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Fichamento: ATIENZA - análise de argumentação- Como analisar as argumentações

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ATIENZA- Cap 6- Como analisar as argumentações
- Como analisar uma argumentação jurídica e como avalia-la são operações ex post: Pressupõem uma argumentação já dada. Como argumentar no direito é uma operação ex ante.
-Analisar um texto argumentativo supõe tomar determinadas decisões como, por exemplo, compreender que há uma determinada premissa implícita.
-A avaliação requer um tipo de análise conceitual que não poderia ser qualificada simplesmente como prescritivo, e “como argumentar” é, sem dúvidas, uma pergunta ambígua, que pode ser entendida em termos de “como se deve argumentar”, ou de “como se argumenta de fato”. 
- Análise de argumentação envolve tarefas como: representar os argumentos e as argumentações que os compõem; mostrar quais são os elementos, as partes que podem ser distinguidas em uma argumentação; analisar com detalhe cada uma dessas partes, em particular as que podem ter maior relevância na argumentação. 
- Temos que representar não só a forma, a estrutura da argumentação, mas as próprias razões dadas em uma argumentação ( indicando os tipos, os pesos relativos, etc) e seus elementos pragmáticos.
- Para a teoria ou lógica Standard todas as premissas não supérfluas são dotadas do mesmo valor.
- Melhor modelo de representação dos argumentos é um que tenha uma perspectiva pragmática pois essa perspectiva não é redutora, e portanto permite dar conta também dos elementos formais e materiais da argumentação
> Ex: Esquema de Toulmin e Chart Method de wigmore.
- Método de atienza:
> Neste método, encontra-se tanto o aspecto inferencial – a passagem de uns argumentos a outros –, quanto os tipos de enunciados (a natureza das premissas e seu conteúdo proposicional) e os diversos atos de linguagem que são levados a cabo em cada um desses passos.
> Permite perceber diferenças entre argumentação, argumento e linha argumentataiva:
1: Uma argumentação é o conjunto de passos, atos de linguagem e enunciados que se situam entre a abordagem de uma pergunta inicial – o problema que dá lugar à argumentação – e a resposta fornecida – a solução. 
2: Um argumento é uma razão a favor ou contra uma determinada tese. As argumentações não consistem exclusivamente de argumentos. 
3: Uma linha argumentativa é o conjunto de argumentos orientados em um mesmo sentido – seja para a defesa de uma tese, seja para seu ataque. 
> DESCRIÇÃO DO MÉTODO
O ponto de partida consiste em conceber a argumentação como um fluxo de informações que vai desde a abordagem do problema que suscita a necessidade de argumentar, até a sua solução. Este fluxo pode ser representado mediante linhas (os passos que não são argumentativos, inferenciais) ou mediante setas que indicam se trata-se de um argumento a favor ou contra uma determinada tese. Além destes argumentos, que podem ser chamados de simples, pode-se representar diversos tipos de argumentos complexos. Ou seja, pode ser que se trate de várias razões independentes entre si, ou que estejam ligadas entre si de diversas formas (conjuntiva ou disjuntivamente), pode ser que uma razão ataque ou apoie diretamente uma tese, ou ainda que o ataque ou o apoio faça referência à inferência, na passagem de um enunciado para outro. E a todos esses tipos de relações de inferência podem ser atribuídos pesos variáveis: pode tratar-se de uma inferência dedutiva ou não dedutiva e, neste último caso, seu peso poderia ser maior ou menor. Quanto ao conteúdo proposicional (o elemento material em sentido amplo das argumentações), alguns expressam razões, mas outros não. Isto é, há orações linguísticas que fazem parte de uma argumentação e que no entanto não são um argumento – uma razão – em sentido estrito, por exemplo, uma pergunta. Contudo, além do conteúdo proposicional, o esquema pode dar conta (quando houver interesse) dos diversos tipos de enunciados – de premissas e de conclusões – que estão contidos em uma argumentação jurídica. Tal como assinalado anteriormente, alguns desses enunciados fazem parte do sistema jurídico, e outros não. Os que pertencem ao sistema podem ser de caráter teórico –como as definições – ou prático – como as normas ou os valores. As normas podem ser regras ou princípios etc. Entre os que não fazem parte do sistema, pode-se fazer uma distinção entre enunciados interpretativos, teóricos (da dogmática ou da teoria do Direito),jurisprudenciais, empíricos, valorativos etc.No que se refere à dimensão pragmática, o esquema tenta captar o aspecto ilocutório, isto é, os diversos tipos de ato de linguagem que existem dentro do ato de linguagem complexo em que consiste argumentar. Assim, além do ato de abordar um problema e propor uma solução, tem particular importância as perguntas que o argumentador vai fazendo ao longo do processo argumentativo e que podem ser classificadas, por exemplo, em fechadas ou orientadas (podem ser concebidas como uma disjunção entre dois ou mais membros e cuja resposta – que não é a resposta final – consistirá, portanto, em optar por um deles)ou abertas (a pergunta está formulada de maneira que não estão delimitadas de antemão as respostas possíveis entre as quais deveriam ser escolhidas). Ademais, uma argumentação inclui também suposições, afirmações ou negações. O modelo não permite abarcar todos os aspectos retóricos e dialéticos de uma argumentação (por exemplo, se é utilizada uma linguagem mais ou menos precisa, emocionalmente carregada etc.), mas sim de alguns deles: a ordem da argumentação, a concentração do esforço argumentativo em certos lugares ou momentos e, até certo ponto, a interação dialética que ocorre quando sobre um mesmo problema foram produzidas diversas argumentações.
- Argumentatio é uma fase do debate dialético que funda o esquema anterior
- A análise da motivação de uma sentença exige a consideração de vários componentes. Para entender plenamente a motivação de um juiz frente a um determinado caso, deve-se fazer uma distinção entre vários elementos. Os fundamentais são os 7 seguintes:
1- A narração, os fatos do caso. Ou seja, o que ocorreu no mundo social e institucional e que levou ao surgimento de um problema jurídico.
2- O problema ou os problemas jurídicos a partir dos quais a argumentação surge. Isto é, a tradução do anterior ao código (normalmente binário) característico da resolução judicial de conflitos. Por exemplo, à luz da decisão do tribunal superior, do recurso de apelação etc.: Deve-se ratificar a sentença? Deve-se declarar inconstitucional ou inválido o artigo A da lei L? etc.
3- As questões e sub-questões das quais a solução do problema depende. No exemplo fictício: Como interpretar o artigo A da lei L? O fato deve ser considerado provado?
4- As respostas a essas questões. Por exemplo: o artigo A deve ser interpretado no sentido S, ou o fato é dado por provado. 
5- As razões que fundamentam as respostas anteriores. Neste ponto, é importante distinguir entre as rationes decidendi e os obiter dicta, isto é, entre as razões que o juiz ou o tribunal consideraram essenciais para confirmar as premissas (normativas ou fáticas) da justificação interna, e uma outra série de razões, de argumentos, que 
aparecem na motivação, mas que não desempenham aquele papel. É uma tarefa difícil e tipicamente interpretativa: os juízes não indicam explicitamente (ou nem sempre o fazem) quais enunciados de suas sentenças tem quais características. Ainda que o fizessem, as palavras utilizadas para tal poderiam ser entendidas de mais de uma forma. 
6- A solução do problema. Ou seja, o fechamento da pergunta inicial. Por exemplo:deve-se ratificar a sentença; o artigo A da lei L deve ser declarado constitucional (ou deve ser declarado constitucional, porém entendida a expressão E no sentido S).
7- A decisão. Por exemplo: ratifica-se a sentença do tribunal T; declara-se a constitucionalidade do artigo A da lei L. 
- Tipologia de casos difíceis de MacCormick :
> Inicia com a ideia usual de que o esquema básico da justificação judicial tem uma forma silogística com duas premissas: uma normativa e uma fática.> Em relação à premissa normativa podem surgir 2 tipos de dificuldade: 
 1) Problemas de interpretação, nos casos em que há acordos sobre qual norma, ou disposição, é aplicável, mas se discorda em relação a como deve ser entendida a norma; 
2) Problemas de relevância, quando existe dúvida em relação a existência de uma norma para aplicação ou, em existindo, qual norma deve ser aplicada. 
> Em relação à premissa fática outros dois pontos: 
3) Problemas de prova, quando existem dúvidas se determinado evento ocorreu;
4) Problemas de qualificação ou de “fatos secundários“, nos quais a dúvida surge sobre determinado fato, entra ou não no campo de aplicação de um determinado conceito contido em um suposto fato ou determinada consequência jurídica de uma norma.
> Complementando a tipologia de MacCornick
1: Questões processuais: Problemas redutíveis às categorias apresentadas por MacCornick. Ou seja, antes de considerar o problema de como deve ser decidido o mérito da questão de fundo, o juiz se questiona se deve decidi-la, isto é, se é competente para fazê-lo e se quem ajuizou a ação seguiu o procedimento correto. E, para tanto, observa as normas processuais (aqui se trata também de aplicar certas normas a determinados fatos), o que, por conseguinte, pode suscitar algum dosquatro tipos de dúvidas de que falamos anteriormente.

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