Trabalho ludicidade

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ÉTICA, ESTÉTICA E LUDICIDADE
Camilla VIEIRA
Paula Elaine CARDOSO
Rafaela OLIVEIRA
UNINTER
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo mostrar a importância do lúdico na aprendizagem e na construção do conhecimento do aluno. Através do tema: Ética, estética e Ludicidade, com foco na ludicidade e contação de história. Temos como finalidade apresentar o lúdico, através do jogo e brincadeiras, e a forma de trabalhar o lúdico para desenvolver a aprendizagem. Apresentamos também uma história com o título A Bela e a Fera que foi contada no pólo, e um jogo de regras baseado na história contada, de acordo com modelo de Piaget. O trabalho foi dividido em introdução, desenvolvimento com os títulos: O lúdico e a aprendizagem; A contação de história e Os jogos: Piaget e a aprendizagem. Contendo as fotos que foram tiradas durante a apresentação no pólo, da contação de história e o jogo apresentado. O trabalho se encerra com a conclusão, onde se expõe os objetivos alcançados e o aprendizado adquirido com a realização desta pesquisa.
 
PALAVRA CHAVE: LUDICIDADE.JOGOS.APRENDIZAGEM
 
INTRODUÇÃO
A Ludicidade desempenha um papel muito importante no processo educativo. Com o lúdico, a criança adquire confiança, criatividade, motivação, além de desenvolver várias habilidades como: Coordenação, concentração e agilidade. A entrada da criança no mundo lúdico marca uma nova fase de sua capacidade de lidar com a realidade. 
O Objetivo dessa pesquisa é refletir sobre a importância do lúdico na aprendizagem e na construção do conhecimento do aluno. O Trabalho foi dividido em três parte: O Lúdico e a aprendizagem, a contação de história e a aprendizagem, os jogos: Piaget e a aprendizagem. E a apresentação no pólo com duas atividades: A Contação de história e a apresentação de um jogo modelo sugerido por Piaget, mostrando seu funcionamento contendo fotos da apresentação.
O Educador também desempenha um importante papel nesse encontro entre a criança e o mundo lúdico, pois cabe a ele a função de mediar a ligação entre as crianças e as atividades lúdicas. Tendo em vista que a literatura infantil e a ludicidade tem importante contribuição para o desenvolvimento da criança, além de ser uma forma prazerosa, propícia, ainda, a ampliação de sua visão para novas realidades, tornando–se um ser humano mais crítico e criativo, portanto mais cidadão.
1.O LÚDICO E A APRENDIZAGEM
Lúdico é um adjetivo masculino com origem no latim ludos que remete para jogos e divertimento.
Consideradas atividades de entretenimento, as atividades lúdicas, são atividades que proporcionam prazer e divertimento aos que que estão envolvidos. Essas atividades como jogos e brincadeiras levam a criança a desenvolver a aprendizagem de forma cognitiva, afetiva, psicomotora e social.
Segundo Friedmann (1996, p.70) o lúdico é um importante recurso pedagógico pois “ o educador pode conhecer a realidade lúdica dos seus alunos, seus interesses e necessidades, comportamentos, conflitos e dificuldades”. A iniciativa lúdica na escola aumenta a criatividade e ajuda no desenvolvimento intelectual dos alunos.
A LDBEN nº 9.394/1996, em seu art. 29, evidencia a integração das áreas de desenvolvimento e aprendizagem apontando que “ a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
Devendo assim, nas aprendizagens especificas planejadas, considerar as dificuldades e os potenciais dos educandos, utilizando metodologias que ampliem as linguagens, diante dos diferentes estilos de aprendizagem.
O educando aprende quando interage com o meio em que vive, expressando as diferentes linguagens, seja corporal, oral ou escrita. E quando o aluno apresenta dificuldades na aprendizagem, cabe ao professor buscar metodologias e recursos pedagógicos, que auxiliem na significação dos conteúdos.
A ludicidade é um recurso pedagógico que auxilia o professor, neste processo de ensino-aprendizagem, pois podem ser utilizadas diferentes maneiras de expressão e linguagens, considerando diversas possibilidades de ação, estratégias e tentativas, ajudando o aluno na aceitação do erro. Quando uma criança participa de um jogo, ela elabora estratégias, desenvolve o pensamento, utiliza o raciocínio e a memória. Expressando, assim seus sentimentos de alegria, frustação, euforia, sozinha ou junto com seus colegas, fortalece-se emocionalmente pois lida com reações emocionais, e desenvolve o autoconhecimento, a autonomia e a perseverança.
Para Friedmann (1996) a ludicidade é facilitadora da organização do pensamento e da aprendizagem de elaboração de estratégias. Ela ressalta a importância do jogo espontâneo para as crianças como ponto de partida, devido a observação das atitudes e dos comportamentos durante as atividades lúdicas. Nesse sentido afirma (1996, p. 71) que “ o jogo espontâneo é livre e nele a criança tem prazer: ela estabelece a vontade de brincar, como, quando, com quem e durante quanto tempo”. O jogo espontâneo no contexto educacional, possibilita ao professor fazer um diagnóstico do grupo em geral ou do aluno individualmente, percebendo assim em que nível de desenvolvimento o aluno se encontra.
Para que a prática pedagógica com jogos aconteça, é necessário material adequado a cada tipo de atividade, o espaço deve ser propício para que ocorra o desenvolvimento do jogo. Podem ser utilizados materiais como bolas de borracha, cabos de vassoura, panos, caixas de papelão, cordas, pneus, papel sulfite colorido, lápis, tesouras, canetas coloridas, tinta e muitos outros materiais. Atualmente, dependendo do local onde a criança vive, está cada vez mais limitado os seus movimentos. Portanto é necessário que a sala de aula, ou o espaço destinado ao lúdico nas escolas, tenham espaço e materiais apropriados para que os jogos e as brincadeiras aconteçam de forma a potencializar a aprendizagem dos alunos.
Assim o tempo das atividades pode variar, no berçário pode levar de 20 a 30 minutos; no maternal, o tempo pode aumentar para 30 a 40 minutos. No pré-escolar e anos iniciais do ensino fundamental, o tempo pode variar de 40 a 60 minutos. É importante que o professor tenha flexibilidade e sensibilidade para estender um pouco mais o tempo quando os alunos estão desenvolvendo bem a atividade e diminuir ou terminar a brincadeira quando já se sentem entediados e dispersos.
Contudo é importante que o professor verifique que realizando atividades lúdicas os alunos começam a organizar suas relações emocionais, conhecem melhor o próprio corpo, desenvolvem suas potencialidades e compreendem as relações sociais que envolvem o jogo. É papel do professor avaliar-se profissionalmente, considerando sua capacidade de criar diferentes situações, proporcionando aos alunos o desenvolvimento motor, cultural, político e social.
2. A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS E A APRENDIZAGEM
A Literatura é a arte da palavra e, tem na linguagem verbal sua matéria-prima. Os efeitos causados pelos textos literários, tal como emoções, informação, reflexões e percepções em geral, só podem tornar-se acessíveis aos leitores por intermédio das palavras escritas ou orais (No caso da literatura não escrita, da poesia popular, da contação de histórias e de outras formas orais).
 Se, adquirindo o hábito da leitura, a criança passa a escrever melhor e a dispor de um repertório mais amplo de informações, a principal função que a literatura cumpre junto a seu leitor é a apresentação de novas possibilidades existenciais, sociais, políticas e educacionais. (CADEMARTORI, 1986, p.19-20).
 A Contação de história é uma atividade lúdica, artística e pedagógica podendo estar ao alcance do professor na sala de aula como um instrumento de trabalho, um recurso importante para o aprendizado do aluno , e consequentemente, para a formação do leitor. 
Segundo Abramovich (1989), é através de uma história que podem descobrir outroslugares, outro tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outa ótica...E Ficar sabendo História, Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar saber o nome disso tudo.
O Professor quando conta uma história, está fazendo uma ponte entre o leitor e o livro, criando um elo imaginário, contribuindo para a aquisição da linguagem, estimulando a observação, facilitando a expressão de ideias e desenvolvendo a capacidade cognitiva de perceber o livro como um instrumento de informação.
Para Coelho (1999), a história não acaba quando chega ao fim, ela permanece na mente da criança, que a incorpora como um alimento de sua imaginação criadora.
A História escolhida para a contação foi o clássico conto A Bela e a Fera, o critério utilizado para a escolha foi passar a mensagem de amor, amizade e mostrar que o egoísmo é uma coisa ruim. Pois no conto mostra a amizade e o amor verdadeiro, no qual a beleza interior predomina em detrimento da aparência física. A Preparação para a contação foi através de estudos do livro base e reuniões no pólo, e os recursos utilizados foram boneco confeccionados pela equipe para a realização do teatro de bonecos.
A Importância de contar e ouvir histórias para a formação do leitor, é que na infância a narrativa de histórias amplia a aquisição e experiências das crianças, desperta a criatividade, a imaginação, a atenção e principalmente o gosto pela leitura.
A Literatura enquanto forma de conhecimento é aquela que assume um papel informativo e que abre as portas do saber, propicia o acesso ao conhecimento, traz informações para a vida prática, num processo sem fim. Pois a criança que é incentivada e gosta de ouvir e ler histórias será com certeza um adulto diferenciado.
3. OS JOGOS: PIAGET E A APRENDIZAGEM
Piaget apresenta quatro tipos de jogos: o jogo de exercício sensório motor, o jogo simbólico, o jogo de regras e o jogo de construção.
O jogo de exercício sensório motor consiste em repetição de gestos e movimentos simples, como pular, e tem como finalidade o prazer funcional, a satisfação. Já o jogo simbólico se manifesta em forma de imaginação, no período de 2 a 6 anos e de acordo com Piaget (1990): “consiste em satisfazer o eu por meio de uma transformação do real em função dos desejos”. 
O jogo de regras é realizado com crianças com idade de 5 anos, mas se desenvolve na fase dos 7 aos 12 anos. Nesse jogo existe leis, regras que devem ser seguidas. Entretanto o jogo de construção possibilita a reconstrução do real, a sua prática retoma aspectos da vida social.
De acordo com Almeida (2004):
Quando participa de um jogo, a criança elabora e reelabora suas atitudes, organiza estratégias e pensamentos, utiliza o raciocínio e a memória. Expressa seus sentimentos de alegria na vitória e frustração na perda, sozinha e junto aos seus colegas, fortalece-se emocionalmente ao lidar com suas reações emocionais, desenvolvendo o autoconhecimento, a autonomia e a perseverança.
O jogo possibilita a construção do conhecimento, enquanto a criança joga ela: estabelece metas, explora estímulos, antecipa resultados, simboliza, analisa possibilidades, cria hipóteses e principalmente constrói o saber.
4. FOTOS DA APRESENTAÇÃO DO PORTIFÓLIO
 
 Iniciamos contanto a história da Bela e a Fera usando um cenário e bonecos das personagens , assim sendo realizado um teatro durante a contação. Mostrando como esse recurso é importante para o aprendizado do aluno, e consequentemente, para a formação do leitor. 
 Logo após foi apresentado o jogo de regras segundo Piaget, relacionado a história contada, explicando seu funcionamento. Mostrando como o educando aprende quando interage com o meio em que vive, expressando as diferentes linguagens, seja corporal, oral ou escrita através dos jogos.
 
Explicação do jogo de Regras para as crianças. ( A foto com as crianças foi autorizada pelas mães).
5.CONCLUSÃO
 Através do trabalho realizado compreende-se que a contação de história no ambiente escolar é caracterizada como um instrumento de trabalho para o aprendizado do aluno e para a formação do leitor.
As atividades lúdicas são necessárias, pois geram prazer e divertimento as crianças. A ludicidade pode ser aplicada como jogos de exercício sensório motor, jogos simbólicos, jogos de regras e jogos de construção. Tanto a contação de história quanto o lúdico são importantes na educação pois contribuem para o desenvolvimento do aluno.
A escola deve ser um lugar onde o educando aprende a desenvolver suas habilidades tanto na forma habitual, através do ensino tradicional, quanto na forma divertida, prazerosa que é brincando.
REFERÊNCIAS:
ABRAMOVICHI, Fany. Literatura Infantil: Gostosuras e Bobices. São Paulo: Scipione, 1989
ALMEIDA, M.T.P. de Jogos divertidos e brinquedos criativos. Petrópolis: Vozes, 2004.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996. 
 
CADEMARTORI, Lígia. O que é Literatura Infantil. São Paulo: Brasiliense, 1986.
COELHO, Bethy. Contar histórias: Uma arte sem idade. São Paulo: Ática 1999
.
 FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender. O resgate da cultura infantil. São Paulo: Moderna, 1996.
 
Costa, Marta Morais da
Metodologia do ensino da Literatura infantil/ Marta Morais da Costa.- Curitiba: Intersaberes, 2013.
Rau, Maria Cristina Trois Dorneles
A Ludicidade na educação: uma atitude pedagógica/ Maria Cristina Trois Dorneles Rau- Curitiba: Intersaberes, 2012.-( Série Dimensões da Educação).