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COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS - TURMA GST 0502 - AulaS 1 à 3

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COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS -1 
 
Aula 1 
 
As relações interpessoais são essenciais ao ser humano e a necessidade de comunicação é inevitável, seja na vida pessoal 
ou profissional. 
No caso das empresas, a boa comunicação entre seus colaboradores é um fator essencial e pode ser o diferencial que vai 
fazer com que a organização atinja seus clientes e tenha um bom relacionamento com seus fornecedores. 
Nesta aula, você verá a conceituação dos princípios de: eficiência, eficácia e efetividade, a partir da visão da linguagem no 
meio empresarial. 
Você sabe o real significado das palavras: eficiência, eficácia e efetividade? 
A comunicação quando feita de maneira correta, proporciona eficiência, eficácia e efetividade à instituição. 
Mas qual seria a maneira correta de se comunicar dentro de uma organização? 
Continue e você descobrirá... 
O autor da Teoria Clássica da Comunicação, Roman Jakobson demonstrou que seis são os elementos necessários para 
interagir de forma adequada, a fim de alcançar o êxito no ato comunicativo. 
EMISSOR OU REMETENTE >>>> CONTEXTO > MENSAGEM > CANAL OU CONTATO > CÓDIGO >>> RECEPTOR OU 
DESTINATÁRIO 
Contudo, atualmente, não basta apenas deter as técnicas da Teoria Clássica da Comunicação, é necessário muito mais que 
isso. 
Veremos agora dois aspectos que se tornam primordiais para que a comunicação ocorra dentro e fora das empresas de 
forma satisfatória. 
Quem escreve ou fala deve adequar sua escrita ou oralidade ao contexto, às situações da realidade social, evitando a 
promoção de Ruído Comunicativo. 
Outro aspecto importante é a influência da tecnologia sobre o uso da palavra, determinando novas formas de comunicação, 
em que a palavra se mescla com outras linguagens para alcançar o êxito na expressão. 
A influência da linguagem que cada vez mais utilizamos para nos comunicarmos de forma rápida na internet ― o Internetês 
― é muito forte em nossas vidas e acabamos, por força do hábito, usando-a também em outras situações. Porém, é muito 
importante perceber que essa linguagem não é bem vista nos ambientes formais, por exemplo. 
Por isso, devemos atentar sempre para a forma como escrevemos a fim de evitar deslizes, principalmente quando for 
exigida a comunicação formal e para não comprometermos o entendimento dos nossos leitores, que, assim como o Cebolinha, 
podem não dominar o internetês. 
Clique aqui para ler o texto “A menina que falava internetês” e perceba como essa linguagem em alguns momentos pode 
dificultar a comunicação. 
Reparou que falamos anteriormente em ruído 
comunicativo? Você sabe o que um ruído pode representar 
na comunicação? 
Observe o quadrinho. O diálogo ao lado mostra que o 
ruído comunicativo ocorre em virtude da má percepção do 
Emissor em relação à sua expressão: 
Observou o quanto é importante saber se comunicar? 
Comunicação Empresarial é um diferencial competitivo e um dos recursos mais importantes, para a obtenção do sucesso da 
organização. Por isso, é essencial que no ambiente profissional o indivíduo administre o seu comportamento, principalmente a 
sua fala e escrita, utilizando a pontuação de forma correta, evitando tons agressivos, gerúndio, pleonasmo etc. 
 
Mania de Gerúndio 
Contra a mania do gerúndio ― novo vício de linguagem ― do mesmo naipe de “a nível de” ―, o gerundismo ameaça tomar 
conta de nosso idioma. Oriundo de expressões usadas por atendentes de telemarketing, a praga já começa a ser combatida. O 
portal IG criou hoje o Dia Contra o Gerúndio, inspirado por um artigo do publicitário e colunista do JT, Ricardo Freire, que se 
transformou em uma corrente da Internet. 
“É uma campanha mesmo, um manifesto contra o gerúndio”, explica Andrea Fornes, redatora-chefe do Último Segundo, 
jornal digital do portal IG. “De uma maneira bem-humorada, queremos alertar as pessoas para só usarem essa forma verbal 
quando necessária. Quando recebemos o artigo do Ricardo pelo e-mail, percebemos que era um bom momento para falar do 
assunto.” 
Ricardo Freire, autor do artigo que desencadeou a rebelião, “Para Você Estar Passando Adiante” (todo escrito em gerúndio e 
publicado em 16 de fevereiro), está, obviamente, contente com a repercussão alcançada. “Acredito que o texto chamou 
atenção porque o gerúndio saiu do gueto do telemarketing e tomou as ruas.” 
COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS -2 
 
 
E aí? Foi difícil? 
O pomo da discórdia é o uso do verbo “estar”, acompanhado do gerúndio, para designar uma ação no futuro, como “vou 
estar te ligando” ou “estaremos abrindo”. O jornalista e autor do “Manual de Redação e Estilo do Grupo Estado”, Eduardo 
Martins, também já pesquisou o assunto e condena o mau uso do gerúndio. “Isso é uma influência mal digerida do inglês em 
frases como I will be sending („vou mandar‟ e não „vou estar mandando‟ )”, explica Martins, que já abordou o assunto em 
seu programa De Palavra em Palavra, na Rádio Eldorado, e no suplemento Estadinho. 
A corrente já deu tantas voltas que já retornou para seu autor. “Recebi de uma amiga que não sabia que o texto era meu”, 
diverte-se Freire. 
Para você estar passando adiante Por Ricardo Freire. Este artigo foi feito especialmente para que você possa estar 
recortando e possa estar deixando discretamente sobre a mesa de alguém que não consiga estar falando sem estar espalhando 
essa praga Terrível da comunicação moderna, o gerundismo. Você pode também estar passando por fax, estar mandando pelo 
correio ou estar enviando pela Internet. O importante é estar garantindo que a pessoa em questão vá estar recebendo esta 
mensagem, de modo que ela possa estar lendo e, quem sabe, consiga até mesmo estar se dando conta da maneira como tudo 
o que ela costuma estar falando deve estar soando nos ouvidos de quem precisa estar escutando. Sinta-se livre para estar 
fazendo tantas cópias quantas você vá estar achando necessárias, de modo a estar atingindo o maior número de pessoas 
infectadas por esta epidemia de transmissão oral. Mais do que estar repreendendo ou estar caçoando, o objetivo deste 
movimento é estar fazendo com que esteja caindo a ficha nas pessoas que costumam estar falando desse jeito sem estar 
percebendo. Nós temos que estar nos unindo para estar mostrando a nossos interlocutores que, sim!, pode estar existindo uma 
maneira de estar aprendendo a estar parando de estar falando desse jeito. Até porque, caso contrário, todos nós vamos estar 
sendo obrigados a estar emigrando para algum lugar onde não vão estar nos obrigando a estar ouvindo frases assim o dia 
inteirinho. 
Quantas vezes você já ouviu uma pessoa “falando bonito” em um discurso totalmente vazio? 
Muitas vezes é isso que encontramos nas empresas: uma comunicação que não é eficaz, pois não diz absolutamente nada. 
 
Veja este exemplo: 
 
Caros colegas, a constante expansão da nossa atividade nos obriga à análise interdisciplinar do sistema de participação 
geral. Por outro lado, a facilidade dos novos meios eletrônicos de comunicação oferece uma ótima oportunidade para a 
verificação das novas proposições, em função das múltiplas inteligências. 
Viu? Isso não afirma nada. É só um amontoado de palavras. 
Quer entender como isso funciona ou, melhor, como não funciona? Então, clique aqui para preparar o seu próprio discurso, 
combinando quatro quadros de qualquer linha da tabela, sendo apenas um de cada coluna (A, B, C e D). 
Você poderá formar até 28.561 frases diferentes. O que dá, aproximadamente, 120 horas garantidas de um “discurso 
maravilhosamente vazio”. 
 
Aula 2: Noções de gramática no contexto empresarial 
Às vezes, na hora de escrever, você fica com dúvidas, não é mesmo? Isso é mais comum do que você imagina. Pior é 
quando a dúvida nem nos alerta sobre a possibilidade de estarmos escrevendo algo errado e só nos damosconta quando 
alguém nos corrige. 
Essa aula, vai te auxiliar nessa questão, pois fará uma revisão sobre crase, regência, pronomes de tratamento, colocação 
pronominal e pontuação. Assuntos que sempre geram dúvidas e nos confundem na hora da escrita. 
Você pode pensar que terá apenas mais uma aula de gramática, mas o conteúdo será voltado para a adequação desses 
tópicos aos contextos empresariais ― a partir de práticas de leitura e produção textual. 
Você sabe qual é a maneira correta de se dirigir às pessoas no seu local de trabalho? 
Imagine que você trabalha em uma Universidade e precisa escrever uma carta para o Reitor. 
Qual seria a maneira correta de se dirigir a ele? 
 
Assim, como no caso do Reitor, cada Personalidade tem uma forma de ser tratada, ou seja, um 
pronome de tratamento adequado para reafirmar a sua posição, seja ela social ou empresarial. 
 O conhecimento das formas/pronomes de tratamento é de extrema importância para que a 
comunicação se inicie de maneira satisfatória. 
Já pensou começar um e-mail de forma equivocada? Todo o seu conteúdo já estaria 
comprometido, não é mesmo? 
Reparou que a colocação pronominal utilizada em nosso dia a dia é distante da Norma Culta? 
A situação nos mostra que a colocação pronominal é mais um elemento a ser tratado com atenção dentro de uma 
organização. 
Costumamos falar de um jeito e escrevemos de outro, por isso, temos que nos dedicar mais à maneira escrita, mesmo a 
utilizando menos. 
COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS -3 
 
A colocação pronominal se dá em função da posição do pronome em relação ao verbo. Assim temos: 
 
Próclise 
Ocorre quando o pronome vem antes do verbo. Como norma geral, deve-se colocar o pronome átono antes do verbo, 
quando antes dele houver uma palavra pertencente a um dos seguintes grupos, chamados de palavras atrativas . 
 
Veja alguns exemplos: 
 
Palavras Negativas: não, nada, nunca, jamais, nem, nenhum, 
ninguém. 
 
Exemplo: O assessor não lhes forneceu detalhes do projeto? 
Jamais nos afastaremos das promessas de campanha. 
 
Relativas: quem, o qual, que, quanto, cujo, como, onde. 
 
Exemplo: Os homens que se prezam sabem que devem pensar antes no interesse público no que no pessoal. 
O chefe de departamento com quem nos entrevistamos afirmou que o problema está resolvido. 
 
Interrogativas: quem, (o) que, qual, quanto(a)(s); como, onde, quanto. 
 
Exemplo: Quem nos apresentou o projeto? 
Quanto tempo se perde! 
 
Conjunções subordinativas: quando, se, como, porque, que, enquanto, embora, logo que etc. 
 
Exemplo: Quando me despedia do chefe da divisão, falei que não estava satisfeita. 
 
Se eles se dispusessem ao diálogo... Logo que o vi, falei que era melhor conversarmos. 
Ênclise 
Ocorre quando o pronome vem no meio do verbo. As formas verbais do infinitivo pessoal, do imperativo afirmativo e do 
gerúndio exigem a ênclise pronominal. 
 
Veja: 
Cumpre comportar-se bem. 
Essas ordens devem cumprir-se rigorosamente. 
Aqui estão as ordens: cumpra-as. 
Aventurou-se pelo desconhecido, afastando-se dos objetivos iniciais. 
 
Mesóclise 
Ocorre quando o pronome vem depois do verbo. Na Mesóclise usa-se o pronome no meio da forma verbal, quando esta 
estiver no futuro simples do presente ou do pretérito do indicativo. 
 
Exemplo: 
Quando for possível, transmitir-lhes-ei mais informações. 
Ser-nos-ia útil contar com o apoio de todos. 
 
Casos Especiais 
A inflação havia-se aproximado (nunca: *havia aproximado-se) de limites intoleráveis. 
Jamais nos tínhamos enfraquecido (e não: *tínhamos enfraquecido-nos) tanto. 
Tê-lo-ia afetado (e não *Teria afetado-lhe) o isolamento constante? 
 
Nas combinações de verbo pessoal (auxiliar ou não) + infinitivo, o pronome átono pode 
ser colocado antes ou depois do primeiro verbo, ou depois do infinitivo. 
 
Devemos-lhe dizer a verdade. Ou Nós lhe devemos dizer a verdade. ou, ainda Devemos dizer-lhe a verdade. 
Podemos notar com facilidade que a próclise com o infinitivo é própria da linguagem oral ou escrita informal: 
COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS -4 
 
Devemos lhe dizer... 
Portanto, devemos evitar esta colocação na redação oficial. 
Se, no caso mencionado, houver palavra que exige a próclise, só duas posições serão possíveis para o pronome átono: 
Antes do auxiliar (próclise) ou depois do infinitivo (ênclise). 
Não lhe devemos dizer a verdade. 
Não devemos dizer-lhe a verdade. 
 
Já é possível perceber que é preciso ter muito cuidado com prováveis erros cometidos durante o ato comunicacional, 
principalmente em relação ao emprego dos pronomes, não é mesmo? 
 
Durante o almoço, o gerente de vendas recebe em seu celular a seguinte mensagem: 
 
“Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h.” 
Durante o almoço, o gerente de vendas recebe em seu celular a seguinte mensagem: 
“Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h.” 
Durante o almoço, o gerente de vendas recebe em seu celular a seguinte mensagem: 
“Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h.” 
Imediatamente ele ligou para sua secretária e pediu que ela preparasse tudo para a tal reunião, que organizasse a mesa, 
providenciasse mais algumas cadeiras, café e água. 
15h em ponto, lá estava ele à espera, mas o Diretor tão pontual ainda não havia chegado. 
 
Às 15:30h toca o telefone. Era o diretor que de imediato perguntou: 
 
― Onde você está? Está atrasado para a reunião! 
Só então ele entendeu que o “seu escritório” não era o dele próprio, mas sim o do diretor. 
 
Não foi demitido, mas foi obrigado a ouvir algumas “belas” palavras, por não ter percebido a ambiguidade da mensagem. 
 
É óbvio que quem escreveu a frase também não tinha notado a ambiguidade. Para o autor, que sabia onde seria a reunião, 
a frase estava “claríssima”: 
 
“Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h” . 
 
(= no escritório dele, do diretor) 
O gerente, por sua vez, ao ler a frase, também não percebeu o duplo sentido. Para ele, a mensagem também estava clara: 
 
“Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h”. 
 
(= no seu próprio escritório) 
Essa situação comprova o “perigo” das ambiguidades na comunicação interna ou externa das organizações. 
 
Frases ambíguas podem ser interessantes e curiosas, e até muito úteis, na publicidade. Para fazer piadas, então, são 
excelentes. Porém, fora desse meio, podem gerar muitos problemas. 
 
É interessante observar que na frase ambígua da mensagem não havia erro gramatical. 
 
O pronome possessivo seu é de 3ª pessoa e permite perfeitamente a dupla interpretação: 
 
Seu = dele (de quem se está falando = o diretor) 
 
ou 
 
Seu= de você (com quem se está falando = o receptor da mensagem). 
 
Portanto, cuidado ao utilizar o pronome possessivo SEU! 
 
 
COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS -5 
 
Crase >> a+a= à 
 
Quem nunca teve dúvida em relação à crase? 
 
Você já ficou com raiva por um detalhe tão pequeno fazer tanta diferença? 
 
Martim César, no poema A navalha do censor, retrata bem o distanciamento que mantemos da crase, muitas vezes, por 
medo de utilizá-la de forma errada. 
 
A navalha do censor 
Martim César 
Em princípio parecia ser somente um acento inofensivo 
Um mero traço no papel, meio inclinado e um tanto fino 
Quiçá uma mesura ofertada a algum vocábulo feminino 
Ou uma lágrima escorrendo sobre um amor substantivo 
 
Porém era grave o tal acento, e bem mais grave o seu motivo 
(e esse ser „grave‟ me dá medo desde os tempos de menino) 
Se fosseagudo feito um dente, cortando a carne e incisivo 
Não seria tão daninho, nem tão crucial ao meu destino 
 
Mas um acento assim inverso, em uma avessa trajetória 
(Tal qual navalha de censor, que sem pudor, a tudo arrase) 
Chegou assim ceifando tudo e mudou o rumo desta história 
 
Fez naufragar o meu poema ― e vejam só ― que triste fase! 
Era um poema que eu sonhei ver florescer cheio de glória 
Mas sucumbiu a ver navios (pobre de mim!)... maldita crase! 
Agora que você já compreendeu o que é a crase e a sua utilidade, vamos analisar os casos em que ela é necessária, 
começando pelos princípios básicos. 
 
Clique nas abas abaixo para navegar pelas regras de uso da crase. 
 
OBRIGATÓRIO 
 
Nome de lugares que admitem artigo 
Ex: Vou à Bahia 
 
Antes de pronomes demonstrativos: AQUELE (s), AQUELA (S), AQUILO 
Exemplo: Falamos àquele que nos impediu de entrar. 
 
Nas locuções formadas por nomes femininos: 
Exemplo: Primeira rua à direita. 
 
Com objetos e complementos nominais femininos: 
Exemplo: Vamos assistir à próxima sessão. 
 
Nas expressões que indicam o número de horas: 
Exemplo: Chegarei às cinco horas. (adjunto adverbial). 
 
USO IMPRÓPRIO 
Não se usa o acento grave indicativo da crase nos casos a seguir. 
 
Diante de palavras masculinas: 
Exemplo: Vou a pé. 
A título de curiosidade, qual o nome dele? 
 
COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS -6 
 
Antes de verbo: 
Exemplo: Saiu a passear. 
Refiro-me a comer bem, do bom e do melhor. 
 
Antes de palavras de sentido indefinido, o que inclui substantivos femininos usados em sentido genérico ou indeterminado 
(sem artigo). 
Exemplo: Referi-me a cidades de São Paulo. (algumas cidades) 
mas 
Referi-me às cidades de São Paulo (todas ou as cidades específicas) 
 
Quando a preposição a precede nome no plural: 
Exemplo: O presidente condena a ação da ONG em relação a crianças abandonadas. 
 
Nas expressões de palavras repetidas: gota a gota, frente a frente: 
Exemplo: Encontramo-nos frente a frente. 
 
Antes de pronomes que não admitem artigo: 
Exemplo: Dirija-se a Sua Excelência. 
Dirija-se a ela. 
Dirija-se a quem quiser. 
Dirija-se a certa pessoa. 
Antes do artigo UMA. 
 
Antes do artigo UMA. 
Exemplo: Fui a uma festa. 
 
Antes de numerais cardinais, desde que se refiram a substantivos usados em sentido indeterminado. 
Exemplo: Vi oito pessoas. (sentido indeterminado) / Refiro-me a oito pessoas. 
 Vi as oito pessoas. (sentido determinado) / Refiro-me às oito pessoas. 
 
CRASE FACULTATIVA E CASOS ESPECIAIS - > 
 
Os casos especiais de crase são: 
Com as palavras CASA, TERRA (no sentido de chão firme) e DISTÂNCIA, só haverá crase se essas palavras estiverem 
especificadas. 
 
Exemplo: Voltamos a casa. 
Voltamos à casa de Maria. 
Os marinheiros, assim que o navio atracou, voltaram a terra. 
Os marinheiros voltaram à terra familiar. 
Vejo bem a distância. 
 
A crase é facultativa antes de nomes de mulheres. 
Exemplo: Refiro-me a Maria (ou à Maria). 
 
Depois da preposição ATÉ: 
Exemplo: Fomos até a praia (ou até à praia). 
 
Antes de pronomes possessivos femininos no singular: 
Exemplo: Dei um presente a (ou à) minha amiga. 
 
 
 
 
 
 
 
COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS -7 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veja alguns exemplos: 
 
• Refiro-me à mulher (ao homem) / às mulheres (aos homens). 
• À proporção que (ao passo que) estuda, mais se sente recompensado. 
• Esta caneta é igual à que comprei. (= Este lápis é igual ao que comprei) 
• A mulher à qual me referi... (= O homem ao qual me referi...) 
• Esta caneta é semelhante à tua, à nossa, à dele. (= Este lápis é semelhante ao teu, ao nosso, ao dele.) 
• Estou apto àquela (= a essa) tarefa, àquele (= a esse) trabalho, àquilo (= a isso). 
• Dirigi-me às duas amigas. (= aos dois amigos) 
• Pedi livros à senhorita Antônia e à senhora Maria. (Pedi ao senhor José) 
• Obedeci à Maria. (= Obedeci ao José) 
• O jogo será às três horas. (ao meio-dia) 
• Estudei naquele colégio da 2ª à 6ª série. (do 2º ao 6º ano) 
 
A pontuação também é assunto de suma importância no que diz respeito à comunicação. E isso, lógico, inclui a comunicação 
nas empresas. 
 Quando falamos, usamos recursos que ajudam nosso interlocutor a compreender o conteúdo da mensagem que queremos 
transmitir, não é mesmo? 
 Por não haver essa possibilidade na linguagem escrita, utilizamos uma série de sinais gráficos ― chamados de sinais de 
pontuação ― que reproduzem os recursos da fala. 
Apesar de existirem regras que nos auxiliam a pontuar, não é possível fixar todas as normas que envolvem o emprego dos 
sinais de pontuação, pois, muitas vezes, há razões de ordem subjetiva, isto é, pessoal, que determinam sua utilização. 
 O estilo do autor, sua intenção e a criatividade acabam interferindo nesse aspecto, sem configurar necessariamente um erro 
gramatical. 
 Porém, no mundo empresarial, as regras não são tão flexíveis. Dessa forma, precisamos compreender o que é aceitável e o 
que não é em relação à pontuação. 
Veja a situação abaixo 
Um homem rico estava muito mal. Antes de morrer, já com bastante dor, pediu papel e caneta, e escreveu assim: 
Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres. 
Com base no que o homem escreveu, descubra para quem ele deixou a sua fortuna. 
quem será o herdeiro? 
 O Sobrinho 
 A Irmã 
 O Alfaiate 
 Os Pobres 
 
 
A verdade é que, diante da escrita do homem rico da história, não há como saber quem é o herdeiro de fato e de direito. 
Assim é a vida. Nós é que colocamos as pontuações. E isso faz toda a diferença. 
Saber a função de cada elemento da pontuação é muito importante, por exemplo: os pontos, as vírgulas e os pontos-e-
vírgulas nos ajudam a marcar pausas e a mostrar ao nosso leitor quais são os elementos principais da frase e as informações 
complementares. 
Já o ponto de exclamação e o de interrogação, por exemplo, têm a função de marcar a melodia, a entonação da fala. 
Se tomarmos as regras de pontuação indicadas nas melhores gramáticas de língua portuguesa e procurarmos verificar se os 
textos modernos as seguem, constataremos de imediato a enorme distância que vai da norma ao uso. 
 De fato, os sinais de pontuação, particularmente a vírgula, têm hoje emprego bastante elástico, de difícil precisão. 
 
Porém, não é por isso que cada um fará de um jeito. Apesar de seguir os estilos dos autores, existem algumas regrinhas 
básicas que devemos aplicar na hora de escrever. 
 
COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS -8 
 
Veja agora outro exemplo de problema de compreensão, causado pela falta de pontuação: 
“Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria se rastejando à sua procura.” 
 
Aqui teríamos uma questão de gênero e não só de pontuação, clique nas caixas e confira: 
 Se, Homem >> “Se o homem soubesse o valor que tem, a mulher andaria se rastejando à sua procura.” 
 
 Se, Mulher >> “Se o homem soubesse o valor que tem a mulher, andaria se rastejando à sua procura.” 
 
A VÍRGULA 
 
 A vírgula pode ser uma pausa. Ou não. 
Não, espere. 
Não espere. 
 
 A vírgula pode criar heróis. 
Isso só, ele resolve. 
Isso, só ele resolve. 
 
 Ela pode forçar o que você não quer. 
Aceito, obrigado. 
Aceito obrigado. 
 
 Pode acusar a pessoa errada. 
Esse, juiz, é corrupto. 
Esse juiz é corrupto. 
 
 A vírgula pode mudar uma opinião. 
Não quero ler. 
Não, quero ler. 
 
UMA VÍRGULA MUDA TUDO. 
 
Não, espere. Não acabou. Ainda falta uma reflexão para você ficar craque em pontuação. 
Reza a lenda que no Pará houve um levante popular.O comandante das forças armadas telegrafou ao Presidente da República relatando o fato e, no fim, perguntou: reajo? 
 
O Presidente respondeu assim: 
 
― Não, tenha ponderações. 
 
O telegrafista esqueceu a vírgula. Em razão disso, morreram várias pessoas. 
 
Como vimos, a falta de entendimento linguístico pode causar muitos danos a uma organização ou até mesmo à humanidade. 
 
Saber se comunicar no ambiente de trabalho e em sua vida íntima é muito importante. Por isso, aproveite e comece a 
colocar em prática tudo o que foi aprendido nesta aula. 
 
Aula 3: Como Evitar os Desvios Sintáticos 
 
Nesta aula vamos esmiuçar os vícios de linguagem cometidos no cotidiano da prática discursiva ― seja na modalidade 
escrita, seja na oral. 
Serão explorados o arcaísmo, o cacófato, o solecismo, o estrangeirismo e o pleonasmo, vícios de linguagem que 
comprometem a coerência de um texto. 
Vamos verificar também que as frases mal construídas, muitas vezes, não são percebidas pelos seus emissores, já que estes 
conhecem o teor da mensagem. Em contrapartida, o destinatário da informação recebe-a truncada e com dificuldades de 
decodificação. 
COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS -9 
 
Para contextualizar esses problemas, serão utilizados textos de natureza empresarial. 
 
Comunicação Empresarial em: 
 
Mensagem não eficiente 
 
O que tenho para fazer agora? 
Lembrei! Tenho que enviar um e-mail apresentando o novo funcionário. 
 
Prezados, boa tarde. 
 
Trago aos senhores notícias alvissareiras: nesta data presente, um novo representante de nossa organização os frequentará 
semanalmente. Apresento assim o Sr. Moacir Franco, exímio profissional nesse campo de atuação. 
 Nosso representante anterior, Sr. Jeff Campos, foi transferido para as tranquilas terras do Prata e não poderá continuar 
tendo com V.Sas. 
 O Sr. Moacir Franco, temos convicção, desenvolverá o trabalho junto a V.Sas. com o dinamismo necessário ao 
acompanhamento de suas demandas. 
 Assim, rogamos encarecidamente que V.Sas. recebam-no da forma amistosa como costumam fazê-lo. 
 Com agradecimentos, subscrevemo-nos. 
Laura Aguiar 
 
Após a leitura do e-mail... 
 
...Funcionários confusos 
 
- Marcos, você já leu o comunicado que a secretária Laura nos enviou hoje? Não consegui entender. 
- O texto está em linguagem muito antiga, mas vou conversar com ela e ajudá-la a refazer o e-mail. 
 
- Laura, a comunicação neste e-mail pode ser melhorada. É preciso escrever de forma clara, fazendo com que todos os 
funcionários da empresa entendam. Podemos fazer assim... 
 
Prezados, 
 
Informamos que a partir desta semana haverá uma alteração no quadro de representantes. 
O Sr. Jeff Campos será substituído pelo Sr. Moacir Franco, excelente profissional da área. 
Vamos dar-lhe as boas-vindas e auxiliá-lo no acompanhamento das demandas. 
Atenciosamente, 
 Laura Aguiar 
 
Começamos a aula ilustrando um exemplo de mensagem não eficiente. 
 
Há muitos outros defeitos encontrados em textos empresariais que prejudicam a comunicação. 
 
Esses defeitos, chamados vícios de linguagem, são, segundo o gramático Napoleão Mendes de Almeida, palavras ou 
construções que deturpam, desvirtuam, ou dificultam a manifestação do pensamento, seja pelo desconhecimento das normas 
cultas, seja pelo descuido do emissor. 
 
E, obviamente, algo que deturpa e dificulta a comunicação não deve ser utilizado, não é mesmo? 
 
Arcaísmos são palavras ou expressões que já não são mais usadas. O vício de empregá-las deve ser evitado, pois 
compromete a clareza do texto. 
Não podemos contar que os nossos leitores tenham conhecimentos da história da língua e conheçam um vocabulário que 
não é mais usado. Por isso, o nosso texto deve sempre facilitar o entendimento do público em geral. 
O objetivo da escrita é atingir todos os níveis de leitores. Deste modo, precisamos adequar nosso discurso ao contexto. 
A altiva advocacia me trouxe o espólio do arcaísmo. Nosso arcabouço jurídico é cheio de minudências. Destarte, o excesso 
na linguagem e o alto custo do mesmo nas veredas jurídicas contaminou-me. 
 
COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS -10 
 
Cacófato 
É um acidente fonético, em que as sílabas finais de uma palavra e as iniciais da palavra seguinte formam uma terceira 
palavra de som desagradável e muitas vezes obsceno. 
Veja alguns exemplos: por cada, amo ela, boca dela, vi ela, vou-me já, ela tinha, como as concebo, essa fada etc. 
 O vício de linguagem da cacofonia deve ser evitado tanto na linguagem coloquial quanto na escrita. Além de empobrecer o 
texto, dispersa o seu interlocutor. Com certeza, ele notará o cacófato e deixará de prestar atenção em sua mensagem por 
algum tempo. 
Fiquei famosa aqui na empresa como “Latinha da viela” só porque um dia justifiquei a ausência de uma colega dizendo “Ela 
tinha médico, vi ela marcando.” 
 
Só por isso sou uma viciada em cacofonia? 
Vou ser recriminada por cada palavra que eu falar? 
 
Solecismos 
São os erros que vão contra as normas de concordância, de regência ou de colocação. 
Há três tipos de solecismo. Vamos analisá-los: 
 
Solecismos de CONCORDÂNCIA: 
 
Haviam muitas pessoas no recinto. >>>> Havia muitas pessoas no recinto. 
Fazem três anos que não temos acidentes de trabalho. >>>>> Faz três anos que não temos acidente de trabalho. 
Falta duas horas para o fim do expediente. >>>>> Faltam duas horas para o fim do expediente. 
Aluga-se salas nesse edifício.>>> Alugam-se salas nesse edifício. 
Vende-se ações desta empresa. Fale com o corretor. >>>> Vendem-se ações desta empresa. Fale com o correto. 
Houveram algumas dúvidas na reunião.>>>> Houve algumas dúvidas na reunião. 
 
Solecismos de REGENCIA 
 
Assistirei o filme depois do trabalho >>>>>>> Assistirei ao filme depois do trabalho. 
Sente-se na mesa do estagiário. >>>>> Sente-se à mesa do estagiário. 
Espere um pouco que vou no banheiro.>>>>>> Espere um pouco que vou ao banheiro. 
 
Solecismos de COLOCAÇÃO 
 
Me encaminha aquele e-mail.>>>>> Encaminha-me aquele e-mail. 
Me dá seu telefone?>>>>> Dá-me seu telefone? 
Se preocupou comigo? >>>> Preocupou-se comigo? 
Me faça um favor.>>>>> Faça-me um favor. 
 
Com certeza, você percebeu que pouquíssimas pessoas falam desse jeito, não é mesmo? 
 É comum na linguagem coloquial do Brasil, não podemos negar, iniciar-se a oração com pronome oblíquo átono. Porém, 
mesmo sendo de uso corriqueiro, devemos verificar o nível de linguagem utilizado no discurso para adequarmos o nosso texto. 
 Em contextos formais, que é o caso da comunicação empresarial, preservamos a norma culta, principalmente na 
modalidade escrita. 
O bom é que o corretor ortográfico de seu computador sempre irá lembrá-lo desta regra. 
 
ESTRANGEIRISMO 
 
“ Sou viciado em estrangeirismo, baby. “ 
 
Todos aqui sabem que adoro fast food, curto um happy hour e nunca dispenso um coffee break. 
Estrangeirismo é o processo que introduz palavras de outros idiomas na língua portuguesa. Enquanto essas palavras não 
forem absorvidas em nosso idioma, serão consideradas um vício de linguagem. 
Isso acontece quando fica claro que não há necessidade de recorrer a uma palavra estrangeira para definir algo que possui 
uma palavra em português, que ainda é muito usada. 
 
COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS -11 
 
A maioria das palavras da língua portuguesa tem origem latina, grega, árabe, espanhola, italiana, francesa ou inglesa. Essas 
palavras são introduzidas em nossa língua por diversos motivos: históricos, socioculturais e políticos, modismos ou mesmo por 
causa dos avanços tecnológicos. Porém, enquanto isso não acontece, precisamos nos policiar para evitá-las e preferiras 
palavras que já fazem parte do vocabulário da Língua Portuguesa. 
 
Pleonasmo vicioso 
 
Tautologia ou simplesmente redundância, o Pleonasmo é o vício de linguagem relacionado ao uso de uma expressão 
redundante, isto é, trata-se da repetição desnecessária de um termo ou ideia. 
Por isso, para não se dizer a “mesma coisa” duas vezes, devemos nos expressar de forma atenta e objetiva. 
O meu amigo pessoal disse que sou viciada em Pleonasmo. Foi uma surpresa inesperada essa sua colocação pública na 
frente de todo mundo. 
Fiquei chateada com ele. Minha vontade era entrar dentro da sua sala e desmentir essas mentiras. 
 
Veja abaixo 10 exemplos de Pleonasmo: 
 
 Descer para baixo e entrar dentro 
Se é descer, logicamente é para baixo; e não há a possibilidade de se entrar fora. 
 
 Amigo pessoal 
Amigo só pode ser pessoal. No dicionário “pessoal” é designado também como “conjunto de pessoas com afinidades ou 
interesses comuns; turma, amigos, família (o pessoal lá de casa; o pessoal do clube/do bairro)”. Por isso, trata-se da mesma 
ideia. 
 
 Conclusão final 
A palavra “conclusão” já significa desfecho, arremate. 
 
 Consenso geral 
“Consenso” significa uniformidade de pensamentos, opiniões, etc. já englobando a totalidade dos envolvidos. 
 
 Pequenos detalhes 
Detalhe é cada mínima parte de um todo ou conjunto. Portanto, detalhes já são pequenos, concorda? 
 
 Planos ou projetos para o futuro 
Não fazemos planos para o passado. A não ser que você tenha uma máquina do tempo. 
 
 Surpresa inesperada 
Se é uma surpresa, não se esperava por ela. 
 
 Viúva do falecido 
Não pode haver viúva se não houver um falecido. 
 
 Almirante da Marinha 
Esta patente existe apenas na Marinha. 
 
 Países do mundo 
De onde mais seriam os países? 
 
Outros desvios 
 
Vamos analisar agora outros desvios em relação à sintaxe que, assim como os vícios de linguagem, também podem 
comprometer o processo de comunicação. 
Veja agora alguns exemplos de dificuldades sintáticas relacionadas à formação de frases: 
 
Frases siamesas: Provavelmente você já criou alguma frase siamesa e nem sabe. Ela aparece quando começamos a 
escrever sem muita atenção e acabamos esquecendo de pontuar ou utilizar conectivos para fazer a ligação entre as frases, 
transformando-as em algo sem sentido. Já aconteceu com você, não é? 
COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS -12 
 
Observe esta frase: 
A garota estava apavorada teria de enfrentar o pai furioso. 
 
Ela é um bom exemplo do que chamamos de frase siamesa, em analogia a irmãs siamesas. 
 
Esse tipo de construção caracteriza-se por apresentar ideias ligadas incorretamente, ou seja, são frases distintas que 
possuem enunciado completo, mas apresentadas como se fosse uma só, por não haver elemento de ligação entre elas, como 
os sinais de pontuação ou os conectivos. 
 
Veja como fica a frase, se eliminarmos o problema: 
 
• Usando sinais de pontuação: 
 
A garota estava apavorada; teria de enfrentar o pai furioso. 
A garota estava apavorada. Teria de enfrentar o pai furioso. 
 
• Usando conectivos coordenativos: 
 
A garota estava apavorada, mas teria de enfrentar o pai furioso. 
A garota estava apavorada, pois teria de enfrentar o pai furioso. 
 
• Usando conectivos subordinativos: 
 
Como teria de enfrentar o pai furioso, a garota estava apavorada. 
A garota estava apavorada porque teria de enfrentar o pai furioso. 
 
 Para evitar esse problema, releia o seu texto, mesmo que seja apenas um breve e-mail, e observe se é necessário pontuar 
ou aplicar conectivos para que o seu leitor compreenda a mensagem com mais facilidade. 
 
Frases segmentadas: Em alguns momentos, principalmente devido à pressa, acabamos construindo frases segmentadas 
que dificultam muito o entendimento da mensagem. 
 
Algo segmentado é algo incompleto, certo? Composto por apenas uma parte do todo, não é? Frase segmentada, portanto, é 
aquela quebrada por pontuações incorretamente, isto é, dividida por uma pontuação que separa enunciados incompletos. 
 
Essas frases resultam em textos sem sentido, gerando a famosa incoerência. 
 
Veja um exemplo: 
Uma orquestra muito harmoniosa. No casamento da minha irmã, ela ficou melhor ainda! 
 
Observe que as frases acima estão separadas incorretamente por um ponto final. Geralmente, esse problema acontece 
quando o escritor imagina que o leitor seguirá a mesma linha de raciocínio pensada por ele no momento em escreveu o texto. 
 
Porém, na verdade, o leitor não tem o mesmo conhecimento do autor sobre aquele assunto. Tem apenas o texto. Por isso, 
este lê, interpreta o que está escrito e não consegue compreender a mensagem. 
 
Para ele, são apenas duas frases sem sentido, que não complementam uma a outra. Cada uma parece tratar de um assunto. 
 
Agora, veja o exemplo pontuado corretamente: 
Era uma orquestra muito harmoniosa e ficou mais ainda no casamento da minha irmã. 
 
OU >> Já achava que era uma orquestra muito harmoniosa, mas no casamento da minha irmã ficou melhor ainda. 
 
Percebeu que antes não era possível chegar a essa interpretação? Parecia que a irmã tinha ficado melhor no casamento, 
não é? E que a informação sobre a orquestra não tinha nada a ver com o casamento. 
 
COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS -13 
 
Por isso, é necessário ter tanto cuidado ao escrever. Quanto mais clareza, melhor. Uma pontuação mal empregada pode 
mudar todo sentido da oração. 
 
Frases centopeicas ou labirínticas: recebem esse nome devido ao seu comprimento, e, por serem muito extensas, 
acabam perdendo a sua ideia-núcleo. 
Um dos mais movimentados e agitados centros financeiros do mundo todo, Zurique, também famosa e conhecida por seus 
gostosos chocolates, cujo sabor é inesquecível, e também mundialmente conhecida por seu comércio especializado em artigos 
caros, finos e requintados, além de possuir uma paisagem de cartão postal, uma das mais belas da Suíça, tem atraído 
ultimamente um grande número de pessoas doentes que decidem pôr à própria vida, na Dignitas, uma ONG que pratica a 
eutanásia legalmente. 
 
Reparou como a compressão foi prejudicada devido ao número extenso de informações? 
 
Procure escrever sentenças mais curtas e divida o conteúdo em parágrafos. Isso fará com que o leitor não perca o foco do 
assunto principal e, dura realidade, não fique com preguiça de ler. 
 
Veja como ficaria o nosso exemplo depois de seguir essas orientações: 
 
A famosa Zurique, uma das paisagens mais belas da Suíça, é conhecida por seus gostosos chocolates, por seu comércio 
especializado em artigos caros, finos e requintados e, claro, por ser um dos mais movimentados e agitados centros financeiros 
do mundo todo. 
 
Além de ter todos esses atributos, ultimamente Zurique tem atraído um grande número de pessoas doentes que decidem 
pôr à própria vida, na Dignitas, uma ONG que pratica a eutanásia legalmente.

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