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Conceitos e diferenças do Direito Real

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Conceitos e diferenças do Direito Real, Direito Pessoal e Obrigação "propter rem"
Provêm dos direitos patrimoniais o direito real, também conhecido como “direito das coisas”, e o direito pessoal. 
O direito real representa um complexo de normas regulamentadoras das relações jurídicas correspondentes à coisas que o homem possa possuir, como um apartamento, por exemplo. Vale ressaltar que essas coisas são, de forma ordinária, tangíveis, para que se possa exercer domínio sobre as mesmas. Pode-se dizer que, de forma resumida, que o direito real é aquele que cai sobre as posses. 
Enquanto isso, o direito pessoal responde ao Direito das Obrigações numa forma que trata das relações dos sujeitos passivos e ativos. De forma mais simplificada, o direito pessoal atua necessariamente sobre uma pessoa (caso contrário inexistiria uma relação obrigacional), o devedor (ao contrário do direito real, que atua sobre as posses), que faz a prestação monetariamente. 
A melhor e mais resumida forma de conceituá-los e diferenciá-los é “falar o que o nome já diz”; que o direito real se refere à relação do homem com o objeto, e o direito pessoal se refere à relação pessoal.
É da característica do direito real que seja limitado, ou seja, não permite a criação de novas figuras contratuais que não correspondam à legislação, e é regulado de forma expressa pela norma jurídica; muito ao contrário do direito pessoal, que não possui limites e permite novas criações das já citadas figuras contratuais não correspondentes à legislação. 
Quando se fala sobre o gozo do direito, acerca do direito real, naturalmente ocorre o exercício do direito pelo proprietário do que é seu, por exemplo, cabe ao dono de um carro aproveitar de seu uso. Sob a perspectiva do direito pessoal, o gozo do mesmo necessita de um intermediário (a pessoa obrigada à prestação). 
No que se refere à ação a ser tomada por conta dos que se sentirem violados dentro de seu direito de alguma forma, sob a ótica do direito real, ela ocorre somente contra o sujeito passivo, enquanto no direito real, a “vítima”, por assim dizer, tomará as medidas necessárias a quem possuir o bem de forma indistinta.
Quanto ao objeto, o do direito pessoal será sempre uma prestação do devedor, enquanto o direito real se refere, como já foi dito, à propriedade, ao direito sobre um bem alheio. 
Sobre os danos que o réu pode ter que arcar, o direito real segue seu objeto em qualquer lugar, característico de sua eficácia absoluta. E, interligando-se com o conceito de direito pessoal, o réu deverá pagar com uma prestação ao requerente, sem qualquer envolvimento de terceiros. 
Ao se tratar de usucapião (quando um indivíduo se apropria de algo sem que haja compra do mesmo, e que, caso não haja contestação dentro de um determinado período, se torna de seu direito de apropriá-lo legalmente), por se tratar somente de “coisas”, é de sua natureza que a posse e o abandono somente podem ser aplicados ao direito real.
Percebe-se que, com o que foi dito acima, as diferenças entre o direito real e o direito pessoal são soberbas. Contudo, existem situações extraordinárias que demandam um “consenso” entre eles para que se chegue a uma decisão dentro de um processo judicial. E são dessas ocasiões que surgem as obrigações proptem rem, também conhecidas como direitos intermediários. 
Conceitua-se como obrigações proptem rem toda e qualquer obrigação que se recaia sobre uma pessoa, por força direito real (permitindo então o abandono do bem), porém tendo características tanto do direito real quanto do pessoal, uma vez que essa pessoa fica sujeita ao pagamento de certa prestação e vincula o titular do bem (podendo então envolver terceiros). 
As obrigações proptem rem possuem três características. São elas:
O vínculo a um direito real, ou seja, um determinado objeto que seja de posse do devedor;
A possibilidade de exoneração por parte do devedor pelo abandono do direito real (o abandono da coisa);
O poder de se transmitir a posse por meio de negócios jurídicos. Neste caso, a obrigação recairá sobre o adquirente.
Pode se citar como exemplos o pagamento de despesas de construção de um prédio e do condomínio, ou os direitos de vizinhança, em que um morador de um prédio não é obrigado a modificar a fachada do mesmo.
Concluindo, percebe-se que as obrigações proptem rem então, se encontra exatamente entre o direito real e o direito pessoal, por vincular características únicas de ambos.
ACHADO NÃO E ROUBADO ?
O crime de apropriação de coisa achada. Realmente, achado não é roubado, mas não devolver o objeto encontrado é crime de qualquer maneira. Este crime chama-se “apropriação de coisa achada”, cuja pena é de detenção de um mês a um ano ou multa, de acordo com o art. 169 do Código Penal.
Achado não é roubado?
Realmente, achado não é roubado, mas não devolver o objeto encontrado é crime de qualquer maneira. Este crime chama-se “apropriação de coisa achada”, cuja pena é de detenção de um mês a um ano ou multa, de acordo com o art. 169 do Código Penal.
[Obs.: Se você está estudando para o Exame da OAB, recomendo a leitura do meu artigo: Como passei na OAB – 3 dicas pessoais para passar no Exame de Ordem! (e uma dica bônus)]
Sumário
Achado não é roubado
Encontrei um objeto perdido, o que fazer?
1) Achado não é ROUBADO
Realmente, achado não é roubado, mas não devolver o objeto encontrado é crime de qualquer maneira. Este crime chama-se “apropriação de coisa achada”, cuja pena é de detenção de um mês a um ano ou multa, de acordo com o art. 169 do Código Penal. Veja:
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
Apropriação de tesouro
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;
Apropriação de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias.
O roubo (art. 157 do Código Penal) propriamente dito é outro crime que envolve violência ou grave ameaça, mas não vamos tratar dele aqui.
Mas o que é uma coisa perdida? Coisa perdida é coisa móvel, cuja posse alguém deixa de ter, acidentalmente e que está em local público ou de uso público.
Deve-se deixar claro que coisa esquecida não é coisa perdida! Se você esquecer, por exemplo, seu celular em uma festa (você pode lembrar-se no dia seguinte e voltar lá para busca-lo) e um dos convidados apropriar-se dele, ele estará cometendo o crime de furto, que é bem mais grave que o crime de apropriação de coisa achada. A pena do crime de furto é reclusão, de um a quatro anos, e multa (art. 155 do Código Penal).
Por outro lado, coisa que nunca foi propriedade de alguém antes (coisa de ninguém ou res nullis) e coisa abandonada (res derelictae – coisa que o dono não quer mais, que jogou fora) podem ser apropriadas por quem as encontra (art. 1.263 do Código Civil).
Portanto, quando a coisa é encontrada não se adquire a propriedade devendo-se devolver ao verdadeiro proprietário. Mas, quando se tratar de coisa sem dono ou coisa abandonada, então se adquire a propriedade.
Ou seja, a obrigação de devolver qualquer objeto encontrado na rua ao seu verdadeiro dono não é só um dever moral, é também uma questão jurídica. Da próxima vez que encontrar um objeto perdido, antes de apropriar-se dele, caso seu senso de ética seja falho e insuficiente para fazê-lo devolver o objeto encontrado, pense que esta prática é crime e pode vir a causar-lhe problemas.
2) Encontrei um objeto perdido, o que fazer?
Primeiramente, encontrar um objeto não é crime. Crime é mantê-lo consigo sem intenção de devolver.
O crime de apropriação de coisa achada é um CRIME A PRAZO, ou seja, ele nãose consuma instantaneamente, a lei exige o transcurso de um determinado prazo para sua consumação. No caso do crime em discussão, o prazo é de 15 (quinze) dias.
O Código Civil trata da descoberta nos artigos 1.233 a 1.237 e o Código de Processo Civil, nos artigos 1.170 a 1.176.
Ao encontrar objeto alheio perdido e não conhecendo o proprietário, deve-se entrega-lo à autoridade judiciária ou policial competente no prazo de 15 (quinze) dias. Quem restitui coisa achada tem direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, mais indenização do valor gasto com conservação da coisa e localização do dono.
Após os procedimentos judiciários, caso o proprietário da coisa aparecer, deverá provar que é o dono da coisa. Se o juiz ficar convencido da titularidade mandará entregar a coisa ao proprietário. Mas, se o proprietário do objeto não aparecer, a coisa será avaliada e alienada em hasta pública ("leilão"). Vendido o bem, serão deduzidas as despesas, inclusive com a indenização daquele que achou o bem, e o restante revertido em favor do Município onde o objeto perdido foi encontrado. Não havendo a venda do bem em hasta pública aquele que encontrou a coisa poderá pedir sua adjudicação, ou seja, a propriedade do bem.

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