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Infrações penais

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20.02 | Teoria do Delito | Aula 01
** O delito é algo único. O que vamos fazer esse semestre é dessecar ele para fins meramente didáticos. 
1. Teoria das infrações penais: 
As infrações penais são aquelas proibições dentro do ordenamento em que é aplicada uma sanção penal ao infrator. Então, as infrações penais são infrações que cabe ao direito penal regular (âmbito do direito penal – é aquela proibição que se aplica uma sanção de conteúdo penal). 
Tudo aquilo que o ordenamento brasileiro escolheu criminalizar é encaixado na categoria de infração penal.
O crime é uma das espécies de infração penal.
Visa estudar, sistematizar e desenvolver as normas que tratam dos pressupostos puníveis do delito.
A pergunta que você deve estar se fazendo agora é: Qual é a diferença entre uma infração penal e um delito?
As infrações penais são o gênero que compreende todos os ilícitos de natureza criminal. Ou seja, tudo aquilo que o ordenamento jurídico brasileiro cumina e sanciona com pena (com as diversas espécies de pena que existem), tudo aquilo que o ordenamento brasileiro por meio de critérios de política criminal escolheu criminalizar, escolheu penalizar, é encaixado na teoria de infração penal. Agora, as infrações penais não se confundem com o crime, porque o crime é uma das espécies de infração penal, ou seja, a infração penal é o gênero que engloba também o crime, o crime é uma de suas espécies. E o crime, como veremos adiante, é a espécie mais grave de infração penal.
1.1 Considerações iniciais: Infrações penais são todas as infrações previstas no ordenamento jurídico por normas de conteúdo penal 
- O crime é uma espécie de infração penal (infração penal é o gênero) 
- O Brasil adota um sistema bipartido de infrações penais
a) Crime ou delito (sinônimos): São as infrações penais mais graves; sujeitos à pena de prisão, que pode ser de reclusão ou detenção (Artigo 33 do CP)
A pena de reclusão (se inicia com regime fechado) é a mais grave dentre as penas de prisão e as de detenção (só pode começar no regime semiaberto ou aberto) são mais leves.
b) Contravenções penais: São as infrações penais mais leves; sujeitas à pena de prisão simples (Artigo 6 da lei de contravenções penais)
Obs.: Nem todos os sistemas são bipartidos. A França é tripartido (crime, delito e contravenções penais)
Obs.2: No projeto de alteração do CP, há a possibilidade de exclusão das contravenções penais como um tipo de infração penal, transformando o sistema bipartido em único.
Obs.3: A distinção de crime e contravenção penal se dá pelo grau de gravidade. Essa diferença é definida pelo legislador em um determinado momento histórico, de acordo com o grau de ofensividade daquela conduta naquele momento.
2. As infrações penais: sistema bipartido de infrações penais (Brasil):
As infrações penais no Brasil se dividem em duas. 
As suas espécies são:
2.1 Crimes ou delitos: palavras sinônimas
São infrações penais mais graves, que estão sujeitos a pena de prisão que pode ser detenção ou reclusão (reclusão é mais grave que a de detenção).
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
2.2 Contravenções penais:
Decreto-lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941:
Art. 5º As penas principais são: Ver tópico (543 documentos)
I - prisão simples. 
II - multa. 
Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime semiaberto ou aberto. 
Outra espécie de infração penal só que mais leves. Dessa forma, a diferença entre crime ou delito e contravenções penais é a diferença de grau. Crime ou delito a infração é mais grave e atinge bens jurídicos mais importantes ou atinge de forma mais grave. Já as contravenções penais, são as infrações mais leves. 
Justamente por não ter a mesma gravidade do crime ou delito, as convenções penais possuem uma sanção mais leve que é chamada de prisão simples. 
A diferença é que na prisão simples você não tem o mesmo rigor encontrados nas penas de detenção e reclusão. E elas são cumpridas de forma separada da detenção e da reclusão.
Obs₁: Nem todos os países do mundo adotam o sistema bipartido, há países que adotam o sistema tripartido. A diferença na França, por exemplo, acontece nos graus: Crimes (grave) → Delito (intermediário)→ Contravenções penais (mais leve).
Obs₂: o que faz uma determinada conduta ser considerada crime ou delito ou uma contravenção é uma escolha do político criminal, pois é ele que seleciona o que é mais grave em determinado contexto social.
Obs₃: tramita no congresso o anteprojeto do código penal brasileiro, nesse anteprojeto as infrações penais são unificadas, ou seja, o anteprojeto acaba com as contravenções penais.
Obs₄: Terminologia: infração penal de menor potencial ofensivo → não é a mesma coisa de contravenção penal. Pois, quando falamos dessa infração estamos falando globalmente (todas as infrações que tenham o potencial penal ofensivo menor que as demais). Infração penal de menor potencial ofensivo são todas as contravenções penais e todos os crimes com pena máxima de dois anos.
Essas infrações penais tem um tratamento distinto feito pelo ordenamento, pois ela tem um processo especifico que deve ser seguido. Lei 9099/95.
É diferente de infração penal de menor potencial ofensivo, já que estas englobam todas as contravenções penais e os crimes com pena até 2 anos. Existe isso, pois são as infrações que são submetidas a julgamento por um órgão especifico da justiça chamado de juizado especial criminal, pois julgam infrações mais leves, ele é menos burocrático, por isso que esse procedimento só é aplicado as infrações mais leves. Geralmente, o infrator ao final, se condenado, não vai preso, pois utiliza os institutos despenalizadores (restritiva, prestação de serviços etc.) são infrações mais toleráveis pela sociedade.
3. Conceito de crime
Não é definido pelo CP. Fica a critério da doutrina.
3.1 Conceito formal
Crime é tudo aquilo que a lei prevê como tal, ou seja, tudo aquilo que a lei trás uma definição de que é crime. A estrutura sempre é bipartida, ou seja:
Art. 121. Matar alguém -> o que é a conduta proibida, preceito primário incriminador.
Pena – reclusão, de seis a vinte anos -> previsão de uma sanção, preceito secundário, só se aplica a quem viola o conceito primário.
Primeiro o que é o crime e depois qual é a pena que se aplica a quem comete esse crime.
O conceito não está errado, pois existe o principio da legalidade, que diz que não há crime nem pena sem previa cominação legal, ou seja, não pode falar em crime sem lei anterior, a lei tem que ser em sentido formal (aprovada e discutida pelo parlamento da união), taxativa e anterior ao fato. Ele não diz os pressupostos que precisa verificar no fato concreto, ou seja, as características que o fato concreto tem que ter para violar a lei. Não nos diz quando podemos ter certeza que houve uma violação da lei.
3.2 Conceito material
Crime é uma violação a um interesse social relevante. Basicamente está atrelada a ideia de que o direito penal existe para a proteção subsidiaria de bens jurídicos, ou seja, a função do direito penal e a intervenção mínima do direito penal (interferir quando for extremamente grave etc.).
Muito importante, pois indica que nem tudo pode ser crime, tem que ter uma lesão a um bem jurídico relevante e um interesse social que deve ser resguardado.
Não diz em que situação concreta pode dizer que houve o fato,é importante, mas não é completo. 
3.3 Conceito analítico (utiliza mais)
Decompõe o delito em elementos menores axiologicamente ordenados e estruturados, os quais uma vez presentes na situação concreta permitem concluir pela existência de um delito.
Decompõe para identificar o que existe na situação concreta -> Zaffaroni.
Os elementos são um todo ordenado, decompõem-se apenas didaticamente para uma melhor compreensão.
3.3.1Tipicidade:
Qualidade que se atribui a um determinado fato, quando este reúne os elementos objetivos e subjetivos do tipo penal previsto em lei.
O fato é típico quando possui um sujeito previsto em lei, que realiza uma conduta incriminada na lei que produz um determinado resultado que a lei proíbe.
Esse sujeito que violou a lei realizou porque quis (culposamente), pois assumiu o risco (dolo eventual) ou, teve um descuidado (dolosa).
Atributo do fato criminoso.
Para que a conduta humana seja considerada crime, é necessário que se ajuste a um tipo legal (permissivos ou justificadores ou incriminadores).
É a correspondência entre a conduta na vida real e o tipo legal de crime constante da lei penal.
3.3.2 Ilicitude:
Contradição entre a conduta e o ordenamento jurídico, pela qual a ação ou omissão típica tornam-se ilícitas.
Se um fato não é típico, não há relevância quanto a sua ilicitude, pelo principio da reserva legal, não estando descrito como crime, cuida-se de irrelevante penal.
Todo fato penalmente ilícito é típico.
Ex: o ordenamento tolera legitima defesa -> exclusão de ilicitude.
Ex2: deixar o filho de castigo -> privar liberdade -> exercício regular do direito de educar.
Ex3: policial invadindo casa de alguém com mandado judicial -> pode utilizar força -> agindo no estrito cumprimento do dever legal dele.
Atributo do fato criminoso.
3.3.3 Culpabilidade:
Ocorre quando o sujeito reúne todos os requisitos para ser juridicamente reprovado pelos seus atos.
A culpabilidade é a possibilidade de considerar alguém culpado pela prática de uma infração penal. 
Costuma ser definida como juízo de censurabilidade e reprovação exercido sobre alguém que praticou um fato típico e ilícito.
Trata-se do pressuposto para imposição de pena.
Para censurar quem cometeu um crime, a culpabilidade deve estar necessariamente fora dele.
Ao se chegar à culpabilidade, já se constatou ter ocorrido um crime.
Afere-se apenas se o agente deve ou não responder pelo crime cometido. 
Não poderá haver a exclusão do dolo e da culpa ou ilicitude nessa fase.
Ex1: doente mental -> voz diz que você é uma ameaça -> ele te mata -> cometeu um fato típico -> cometeu um fato ilícito -> não reúne os requisitos para ser juridicamente reprovado pelos seus atos -> hospital para ser tratada -> não comete crime apesar de ser aplicada uma sanção.
Ex2: menor de idade -> responde pelos seus atos conforme uma legislação específica -> estatuto da criança e do adolescente -> não comete crime -> crime é pressuposto de quem pode ser reprovado pelos seus atos.
3.3.4 Punibilidade:
São as condições que permitem ao estado aplicar uma pena.
Ex: o Estado não pode punir uma pessoa por um homicídio no tempo que ela quiser aplicar a pena depois de 50 anos. Então a pena prescreveu (decurso do tempo aliado a inércia do Estado).
Considerações quanto ao crime:
Doutrina Maioritária: Tipicidade, a ilicitude e a culpabilidade.
Doutrina Minoritária: Tipicidade, ilicitude, culpabilidade e punibilidade.
Professora Ilana prefere o quadripartido (tipicidade, ilicitude, culpabilidade e punibilidade), mas não é o que defende a maioria.
Outra doutrina minoritária: Tipicidade e ilicitude. Segundo eles, a culpabilidade seria controversa, pois diz respeito apenas ao agente, não ao fato. A punibilidade a mesma coisa, ou seja, se o estado poderia ou não aplicar algo àquela situação.
		Marianna Oliva

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