADE DA CONDUTA NO CASO CONCRETO. HABEAS CORPUS DENEGADO. 1. A aplicabilidade do princípio da insignificância nos crimes contra o meio ambiente, reconhecendo-se a atipicidade material do fato, é restrita aos casos onde e a conduta do agente expressa pequena reprovabilidade e irrelevante periculosidade social. Afinal, o bem jurídico tutelado é a proteção ao meio ambiente, direito de natureza difusa assegurado pela Constituição Federal, que conferiu especial relevo à questão ambiental. 2. Não se insere na concepção doutrinária e jurisprudencial de crime de bagatela a conduta do Paciente, pescador profissional, que foi surpreendido pescando com petrecho proibido em época onde a atividade é terminantemente vedada. Há de se concluir, como decidiram as instâncias ordinárias, pela ofensividade da conduta do réu, a quem se impõe maior respeito à legislação ambiental, voltada para preservação da matéria prima de seu ofício. 3. E, apesar de terem sido apreendidos apenas 05 kg (cinco quilos) de peixe, nos termos da jurisprudência desta Corte Superior: "A quantidade de pescado apreendido não desnatura o delito descrito no art. 34 da Lei 9.605/98, que pune a atividade durante o período em que a pesca seja proibida, exatamente a hipótese dos autos, isto é, em época de reprodução da espécie, e com utilização de petrechos não permitidos." (HC 192696/SC, 5.ª Turma, Rel. Min. GILSON DIPP, DJe de04/04/2011.) 4. Ordem de habeas corpus denegada. (STJ - HC: 192486 MS 2010/0225552-4, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 18/09/2012, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/09/2012) AÇÃO PENAL. Crime ambiental. Pescador flagrado com doze camarões e rede de pesca, em desacordo com a Portaria 84/02, do IBAMA. Art. 34, parágrafo único, II, da Lei nº 9.605/98. Rei furtivae de valor insignificante. Periculosidade não considerável do agente. Crime de bagatela. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 138 Caracterização. Aplicação do princípio da insignificância. Atipicidade reconhecida. Absolvição decretada. HC concedido para esse fim. Voto vencido. Verificada a objetiva insignificância jurídica do ato tido por delituoso, à luz das suas circunstâncias, deve o réu, em recurso ou habeas corpus, ser absolvido por atipicidade do comportamento. (STF - HC: 112563 DF , Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 21/08/2012, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-241 DIVULG 07-12-2012 PUBLIC 10-12-2012) RECURSO EM HABEAS CORPUS . CRIME CONTRA O MEIO AMBIENTE. PESCA EM PERÍODO DEFESO. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. POSSIBILIDADE. CONDUTA QUE NÃO CAUSOU DANOS AO ECOSSISTEMA. ATIPICIDADE MATERIAL DOS FATOS. RECLAMO PROVIDO. 1. Esta Corte Superior de Justiça e o Supremo Tribunal Federal reconhecem a atipicidade material de determinadas condutas praticadas em detrimento do meio ambiente, desde que verificada a mínima ofensividade da conduta do agente, a ausência de periculosidade social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada. Precedentes. 2. No caso dos autos, o paciente foi denunciado, tendo sido acusado de pescar em período defeso, entretanto foi abordado pelos fiscais apenas com D�³OLQKD�GH�PmR´��VHP�QHQKXPD�HVSpFLPH�GD�IDXQD�DTXiWLFD��FRQGXWD�TXH� não causou perturbação no ecossistema a ponto de reclamar a incidência do Direito Penal, imperioso, portanto, o reconhecimento da atipicidade da conduta perpetrada, sendo o recorrente tecnicamente primário. 3. Recurso provido para determinar o trancamento da Ação Penal nº 5495- 84.2011.4.01.4200 HC Nº 58.247 - RR (2015/0078375-6) www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 138 PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. ART. 34 DA LEI 9.605/1988. PESCA EM PERÍODO DE DEFESO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. I - Aplicável, no caso, o princípio bagatelar, uma vez que este STJ entende pela possibilidade de aplicação do princípio da insignificância aos delitos ambientais quando demonstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado. II - No caso, conforme consta do v. acórdão recorrido, não foi apreendida nenhuma quantidade de qualquer espécie animal, nem há notícia de reincidência por parte do ora agravado. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 1558312/ES, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 02/02/2016, DJe 22/02/2016) STF julga inconstitucional lei cearense que regulamenta vaquejada O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4983, ajuizada pelo procurador- geral da República contra a Lei 15.299/2013, do Estado do Ceará, que regulamenta a vaquejada como prática desportiva e cultural no estado. A maioria dos ministros acompanhou o voto do relator, ministro 0DUFR�$XUpOLR�� TXH� FRQVLGHURX�KDYHU� ³FUXHOGDGH� LQWUtQVHFD´� DSOLFDGD�DRV� animais na vaquejada. O julgamento da matéria teve início em agosto de 2015, quando o relator, ao votar pela procedência da ação, afirmou que o dever de proteção ao meio ambiente (artigo 225 da Constituição Federal) sobrepõe-se aos valores culturais da atividade desportiva. Em seu voto (leia a íntegra), o ministro Marco Aurélio afirmou que laudos técnicos contidos no processo demonstram consequências nocivas à saúde dos animais: fraturas nas patas e rabo, ruptura de ligamentos e www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 138 vasos sanguíneos, eventual arrancamento do rabo e comprometimento da medula óssea. Também os cavalos, de acordo com os laudos, sofrem lesões. 3DUD�R�UHODWRU��R�VHQWLGR�GD�H[SUHVVmR�³FUXHOGDGH´�FRQVWDQWH�QR�LQFLVR� VII do parágrafo 1º do artigo 225 da Constituição Federal alcança a tortura e os maus-tratos infringidos aos bois durante a prática da vaquejada. Assim, para ele, revela-VH�³LQWROHUiYHO�D�FRQGXWD�KXPDQD�DXWRUL]DGD�SHOD� QRUPD�HVWDGXDO�DWDFDGD´� Fonte: Notícia publicada em 6 de outubro de 2016 no site do STF. Reparação do Dano Ambiental Para Édis Milaré, dano ambiental p� ³D� OHVmR� DRV� UHcursos ambientais, com a consequente degradação/alteração adversa ou ± in pejus ± do equilíbrio ecológico e da qualidade ambiental. O dano ambiental, como o de qualquer outra espécie, enseja a responsabilidade do causador, ficando este obrigado a repará-lo. A Política Nacional do Meio Ambiente visará à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. Sem obstar a aplicação de outras penalidades, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. ATENÇÃO!!! Notem que a responsabilidade civil por dano ambiental é OBJETIVA, ou seja, independe da comprovação de culpa! O § 3º do art. 225 da Constituição Federal dispõe que a responsabilização, tanto da pessoa física como da jurídica, pelas condutas e atividades consideradas nocivas ao meio ambiente poderá se dar nas esferas administrativa, penal e civil, de forma independente e cumulativa. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 138 A reparação do dano ambiental pode ocorrer por meio da restauração natural e pela indenização pecuniária ou compensação econômica. A restauração natural consiste em uma obrigação de fazer, enquanto que o pagamento da indenização constitui uma obrigação de dar. A obrigação de não fazer existe, mas entende a doutrina que esta se apresenta de forma contígua, pois sempre que se pretender impor a cessação de uma atividade danosa é postulada conjuntamente a execução de uma prestação positiva, até porque de nada adiantaria a reparação do dano se o mesmo continuasse a ocorrer. É perfeitamente possível condenar o responsável pelo dano ecológico a cumprir cumulativamente a obrigação de dar e a de fazer, porque os pedidos têm fundamento diverso, inexistindo bis in idem. O art. 225 da Constituição Federal e a Lei 6.938/81 consagram o princípio da reparação in integrum, consistente nos deveres de restaurar e reparar danos ambientais, de forma objetiva, sem a exigência de prova de culpa e independentemente de eventuais sanções penal e administrativa cabíveis. Finalmente, não se podem esquecer as ações judiciais úteis para a obtenção em juízo da reparação do dano ambiental, tais como a ação civil pública, a ação popular e o mandado de segurança coletivo. A jurisprudência do STJ é unânime no sentido de que a lesão ao meio ambiente deve ser reparada na sua integralidade. PROCESSO CIVIL. DIREITO AMBIENTAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA PARA TUTELA DO MEIO AMBIENTE. OBRIGAÇÕES DE FAZER, DE NÃO FAZER E DE PAGAR QUANTIA. POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DE PEDIDOS ART. 3º DA LEI 7.347/85. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA. ART. 225, § 3º, DA CF/88, ARTS. 2º E 4º DA LEI 6.938/81, ART. 25, IV, DA LEI 8.625/93 E ART. 83 DO CDC. PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO, DO POLUIDOR-PAGADOR E DA REPARAÇÃO INTEGRAL. 1. O sistemajurídico de proteção ao meio ambiente, disciplinado em normas constitucionais (CF, art. 225, 3º) e infraconstitucionais (Lei www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 138 6.938/81, arts. 2º e 4º), está fundado, entre outros, nos princípios da prevenção, do poluidor-pagador e da reparação integral. Deles decorrem, para os destinatários (Estado e comunidade), deveres e obrigações de variada natureza, comportando prestações pessoais, positivas e negativas (fazer e não fazer), bem como de pagar quantia (indenização dos danos insuscetíveis de recomposição in natura), prestações essas que não se excluem, mas, pelo contrário, se cumulam, se for o caso. 2. A ação civil pública é o instrumento processual destinado a propiciar a tutela ao meio ambiente (CF, art. 129, III). Como todo instrumento, submete-se ao princípio da adequação, a significar que deve ter aptidão suficiente para operacionalizar, no plano jurisdicional, a devida e integral proteção do direito material. Somente assim será instrumento adequado e útil. 3. É por isso que, na interpretação do art. 3º da Lei 7.347/85 ("A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de REULJDomR�GH�ID]HU�RX�QmR�ID]HU����D�FRQMXQomR�³RX´�GHYH�VHU�FRQVLGHUDGD� com o sentido de adição (permitindo, com a cumulação dos pedidos, a tutela integral do meio ambiente) e não o de alternativa excludente (o que tornaria a ação civil pública instrumento inadequado a seus fins). É conclusão imposta, outrossim, por interpretação sistemática do art. 21 da mesma lei, combinado com o art. 83 do Código de Defesa do Consumidor ("Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.") e, ainda, pelo art. 25 da Lei 8.625/1993, VHJXQGR�R�TXDO�LQFXPEH�DR�0LQLVWpULR�3~EOLFR�³,9�- promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma da lei: a) para a proteção, prevenção H�UHSDUDomR�GRV�GDQRV�FDXVDGRV�DR�PHLR�DPELHQWH������´� 4. Exigir, para cada espécie de prestação, uma ação civil pública autônoma, além de atentar contra os princípios da instrumentalidade e da economia processual, ensejaria a possibilidade de sentenças contraditórias para demandas semelhantes, entre as mesmas partes, com a mesma causa de pedir e com finalidade comum (medidas de tutela ambiental), cuja única www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 138 variante seriam os pedidos mediatos, consistentes em prestações de natureza diversa. A proibição de cumular pedidos dessa natureza não existe no procedimento comum, e não teria sentido negar à ação civil pública, criada especialmente como alternativa para melhor viabilizar a tutela dos direitos difusos, o que se permite, pela via ordinária, para a tutela de todo e qualquer outro direito. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido. (REsp 605323/MG, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, Rel. p/ Acórdão Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, DJ 17/10/2005 p. 179). www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 138 Questões comentadas 1 - (Cespe/UnB - Juiz - TJ-PB - 2011) As sanções penais aplicáveis às pessoas físicas pela prática de crimes ambientais são as penas restritivas de direitos e multa, mas não, as privativas de liberdade. Errado. As penas aplicadas as pessoas físicas são: 9 privativa de liberdade; 9 restritiva de direitos; e 9 multa. 2 - (Cespe/UnB - Juiz - TJ-PB - 2011) Por se tratar de ente fictício, a pessoa jurídica não pode ser sujeito ativo dos crimes ambientais. Errado. Pode sim! Questão mais batida sobre crimes ambientais. Sobre a responsabilidade da pessoa jurídica há três correntes doutrinárias. Entretanto, a teoria mais aceita e adotada pelas bancas de concursos é a de que a pessoa jurídica pode cometer crime, inclusive esse tem sido o entendimento do STJ. De forma direta, para a prova objetiva de concurso, as pessoas jurídicas têm capacidade de culpabilidade e de sanção penal. Obviamente, não há para a pessoa jurídica pena privativa de liberdade, para essas pessoas a Lei 9.605/98 prevê outras sanções (Artigos 21, 22, 23, e 24 da Lei 9.605/98). Afirmem tranquilamente na prova que as pessoas jurídicas podem responder por crimes ambientais, com fundamento no art. 3º da Lei 9.605/98 e no art. 225,§3º da CF/88. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 138 As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.(Art. 3º da Lei 9.605/98). Além disso, a CF/88 prevê a possibilidade de responsabilização da pessoa física e jurídica nas esferas administrativa, civil e penal, conforme art. 225,§3º da CF/88. É uma tríplice responsabilização. 3 - (Cespe/UnB - Juiz - TJ-PB - 2011) Incidem nas penas previstas em lei, na medida de sua culpabilidade, as pessoas que, tendo conhecimento da conduta criminosa de alguém contra o ambiente e podendo agir para evitá- la, deixem de impedir sua prática. Certo. Art. 2º da Lei 9.605/98. Omissão penalmente relevante. "Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la." 4 - (Funiversa - Auditor Fiscal de Atividades Urbanas - Controle Ambiental - SEPLAG-DF - 2011) Uma madeireira, por decisão unânime de sua diretoria, resolve cortar árvores de área de preservação permanente e vender toda a madeira cortada, com obtenção de vantagem patrimonial incorporada ao patrimônio da empresa. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 138 Acerca dessa situação hipotética e com base na proteção penal do meio ambiente prevista na Lei n.º 9.605/1998, assinale a alternativa correta em relação à responsabilização criminal. (A) A madeireira não pode ser responsabilizada criminalmente. (B) Os diretores da madeireira não podem ser responsabilizados criminalmente. (C) Só a madeireira pode ser responsabilizada criminalmente. (D) Tanto a madeireira quanto seus diretores estão amparados por lei, pois não há crime ambiental na situação em exame. (E) A madeireira e os seus dirigentes poderão ser responsabilizados criminalmente. Gabarito: E. Uma vez que a infração foi cometida por decisão da diretoria e, além disso, a empresa obteve benefício com o crime, certamente a madeireira e os seus dirigentes poderão ser responsabilizados, de acordo com os artigos 2º e 3º da Lei de Crimes Ambientais. A empresa e a diretoria responderiam por crime contra a flora, conforme disposto no art. 38 daLei 9.605/98. "Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade." 5 - (CESPE - Advogado - AGU - 2009) As pessoas físicas e as jurídicas estão sujeitas às mesmas sanções penais decorrentes da prática de crime ambiental, quais sejam: penas privativas de liberdade, restritivas de direito e multas. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 138 Errado. As penas das pessoas físicas e das pessoas jurídicas não são iguais, por isso o item está errado. As penas aplicadas às pessoas físicas são: 9 privativa de liberdade; 9 restritiva de direitos; e 9 multa. Já as penas aplicadas às pessoas jurídicas são: 9 prestação de serviços à comunidade; 9 restritiva de direitos; e 9 multa. Para pessoa jurídica NÃO cabe pena privativa de liberdade! 6 - (CESPE - Advogado - IBRAM-DF - 2009) A pessoa jurídica poderá ser responsabilizada penalmente pela prática de crime ambiental, estando sujeita a pena de prestação de serviços à comunidade. Certo. Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são: I - multa; II - restritivas de direitos; III - prestação de serviços à comunidade. 7 - (CESPE - Delegado de Polícia - PC-TO - 2008) Considere que um fazendeiro, nos limites de sua propriedade rural, abata espécime da fauna silvestre brasileira sem autorização do órgão competente, visando proteger seu rebanho da ação predatória do animal. Nessa situação, o fato é atípico, pois a legislação ambiental expressamente prevê essa excludente. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 138 Errado. É fato típico e depende de autorização da autoridade competente. Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado: I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente; III ± (VETADO) IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente. 8 - (CESPE - OAB - Primeira Fase - Jun/2010) Não constitui crime o abate de animal quando realizado, entre outras hipóteses, em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família. Certo. Art. 37 da Lei de crimes ambientais. Não é crime o abate de animal, quando realizado: I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente; III ± (VETADO) IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente. 9 - (Cespe/UnB - Juiz - TJ-PB - 2011) O ato de soltar balões somente se caracteriza como crime contra o meio ambiente se, em consequência da conduta, houver incêndio www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 138 em floresta ou em outras formas de vegetação, em áreas urbanas ou em qualquer tipo de assentamento humano. Errado. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano. (Art. 42 da Lei 9.605/98). Notem que o tipo penal não exige obrigatoriamente dano, mas sim perigo concreto de incêndio. A ocorrência de efetivo incêndio é indiferente, basta que o balão tenha potencialidade de provocar incêndio para que o delito esteja configurado. É um crime ambiental de perigo, o qual não exige o efetivo dano, basta a mera ameaça de dano para tipificar o crime. Apenas para ilustrar melhor, vejam que, segundo o artigo 52 da Lei 9.605/98, é crime penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente. Observem que apenas penetrar em UC com as substâncias ou instrumentos sem a licença já é crime. Aqui a Lei busca evitar o dano, seria uma aplicação do princípio da prevenção. 10 - (Cespe/UnB - Juiz - TJ-PB - 2011) A responsabilidade penal por crimes ambientais está integralmente amparada no princípio da culpabilidade; desse modo, os tipos penais previstos na lei que dispõe sobre os crimes ambientais (Lei n.º 9.605/1998) só se consumam se os delitos forem praticados dolosamente. Errado. Vários artigos da Lei de crimes ambientais contemplam a modalidade culposa. Entre eles: art. 38; 40; 41; 49; 54; 56; 62; 67; 68; e 69-A. Vejam um exemplo: www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 138 "Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta: Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa." 11 - (Cesgranrio - Profissional Junior - Engenharia Ambiental - Petrobras Distribuidora - 1/2011) Nas Disposições Gerais da Lei no 9.605/1998, faz-se saber que: (A) a responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou participantes do mesmo fato. (B) a responsabilidade das pessoas jurídicas exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou participantes do mesmo fato. (C) nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante contratual, as pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativamente apenas. (D) nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu órgão colegiado, as pessoas jurídicas serão responsabilizadas civilmente apenas. (E) nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal, as pessoas jurídicas serão responsabilizadas civil e penalmente apenas. Gabarito: A A - CERTO. Art. 3º, § único da Lei 9.605/98 B - ERRADO. Exatamente o contrário do que afirma a letra A. C - ERRADO. De acordo com Art. 3º da Lei 9.605/98, As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. D - ERRADO. É uma tríplice responsabilização: administrativa, civil e penal. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 138 E - ERRADO. Novamente! Responsabilidade ADMINISTRATIVA, CIVIL e PENAL. 12 - (Cesgranrio - Advogado - INEA - 2008) A Lei no 9.605/98 dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, inclusive aquelas cometidas por pessoas jurídicas. Sobre a matéria, pode-se afirmar que: I - o administrador de pessoa jurídica que, ciente da conduta criminosa adotada pela empresa, deixarde impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la, incorre nas penalidades cominadas à referida conduta; II - poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados ao meio ambiente; III - a pessoa jurídica constituída com o fim de ocultar a prática de crime ambiental pode ter sua liquidação forçada decretada; IV - a responsabilidade das pessoas jurídicas exclui a das pessoas físicas, autoras da conduta lesiva ao meio ambiente. Estão corretas as afirmações (A) I e II, apenas. (B) I, II e III, apenas. (C) I, II e IV, apenas. (D) II, III e IV, apenas. (E) I, II, III e IV. Gabarito: B I - CERTO. O diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica que sabem da existência de um crime e não agem para evitá-lo, quando podiam, respondem por OMISSÃO PENALMENTE RELEVANTE. Art. 2º da Lei 9.605/98. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 138 II - CERTO. Literalidade do art. 4º da Lei 9.605/98. III - CERTO. Conforme o art. 24 da Lei 9.605/98, a pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido na Lei de crimes ambientais terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional. IV - ERRADO. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato, art. 3º, § único da Lei 9.605/98. 13 - (Cesgranrio - Advogado Júnior - Petrobras - março/2011) Acerca da responsabilidade decorrente de crimes cometidos contra o meio ambiente, considere os procedimentos abaixo. I - Independente da pena aplicada e do crime cometido, as penas privativas de liberdade poderão ser substituídas por penas restritivas de direitos, caso fique demonstrado que a substituição será suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime. II - Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde pública e o meio ambiente. III - Estão compreendidas, entre as penas restritivas de direito, a prestação de serviços à comunidade e a interdição temporária de direitos do infrator. IV - Para imposição e gradação da penalidade, no caso de multa, a autoridade competente observará a situação econômica do infrator. São procedimentos previstos nos termos da Lei no 9.605/98: (A) I e III, apenas. (B) I e IV, apenas. (C) I, II e III, apenas. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 138 ¾ a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde pública e para o meio ambiente; ¾ os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental; ¾ a situação econômica do infrator, no caso de multa. 15 - (Cesgranrio - Especialista em Regulação de Petróleo e Derivados, Álcool Combustível e Gás Natural - Especialidade: Meio Ambiente - ANP - 2008) Sobre as circunstâncias que atenuam ou agravam as penas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, conforme disposto pela Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais), uma pena pode ser (A) atenuada, caso a poluição não atinja áreas de unidades de conservação. (B) atenuada, caso o acidente ocorra em domingo ou feriado. (C) atenuada, caso a infração cometida pelo agente tenha sido facilitada por funcionário público no exercício de suas funções. (D) agravada, caso a infração ocorra em épocas de seca ou inundações. (E) agravada, caso o agente infrator possua baixo grau de instrução ou escolaridade. Gabarito: D A - ERRADO. Não atingir UC não é circunstância atenuante, entretanto atingir áreas de UC ou área sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso é circunstância agravante. Art. 15, II, "e" da Lei 9.605/98. B - ERRADO. Caso o acidente ocorra em domingos ou feriados será circunstância agravante. Art. 15, II, "h" da Lei 9.605/98. C - ERRADO. Nessa situação será agravada. Art. 15, II, "r" da Lei www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 50 de 138 9.605/98. D - CERTO. Art. 15, II, "j" da Lei 9.605/98 E - ERRADO. Baixo grau de instrução ou escolaridade do agente é circunstância atenuante. Art. 14, I, da Lei 9.605/98. 16 - (Cesgranrio - Analista Ambiental Júnior Biologia - Petrobras - 1/2011) Entre os avanços trazidos pela Lei de Crimes Ambientais (Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998) está o fato de que se passou a tipificar como crime os danos causados ao meio ambiente, com penas previstas de prisão, ao passo que, anteriormente, esses mesmos danos eram classificados como contravenções, passíveis de sanção administrativa. Disponível em: <http://www.olaonline.com.br/joomla/index.php?option=com_c ontent&task=view&id=3>. Acesso em: 27 jul. 2011. Adaptado. De acordo com a Lei de Crimes Ambientais, uma circunstância que agrava a pena, quando não constitui ou qualifica o crime, é a(o) (A) comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental (B) reincidência nos crimes de natureza ambiental (C) colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental (D) baixo grau de instrução ou escolaridade do agente (E) arrependimento do infrator Gabarito: B Questão exigia apenas bom senso. Não havia nem a necessidade de conhecer a lei. A única opção que contém uma circunstância agravante é a letra B, conforme art. 15, I da Lei 9.605/98. As demais opções apresentam circunstâncias atenuantes. Afinal, desde quando reincidência nos crimes de natureza ambiental www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 51 de 138 pode ser atenuante? Mesmo sem conhecer o dispositivo é possível concluir que se trata de circunstância que agrava a pena. 17 - (Cesgranrio - Engenheiro de Meio Ambiente Jr.- Termoaçu - 2008) A Lei de Crimes Ambientais (Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998) é um instrumento importante para aplicação de penas decorrentes de condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente. De acordo com o disposto nesta Lei, (A) as pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade, fato que não exclui a responsabilidade das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato. (B) qualquer pessoa, desde que maior de 21 (vinte e um) anos, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo. (C) são consideradas espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias, aquáticas ou terrestres, desde que tenham todo o seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionaisbrasileiras. (D) degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente, é considerado crime mesmo que a conduta praticada seja para a subsistência imediata pessoal do agente ou de sua família. (E) causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação, tais como Reservas Biológicas, Áreas de Proteção Ambiental e Áreas de Relevante Interesse Ecológico, independentemente de sua localização, é um exemplo de crime contra a fauna. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 52 de 138 Gabarito: A A - CERTO. Art. 3º caput, § único da Lei 9.605/98. B - ERRADO. Art. 70, § 1º e 2º da Lei 9.605/98. Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às autoridades competentes para efeito do exercício do seu poder de polícia. O poder de polícia é a atividade da Administração que impõe limites ao exercício de direitos e liberdades. Em termos bem simples, pode ser entendido como toda limitação individual à liberdade e à propriedade em prol do interesse público. O âmbito de incidência é bem amplo, indo desde aspectos clássicos da segurança de pessoas e bens, e saúde, até a preservação da qualidade do meio ambiente. O poder de polícia ambiental é o principal instrumento de controle para garantir o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado previsto na CF/88. É o dever-poder exercido pela administração pública operando restrições com o objetivo de zelar pelo bem estar da sociedade. São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha. C - ERRADO. Art. 29,§ 3º da Lei 9.605/98. "São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras." D - ERRADO. Art. 50-A, § 1º da Lei 9.605/98. Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência imediata pessoal do agente ou de sua família. E - ERRADO. Art. 40 da Lei 9.605/98. É crime contra a FLORA. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 53 de 138 18 - (Cesgranrio - Engenheiro de Meio Ambiente - Petrobras - março/2010) Uma consulta à Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, a qual dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, conduz à conclusão de que a(s) (A) responsabilidade das pessoas jurídicas em atos prejudiciais ao meio ambiente exclui as pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato. (B) pena pode ser atenuada por circunstâncias como o fato de a infração ter sido cometida em épocas de seca ou de inundações. (C) infração de matar, perseguir, caçar, apanhar ou utilizar espécimes da fauna silvestre que estejam em processo de extinção incorre em pena de detenção de um a cinco anos e de multa, acompanhada de serviços comunitários, no caso do espécime não estar em extinção. (D) prestação de serviços à comunidade é uma pena prevista para pessoas físicas, não podendo ser aplicada às pessoas jurídicas, salvo em caso de execução de obras de recuperação de áreas degradadas. (E) penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade em casos como o de crime culposo ou quando for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos. Gabarito: E A - ERRADO. Parágrafo único do art. 3º da Lei 9.605/98. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. B - ERRADO. Essa é uma circunstância agravante. Art. 15, II, "j". C - ERRADO. www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 54 de 138 "Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. § 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado: I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração." D - ERRADO. A prestação de serviços à comunidade poderá ser aplicada à pessoa jurídica, e de acordo com o art. 23. consistirá em: I - custeio de programas e de projetos ambientais; II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas; III - manutenção de espaços públicos; IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas. E - CERTO. Art. 7º, I da Lei 9.605/98. 19 - (Cesgranrio - Profissional do Meio Ambiente - Transpetro - 3/2011) Caberão ao poder público e à coletividade, segundo dispõe o art. 225 da Constituição Federal de 1988, a defesa e a preservação ambiental para as presentes e futuras gerações. Com o objetivo de regulamentar o referido art. 225, entrou em vigor, nos seus aspectos penais, a Lei no 9.605/1998, conhecida como a Lei de Crimes Ambientais, segundo a qual (A) o baixo grau de instrução ou escolaridade do agente e o arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, são circunstâncias que atenuam a pena. (B) o indivíduo que matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, sujeita-se à pena de reclusão de um a cinco anos. (C) a responsabilidade das pessoas jurídicas, nos casos de infração, exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do www.concurseirosunidos.org www.concurswww.concurs DIREITO AMBIENTAL P/ OAB 1ª FASE XXV EXAME Prof. Rosenval Júnior ʹ Aula 072 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 56 de 138 II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime. 20 - (Cesgranrio - Técnico Ambiental Jr - Petrobras - junho/2008) A Lei Federal 9.605/98 dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e estabelece uma lista de crimes contra a fauna e a flora. Um exemplo de crime contra a flora, de acordo com o que determina essa lei, é (A) fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios em florestas. (B) promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno. (C) pescar mediante a utilização de explosivos. (D) produzir, comercializar ou armazenar produto ou substância tóxica em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos. (E) executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença. Gabarito: A A - CERTO. Art. 42. É crime contra flora. B - ERRADO. Esse item está incompleto, de qualquer forma não é crime contra flora. "Art. 64. Promover
Compartilhar