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A BASE DE CÁLCULO DE PIS/COFINS NOS DIFERENTES REGIMES Fabiana Del Padre Tomé Doutora pela PUC/SP Professora na PUC/SP e IBET Diversos regimes de apuração, mas o mesmo tributo COFINS: art. 195, I, b, da CF Incide sobre faturamento ou receitas auferidas. PIS: art. 230 da CF Incide sobre faturamento ou receitas auferidas. Monofasia X Plurifasia Cumulatividade X Não-cumulatividade • Monofásico: tributo cuja regra-matriz de incidência seja prescrita a apenas uma fase do processo produtivo/mercantil • Plurifásico: tributo cuja incidência se dê em cada um dos estágios da cadeia de produção/mercantil. • Cumulativo: tributo em que é vedado o aproveitamento de créditos. • Não-cumulativo: tributo em relação ao qual se aplica a regra-matriz do direito ao crédito. 1.Cumulativo A1 Incidência do tributo monofásica Vedação à apuração do crédito B1 Incidência do tributo plurifásica Vedação à apuração do crédito 2.Não-cumulativo A2 Incidência do tributo monofásica Permissão para apuração do crédito B2 Incidência do tributo plurifásica Permissão para apuração do crédito Entre o PIS-COFINS cumulativos e o PIS-COFINS não-cumulativos RMI Tributária: Dado o fato de haver faturamento, deve ser o pagamento, à União, de tributo (PIS e COFINS) equivalente a 0,65% e 3% do faturamento auferido. RMI de Crédito: não há RMI Tributária: Dado o fato de haver receita, deve ser o pagamento, à União, de tributo (PIS e COFINS) equivalente a 1,65% e 7,6% da receita auferida. RMI de Crédito: Dado o fato da aquisição de bens, serviços e a realização de despesas, deve-ser o direito do contribuinte ao abatimento, do montante da contribuição devida, de 1,65% e 7,6% calculados sobre o valor daqueles bens, serviços e despesas. Norma de compensação do crédito da não-cumulatividade “Dado o fato de existirem duas relações obrigacionais contrapostas, sendo que em uma o contribuinte é detentor do créditos de PIS-COFINS relativo às despesas em que incorreu, e em outra a Fazenda Pública Nacional é possuidora do crédito tributário de PIS-COFINS” (hipótese), então deve- ser “o direito do contribuinte de exigir a redução do crédito tributário de PIS-COFINS por meio da compensação com o crédito contra a Fazenda Pública Nacional, e o correspondente dever do Fisco de submeter-se a esse encontro de relações” Monofasia e não-cumulatividade Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. (...) § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: (...) IV - de venda dos produtos de que tratam as Leis nº 9.990, de 21 de julho de 2000, nº 10.147, de 21 de dezembro de 2000, e nº 10.48, de 3 de julho de 2002, ou quaisquer outras submetidas à incidência monofásica da contribuição; Lei 10.865/2004 (art. 21): • Alterou o art. 1º, § 3º, das Lei 10.37/02 e 10.833/03, revogando o então inciso IV, que excluía as receitas submetidas ao sistema monofásico do regime não- cumulativo. • A incidência monofásica não exclui a não-cumulatividade. Mas permaneceram as vedações... • Leis nº 10.637/02 e 10.833/03 (art. 3º, I, “b”): • vedavam ao contribuinte sujeito à incidência monofásica o crédito em relação aos bens adquiridos para revenda, tanto em sua redação original, quanto na determinada pela Lei nº 10.865/04. A manutenção do crédito foi prevista • Lei nº 11.033/04 (art. 17): • prescreveu não haver impedimento à manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados às operações com alíquota zero (monofásico). Lei n° 11.116/05 (art. 16): regulamentou a forma de aproveitamento do saldo credor decorrente da manutenção do crédito pelos contribuintes sujeitos ao regime monofásico “Na espécie, o valor da aquisição no mercado interno, por comerciante varejista, de veículos e autopeças de que trata a Lei nº 10.485, de 2002, e alterações posteriores, para revenda sujeita à alíquota zero, não gera direito a créditos para determinação da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS a pagar no regime não-cumulativo. Inaplicável ao caso o disposto no art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004, que prevê a manutenção de créditos vinculados às vendas efetuadas com exoneração da contribuição, tendo em conta que o art. 3º, I, “b”, da Lei nº 10.637, de 2002, e alterações, que veda expressamente a apuração de créditos em relação aos produtos ditos monofásicos, não foi revogado, ainda que tacitamente.” (SRRF – 4ª Região – Processo de Consulta nº 04, de 20 de março de 2007) • STJ, REsp 1140723, de 02/09/2010: • O dispositivo seria aplicável especificamente aos contribuintes integrantes do regime especial de tributação denominado REPORTO. • Argumentos contrários: • No art. 17 não há referência ao REPORTO. • A ementa da Lei remete a vários assuntos, como aspectos gerais da contribuição ao PIS e da COFINS. • A exposição de motivos da MP 206, que deu origem ao art. 17 da Lei 11.033/04, consigna que suas disposições visam a “esclarecer dúvidas relativas à interpretação da legislação da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS”, evidenciando seu caráter de norma geral. Créditos de custos, despesas e encargos • IN RFB 1.300/2012 (redação dada pela IN RFB 1.425/2013): Art. 27. Os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurados na forma do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 , e do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003 , que não puderem ser utilizados no desconto de débitos das respectivas contribuições, poderão ser objeto de ressarcimento, somente após o encerramento do trimestre- calendário, se decorrentes de custos, despesas e encargos vinculados: (...) II - às vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência; “ • INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. VENDAS EFETUADAS COM ALÍQUOTA ZERO. COMERCIANTE ATACADISTA OU VAREJISTA DE CERVEJAS, ÁGUAS E REFRIGERANTES. INEXISTÊNCIA DE DIREITO DE CRÉDITO NA AQUISIÇÃO. MANUTENÇÃO DE CRÉDITOS RELATIVOS A INSUMOS. Em razão da técnica legalmente implementada de tributação concentrada nos fabricantes e importadores de cervejas, águas e refrigerantes, as receitas auferidas pelos comerciantes atacadistas e varejistas com a venda desses produtos são submetidas à alíquota zero da Cofins, sendo expressamente vedado, de outra parte, o aproveitamento de créditos em relação às aquisições desses bens. Não obstante, podem ser mantidos os créditos relativos aos bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, respeitadas as exceções e condições previstas na legislação vigente. (SRRF 7ª Região, Solução de Consulta nº 113, de 17 de setembro de 2008) • REVENDA DE PRODUTOS MONOFÁSICOS. CRÉDITOS POSSÍVEIS. INCIDÊNCIA PARCIAL DA NÃO-CUMULATIVIDADE. REVISÃO DO CÁLCULO. COMPENSAÇÃO E RESSARCIMENTO. Na tributação pela sistemática não- cumulativa da Contribuição para o PIS/PASEP sobre a receita proveniente da revenda de produtos sujeitos à tributação concentrada, apesar da incidência de alíquota zero, podem ser descontados créditos referentes aos incisos IV a IX da Lei nº 10.637/2002 e III a IX da Lei nº 10.833/2003 (energia elétrica, aluguel etc.), sendo vedado o desconto de créditos relativos a bens sujeitosà tributação monofásica adquiridos para revenda, a bens e serviços usados como insumo (...) (SRRF 9ª Região Fiscal, Solução de Consulta nº 351, de 28 de setembro de 2007) Base de cálculo e a Lei 12.973/14 • Ingressos: não integram o patrimônio do contribuinte • Receitas: incorporam-se ao patrimônio do contribuinte (receitas de terceiros são meros ingressos para o contribuinte; ex: agências de viagens) • Faturamento: resultado da venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços Tentativa de ampliar o conceito de “faturamento” • CF/88: autorizava a tributação do faturamento • Lei nº 9.718/98, de 27/11/98: elegeu como base de cálculo o faturamento, mas o equiparou à totalidade das receitas auferidas. • EC nº 20, de 16/12/98: alterou a redação do art. 195, CF, autorizando tributação da receita. • STF – RE 357.950/RS: O sistema jurídico não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. • STJ – Resp 501.628 PIS e COFINS cumulativos • Lei nº 12.973/14 – “Art. 52. A Lei nº 9.718 de 27.11.1998, passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 3º. O faturamento a que se refere o art. 2º compreende a receita bruta de que trata o art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977.” PIS e COFINS não-cumulativos • Lei nº 12.973/14 – Arts. 54 e 55. Conferem nova redação a disposições das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003: Art. 1º [...] § 1º. Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta de que trata o art. 12 do Decreto-lei nº 1.598, de 26.12.77, e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica com os respectivos valores decorrentes do ajuste a valor presente [...] DL 1.598 – antes da Lei 12.973/14 Art. 12. A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria e o preço dos serviços prestados. § 1º. A receita líquida de vendas e serviços será a receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos concedidos incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas. DL 1.598 – após a Lei 12.973/14 Art. 12. A receita bruta compreende: I – o produto da venda de vens nas operações de conta própria; II – o preço da prestação de serviços em geral; III – o resultado auferido nas operações de conta alheia; IV – as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos incisos I a III. OBRIGADA! fabiana@barroscarvalho.com.br
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