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AULA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

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Sumário 
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO .............................................................................................. 2 
O ESTADO BRASILEIRO ............................................................................................................................ 2 
ELEMENTOS DO ESTADO ..................................................................................................................... 2 
FORMA DE ESTADO ............................................................................................................................... 2 
Federalismo ............................................................................................................................................. 2 
CARACTERÍSTICAS DO FEDERALISMO 
BRASILEIRO: ........................................................................................................................................ 3 
TIPOS DE FEDERALISMO: ................................................................................................................. 3 
VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS .......................................................................................................... 3 
UNIÃO ....................................................................................................................................................... 3 
CAPITAL FEDERAL - BRASÍLIA .......................................................................................................... 4 
BENS DA UNIÃO .................................................................................................................................. 4 
ESTADOS .................................................................................................................................................. 5 
AUTO-ORGANIZAÇÃO ....................................................................................................................... 5 
AUTOGOVERNO .................................................................................................................................. 5 
REGIÕES METROPOLITANAS .......................................................................................................... 6 
FUSÃO – INCORPORAÇÃO – 
SUBDIVISÃO – DESMEMBRAMENTO – 
CRIAÇÃO DE NOVOS ESTADOS ...................................................................................................... 6 
BENS DOS ESTADOS .......................................................................................................................... 6 
MUNICÍPIOS ............................................................................................................................................. 7 
AUTO-ORGANIZAÇÃO ....................................................................................................................... 7 
AUTOGOVERNO .................................................................................................................................. 7 
FUSÃO – INCORPORAÇÃO – 
SUBDIVISÃO – DESMEMBRAMENTO – 
CRIAÇÃO DE NOVOS MUNICÍPIOS ................................................................................................. 7 
FISCALIZAÇÃO DAS CONTAS DOS 
MUNICÍPIOS ......................................................................................................................................... 8 
DISTRITO FEDERAL ............................................................................................................................... 8 
AUTO-ORGANIZAÇÃO ....................................................................................................................... 8 
AUTOGOVERNO: ................................................................................................................................. 9 
AUTOADMINISTRAÇÃO .................................................................................................................... 9 
AUTOLEGISLAÇÃO ............................................................................................................................ 9 
TERRITÓRIOS ........................................................................................................................................ 10 
CRIAÇÃO............................................................................................................................................. 10 
ORGANIZAÇÃO ................................................................................................................................. 10 
DIVISÃO EM MUNICÍPIOS ............................................................................................................... 10 
EXECUTIVO ........................................................................................................................................ 10 
LEGISLATIVO .................................................................................................................................... 11 
Territórios com mais de 100.000 habitantes ........................................................................................ 11 
COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS .............................................................................................. 11 
Noções introdutórias .............................................................................................................................. 11 
CLASSIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS 
CONSTITUCIONAIS .............................................................................................................................. 11 
QUANTO A NATUREZA ................................................................................................................... 11 
QUANTO A FORMA: ......................................................................................................................... 12 
QUANTO A EXTENSÃO ................................................................................................................... 12 
Exclusiva: ............................................................................................................................................. 12 
Privativa................................................................................................................................................ 13 
COMUM .............................................................................................................................................. 15 
CONCORRENTE ................................................................................................................................ 16 
Competência reservada, residual ou 
remanescente dos Estados .................................................................................................................... 16 
Competência dos Municípios ............................................................................................................... 17 
INTERVENÇÃO ..........................................................................................................................................18 
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ................................................................................................................... 18 
Tipos de intervenção: ........................................................................................................................... 18 
Competência para determinar a intervenção ........................................................................................ 18 
INTERVENÇÃO FEDERAL .................................................................................................................. 18 
PRESSUPOSTOS MATERIAIS – 
HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO 
FEDERAL ............................................................................................................................................ 18 
ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO FEDERAL .........................................................................................19 
ESPONTÂNEA OU DISCRICIONÁRIA: .......................................................................................... 19 
PROVOCADA ..................................................................................................................................... 19 
O decreto interventivo .............................................................................................................................. 22 
Controle Político do Congresso Nacional ................................................................................................ 22 
Dispensa de controle político ............................................................................................................... 22 
Suspensão da tramitação das emendas 
constitucionais ...................................................................................................................................... 23 
INTERVENÇÃO ESTADUAL ............................................................................................................... 23 
PRESSUPOSTOS MATERIAIS – 
HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO 
ESTADUAL ......................................................................................................................................... 23 
Decreto e execução ............................................................................................................................... 23 
 
 
ORGANIZAÇÃO DO 
ESTADO BRASILEIRO 
O ESTADO BRASILEIRO 
ELEMENTOS DO ESTADO 
Estado é uma sociedade política dotada de 
características próprias, elementos essenciais, 
que as diferenciam das demais sociedades, quais 
sejam: 
 POVO: é o elemento humano do Estado e 
se refere as pessoas que mantém vínculo 
jurídico-político com o Estado, se tornando parte 
dele, em outras palavras, integra o conceito de 
povo aqueles indivíduos que possuem a 
nacionalidade, trata-se de um conceito jurídico-
político. 
O conceito de povo não se confunde com o 
conceito de população, nem com o conceito de 
nação. 
População é um conceito numérico e engloba o 
conjunto de pessoas que se encontram em 
determinado território de um Estado, aqui 
incluídos não apenas os nacionais de um estado, 
mas também os estrangeiros ali residentes. 
Nação por sua vez é um conceito sociológico e se 
refere ao conjunto de pessoas ligadas que 
formam uma comunidade unida por laços 
históricos, culturais, linguísticos. 
 TERRITÓRIO: é o elemento material do 
Estado e refere-se ao espaço território sobre o 
qual o Estado exerce de modo efetivo e exclusivo 
o seu poder de império, sua supremacia sobre 
pessoas e bens, trata-se de um conceito jurídico e 
não meramente geográfico. 
 SOBERANIA ou Governo Soberano: é o 
elemento formal do Estado e refere-se ao poder 
de autodeterminação plena, não condicionado a 
nenhum outro poder, externo ou interno. 
 
FORMA DE ESTADO 
Por forma de Estado entende-se o modo de 
exercício do poder político em função do 
território de um dado Estado, ou seja, a 
existência, ou não, de repartição de poderes 
autônomos, leva em consideração ainda a 
composição geral do Estado, a estrutura do 
poder, sua unidade, distribuição e competências 
no território do Estado. 
 Existem duas formas de Estado relevantes: 
 Simples ou Unitário: nessa forma de 
Estado um Poder único e centralizado é exercido 
sobre todo o território sem as limitações 
impostas por outra fonte de poder. De forma 
geral, Estados com menor extensão territorial 
costumam adotar esse modelo de Estado, no qual 
existe uma unidade de poder político interno, 
com exercício centralizado. Ex: França, Paraguai, 
Uruguai. 
 Composto ou Federação: Essa forma de 
Estado é organizada por mais de um poder 
político, existe uma pluralidade de poderes 
políticos internos, ou seja, ocorre uma repartição 
de poderes autônomos. Ex: Brasil, EUA. 
CONFEDERAÇÃO segundo a doutrina atual 
majoritária não é considerada uma forma de 
Estado, mas tão somente uma reunião de entes 
soberanos, para tanto o vínculo confederativo é 
definido através de Tratado Internacional, sendo 
esse vínculo dissolúvel. 
O BRASIL adota a forma de Estado Federativa! 
 
Federalismo 
Federalismo é uma aliança (união) entre estados-
membros para a formação de um Estado Federal, 
em que as unidades federadas (os estados) 
preservam autonomia política, enquanto a 
soberania é transferida para o Estado Federal. 
O Federalismo nasceu com a Constituição norte-
americana de 1787. No Brasil a forma federal de 
Estado foi adotada provisoriamente em 1889, 
junto com a proclamação da República, mas foi 
consolidada com a Constituição Republicana de 
1891. 
O pacto federativo é CLÁUSULA PÉTREA, ou seja, 
não pode haver propostos de Emenda 
Constitucional para extinguir, abolir a Federação. 
O art. 18 da CF define a Organização Político- 
administrativa do Estado brasileiro: 
Art. 18. A organização político-administrativa da 
República Federativa do Brasil compreende a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, todos autônomos, nos termos desta 
Constituição. 
 
República Federativa do Brasil: é o nome do 
Estado Federal brasileiro, do país Brasil e 
representa o todo, esse ente é dotado de 
soberania. Classifica-se como pessoa jurídica de 
direito público internacional. 
União, Estados, municípios e o DF: são os entes 
federativos dotados de AUTONOMIA POLÍTICA, 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 3 
 
que significa a capacidade de: auto-organização, 
autoadministração, autogoverno, autolegislação e 
autonomia financeira. Classifica-se como pessoa 
jurídica de direito público interno. 
 
 Observe que os TERRITÓRIOS não 
integram a organização político-
administrativa do Estado brasileiro. 
 
Como frisado essa organização é baseada na 
Autonomia Política desses entes federativos, que 
permite que esses possam ter: 
 Auto-organização: que é a capacidade dos 
entes criarem suas próprias constituições ou no 
caso dos Municípios e do DF de se auto 
organizam através de lei orgânica; 
 Autonomia legislativa, que é a capacidade 
dos entes terem competências legislativas 
próprias; 
 Autoadministração, que é a capacidade 
dos entes terem competências administrativas 
próprias, servidores próprios; 
 Autogoverno, que é a capacidade dos entes 
elegerem seus próprios representantes. 
 Autonomia financeira, que é a capacidade 
dos entes terem competências tributárias 
próprias, recursos próprios para manterem a sua 
estrutura. 
 
CARACTERÍSTICAS DO 
FEDERALISMO BRASILEIRO: 
 Soberania do Estado federal: 
 Autonomia dos entes federativos: 
 Caráter indissolúvel do vínculo federativo: 
não há direito de secessão. 
 Formalização por meio de uma 
constituição rígida e escrita. 
 Repartição de competências entre o poder 
central e os entes parciais: 
 Direito de participação das vontades 
parciais na vontade central 
(bicameralismo do Poder Legislativo da 
União). 
 Possibilidade de intervenção federal. 
 Controle Jurisdicional de 
Constitucionalidade. 
 
TIPOS DE FEDERALISMO: 
 Federalismo por AGREGAÇÃO ou por 
DESAGREGAÇÃO 
 Federalismo DUAL ou COOPERATIVO 
 Federalismo SIMÉTRICO ou ASSIMÉTRICO 
 
VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS 
A CF em seu artigo 19 estabelece proibições 
destinadas aos Entes da Federação, vejamos: 
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, 
subvencioná-los, embaraçar-lhes o 
funcionamento ou manter com eles ou 
seus representantes relações de 
dependência ou aliança, ressalvada, na 
forma da lei, a colaboração de interesse 
público; 
II - recusar fé aos documentos públicos; 
III - criar distinções entre brasileiros ou 
preferências entresi. 
O inciso I consagra o Princípio da Laicidade do 
Estado Brasileiro, ou seja, o Brasil não adota uma 
religião oficial, na medida em que afasta a relação 
entre Estado e Igreja, com exceção da colaboração 
de interesse público (ex: distribuição de cestas 
básicas). 
O inciso III estabelece o Princípio da Isonomia 
Federativa, na medida em que não se pode 
estabelecer tratamento diferenciado entre 
brasileiros, nem entre os entes da Federação. 
 
UNIÃO 
A União ente federativo que compõe a República 
Federativa do Brasil possui competência tanto 
para atuar em nome próprio como para atuar em 
nome da Federação. 
Assim, podemos afirmar ainda que a União possui 
um duplo papel, um interno e um externo ou 
internacional: 
 No plano interno atua como entidade 
Federativa dotada de autonomia – Pessoa 
jurídica de direito público interno, 
podendo agir em nome da Federação (ex. 
Intervenção) ou podendo agir em nome 
próprio (ex. Organiza a Justiça Federal) 
 No plano externo ou internacional a União 
é órgão de representação da República 
Federativa do Brasil– pessoa jurídica de 
direito público externo, exercendo 
competências de natureza internacional, 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 4 
 
em nome de toda a Federação. Por 
exemplo: art. 21, I e II CF. 
Art. 21. Compete à União: 
I - manter relações com Estados 
estrangeiros e participar de organizações 
internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
 
CAPITAL FEDERAL - BRASÍLIA 
A Capital Federal é BRASÍLIA, que também é sede 
do Governo do Distrito Federal. 
Art. 18 § 1º - Brasília é a Capital Federal. 
 
Brasília é a Capital Federal, mas não goza de 
autonomia, pois não é um município, é uma 
região administrativa que fica dentro do ente 
federativo Distrito Federal, mas não se confunde 
com o DF. O DF, por outro lado, possui 
autonomia. 
Destaca-se inclusive que Brasília não possui 
prefeito, mas sim um Administrador Regional. 
A CF prevê a possibilidade de transferência 
temporária da sede do Governo Federal para 
outra cidade, se a situação assim o exigir, 
cabendo esta decisão ao Congresso Nacional, com 
a sanção do Presidente da República, conforme 
art. 48, VII da CF: 
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com 
a sanção do Presidente da República, não 
exigida esta para o especificado nos arts. 
49, 51 e 52, dispor sobre todas as 
matérias de competência da União, 
especialmente sobre: 
VII - transferência temporária da sede do 
Governo Federal; 
 
 
BENS DA UNIÃO 
Os bens da União estão previstos no art. 20 da CF, 
em rol exemplificativo, sendo que para as provas 
é necessária a memorização: 
 
Art. 20. São bens da União: 
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe 
vierem a ser atribuídos; 
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das 
fronteiras, das fortificações e construções militares, 
das vias federais de comunicação e à preservação 
ambiental, definidas em lei; 
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em 
terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de 
um Estado, sirvam de limites com outros países, ou 
se estendam a território estrangeiro ou dele 
provenham, bem como os terrenos marginais e as 
praias fluviais; 
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes 
com outros países; as praias marítimas; as ilhas 
oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que 
contenham a sede de Municípios, exceto aquelas 
áreas afetadas ao serviço público e a unidade 
ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; 
V - os recursos naturais da plataforma continental 
e da zona econômica exclusiva; 
VI - o mar territorial; 
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; 
VIII - os potenciais de energia hidráulica; 
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; 
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios 
arqueológicos e pré-históricos; 
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos 
índios. 
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a 
órgãos da administração direta da União, 
participação no resultado da exploração de 
petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para 
fins de geração de energia elétrica e de outros 
recursos minerais no respectivo território, 
plataforma continental, mar territorial ou zona 
econômica exclusiva, ou compensação financeira 
por essa exploração. 
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros 
de largura, ao longo das fronteiras terrestres, 
designada como faixa de fronteira, é considerada 
fundamental para defesa do território nacional, e 
sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. 
 
 TERRAS DEVOLUTAS: são terras públicas 
sem destinação pelo Poder Público e que em 
nenhum momento integraram o patrimônio de 
um particular, ainda que estejam irregularmente 
sob sua posse. O termo "devoluta" relaciona-se ao 
conceito de terra devolvida ou a ser devolvida ao 
Estado. 
Será da União apenas se essas terras forem 
indispensáveis à defesa das fronteiras, das 
fortificações e defesas militares, das vias federais 
de comunicação e à preservação ambiental, as 
demais pertencem, em regra, aos ESTADOS. 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 5 
 
 Destaca-se a decisão do STF que entendeu 
que os terrenos de marinha, mesmo que 
localizados em ilha com sede de 
município, são bens da União. 
 
ESTADOS 
Os Estados-membros são entes federativos 
dotados de autonomia política, podendo-se 
destacar: 
 
AUTO-ORGANIZAÇÃO 
Quanto a auto-organização os estados regem-se 
por suas Constituições Estaduais, nos termos do 
art. 25 da CF: 
 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-
se pelas Constituições e leis que 
adotarem, observados os princípios desta 
Constituição. 
A organização dos estados nas suas Constituições 
deve observar os princípios estabelecidos na CF, 
ou seja, encontram-se limitadas aos princípios 
constitucionais. 
Essas Princípios Constitucionais são classificadas 
em três espécies: 
(i) princípios constitucionais 
sensíveis, previstos no art. 34 da 
CF; 
(ii) princípios constitucionais 
extensíveis que consagram normas 
de organização da União que devem 
obrigatoriamente serem aplicadas 
nos estados Ex. Sistema eleitoral, 
composição e organização dos 
Tribunais de Contas, processo 
legislativo; (iii) princípios 
constitucionais estabelecidos: 
estabelecem preceitos centrais de 
observância obrigatório pelos 
estados. Por ex. Art. 37 da CF ou as 
competências dos estados e 
municípios. 
Desse modo, as Constituições Estaduais devem 
adotar um modelo simétrico ao estabelecido na 
CF – esse é o chamado princípio da simetria, que 
estabelece algumas normas de observância e 
reprodução obrigatória pelos estados nas CE. 
 Hierarquicamente podemos dizer que as 
Constituições Estaduais estão abaixo da 
Constituição Federal e acima das leis 
estaduais e municipais do respectivo 
Estado. 
 
AUTOGOVERNO 
O autogoverno está relacionado com a 
capacidade dos entes elegerem seus 
representantes nos poderes executivo e 
legislativo. 
 Poder Executivo Estadual é exercido pelo 
Governador do Estado auxiliado pelos Secretários 
de Estado. 
O processo eleitoral do Governador é idêntico ao 
do Presidente em virtude do principio da 
simetria, ou seja, o Governador é eleito pelo 
sistema majoritário absoluto (segundo turno). 
Especialmente para concursos estaduais a leitura 
dos artigos seguintes é fundamental 
 
Art. 28. A eleição do Governador e do 
Vice-Governador de Estado, para 
mandato de quatro anos, realizar-se-á no 
primeiro domingo de outubro, em 
primeiro turno, e no último domingo de 
outubro, em segundo turno,se houver, do 
ano anterior ao do término do mandato 
de seus antecessores, e a posse ocorrerá 
em primeiro de janeiro do ano 
subseqüente, observado, quanto ao mais, 
o disposto no art. 77. 
§ 1º Perderá o mandato o Governador que 
assumir outro cargo ou função na 
administração pública direta ou indireta, 
ressalvada a posse em virtude de 
concurso público e observado o disposto 
no art. 38, I, IV e V. 
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-
Governador e dos Secretários de Estado 
serão fixados por lei de iniciativa da 
Assembleia Legislativa, observado o que 
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 
153, III, e 153, § 2º, I. 
 
 Poder Legislativo Estadual, é exercido pela 
Assembleia Legislativa que é composta 
por Deputados Estaduais, eleitos segundo 
o sistema proporcional, de forma idêntica 
aos deputados federais. 
 
Art. 27. O número de Deputados à 
Assembléia Legislativa corresponderá ao 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 6 
 
triplo da representação do Estado na 
Câmara dos Deputados e, atingido o 
número de trinta e seis, será acrescido de 
tantos quantos forem os Deputados 
Federais acima de doze. 
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos 
Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes 
as regras desta Constituição sobre 
sistema eleitoral, inviolabilidade, 
imunidades, remuneração, perda de 
mandato, licença, impedimentos e 
incorporação às Forças Armadas. 
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais 
será fixado por lei de iniciativa da 
Assembléia Legislativa, na razão de, no 
máximo, setenta e cinco por cento 
daquele estabelecido, em espécie, para os 
Deputados Federais, observado o que 
dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 
153, III, e 153, § 2º, I. 
§ 3º Compete às Assembléias Legislativas 
dispor sobre seu regimento interno, 
polícia e serviços administrativos de sua 
secretaria, e prover os respectivos cargos. 
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa 
popular no processo legislativo estadual. 
 
 Poder Judiciário Estadual, é formado pelos 
Tribunais de Justiça e juízes estaduais e a 
sua organização e composição será melhor 
estudada na nossa aula sobre Poder 
Judiciário. 
 
REGIÕES METROPOLITANAS 
Os Estados poderão criar regiões metropolitanas, 
aglomerações urbanas e microrregiões visando 
melhorar as questões envolvendo a política 
urbana, através de lei complementar. 
 
Art.25 CF 
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei 
complementar, instituir regiões 
metropolitanas, aglomerações urbanas e 
microrregiões, constituídas por 
agrupamentos de municípios limítrofes, 
para integrar a organização, o 
planejamento e a execução de funções 
públicas de interesse comum. 
 
FUSÃO – INCORPORAÇÃO – 
SUBDIVISÃO – DESMEMBRAMENTO – 
CRIAÇÃO DE NOVOS ESTADOS 
A CF estabelece dois requisitos para 
incorporação, fusão, subdivisão, 
desmembramento e criação de novos Estados. 
 
ART. 18, 
§ 3º - Os Estados podem incorporar-se 
entre si, subdividir-se ou desmembrar-se 
para se anexarem a outros, ou formarem 
novos Estados ou Territórios Federais, 
mediante aprovação da população 
diretamente interessada, através de 
plebiscito, e do Congresso Nacional, por 
lei complementar. 
Requisitos: 
 Plebiscito da população diretamente 
interessada, deve ser entendida como a 
população tanto da área desmembrada do 
Estado-membro como a da área 
remanescente, de acordo com a 
interpretação do STF1. 
 Oitiva das Assembleias Legislativas, sem 
caráter vinculativo. (art. 48, VI) 
 Lei Complementar Federal. 
 
 
BENS DOS ESTADOS 
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos 
Estados: 
I - as águas superficiais ou subterrâneas, 
fluentes, emergentes e em depósito, 
ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as 
decorrentes de obras da União; 
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e 
costeiras, que estiverem no seu domínio, 
excluídas aquelas sob domínio da União, 
Municípios ou terceiros; 
III - as ilhas fluviais e lacustres não 
pertencentes à União; 
IV - as terras devolutas não 
compreendidas entre as da União. 
 
 
1 ADI 2650, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal 
Pleno, julgado em 24/08/2011, DJe-218 DIVULG 16-11-2011 
PUBLIC 17-11-2011 EMENT VOL-02627-01 PP-00001 RTJ 
VOL-00220-01 PP-00089 RT v. 101, n. 916, 2012, p. 465-508 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 7 
 
INICIATIVA POPULAR NOS ESTADOS: 
 
Art. 27 § 4º A lei disporá sobre a iniciativa 
popular no processo legislativo estadual. 
 
 
MUNICÍPIOS 
A figura dos Municípios como entes federativos 
dotados de autonomia é uma criação brasileira 
não existindo em outros Estados. Inclusive a 
autonomia municipal é principio constitucional 
sensível. (art. 34, VII, c) 
 
AUTO-ORGANIZAÇÃO 
Os municípios se auto-organizam não através de 
Constituições, mas sim de Lei Orgânica, nos 
termos do art. 29 da CF e deve observar tanto os 
princípios estabelecidos na Constituição Federal 
quanto na Constituição dos Estados 
 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei 
orgânica, votada em dois turnos, com o 
interstício mínimo de dez dias, e 
aprovada por dois terços dos membros da 
Câmara Municipal, que a promulgará, 
atendidos os princípios estabelecidos 
nesta Constituição, na Constituição do 
respectivo Estado e os seguintes 
preceitos: 
 
AUTOGOVERNO 
 Poder Executivo Municipal é exercido pelo 
Prefeito auxiliado pelos Secretários 
Municipais, atendidas as regras do art. 29 
CF. 
O sistema eleitoral é majoritário simples (único 
turno), como regra, podendo ser majoritário 
absoluto (segundo turno) nos municípios que 
tenham mais de duzentos mil eleitores. 
 
Art. 29. (...) 
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e 
dos Vereadores, para mandato de quatro 
anos, mediante pleito direto e simultâneo 
realizado em todo o País; 
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito 
realizada no primeiro domingo de 
outubro do ano anterior ao término do 
mandato dos que devam suceder, 
aplicadas as regras do art. 77, no caso de 
Municípios com mais de duzentos mil 
eleitores; 
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito 
no dia 1º de janeiro do ano subsequente 
ao da eleição; 
 
Foro Prefeito: 
Merece destaque o art. 29, X que vai determinar 
que os Prefeitos devem ser julgados perante o TJ 
do Estado, essa regra só vale para as infrações 
penais comuns, não se aplicando para ações de 
natureza cível etc: 
X - julgamento do Prefeito perante o 
Tribunal de Justiça; 
Entretanto, merece destaque a Súmula 702 do 
STF: 
“A competência do tribunal de justiça 
para julgar prefeitos restringe-se aos 
crimes de competência da Justiça comum 
estadual; nos demais casos, a 
competência originária caberá ao 
respectivo tribunal de segundo grau.” 
 
 Poder Legislativo Municipal é exercido 
pela Câmara Municipal composta por 
vereadores, eleitos pelo sistema 
proporcional. 
Ressalta-se que o número de Vereadores é 
estabelecido pela CF de acordo com o número de 
habitantes do Município variando de 9 a 55 
vereadores, nos termos do art. 25, IV da CF. 
 
 Poder Judiciário Municipal não existe. 
 
INICIATIVA POPULAR NOS MUNICÍPIOS: 
Art. 29. XIII - iniciativa popular de 
projetos de lei de interesse específico do 
Município, da cidade ou de bairros, 
através de manifestação de, pelo menos, 
cinco por cento do eleitorado; 
 
FUSÃO – INCORPORAÇÃO – 
SUBDIVISÃO – DESMEMBRAMENTO – 
CRIAÇÃO DE NOVOS MUNICÍPIOS 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 8 
 
A CF estabelece QUATRO requisitos para 
incorporação, fusão, subdivisão, 
desmembramentoe criação de novos Municípios. 
 
Art. 18 § 4º A criação, a incorporação, a 
fusão e o desmembramento de 
Municípios, far-se-ão por lei estadual, 
dentro do período determinado por Lei 
Complementar Federal, e dependerão de 
consulta prévia, mediante plebiscito, às 
populações dos Municípios envolvidos, 
após divulgação dos Estudos de 
Viabilidade Municipal, apresentados e 
publicados na forma da lei. 
 
O desmembramento de município ocorre quando 
esse ente cede parte do seu território para 
formação de um outro Município. A CF estabelece 
quatro requisitos para o desmembramento de 
Municípios, quais sejam: a) edição de lei 
complementar federal definindo o período em 
que o desmembramento poderá ocorrer; b) a 
realização de estudo de viabilidade municipal; c) 
plebiscito a população diretamente interessada; 
d) edição de lei estadual. 
 
Quanto a realização do plebiscito no caso de 
desmembramento, entende o STF que a consulta 
popular deve ser feita a toda a população do 
Município, tanto da área destacada – 
desmembrada quanto da área remanescente. 
 
Requisitos: 
 Lei complementar Federal: período. 
 Estudo de Viabilidade Municipal. 
 Plebiscito; 
 Lei Ordinária Estadual; 
Não deixe de ler os artigos 29, 29-A, 30 e 31 CF. 
 
FISCALIZAÇÃO DAS CONTAS DOS 
MUNICÍPIOS 
Art. 31. A fiscalização do Município será 
exercida pelo Poder Legislativo 
Municipal, mediante controle externo, e 
pelos sistemas de controle interno do 
Poder Executivo Municipal, na forma da 
lei. 
§ 1º O controle externo da Câmara 
Municipal será exercido com o auxílio dos 
Tribunais de Contas dos Estados ou do 
Município ou dos Conselhos ou Tribunais 
de Contas dos Municípios, onde houver. 
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão 
competente sobre as contas que o 
Prefeito deve anualmente prestar, só 
deixará de prevalecer por decisão de dois 
terços dos membros da Câmara 
Municipal. 
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, 
durante sessenta dias, anualmente, à 
disposição de qualquer contribuinte, para 
exame e apreciação, o qual poderá 
questionar-lhes a legitimidade, nos 
termos da lei. 
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, 
Conselhos ou órgãos de Contas 
Municipais. 
 
DISTRITO FEDERAL 
O Distrito federal é ente federativo dotado de 
autonomia, não é nem Município e nem um 
estado-membro, (sui generis), foi criado para ser 
um espaço neutro onde pudesse abrigar a sede 
do Governo Federal que é Brasília (art. 18 § 1o). 
 
AUTO-ORGANIZAÇÃO 
O DF reger- se-á por lei orgânica, votada em dois 
turnos com interstício mínimo de dez dias, e 
aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, 
que a promulgará, atendidos os princípios 
estabelecidos na Constituição, nos termos do art. 
32 da CF: 
 
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua 
divisão em Municípios, reger- se-á por lei 
orgânica, votada em dois turnos com 
interstício mínimo de dez dias, e 
aprovada por dois terços da Câmara 
Legislativa, que a promulgará, atendidos 
os princípios estabelecidos nesta 
Constituição. 
 
É vedada a divisão do Distrito Federal em 
Municípios. Entretanto, isso não impede que ele 
seja dividido em regiões administrativas 
com vistas à descentralização administrativa, à 
utilização racional de recursos para 
o desenvolvimento socioeconômico e à melhoria 
da qualidade de vida. 
 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 9 
 
AUTOGOVERNO: 
 Poder Executivo Distrital é exercido pelo 
Governador do Distrito Federal auxiliado pelos 
Secretários de Estado. 
O processo eleitoral do Governador é idêntico ao 
do Presidente em virtude do principio da 
simetria, ou seja, o Governador é eleito pelo 
sistema majoritário absoluto (segundo turno). 
 
Art. 32. § 2º A eleição do Governador e do 
Vice-Governador, observadas as regras do 
art. 77, e dos Deputados Distritais 
coincidirá com a dos Governadores e 
Deputados Estaduais, para mandato de 
igual duração. 
 
 Poder Legislativo Distrital, é exercido por 
uma Câmara Legislativa e elege Deputados 
Distritais, eleitos segundo o sistema 
proporcional, de forma idêntica aos 
deputados estaduais. 
 
Art. 32. § 3º Aos Deputados Distritais e à 
Câmara Legislativa aplica-se o disposto 
no art. 27. 
 
 Poder Judiciário Distrital, é formado pelos 
Tribunais de Justiça e juízes distritais e a 
sua organização e composição será melhor 
estudada na nossa aula sobre Poder 
Judiciário. 
 
AUTOADMINISTRAÇÃO 
Compete à União organizar e manter o Poder 
Judiciário, o Ministério Público do Distrito 
Federal e dos Territórios, a polícia civil, a polícia 
militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito 
Federal, bem como prestar assistência financeira 
ao Distrito Federal para a execução de serviços 
públicos, por meio de fundo próprio. 
O DF possui autonomia assim como os demais 
entes federativos, contudo algumas instituições 
são organizadas e mantidas pela União, como se 
observa no art. 21, XIII da CF, são elas: 
 Poder Judiciário; 
 Ministério Público; 
 Polícia Civil; 
 Policia Militar; 
 Corpo de Bombeiros; 
 Prestar assistência para a execução de 
serviços públicos, por meio de fundo 
próprio. 
 
Art. 21. Compete a União: 
XIII - organizar e manter o Poder 
Judiciário, o Ministério Público do Distrito 
Federal e dos Territórios e a Defensoria 
Pública dos Territórios; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 69, de 2012) 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a 
polícia militar e o corpo de bombeiros 
militar do Distrito Federal, bem como 
prestar assistência financeira ao Distrito 
Federal para a execução de serviços 
públicos, por meio de fundo próprio; 
A EC 69/2012 transferiu da União para o Distrito 
Federal as atribuições de organizar e manter a 
Defensoria Pública do Distrito Federal. Com isso, a 
competência para organizar e manter a 
Defensoria Pública do DF é do próprio distrito 
federal (competência concorrente – art. 24, XIII) 
 
 
AUTOLEGISLAÇÃO 
As competências legislativas do DF serão as 
mesmas dos Estados e dos Municípios. 
Art. 32. § 1º Ao Distrito Federal são 
atribuídas as competências legislativas 
reservadas aos Estados e Municípios. 
Entretanto, algumas matérias que seriam de 
competência do DF legislar são de competência 
privativa da União, vejamos: 
É competência privativa da União: 
 Legislar sobre a utilização, pelo Governo 
do Distrito Federal, das polícias civil e 
militar e do corpo de bombeiros militar. 
Art. 32. § 4º Lei federal disporá sobre a 
utilização, pelo Governo do Distrito 
Federal, das polícias civil e militar e do 
corpo de bombeiros militar. 
 Legislar sobre a organização judiciária e 
do Ministério Público do Distrito Federal e 
dos Territórios, bem como organização 
administrativa destes; 
Art. 22. Compete privativamente à União 
legislar sobre: 
XVII - organização judiciária, do 
Ministério Público do Distrito Federal e 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 10 
 
dos Territórios e da Defensoria Pública 
dos Territórios, bem como organização 
administrativa destes; 
 Legislar sobre vencimentos dos membros 
das polícias civil e militar do Distrito 
Federal. 
Súmula vinculante 39. 
Compete privativamente à União legislar 
sobre vencimentos dos membros das 
polícias civil e militar e do corpo de 
bombeiros militar do Distrito Federal. 
 
 
TERRITÓRIOS 
Os Territórios NÃO são entes federativos e, 
portanto, não integrarem a organização político 
administrativa do Estado Brasileiro e por isso 
não possuem autonomia política. 
Os Territórios são descentralizações 
administrativas da União, possuem natureza 
jurídica de autarquias territoriaise, como se vê no 
art. 18 § 2º da CF: 
 
Art. 18. § 2º Os Territórios Federais 
integram a União, e sua criação, 
transformação em Estado ou reintegração 
ao Estado de origem serão reguladas em 
lei complementar. 
 
CRIAÇÃO 
Atualmente não existem Territórios criados no 
Brasil, com a CF/88 os Territórios de Roraima e 
Amapá foram transformados em estados e 
Fernando de Noronha foi incorporado ao estado 
de Pernambuco. 
Apesar de não existirem a CF permite a sua 
criação, que deve ser realizado por LEI 
COMPLEMENTAR nos termos do art. 18 § 2º e 3o 
 
§ 2º Os Territórios Federais integram a 
União, e sua criação, transformação em 
Estado ou reintegração ao Estado de 
origem serão reguladas em lei 
complementar. 
 
§ 3º Os Estados podem incorporar-se 
entre si, subdividir-se ou desmembrar-se 
para se anexarem a outros, ou formarem 
novos Estados ou Territórios Federais, 
mediante aprovação da população 
diretamente interessada, através de 
plebiscito, e do Congresso Nacional, por 
lei complementar. 
 
 
ORGANIZAÇÃO 
A Organização administrativa e judiciária do 
Território que não se confunde com a sua criação 
deve ser feita através de Lei Ordinária, como 
destacado no caput do art. 33. 
Art. 33. A lei disporá sobre a organização 
administrativa e judiciária dos 
Territórios. 
 
 
DIVISÃO EM MUNICÍPIOS 
Curiosamente a CF autorizou a criação de 
Municípios nos Territórios Federais, aqueles, os 
Municípios, com autonomia política. 
Art. 33. § 1º Os Territórios poderão ser 
divididos em Municípios, aos quais se 
aplicará, no que couber, o disposto no 
Capítulo IV deste Título. 
 
EXECUTIVO 
A direção do Território será exercida por um 
Governador, nomeado pelo Presidente, após a 
aprovação do nome pelo Senado Federal, ou seja, 
não haverá eleição para Governador, nos termos 
do art. 84, XIV da CF 
 
Art. 84. XIV - nomear, após aprovação 
pelo Senado Federal, os Ministros do 
Supremo Tribunal Federal e dos 
Tribunais Superiores, os Governadores de 
Territórios, o Procurador-Geral da 
República, o presidente e os diretores do 
banco central e outros servidores, quando 
determinado em lei; 
Inclusive as contas do Governo do Território 
devem ser submetidas ao Congresso nacional 
após parecer do TCU: 
Art. 33. § 2º As contas do Governo do 
Território serão submetidas ao Congresso 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 11 
 
Nacional, com parecer prévio do Tribunal 
de Contas da União. 
 
LEGISLATIVO 
Os Territórios terão uma Câmara Territorial que 
funcionará como espécie de “Poder Legislativo” 
com competência deliberativa e os seus membros 
deverão ser eleitos. 
Art. 33. § 3º (...) a lei disporá sobre as 
eleições para a Câmara Territorial e sua 
competência deliberativa. 
 
 
Os Território por possuírem povo podem eleger 
Deputados Federais, em um número fixo de 4, 
mas atenção eles não elegem senadores 
justamente porque os Territórios não possuem 
autonomia política. 
 
Territórios com mais de 100.000 
habitantes 
Os Territórios com mais de cem mil habitantes 
deverão instituir: 
 Poder Judiciário de primeira e segunda 
instância; 
 Ministério Público; 
 Defensoria Pública 
Logicamente que todos mantidos pela União uma 
vez que inexiste autonomia financeira dos 
territórios. 
 
Art. 33. § 3º Nos Territórios Federais com 
mais de cem mil habitantes, além do 
Governador nomeado na forma desta 
Constituição, haverá órgãos judiciários de 
primeira e segunda instância, membros 
do Ministério Público e defensores 
públicos federais; a lei disporá sobre as 
eleições para a Câmara Territorial e sua 
competência deliberativa. 
 
 
COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS 
Noções introdutórias 
É característica indispensável para caracterização 
de um Estado Federativo a repartição constitucional 
de competências. É o ponto Central da noção de 
Estado Federal. 
Competência é uma faculdade juridicamente 
atribuída a uma entidade. 
Essa distribuição de atribuições é norteada pelo 
princípio da predominância do interesse. Desse 
modo, assuntos de interesse nacional ou 
predominantemente geral são atribuídos à União 
(ex: atividades nucleares de qualquer natureza, 
art. 22, XXVI; emigração e imigração, entrada, 
extradição e expulsão de estrangeiros, art. 22, 
XV), já os assuntos de interesse local são 
atribuídos aos Municípios (art. 30, I), restando 
aos Estados as competências que sobram para 
tratar de assuntos de interesse regional. E o 
Distrito Federal? O DF em virtude de sua 
natureza híbrida deve tratar, no que tange as 
competências legislativas, de assuntos de 
interesse local e regional, ou seja, ele cumula as 
competências dos estados e dos municípios (art. 
32, § 1º). 
 
 Importante ressaltar que não existe 
hierarquia entre as leis, sejam elas 
federais, estaduais ou municipais, de 
modo que eventual conflito entre elas 
deverá ser resolvido através da repartição 
constitucional de competência. 
As competências são repartidas adotando-se dois 
critérios: 
 Repartição HORIZONTAL: atribuídas 
competências exclusivas ou privativas – reserva 
de campos específicos. 
 Repartição VERTICAL: atribuídas 
competências para diversas entidades, 
estabelecendo regras para o seu exercício 
simultâneo. Ex: comum, concorrentes e 
suplementares. 
 
É objeto certo de prova a repartição das 
competências constitucionais, especialmente as 
previstas nos artigos: 21-24; 25 e 30 da CF. Para 
auxiliar na sua memorização vamos estudar a 
classificação dessas competências e como elas 
aparecem no texto constitucional. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS 
CONSTITUCIONAIS 
QUANTO A NATUREZA 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 12 
 
Podemos classificar as competências quanto a 
sua natureza, em: 
 Competência material ou administrativa: 
são atribuições para elaboração de políticas 
públicas, atos administrativos, atos de gestão, 
atividade predominante do Poder Executivo. No 
texto constitucional aparecem como verbos. 
 Competência legislativa: são atribuições 
para legislar sobre o tema, atividade 
predominante do Poder Legislativo. No texto 
constitucional aparecem como substantivos. 
 
QUANTO A FORMA: 
Podemos classificar as competências quanto a 
forma, ou seja, como aparecem na CF 
 Enumerada ou expressa – CF atribui 
expressamente as competências para cada 
entidade. 
 Reservada ou remanescente: são aquelas 
que não estão expressas, as não previstas no 
texto constitucional. No BRASIL essa 
competência é exercida pelos ESTADOS. 
Para as bancas e alguns doutrinadores a 
competência reservada ou remanescente também 
é chamada de residual. 
Art. 25. (...) 
 § 1º São reservadas aos Estados as 
competências que não lhes sejam vedadas 
por esta Constituição. 
 
QUANTO A EXTENSÃO 
Podemos classificar as competências quanto a 
sua extensão, ou seja, quanto ao alcance das 
atribuições, a quais entes federativos destinam-
se. 
Exclusiva: 
Competência de natureza material é atribuída 
com exclusividade a apenas um Ente da 
Federação – não admite delegação, nem 
competência suplementar (que outro ente legisle 
sobre aquelas matérias). Ex: art. 21 CF: 
 
Art. 21. Compete à União: 
I - manter relações com Estados estrangeiros e 
participar de organizações internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
III - assegurar a defesa nacional; 
IV - permitir, nos casos previstos em lei 
complementar, que forças estrangeiras transitem 
pelo território nacional ou nele permaneçam 
temporariamente; 
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a 
intervenção federal; 
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comérciode material bélico; 
VII - emitir moeda; 
VIII - administrar as reservas cambiais do País e 
fiscalizar as operações de natureza financeira, 
especialmente as de crédito, câmbio e 
capitalização, bem como as de seguros e de 
previdência privada; 
IX - elaborar e executar planos nacionais e 
regionais de ordenação do território e de 
desenvolvimento econômico e social; 
 X - manter o serviço postal e o correio aéreo 
nacional; 
XI - explorar, diretamente ou mediante 
autorização, concessão ou permissão, os serviços 
de telecomunicações, nos termos da lei, que 
disporá sobre a organização dos serviços, a criação 
de um órgão regulador e outros aspectos 
institucionais; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:) 
XII - explorar, diretamente ou mediante 
autorização, concessão ou permissão: 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e 
imagens; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:) 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o 
aproveitamento energético dos cursos de água, em 
articulação com os Estados onde se situam os 
potenciais hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-
estrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte ferroviário e 
aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras 
nacionais, ou que transponham os limites de 
Estado ou Território; 
e) os serviços de transporte rodoviário 
interestadual e internacional de passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o 
Ministério Público do Distrito Federal e dos 
Territórios e a Defensoria Pública dos 
Territórios; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 69, de 2012) 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia 
militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito 
Federal, bem como prestar assistência financeira 
ao Distrito Federal para a execução de serviços 
públicos, por meio de fundo 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 13 
 
próprio; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
XV - organizar e manter os serviços oficiais de 
estatística, geografia, geologia e cartografia de 
âmbito nacional; 
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, 
de diversões públicas e de programas de rádio e 
televisão; 
XVII - conceder anistia; 
XVIII - planejar e promover a defesa permanente 
contra as calamidades públicas, especialmente as 
secas e as inundações; 
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento 
de recursos hídricos e definir critérios de outorga 
de direitos de seu uso; 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento 
urbano, inclusive habitação, saneamento básico e 
transportes urbanos; 
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o 
sistema nacional de viação; 
XXII - executar os serviços de polícia marítima, 
aeroportuária e de 
fronteiras; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares 
de qualquer natureza e exercer monopólio estatal 
sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e 
reprocessamento, a industrialização e o comércio 
de minérios nucleares e seus derivados, atendidos 
os seguintes princípios e condições: 
a) toda atividade nuclear em território nacional 
somente será admitida para fins pacíficos e 
mediante aprovação do Congresso Nacional; 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a 
comercialização e a utilização de radioisótopos 
para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e 
industriais; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 49, de 2006) 
c) sob regime de permissão, são autorizadas a 
produção, comercialização e utilização de 
radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas 
horas; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 49, de 2006) 
d) a responsabilidade civil por danos nucleares 
independe da existência de 
culpa; (Incluída pela Emenda 
Constitucional nº 49, de 2006) 
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do 
trabalho; 
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o 
exercício da atividade de garimpagem, em forma 
associativa. 
 
Destaques: 
 Quanto a competência do inciso VI – 
“autorizar e fiscalizar a produção e o 
comércio de material bélico” – entendeu o 
STF ser inconstitucional lei estadual que 
autoriza a utilização, pelas polícias civil e 
militar de armas de fogo apreendidas, 
entendendo que essa atribuição seria 
apenas da União. 
 
Privativa 
São competências de natureza legislativa, 
atribuídas a uma entidade, mas não de forma 
exclusiva, pois admite a delegação, ou seja, a 
transferência da competência para outro ente 
federativo para tratar de questões especificas. 
Art. 22 da CF: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar 
sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, 
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial 
e do trabalho; 
II - desapropriação; 
III - requisições civis e militares, em caso de 
iminente perigo e em tempo de guerra; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações 
e radiodifusão; 
V - serviço postal; 
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e 
garantias dos metais; 
VII - política de crédito, câmbio, seguros e 
transferência de valores; 
VIII - comércio exterior e interestadual; 
IX - diretrizes da política nacional de transportes; 
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, 
marítima, aérea e aeroespacial; 
XI - trânsito e transporte; 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e 
metalurgia; 
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; 
XIV - populações indígenas; 
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e 
expulsão de estrangeiros; 
XVI - organização do sistema nacional de 
emprego e condições para o exercício de 
profissões; 
XVII - organização judiciária, do Ministério 
Público do Distrito Federal e dos Territórios e da 
Defensoria Pública dos Territórios, bem como 
organização administrativa destes; 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 14 
 
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e 
de geologia nacionais; 
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia 
da poupança popular; 
XX - sistemas de consórcios e sorteios; 
XXI - normas gerais de organização, efetivos, 
material bélico, garantias, convocação e 
mobilização das polícias militares e corpos de 
bombeiros militares; 
XXII - competência da polícia federal e das 
polícias rodoviária e ferroviária federais; 
XXIII - seguridade social; 
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; 
XXV - registros públicos; 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, 
em todas as modalidades, para as administrações 
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as 
empresas públicas e sociedades de economia 
mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; 
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, 
defesa marítima, defesa civil e mobilização 
nacional; 
XXIX - propaganda comercial. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá 
autorizar os Estados a legislar sobre questões 
específicas das matérias relacionadas neste 
artigo. 
Mnemônica art. 22, I, CF - CAPACETE DE PM: 
C= civil 
A= agrário 
P= penal 
A= aeronáutico 
C= comercial 
E= eleitoral 
T= trabalho 
E= espacial 
 
DE = desapropriação 
 
P= processualM= marítimo 
 
Como mencionado, as competências privativas se 
destacam nas exclusivas porque permitem a 
delegação, veja o que diz o Parágrafo único do art. 
22: 
Art. 22. Compete privativamente à União 
legislar sobre: 
Parágrafo único. Lei complementar 
poderá autorizar os Estados a legislar 
sobre questões específicas das matérias 
relacionadas neste artigo. 
Sobre o exercício dessa competência algumas 
observações são importantes: 
 A delegação é de competência legislativa; 
 A União delega através de lei 
complementar, não pode ser lei ordinária 
ou medida provisória; 
 A União delega questões específicas, não 
sendo possível delegações genéricas; 
 Apesar de não constar no texto expresso a 
delegação também pode ser dada ao DF, 
pois ele cumula as competências 
legislativas dos Estados e dos Municípios 
em virtude de sua natureza híbrida. 
A delegação deve ser feita a todos os Estados e 
DF, e não apenas para um ou outro, isso porque a 
CF veda à União, Estados, Municípios e DF 
instituírem preferencias entre si (art. 19, III) – 
princípio da isonomia federativa. 
 
DESTAQUES: 
 Apesar de não elencada no art. 22 da CF a 
competência para legislar sobre normas 
de processo e julgamento de crimes de 
responsabilidade é privativa da União, ou 
seja, os estados e municípios não poderão 
dispor a respeito de crimes de 
responsabilidade, é o que dispõe a súmula 
vinculante n° 46 do STF: 
Súmula Vinculante 46 
A definição dos CRIMES DE 
RESPONSABILIDADE e o estabelecimento 
das respectivas normas de processo e 
julgamento são de competência legislativa 
privativa da União. 
 
 A competência para legislar sobre 
DESAPROPRIAÇÃO é uma competência 
privativa da União, elencada no art. 22, II, 
da Constituição Federal, ou seja, apenas a 
União pode criar uma lei sobre 
desapropriação, entretanto, isso não 
impede que os outros entes federados 
realizem o ato administrativo de 
desapropriar. 
 
 A temática envolvendo o PISO SALARIAL 
refere-se a competência sobre direito do 
trabalho. De acordo com o art. 22, I da 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 15 
 
CF/88 a competência para legislar sobre 
direito do trabalho é uma competência 
privativa da União, logo apenas a União 
poderia legislar sobre esse tema, 
entretanto, as competências privativas (ao 
contrário das exclusivas) permitem a sua 
delegação, ou seja, as matérias de 
competência privativa da União podem 
ser delegadas – transferidas – para outros 
entes federativos, a saber: para os Estados 
e para o DF através de lei complementar, 
conforme art. 22, parágrafo único da 
CF/88. 
Dessa forma, a União, valendo-se do 
disposto no art. 22, inciso I e parágrafo 
único, da CF/88, delegou aos Estados e ao 
Distrito Federal a competência para 
instituir piso salarial para os empregados 
que não tenham esse mínimo definido em 
lei federal, convenção ou acordo coletivo 
de trabalho, nos termos da Lei 
complementar 103/2000. 
 
 Súmula vinculante 2 sobre a competência 
para legislar sobre sistema de consórcios e 
sorteios: É inconstitucional a lei ou ato 
normativo Estadual ou Distrital que 
disponha sobre sistemas de consórcios e 
sorteios, inclusive bingos e loterias. 
 
 Fixar o horário de funcionamento de 
expediente bancário é competência 
privativa da União, contudo o horário de 
funcionamento de estabelecimentos 
comerciais é de competência dos 
Municípios por ser de interesse local. 
"A fixação do horário bancário, para 
atendimento ao público, é de competência 
da União" (Súmula nº 19, STJ). 
 
 
COMUM 
A competência Comum, cumulativa ou paralela é 
uma competência de natureza MATERIAL, e é 
atribuída a todas as entidades – União, Estados, 
Municípios e DF, em pé de igualdade, é dizer, o 
exercício dessa competência por um ente 
federativo não exclui o exercício dessa mesma 
competência por outro ente. É o que dispõe o art. 
23: 
 
Art. 23. É competência comum da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das 
instituições democráticas e conservar o patrimônio 
público; 
II - cuidar da saúde e assistência pública, da 
proteção e garantia das pessoas portadoras de 
deficiência; 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens 
de valor histórico, artístico e cultural, os 
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os 
sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a 
descaracterização de obras de arte e de outros bens 
de valor histórico, artístico ou cultural; 
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à 
educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à 
inovação; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 85, de 2015) 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição 
em qualquer de suas formas; 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar 
o abastecimento alimentar; 
IX - promover programas de construção de 
moradias e a melhoria das condições habitacionais e 
de saneamento básico; 
X - combater as causas da pobreza e os fatores de 
marginalização, promovendo a integração social dos 
setores desfavorecidos; 
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões 
de direitos de pesquisa e exploração de recursos 
hídricos e minerais em seus territórios; 
XII - estabelecer e implantar política de educação 
para a segurança do trânsito. 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão 
normas para a cooperação entre a União e os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo 
em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-
estar em âmbito nacional. 
Por ser competência de natureza material, não 
autoriza de imediato os entes a legislarem sobre 
o assunto. 
Palavra chave do exercício dessa competência é a 
palavra COOPERAÇÃO, que caracteriza a 
Federação Brasileira como um federalismo 
cooperativo. 
As Leis complementares mencionadas no 
parágrafo único devem ser elaboradas apenas 
pela União. 
 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 16 
 
CONCORRENTE 
A competência Concorrente é competência de 
natureza legislativa atribuída a diversos entes 
federativos, a saber: União, Estados e o DF. 
Observe que a CF não atribuiu essa competência 
legislativa aos Municípios. Desse modo, de forma 
expressa o município não tem competência 
concorrente. Está prevista no art. 24: 
 
Mnemônica – PUTO FÉ 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito 
Federal legislar concorrentemente sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, 
econômico e urbanístico; 
II - orçamento; 
III - juntas comerciais; 
IV - custas dos serviços forenses; 
V - produção e consumo; 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da 
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, 
proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, 
artístico, turístico e paisagístico; 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, 
ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, 
estético, histórico, turístico e paisagístico; 
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, 
tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e 
inovação; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 85, de 2015) 
X - criação, funcionamento e processo do juizado 
de pequenas causas; 
XI - procedimentos em matéria processual; 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; 
XIV - proteção e integração social das pessoas 
portadoras de deficiência; 
XV - proteção à infância e à juventude; 
XVI - organização, garantias, direitos e deveresdas 
polícias civis. 
 
Apesar da atribuição das competências 
legislativas terem sido dadas a diversos entes, a 
CF optou que essas não fossem cumulativas, 
estabelecendo algumas regras para o exercício 
dessa competência, que podemos encontrar nos 
parágrafos do art. 24, vejamos: 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao 
Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, 
a competência da União limitar-se-á a 
estabelecer normas gerais. 
§ 2º A competência da União para legislar 
sobre normas gerais não exclui a 
competência suplementar dos Estados. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas 
gerais, os Estados exercerão a 
competência legislativa plena, para 
atender a suas peculiaridades. 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre 
normas gerais suspende a eficácia da lei 
estadual, no que lhe for contrário. 
 
 Como regra geral, a União deverá criar 
normas gerais2, enquanto que os estados e DF 
devem legislar criando as suas normas 
específicas, por meio da chamada competência 
suplementar. § 1º e § 2º. 
 A inexistência de lei Federal (ou nacional) 
sobre norma geral em matéria de competência 
concorrente, autoriza os Estados e o DF a 
legislarem sobre o tema de forma PLENA para 
atender suas peculiaridades. § 3º. Alguns 
doutrinadores chamam essa competência de 
competência supletiva. 
 A superveniência de Legislação Federal 
contendo normas gerais SUSPENDE A EFICÁCIA 
da Lei Estadual naquilo que lhe for contrária, ou 
seja, não ocorre a revogação da lei estadual ou 
distrital, isso porque não poderia uma lei federal 
revogar uma lei estadual. Dessa forma a lei 
estadual permanece existente e válida, apenas 
não produzindo seus efeitos. 
 
 Outra observação importante é a de que 
os MUNICÍPIOS mesmo não possuindo 
competência concorrente poderão legislar 
sobre algumas matérias previstas no art. 
24 desde que para suplementar legislação 
federal ou estadual, como autoriza o art. 
30, II da CF. 
 
Competência reservada, residual ou 
remanescente dos Estados 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas 
Constituições e leis que adotarem, observados os 
princípios desta Constituição. 
 
2 Por normas gerais defende a doutrina serem: princípios, 
diretrizes, regras jurídicas gerais. 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 17 
 
§ 1º São reservadas aos Estados as competências 
que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. 
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou 
mediante concessão, os serviços locais de gás 
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de 
medida provisória para a sua regulamentação. 
 
Competência dos Municípios 
O art. 30 estabelece competências dos Municipios 
que podem ser materiais ou legislativas 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no 
que couber; 
III - instituir e arrecadar os tributos de sua 
competência, bem como aplicar suas rendas, sem 
prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e 
publicar balancetes nos prazos fixados em lei; 
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada 
a legislação estadual; 
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime 
de concessão ou permissão, os serviços públicos de 
interesse local, incluído o de transporte coletivo, 
que tem caráter essencial; 
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira 
da União e do Estado, programas de educação 
infantil e de ensino fundamental; 
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira 
da União e do Estado, serviços de atendimento à 
saúde da população; 
VIII - promover, no que couber, adequado 
ordenamento territorial, mediante planejamento e 
controle do uso, do parcelamento e da ocupação do 
solo urbano; 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-
cultural local, observada a legislação e a ação 
fiscalizadora federal e estadual. 
DESTAQUES: 
 De fato em razão das peculiaridades de 
cada Município – interesse local, é atribuição 
desse ente fixar o horário de funcionamento de 
estabelecimentos comerciais (Súmula vinculante 
38), entretanto, de acordo com a jurisprudência 
tanto do STF quanto do STJ a fixação do horário 
de atendimento bancário é uma atribuição da 
União, isso porque a disciplina do serviço 
bancário transcende o 'peculiar interesse' do 
município, e sua disciplina há de ser nacional e 
não local (Súmula 19 STJ). Veja as súmulas: 
Súmula Vinculante 38 
É competente o Município para fixar o 
horário de funcionamento de 
estabelecimento comercial. 
Súmula 19 STJ 
A fixação do horário bancário, para 
atendimento ao publico, e da competência 
da união. 
 
 Definição do tempo máximo de espera de 
clientes em filas de instituições bancárias. 
Competência do Município para legislar. 
Assunto de interesse local. 
[RE 610.221 RG, rel. min. Ellen Gracie, j. 
29-4-2010, P, DJE de 20-8-2010, Tema 
272.] 
 
 Os Municípios podem legislar sobre direito 
ambiental, desde que o façam 
fundamentadamente. (...) A Turma 
afirmou que os Municípios podem adotar 
legislação ambiental mais restritiva em 
relação aos Estados-membros e à União. 
No entanto, é necessário que a norma 
tenha a devida motivação. 
[ARE 748.206 AgR, rel. min. Celso de Mello, 
j. 14-3-2017, 2ª T, Informativo 857.] 
 
Competência do Município para legislar em 
matéria de segurança em estabelecimentos 
financeiros. Terminais de autoatendimento. 
[ARE 784.981 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 17-3-
2015, 1ª T, DJE de 7-4-2015.] 
 
CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR!!!!! 
 
1) A competência para legislar sobre direito 
processual é competência privativa da União, mas 
a competência para legislar sobre procedimentos 
em matéria PROCESSUAL é competência 
CONCORRENTE. 
2) Seguridade social é competência privativa da 
União, já legislar sobre previdência social; 
proteção e defesa da saúde; e, proteção e 
integração social das pessoas PORTADORAS DE 
DEFICIÊNCIA são competências CONCORRENTES. 
3) Diretrizes e bases da educação é competência 
privativa da União, porém, em se tratando 
simplesmente de EDUCAÇÃO a competência será 
CONCORRENTE. 
4) O mesmo vale para direito comercial e 
propaganda comercial (ambas competências 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 18 
 
privativas) e juntas comerciais (competência 
concorrente). 
5) Política de Educação para segurança do 
Trânsito – COMUM; Legislar sobre Trânsito e 
Transporte – PRIVATIVA DA UNIÃO. 
 
INTERVENÇÃO 
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
É fundamento do modelo de Estado Federativo a 
existência de autonomia dos entes que compõe a 
federação. Essa autonomia pressupõe que não 
existe hierarquia entre os entes federados e que 
um ente não se intromete nos assuntos de 
competência de outro ente, desse modo cada um 
manterá sua autonomia, podendo se 
autoorganizar, autogovernar, autoadministrar, 
autolegislar, bem como ter receitas próprias. 
Contudo, em situações excepcionais a CF permite, 
como forma de manter a unidade federativa, que 
um ente federado se intrometa, intervenha na 
esfera de autonomia de outro ente federativo, 
isso é o que se chama de Intervenção. É um dos 
requisitos da Manutenção da Federação. 
Dessa forma, podemos dizer que Intervenção é o 
contrário de autonomia, pois permite-se que, em 
caráter temporário, a autonomia de um ente seja 
afastada. 
 
A intervenção é medida excepcional pois a regra 
é a autonomia, logo, a não intervenção. 
As hipóteses de Intervenção estão previstas de 
forma TAXATIVA nos artigos 34 e 35 da CF 
(“numerus clausus”) e por se tratar de uma 
limitação negativanão se admite interpretação 
extensiva, mas tão somente restritiva. 
 
Tipos de intervenção: 
Existem dois tipos de intervenção: Federal e a 
Estadual, sempre de um ente mais amplo sobre 
outro imediatamente menos amplo. 
 Federal: União nos Estados, DF e nos 
municípios localizados nos Territórios 
Federais. 
 Estadual: Estados intervém apenas nos 
municípios localizados em seus 
territórios. 
 
Dessa forma, podemos afirmar que a União nunca 
intervirá em Municípios localizados nos estados 
membros. 
 
Competência para determinar a 
intervenção 
A Competência para decretar a intervenção é 
exclusiva do Chefe do Executivo: 
 Federal - Presidente da República (Art. 84, 
X). 
 Intervenção Estadual – Governador. 
No caso do Presidente da República ressalta-se 
que a CF prevê a oitiva do Conselho da República 
e do Conselho de Defesa Nacional, sem vincular a 
decisão do Presidente, ou seja, o pronunciamento 
a opinião desses órgãos não tem caráter 
vinculativo, mas meramente opinativo: 
Art. 90. Compete ao Conselho da 
República pronunciar-se sobre: 
I - intervenção federal, estado de defesa e 
estado de sítio; 
 
Art. 91. § 1º Compete ao Conselho de 
Defesa Nacional: 
II - opinar sobre a decretação do estado 
de defesa, do estado de sítio e da 
intervenção federal; 
INTERVENÇÃO FEDERAL 
PRESSUPOSTOS MATERIAIS – 
HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO 
FEDERAL 
Situações criticas que põem em risco a segurança 
do Estado, o equilíbrio Federativo, as finanças 
estaduais e a estabilidade da ordem 
constitucional, são causas de Intervenção federal. 
Desse modo, podemos afirmar que a intervenção 
funciona inclusive como um meio de controle de 
constitucionalidade, pois visa manter a ordem e a 
estabilidade constitucional. 
Como visto, as hipóteses de intervenção federal 
estão previstas em rol taxativo no art. 34 da CF: 
 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados 
nem no Distrito Federal, exceto para: 
I - manter a integridade nacional; 
II - repelir invasão estrangeira ou de uma 
unidade da Federação em outra; 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 19 
 
III - pôr termo a grave comprometimento 
da ordem pública; 
IV - garantir o livre exercício de qualquer 
dos Poderes nas unidades da Federação; 
V - reorganizar as finanças da unidade da 
Federação que: 
a) suspender o pagamento da dívida 
fundada por mais de dois anos 
consecutivos, salvo motivo de força 
maior; 
b) deixar de entregar aos Municípios 
receitas tributárias fixadas nesta 
Constituição, dentro dos prazos 
estabelecidos em lei; 
VI - prover a execução de lei federal, 
ordem ou decisão judicial; 
VII - assegurar a observância dos seguintes 
princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema 
representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração 
pública, direta e indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita 
resultante de impostos estaduais, 
compreendida a proveniente de 
transferências, na manutenção e 
desenvolvimento do ensino e nas ações e 
serviços públicos de saúde. 
 
Entende-se como dívida fundada aquele 
montante total, apurado sem duplicidade, das 
obrigações financeiras do ente da Federação, 
assumidas em virtude de Lei, contratos, 
convênios ou tratados e da realização de 
operações de crédito, para amortização em prazo 
superior a doze meses. Trata-se de um passivo 
financeiro. É o que dispõe o art. 98 da Lei 
4.320/1964: 
Art. 98. A divida fundada compreende os 
compromissos de exigibilidade superior a 
doze meses, contraídos para atender a 
desequilíbrio orçamentário ou a 
financeiro de obras e serviços públicos. 
Parágrafo único. A dívida fundada será 
escriturada com individuação e 
especificações que permitam verificar, a 
qualquer momento, a posição dos 
empréstimos, bem como os respectivos 
serviços de amortização e juros. 
 
ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO 
FEDERAL 
A intervenção federal pode se dar de forma 
espontânea (discricionária) ou de forma 
provocada, que pode ser: por solicitação, por 
requisição ou por provimento de representação. 
 
ESPONTÂNEA OU DISCRICIONÁRIA: 
A intervenção será espontânea, também chamada 
de oficio ou discricionária quando o Chefe do 
Executivo puder decretar a intervenção 
independentemente de solicitação ou requisição 
de outro órgão, dentro do seu juízo de 
conveniência e oportunidade, são as hipóteses 
elencadas nos incisos I, II, III e V, do art. 34: 
 Manter a integridade nacional; 
 Repelir invasão estrangeira ou de uma 
unidade da Federação em outra; 
 Pôr termo a grave comprometimento da 
ordem pública; 
 Reorganizar as finanças da unidade da 
Federação que: 
a) suspender o pagamento da dívida 
fundada por mais de dois anos 
consecutivos, salvo motivo de força 
maior; 
b) deixar de entregar aos Municípios 
receitas tributárias fixadas nesta 
Constituição, dentro dos prazos 
estabelecidos em lei; 
 
Destaca-se que tivemos no dia 16/02/2018 a 
decretação da Intervenção Federal no Estado do 
Rio de Janeiro (decreto n. 9288/2018)3, na área 
de segurança pública, com fundamento para por 
termo a grave comprometimento de ordem 
pública. O Presidente na ocasião nomeou o 
Interventor: general do Exército Walter Souza 
Braga Netto. 
 
 
PROVOCADA 
A intervenção provocada pode ser: por 
solicitação, por requisição ou por provimento de 
representação. 
 
 
3 Decreto em anexo como material complementar. 
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen Hawking Página 20 
 
 POR SOLICITAÇÃO: (art. 34, IV c/c art. 36, 
I – 1a parte). 
É hipótese de intervenção provocada por 
solicitação a prevista no art. 34, IV, ou seja, 
quando for para garantir o livre exercício de 
qualquer dos Poderes nas unidades da 
Federação. 
Nesse caso será solicitação quando for para 
garantir o livre exercício dos poderes executivo e 
legislativo, apenas. Isso porque quando for contra 
o Poder Judiciário será hipótese de requisição. 
Nesse caso, o Poder Executivo ou legislativo que 
se sentir impedido ou coagido no exercício das 
suas funções poderá solicitar intervenção federal. 
O Poder legislativo pode ser a Assembleia 
Legislativa estadual ou a Câmara legislativa do 
Distrito Federal e o Poder Executivo será o 
Governador do Estado ou do DF. 
Por se tratar de solicitação, o Chefe do executivo 
não estará obrigado a decretar a intervenção, 
tratando-se aqui também de ato discricionário. 
Veja os dispositivos pertinentes da CF: 
 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados 
nem no Distrito Federal, exceto para: 
IV - garantir o livre exercício de qualquer 
dos Poderes nas unidades da Federação; 
 
Art. 36. A decretação da intervenção 
dependerá: 
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do 
Poder Legislativo ou do Poder Executivo 
coacto ou impedido, ou de requisição do 
Supremo Tribunal Federal, se a coação for 
exercida contra o Poder Judiciário; 
 
 
 POR REQUISIÇÃO: 
Nessa modalidade de intervenção temos dois 
casos distintos: a) requisição do STF; b) 
requisição do STF, STJ ou TSE. 
 
 REQUISIÇÃO DO STF (art. 34, IV c/c 36, I) 
É hipótese de intervenção provocada por 
requisição do STF a prevista no art. 34, IV, ou 
seja, quando for para garantir o livre exercício de 
qualquer dos Poderes nas unidades da 
Federação, quando o impedimento ou a coação 
for contra o Poder Judiciário. 
Caso, por exemplo, o Poder Judiciário local – 
Tribunal de Justiça - esteja sendo coagido ou 
impedido no exercício de suas atribuições, ele 
poderá solicitar ao STF que requisite a 
intervenção Federal. 
Se o STF

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