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RESUMO CTN COMENTADO O art. 145, III, da CF faculta a U, E, DF e aos M instituir “contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas”. A valorização imobiliária decorrente de obra pública – requisito ínsito à contribuição de melhoria – persiste como fato gerador dessa espécie tributária. E assim deve ser porque se não resulta valorização, isto é, benefício para a propriedade privada, não se pode afirmar que ela possa gerar a contribuição de melhoria. E, como é obra pública, e não serviço, também não pode gerar taxa, porque destinada a todos, cumprindo ser atendida com os impostos gerais. “Sem a valorização imobiliária decorrente de obra pública, não há contribuição de melhoria, porque a hipótese de incidência desta é a valorização, e a sua base de cálculo é a diferença entre dois momentos: o anterior e posterior à obra pública, vale dizer, o quantum da valorização imobiliária.” A referibilidade entre a atuação e o contribuinte se estabelece por intermédio (mediante) da consequência específica da atuação (obra): valorização. A valorização que se liga ao contribuinte, configurando a hipótese de incidência, e não só a obra. Assim, a referibilidade se dá entre a atuação estatal e a sua consequência. Supor diversamente implicaria admitir o absurdo de o Poder Público poder exigir esse tributo mesmo diante de desvalorização do imóvel. O aspecto material da hipótese de incidência enfeixa a valorização imobiliária que tenha por causa a realização de obra pública. A valorização imobiliária, isoladamente, haverá de dar origem a imposto; a atuação estatal é suporte inconteste da taxa. Só a conjunção dos dois termos é que dá origem à criação da contribuição de melhoria. A contribuição de melhoria é um tertium genus precisamente porque conjuga um elemento próprio de imposto com outro próprio de taxa. Frisa-se que para a instituição do presente tributo, os entes estaduais e municipais devem respeitar os limites territoriais. O momento escolhido como aspecto temporal da hipótese de incidência legal seja, sempre, posterior à ocorrência da valorização imobiliária causada por obra pública, isto é, posterior a finalização da obra. Não há obrigação tributária sem a ocorrência do fato gerador. O sujeito ativo da contribuição de melhoria é, em regra, o ente político-constitucional que executa a obra pública geradora de valorização imobiliária. Já o sujeito passivo é o proprietário do imóvel valorizado por força da realização de obra pública. Destaca-se que , em virtude do princípio da capacidade contributiva, poderão ser erigidos como contribuintes, além dos proprietários, o titular do domínio útil, o usufrutuário e o compromissário-comprador imitido na posse. Ademais, convém ter presente que a CF, ao fixar imunidade recíproca entre U, DF, E e M e limita-la à espécie imposto, permite que estas esferas sejam, reciprocamente, tributadas. A base de cálculo desse tributo há de ser a variação positiva no valor do imóvel, determinada pela realização de obra pública. Como curial, se a hipótese de incidência desse tributo é a valorização imobiliária, a base de cálculo só pode ser a medida dessa valorização. Jamais o custo da obra, que com ela (valorização) não é compatível. Frisa-se que nenhum contribuinte pagará mais do que o acréscimo de valor ganho pelo imóvel, pois a alíquota deverá ser fixada até esse teto. Só a lei pode definir a alíquota dos tributos. “O aspecto quantificativo, com seu fundamento econômico, apontará o valor do tributo a ser pago. Para tanto, divide-se ele em dois elementos, mais precisamente: a base de cálculo, elemento econômico global, mensurando o fato gerador e a alíquota ou critério de rateio, elemento econômico individual, representando o valor do gravame”. Conforme Ives Gandra Martins: “a contribuição de melhoria é o tributo mais justo, posto que apenas pagam os que têm benefício com a obra. E o poder tributante tem a faculdade de exigi-la ou não, podendo dispensa-la sempre que incidir sobre propriedades de bairros periféricos ou de pessoas de baixa renda”.
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