Buscar

BRASIL COLONIAL RESUMO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito no Brasil Colonial
Em 1139, Portugal venceu a Batalha de Ourique e tornou-se independente das dinastias espanholas. A partir daí, se inicia o direito português. Os forais e as leis gerais foram de grande importância para a primeira fase desse período. As primeiras leis gerais foram decretadas no reinado de Afonso II, em 1210, e buscavam a centralização do poder nas mãos da monarquia. No entanto, mesmo com leis que abrangiam todo o país, havia questões locais que eram normatizadas e solucionadas no seu próprio âmbito. Daí a instituição dos forais, que podiam ser caracterizados como miniaturas de constituições políticas na Idade Média. Foi nessa fase que se iniciou a colonização do Brasil.
O Direito no Brasil não surgiu gradualmente, foi imposto pelos colonizadores à sua vontade. A colonização foi um processo cujo único objetivo era ocupar as novas terras, explorar seus bens e escravizar os nativos. A cultura geral e o direito no Brasil Colonial tiveram origem em três etnias ou raças: os indígenas, os negros escravizados e os colonizadores portugueses.
	Os negros e indígenas tiveram uma influência razoável na cultura, contribuindo com costumes, crenças e tradições para nossa identidade nacional. No entanto, em relação ao direito foi diferente: ambos eram tratados como objetos. Já os portugueses – homens brancos –, utilizando-se do posto privilegiado de colonizadores, moldaram o direito às suas concepções e desejos. 
	A Colônia foi dividida em capitanias hereditárias e a cada donatário (semelhante ao senhor feudal) competia as funções de legislar, acusar e julgar, além de administrar. Tal organização deixa claro que, nesse período, a burocratização não existia. Todavia, não demorou muito para que Portugal percebesse que essa forma de administrar a Colônia não teve o sucesso esperado e logo centralizasse a administração da Colônia, nomeando um governador-geral. Com o Governo-geral, os poderes locais foram extintos e foram estabelecidas as ordenações do reino (grandes compilações das leis existentes): as Ordenações Afonsinas (1466), as Ordenações Manuelinas (1521) e as Ordenações Filipinas (1603). A matéria contida nas três Ordenações era a mesma, mas seu conteúdo apresentava as fases evolutivas do aperfeiçoamento da codificação das leis portuguesas.
	A administração da justiça, na primeira instancia, era responsabilidade de diversos operadores jurídicos de competências similares ou muito próximas e de seus auxiliares. O primeiro Tribunal da Relação foi criado em 1587, na Bahia, mas, por uma série de razoes, não chegou a ser implantado. Em 1751, entretanto, foi implantado no Rio de Janeiro mais um Tribunal de Relação. Os Tribunais de Relação correspondiam à segunda instancia. Acima dos Tribunais de Relação só restava a Casa da Suplicação em Lisboa, mas só em casos muito especiais. Em 1808, com a transferência da família real para o Brasil, o Tribunal de Relação do Rio de Janeiro foi transformado na Casa de Suplicação do Brasil e passou a ser considerada como Superior Tribunal de Justiça, para lidar com todos os pleitos de ultima instancia. 
	Para garantir seu domínio, Portugal enviou à Colônia um corpo burocratizado para ocupar cargos públicos, com a premissa de que a relação com a Colônia fosse apenas profissional, pois não era interessante que aqui se formasse uma organização independente de governo que privilegiasse os interesses locais. Contudo, os magistrados que para cá vinham tinham os mesmos interesses das elites e passaram a se envolver em esquemas de corrupção, além de comprar terras e a se casar com nobres. Infelizmente, o Poder Judiciário não representava os interesses de toda a Colônia, mas sim de uma elite.

Outros materiais