Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito Ambiental Maria Helena Bezerra Cortez Marcelo Rocha Cortez Direito Ambiental Maria Helena Bezerra Cortez Marcelo Rocha Cortez Direito Ambiental Natal/RN 2014 C827d Cortez, Maria Helena Bezerra Cortez. Direito ambiental / Maria Helena Bezerra Cortez, Marcelo Rocha Cortez ; edição e revisão do Instituto Tecnológico Brasileiro (ITB). – Natal, RN : 2014. 94 p. : il. ISBN 978-85-68100-35-6 Inclui referências 1. Direito ambiental. 2. Proteção ambiental. 3. Regulamentação ambiental. I. Instituto Tecnológico Brasileiro. II.Título. RN/ITB/LCFJ CDU 349.6 presidente PROF. PAULO DE PAULA diretor geral PROF. EDUARDO BENEVIDES diretora acadêmica PROFA. LEIDEANA BACURAU diretora de produção de projeto PROFA. JUREMA DANTAS FICHA TÉCNICA gestão de produção de materiais didáticos PROFA. LEIDEANA BACURAU coordenação de design instrucional PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA projeto gráfico ADAUTO HARLEY SILVA diagramação MAURIFRAN GALVÃO designer instrucional SÍLVIA BARBALHO BRITO revisão de língua portuguesa PROFA. ANA AMÉLIA AGRA LOPES revisão das normas da ABNT LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR ilustração RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA Catalogação da Publicação na Fonte (CIP). Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726. “Todos têm direito ao meio ambiente ecologica- mente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade, o dever de defendê-lo e preservá-lo para presentes e futuras gerações.” (Artigo 225 da Constituição Federal de 1988) Índice iconográfico Diálogos Querendo mais Importante Internet Curiosidade Vocabulário Você conhece? Mídias Atividades O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim- ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es- tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo. Observe-os na descrição a seguir: Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci- mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno. Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con- siderado muito relevante. Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência, antes do resumo. Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no decorrer do estudo. Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas ao objeto de estudo. Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre- sentado ao final ou ao longo do texto. Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem. Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais. Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais. Apresentação institucional 09 Palavra do professor autor 11 Apresentação das competências 13 Competência 01 Contextualizar a estrutura política brasileira 17 A estrutura política de nosso país 17 Separação dos poderes 20 As políticas públicas 22 Resumo 24 Autoavaliação 25 Competência 02 Interpretar as principais de proteção ao meio ambiente 29 A Constituição brasileira e o meio ambiente 29 O desenvolvimento sustentável na constituição 31 A Política Nacional do Meio Ambiente 34 Resumo 40 Autoavaliação 41 Competência 03 Analisar a proteção legal conferida às florestas brasileiras 45 O Código Florestal Brasileiro 45 Sumário Entendendo a Lei sobre as Áreas de Preservação Permanentes 46 As Áreas de Preservação Permanentes podem ser ocupadas? 52 A proteção do Código Florestal às Reservas Legais Florestais 54 Proteção legal da Mata Atlântica 56 Resumo 58 Autoavaliação 58 Competência 04 Analisar o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da natureza 63 A base legal do SNUC 63 Definição de unidades de conservação 64 Resumo 69 Autoavaliação 70 Competência 05 Interpretar a política nacional dos recursos hídricos 75 A Titularidade 75 Fundamentos e objetivos 76 Resumo 79 Autoavaliação 79 Competência 06 Contextualizar o Estatuto da Cidade e o Plano diretor 85 Base legal 85 Plano Diretor 86 Resumo 88 Autoavaliação 89 Referências 91 Conheça o autor 94 D ire ito A m bi en ta l 9 Apresentação institucional O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen- volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância. Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen- volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro- dutivo da nação. O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida- mente concorrer aos crescentes postos de trabalho. No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza- gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais. O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con- tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio- namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para o seu desenvolvimento pessoal e do seu país. D ire ito A m bi en ta l 11 Seja bem-vindo ao mundo do Direito Ambiental! O nosso estudo é responsável por toda a regulamentação legal sobre o meio ambiente no Brasil, tratando desde a sua proteção e preservação, até as formas de uso sustentável dos recursos naturais. Daí sua grande importância para todos os níveis educacionais. Você perceberá que o Direito Ambiental é uma área multidisciplinar, por envolver con- ceitos de diversos campos do conhecimento, em especial, da Biologia, da Geologia, da Ecologia e da Geografia, o que a faz ainda mais prazerosa e instigante! De um modo geral, vamos conhecer os principais institutos do Direito Ambiental, os pro- blemas enfrentados na gestão do meio ambiente e como proceder para garantir a proteção e o equilíbrio ambiental dos ecossistemas em que vivemos. Está dada a largada para um novo mundo de descobertas fascinantes! Bons estudos!. Palavra do professor autor D ire ito A m bi en ta l 12 D ire ito A m bi en ta l 13 Nosso estudo de Direito Ambientalpermitirá que você esteja apto, ao final, a con- textualizar e atuar na dinâmica que envolve os principais fenômenos jurídicos no âm- bito da proteção ao meio ambiente. Para isso, nós buscamos dividir didaticamente o conteúdo em seis competências, trabalhando em cada uma delas uma habilidade que componha a sua formação humanística e técnica, no que se refere ao tema central deste estudo: meio ambiente. Então, vejamos: na primeira competência, você irá contextualizar a estrutura políti- ca do nosso país e conhecer a importância da participação popular no surgimento das nossas políticas públicas. Em seguida, na segunda competência, você interpretará as principais leis de prote- ção ao meio ambiente: a Constituição Federal e a Política Nacional do Meio Ambiente. Faremos uma leitura crítica dos princípios constitucionais e dos institutos jurídicos fundamentais para o alcance da proteção ambiental. Já na terceira competência você irá analisar e discutir, criticamente, os danos cau- sados as nossas florestas, investigando os instrumentos jurídicos adequados a sua reparação, pois iremos examinar o Código Florestal e a Lei da Mata Atlântica. Nesta competência vamos nos apropriar dos conceitos de áreas de preservação permanen- tes e reservas legais. Além disso, reconheceremos a importância da preservação das nossas florestas. Na próxima competência, a quarta, você irá analisar criticamente o que vem a ser o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e suas principais funções no tocante à preservação dos ecossistemas e da biodiversidade para a manutenção da Apresentação das competências D ire ito A m bi en ta l 14 qualidade de vida da população. Dando prosseguimento, na quinta competência você terá a oportunidade de inter- pretar a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), bem como realizar uma refle- xão analítica sobre os eventos hidrológicos críticos que assolam o planeta, reconhecen- do sua participação como agente de preservação desse recurso fundamental à vida, a água. Por fim, na sexta e última competência você irá contextualizar o Estatuto da Cidade e um de seus principais instrumentos, o Plano Diretor, através de estudos, debates e pesquisas da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Vamos em frente? Competência 01 Contextualizar a estrutura política brasileira D ire ito A m bi en ta l 17 Aqui no Brasil são bastante comuns críticas negativas a respeito da nossa política e dos nossos governantes. Questionamos, por exemplo, o funcionamento do sistema de trans- porte, os benefícios financeiros concedidos aos políticos e as condições atuais da educa- ção e da saúde. Mas, será que nós conhecemos bem a realidade política brasileira a ponto de sugerir melhores soluções para os problemas que enfrentamos? E ainda, será que você conhece a estrutura política do nosso país? Esse conhecimento é fundamental na construção do pensamento crítico de uma socie- dade, pois será através dele que iremos identificar as raízes históricas da nossa formação política, compreender melhor o funcionamento das instituições e conhecer as atribuições legais dos governantes. E quanto a nós, será que temos algum papel no quadro político brasileiro? Vamos descobrir? Para isto, nesta competência você estudará a relação entre as políticas públicas brasi- leiras e a participação popular, mediante o exercício de importantes institutos jurídicos: a cidadania e a democracia. Para ajudar a compreender bem essa relação, vamos começar por uma exposição so- bre a Teoria Política, passando pela organização político-administrativa do nosso país, do seu estado e da sua cidade. Mãos à obra! A estrutura política de nosso país Ao iniciarmos o estudo a respeito da Teoria Política brasileira é importante conhecer o conceito da palavra “política”, a qual, conforme o Novo Dicionário Aurélio pode ser retratada sob diversos aspectos, quais sejam: econômico, governamental, eletivo e de civilidade. Contextualizar a estrutura política brasileira O que é Política? 1. Ciência dos fenômenos referentes ao Estado; ciência política. 2. Sistema de regras respeitantes à direção dos negócios públicos. 3. Arte de bem governar o povo. 4. Conjunto de objetivos que informam determinado programa D ire ito A m bi en ta l 18 Conceito de soberania: é o supremo poder ou poder político de um es- tado, que nele reside como um atributo de sua personalidade suprema. Já Soberania Nacional é a denominação que vem firmar o conceito de- mocrático, em virtude do qual a soberania atribuída ao Estado pertence ao próprio povo, constituído em nação. Neste particular, pois, a soberania nacional advém da soberania do povo, escolhendo sua forma de governo e instituindo as bases da política do Estado, a que se dá a organização política (SILVA, 2000, p. 763). Importante de ação governamental e condicionam a sua execução. 5. Princípio doutrinário que caracteriza a estrutura constitucional de um Estado. 6. Posição ideológica a respeito dos fins do Estado. 7. Atividade exercida na disputa de cargos de governo ou no proselitismo partidário. 8. Habilidade no trato das relações humanas (FER- REIRA, 2001, extraído da internet). Neste tópico, nós iremos conhecer a atual estrutura política do Brasil através da identi- ficação do sistema de regras que direcionam a organização do Estado e a composição do Governo brasileiro. Quanto à organização do Estado, um país pode apresentar duas formas de organização territorial: estado unitário e estado federativo. Na primeira, há apenas uma entidade cen- tral e única, sem subdivisões territoriais, a exemplo de França, Portugal, Holanda e Uruguai. Por outro lado, no estado federativo há subdivisões autônomas, dotadas de governo próprio, porém a autoridade superior é do governo central. O que caracteriza o Estado federal é a coexistência de dois governos distintos: o federal e o estadual (MALUF, 1999). O Brasil é um exemplo de estado federativo, sendo constituído por subdivisões adminis- trativas autônomas (Estados, Municípios e Distrito Federal), cujo poder superior é exercido pela União Federal, a qual detém com exclusividade a representatividade da soberania brasileira. D ire ito A m bi en ta l 19 Nas lições de Sahid Maluf (1999, p. 178) a monarquia se subdivide em: absoluta, constitucional e parlamentar. A monarquia absoluta “é aquela que todo o poder se concentra na pessoa do monarca. Exerce-o, por direito próprio, as funções de legislador, administrador e supremo aplicador da Justiça”. Já na monarquia cons- titucional, o poder do monarca é limitado ao exercício do poder executivo, uma vez que os demais poderes, legislativos e judiciários, são exercidos por instituições in- dependentes. Na monarquia parlamentar, o poder do monarca é ainda mais limita- do, pois ele não exerce função de governo, “o Rei reina, mas não governa” (MALUF, 1999, p. 179). O poder executivo é exercido pelo Primeiro Ministro (ou Conselho de Ministros) que responde diretamente ao Parlamento. Quanto à organização governamental (formas de governo), temos também duas sub- divisões básicas: a monarquia e a república. A diferença fundamental entre elas está na origem do poder: enquanto que na monarquia o poder é transmitido ao longo da linha sucessória e, geralmente, acompanha os laços familiares (hereditariedade), o acesso ao poder na república não está restrito aos pertencentes a certa linhagem hereditária. Neste caso, o representante é escolhido pelo povo, através de eleições periódicas (eletividade e temporalidade do Governo). De acordo com o professor Machado Paupério (1969 apud MALUF,1999, p. 179), “existirá República toda vez que o poder pertencer ao povo ou a um parlamento que o represente.” Para uma República ser constituída, são necessárias três condições funda- mentais: um número razoável de pessoas; uma comunidade de interesses e de fins; e um consenso do Direito. Você sabia que o Brasil já foi uma monarquia? Isso mesmo! Entre os anos de 1822 e 1889, o Brasil foi governado por uma Monarquia Constitucional, cujos Imperadores foram Dom Pedro I e Dom Pedro II, respectivamente. Curiosidade Maquiavel, pensador italiano responsável pela divisão dualista das formas de governo, costumava afirmar que a Monarquia era o governo da minoria, enquanto a República o governo da maioria (MALUF, 1999, p. 177). Faça uma pesquisa sobre as formas de estado e de governo de três países que não foram trazidos nos exemplos acima. Compartilhe suas descober- tas em nosso fórum! Atividade 01 Podemos concluir até agora, que o Brasil é um estado federativo (forma de estado) e republicano (forma de governo). Razão pela qual é denominado oficialmente como Repú- blica Federativa do Brasil. Separação dos poderes Não podemos entender a estrutura política do nosso país sem conhecermos outro im- portante aspecto da Teoria Política: a organização dos poderes. Aqui vamos identificar o papel que nossos governantes (presidente, governadores, prefeitos, deputados, senadores e vereadores) podem assumir diante das suas verdadeiras atribuições. No Brasil, adota-se a célebre “separação dos poderes”, que consiste em distinguir três funções estatais: administração, legislação e jurisdição. Estas funções correspon- dem aos três poderes constituídos: Executivo, Legislativo e Judiciário, todos harmôni- cos e independentes entre si, ou seja, não há hierarquia, nem subordinação entre eles (MORAES, 2002). D ire ito A m bi en ta l 20 Conheça quem foi Maquiavel e entenda o papel desempenhado por este grande pensador iluminista ao longo da história: <http://www.brasilesco- la.com/sociologia/ciencia-politica-maquiavel.htm>. Internet São exemplos de Estados Monárquicos: Reino Unido, Canadá, Dinamarca, Espanha, Japão e Suécia. São exemplos de Estados Republicanos: Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Portugal e França. D ire ito A m bi en ta l 21 Charles de Montesquieu, grande pensador político do Iluminismo, ficou famoso pela teoria da separação dos poderes. Leia mais sobre ele e sobre a separação dos poderes no site <http://www.brasilescola.com/politica/ tres-poderes.htm>. Curiosidade Dessa forma, para que a independência entre os poderes seja assegurada, é im- prescindível a existência de regras que informem quais são as suas respectivas atribui- ções (competências). Em nosso país, essas normas estão presentes na Constituição Federal de 1988. Você conhece a Constituição Federal brasileira? A Constituição é a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes a sua estruturação, for- mação dos poderes públicos, forma de governo, organização do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos (MORA- ES, 2002, p. 36). Acesse ao site: <http://www.planalto.gov.br> e faça o download da Constituição Federal de 1988. Figura 1 – Constituição Federal de 1988 Fonte: <http://abelhudonews.blogspot.com.br/2009/10/hoje-na-historia-21-anos-da.html>. Acesso em: 15 set. 2014. Para sua melhor compreensão a respeito da organização dos poderes no Brasil, apresento um quadro destacando os três poderes, suas respectivas competências e representantes legais: D ire ito A m bi en ta l 22 Estado Democrático é a expressão utilizada para designar que o governo de determinado Estado se constitui nos moldes da democracia, ou seja, o poder é do povo, que o expressa através do voto, elegendo os seus re- presentantes, seja diretamente ou indiretamente. No Estado Ditatorial, a participação do povo é minimizada (às vezes até anulada), não havendo nenhuma forma de eleição e concentrando excessivamente o poder nas mãos dos mandatários. Importante COMPETÊNCIAS Administrar a coisa pública, isto é, exercer um papel ativo na condu- ção e operacionalização da gestão pública e, também, executar as leis. Criar as leis. Garantir o cumprimento das leis como forma de pacificar os conflitos sociais. REPRESENTANTES LEGAIS O presidente da República, os governado- res dos estados e os prefeitos municipais. Os membros do Congresso Nacional (sena- dores e deputados federais), das Assem- bleias Legislativas (deputados estaduais) e das Câmaras Municipais (vereadores). Órgãos que compõem a organização da justiça: o Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça, os Tribunais Federais, do Trabalho, Eleitorais, Militares e os Tri- bunais Estaduais, além dos juízes fede- rais e estaduais, de um modo geral. Quadro 1 – Os três poderes, suas competências e representantes legais Fonte: autoria própria (2014). PODERES CONSTITUÍDOS Executivo Legislativo Judiciário É importante, finalmente, destacar que a separação dos poderes do Estado representa um grande avanço para a manutenção do Estado Democrático, pois a concentração de poder em uma única esfera poderá representar o retorno ao Estado Ditatorial (MORAES, 2002). As políticas públicas Agora que você já conhece a organização política brasileira, é chegada a hora de conhe- cer também a forma de concretização das ações de governo dos nossos representantes, as chamadas políticas públicas. Assista a uma Audiência Pública sobre uma questão ambiental na Câmara Municipal da sua cidade e elabore um texto crítico relacionando os concei- tos de cidadania, democracia e poderes constituídos, atrelados ao meio am- biente. Compartilhe seu texto no nosso fórum e discuta com seus colegas! Atividade 02 D ire ito A m bi en ta l 23 As políticas públicas representam o conjunto das ações de governo que buscam efetivar direitos assegurados aos cidadãos e considerados prioritários num dado momento históri- co. São exemplos as ações voltadas à educação, à saúde e ao meio ambiente. Processo de surgimento das políticas públicas e o exercício da Cidadania As políticas públicas podem ser formuladas tanto pelo Poder Executivo, quanto pelo Poder Legislativo, seja por iniciativa própria ou mediante demandas e propostas da sociedade. A par- ticipação da sociedade na formulação das políticas públicas é essencial e, por isso, muitas leis já trazem a obrigatoriedade da participação popular no seu processo de criação. Exemplo disso é a Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, conhecida como “Estatuto das Cidades”, que esta- belece a gestão democrática por meio da participação da população e de associações repre- sentativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano (BRASIL, 2001). Conheça um pouco mais sobre a sociedade civil em: <http://pensadoresbra- sileiros.home.comcast.net/~pensadoresbrasileiros/RobertoCampos/a_ sociedade_civil.htm>. Internet A participação popular deve ser assegurada mediante a realização de audiências pú- blicas, em que deverão ser apresentados e discutidos os planos, programas e projetos de determinados setores. Neste contexto, o exercício da Cidadania, além de ser um direito, é um dever de participação popular nas decisões políticas da sociedade, através do qual se legitima as deliberações dos nossos governantes. D ire ito A m bi en ta l 24 Você pode estar se perguntando: por que todas essas informações são importantes no estudode Direito Ambiental? Conhecer a estrutura política do nosso país é enriquecedor para qualquer cidadão bra- sileiro, pois também faz parte do exercício da cidadania o conhecimento dos nossos direito e deveres perante a sociedade em que vivemos. Para você, operador da proteção conferida ao meio ambiente, esse aprendizado se torna ainda mais importante, uma vez que ao técnico em meio ambiente, entre outras práticas, caberá a operacionalização de toda uma estrutura legal e administrativa a serviço do meio ambiente. Assim, é imprescindível para o técnico em meio ambiente o conhecimento da organiza- ção administrativa dos poderes constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário), de forma a reconhecer a competência de atuação e os limites de cada um deles, pois você poderá atuar como agente licenciador junto a um órgão ambiental (Poder Executivo), poderá tam- bém trabalhar a serviço da justiça como perito ambiental (Pode Judiciário) e até mesmo trabalhar como consultor ambiental na elaboração de políticas públicas e na legislação ambiental (Poder Legislativo). Veja o quanto será diversificada a sua atuação no mundo profissional. Mantenha-se firme nos estudos e siga avante! Resumo Nesta competência, você construiu a habilidade necessária para contextualizar a es- trutura política brasileira, através da Teoria Política que estuda a organização do Estado, do Governo e da Sociedade; e identificou que a organização territorial do Estado pode ser federativa ou unitária. Observou também que na federação, como é o caso do Brasil, o Estado é composto por subdivisões administrativas (estados, municípios e distrito federal) autônomas. Porém, é importante lembrar-se que o poder central é exercido pela União Fe- deral. Já o exercício do Governo pode se dar através da Monarquia ou da República, sendo a primeira constituída através de uma linha sucessória e vitalícia, enquanto que a Repúbli- ca é dotada de eletividade e temporalidade. Em seguida, você também aprendeu que a separação dos poderes constitui um ins- trumento essencial para a concretização da democracia e que no Brasil adota-se a trípli- ce separação de poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Viu também que as políticas públicas correspondem às ações de governo dos nossos representantes, as quais podem advir dos Poderes Executivo e Legislativo ou, ainda, da participação direta da população através da apresentação de projetos, programas ou planos aos seus representantes elei- tos. Neste sentido, é de suma importância que você reflita sobre até que ponto os temas D ire ito A m bi en ta l 25 aqui estudados têm reflexos no seu cotidiano profissional e pessoal, buscando agir como um cidadão comprometido com a comunidade onde vive. Autoavaliação 1. A República Federativa do Brasil tem como forma de Estado: a) Estado Democrático de Direito; b) Estado Federal; c) Estado Unitário; d) Estado Republicano. 2. Assinale a alternativa incorreta, em relação à Constituição atual: a) A forma federativa de Estado é característica de nosso país; b) O regime de governo Presidencialista não se constitui em cláusula pétrea; c) O Município não é entidade federativa; d) A soberania é um dos princípios fundamentais da República Federativa do Brasil. 3. O Governo Republicano tem como traços distintivos: a) O acesso do povo ao poder; b) A eletividade dos mandatários e a vitaliciedade dos mandatos eletivos; c) A vitaliciedade e a hereditariedade; d) A centralização das decisões políticas e administrativas. 4. A República, Federação e Presidencialismo são, para a Constituição de 1988, respecti- vamente: a) Forma de Governo, forma de Estado, sistema de Governo; b) Forma de Estado, sistema de Governo, regime de Governo; c) Sistema de Governo, regime de Governo, forma de Estado; d) Forma de Estado, regime de Governo, sistema de Governo. D ire ito A m bi en ta l 26 5) A Constituição originada de órgão composto por representantes do povo, eleitos direta- mente não pode ser chamada de: a) Votada; b) Promulgada; c) Outorgada; d) Popular. Competência 02 Interpretar as principais leis de proteção ao meio ambiente D ire ito A m bi en ta l 29 Interpretar as principais de proteção ao meio ambiente Agora que você já conhece a organização do Estado brasileiro e as atribuições inerentes a cada um dos Poderes Constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário), vamos analisar juntos, a base legal de proteção ao meio ambiente, conhecer quais os instrumentos de atuação do Poder Público e da sociedade na busca de um verdadeiro desenvolvimento sustentável. A Constituição brasileira e o meio ambiente Estudamos na primeira competência o conceito e a importância da Constituição Fede- ral. Vale lembrar-se que é ela a nossa principal lei, e de onde parte toda a organização do ordenamento jurídico de um Estado (leis, decretos, portarias, instruções normativas). O Brasil, desde a sua independência, teve sete Constituições: as de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988. Alguns consideram como uma oitava Constituição a Emenda nº 1, outorgada pela junta militar, à Consti- tuição Federal de 1967, que teria sido a Constituição de 1969. No entanto, a história oficial considera apenas sete (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, 2008, extraído da internet). Curiosidade A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 foi a primeira Constituição Brasileira a trazer a expressão “meio ambiente” (MACHADO, 2009). Até o momento de sua promulgação, em 5 de outubro de 1988, a proteção ao meio ambiente tinha passa- do à margem de todas as constituições anteriores. Essa importante inovação foi fruto da mudança de paradigma da nossa sociedade que, a partir da metade do século XX, começou a enxergar a proteção ambiental como condição essencial à sadia sobrevi- vência humana na terra. Muitos autores, entre eles Édis Milaré (2005), denominam a Constituição de 1988 Paradigma: mode- lo, padrão. Algo que vai servir de exem- plo numa determi- nada situação. São regras orientadoras estabelecidas previamente e que servirão de limites dentro de um determinado grupo (Fonte: <http:// www.significados. com.br/paradig- ma/>. Acesso em: 01 set. 2014.). D ire ito A m bi en ta l 30 como “Constituição Verde”, em razão do destaque que foi dado às normas de proteção do meio ambiente. As disposições sobre meio ambiente nessa Constituição estão previstas em diversos títulos e capítulos, mas essencialmente no Título VIII, Capítulo VI, Artigo 225. Acesse ao site do Planalto e faça a leitura completa do Artigo 225 da nossa Constituição. Vamos lá? Acesse: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituicaocompilado.htm>. Internet Pela leitura do dispositivo constitucional, o meio ambiente ecologicamente equilibrado pode ser conceituado como um direito de todos, de natureza coletiva (bem comum do povo) e essencial à sadia qualidade de vida, impondo a responsabilidade compartilhada do cidadão e do Poder Público pela sua defesa e proteção (MILARÉ, 2005). O meio ambiente ecologicamente equilibrado é o resultado da conjuga- ção equilibrada entre a preservação dos bens ambientais (água, fauna, flora, ar, solo) e a fruição pelo homem de forma consciente. Importante Destaquei o termo “responsabilidade compartilhada” para chamar a sua atenção ao conteúdo que nós já estudamos. Está lembrado? Não custa nada refrescar a memória e fazer uma nova leitura, associando ao conceito de cidadania (estudado na competência anterior) com a responsabilidade do cidadão em garantir a proteção do meio ambiente. Agora que você járelembrou o conceito de cidadania e o relacionou ao dever da par- ticipação popular na proteção ambiental, será fácil compreender que “o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado” possui natureza coletiva, em razão dele se en- quadrar na categoria daqueles direitos que ultrapassam a esfera puramente individual, pois os efeitos de uma degradação ambiental possuem reflexos em toda a coletividade (MIRANDA, 2010). D ire ito A m bi en ta l 31 Faça uma pesquisa sobre a poluição de rios e lagos por lançamento irre- gular de esgoto. Anote os principais dados da pesquisa: cidade, nome do rio, alcance e efeitos da poluição sobre a população atingida e compartilhe suas impressões em nosso fórum. Atividade 01 Figura 2 – O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-7OxPAbGrjBc/Td_-w9bgVQI/AAAAAAAABuc/ XrWBVEi1Ls4/s400/ponte+f%25C3%25A9rrea+sobre+o+Ca%25C3%25AD+- -+a%25C3%25A9rea.jpg >. Acesso em: 15 set. 2014. Imagine, por exemplo, o lançamento de esgoto em um rio. Agora, responda: o prejuízo será apenas para aquele indivíduo que fez o lançamento irregular ou para toda a popula- ção? É bem evidente que o efeito dessa degradação vai atingir toda a coletividade, princi- palmente aos moradores da localidade ribeirinha, podendo, inclusive, atingir a população de outras cidades, já que a poluição poderá ser levada pelo curso das águas até quilôme- tros de distância do local do lançamento daquela poluição. O desenvolvimento sustentável na constituição O princípio do desenvolvimento sustentável foi conceituado pela primeira vez no Re- latório de Brundtland, em 1987, como “aquele que atende às necessidades da presente geração sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas D ire ito A m bi en ta l 32 Pois bem, o desenvolvimento sustentável está ligado à ideia de manutenção das condi- ções de salubridade do meio ambiente para que as próximas gerações possam desfrutar as mesmas condições ambientais que nós (a atual geração) dispomos. Nesse sentido, para alcançarmos o verdadeiro desenvolvimento sustentável temos que nos considerar como parte integrante da proteção ambiental. O princípio 04 da Declaração da ECO 92 é bastante claro: “para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental constituirá parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente deste.” (Fonte: <http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/ rio92.pdf>. Acesso em: 01 set. 2014). Salubridade: con- dição ou situação (visivelmente am- biental) que não afeta (pelo menos não de maneira potencial) a saúde dos indivíduos presentes. próprias necessidades” (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVI- MENTO, 1988, p. 46). Acesse ao site <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-e-o-meio- -ambiente/> e leia sobre a importância do Relatório de Brundtland: Nos- so Futuro Comum, que trouxe o conceito de desenvolvimento sustentável para a agenda global. Internet Rio 92 ou ECO 92 foi a II Conferência das Nações Unidas sobre meio am- biente e desenvolvimento humano, realizada em 1992, no Rio de Janeiro, com objetivo principal de discutir sobre o desenvolvimento sustentável e o processo de degradação ambiental. O evento contou com a participação de governantes de diversas nações e resultou na aprovação de acordos, programas e protocolos assumidos pelos países signatários. O mais impor- tantes deles, a chamada Agenda 21, se comprometia com a promoção, em escala planetária, de um novo padrão de desenvolvimento para o século XXI, abrangendo os aspectos de proteção ambiental, justiça social e efici- ência econômica. Curiosidade Devemos nos lembrar, ainda, que falar em desenvolvimento sustentável requer a conju- gação e interação de três pilares fundamentais: desenvolvimento econômico, desenvolvi- mento social e preservação do meio ambiente. Sem esses três pilares, a sustentabilidade não se concretiza. D ire ito A m bi en ta l 33 Figura 3 – Os três pilares fundamentais para o desenvolvimento sustentável Fonte: <http://www.engenhariaemsolucoes.com.br/wp-content/uploads/2012/05/ Desenvolvimento-sustentavel-300x162.jpg>. Acesso em: 15 set. 2014. Frederico Amado (2012, p. 57, grifo nosso) nos lembra de uma questão bas- tante importante: [...] as necessidades humanas são ilimitadas (fruto de um consumismo exagerado incentivado pelos fornecedores de produtos e serviços ou mesmo pelo Estado), mas os recursos ambientais naturais não, tendo o Planeta Terra uma capacidade máxima de suporte, sendo crucial bus- car a sustentabilidade. Édis Milaré (2005, p. 65-68), citando a publicação da ONU intitulada Cuidando do Pla- neta Terra: uma estratégia para o futuro da vida (1991), enumera os seguintes princípios da vida sustentável: 1 – Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos; 2 – Melhorar a qualidade da vida humana; 3 – Conservar a vitalidade e a diversidade do planeta; 4 – Minimizar o esgotamento de recursos não renováveis; D ire ito A m bi en ta l 34 5 – Permanecer nos limites da capacidade de suporte do Planeta Terra; 6 – Modificar atitudes e práticas pessoais; 7 – Permitir que as comunidades cuidem de seu próprio meio ambiente; 8 – Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e conservação; 9 – Construir uma aliança global. Com base nos princípios acima apresentados, compartilhe a sua reflexão sobre o assunto com seus colegas em nosso fórum, no seu Ambiente Vir- tual de Aprendizagem (AVA). Apresente exemplos de práticas sustentáveis adotadas por você e seus familiares em suas atividades cotidianas. Diálogos A Política Nacional do Meio Ambiente A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) foi instituída pela Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e constitui um marco normativo do Direito Ambiental, pois inegavel- mente representa um passo precursor na busca pela proteção ambiental em nosso país. No art. 4º, da Lei nº 6.938/81, encontramos os objetivos específicos deste importante diploma legal. Ela visará: I – À compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da quali- dade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; II – À definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equi- líbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; III – Ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relati- vas ao uso e manejo de recursos ambientais; IV – Ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; D ire ito A m bi en ta l 35 V – À difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e infor- mações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; VI – À preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas a sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; VII – À imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. (BRASIL, 1981, extraído da internet). Frederico Amado (2012, p. 90) nos ensina que “já no ano de 1981 se plantou legal- mente no Brasil a semente do desenvolvimento sustentável, pois a PNMA, desde então, prevê entre seus objetivos a compatibilização do desenvolvimento econômico com a pre-servação ambiental”. Para alcançar os objetivos estabelecidos no Art. 4º, a PNMA, em seu Art. 9º, enumera o licenciamento ambiental como um dos instrumentos indispensáveis para o controle e proteção do nosso meio ambiente. Mas, você sabe o que é o licenciamento ambiental? Segundo a PNMA, o licenciamento é o procedimento administrativo por meio do qual se avalia a localização e se autoriza a implantação e operação de determinada atividade ou empreendimento considerado efetivo ou potencialmente causador de poluição ou degra- dação ambiental. É obrigação do empreendedor, prevista em lei, buscar o licenciamento ambiental da sua atividade junto ao órgão competente, desde as etapas iniciais de seu planejamento até a sua efetiva operação. Importante A licença ambiental, resultado do procedimento de licenciamento ambiental, é o docu- mento emitido pelo órgão ambiental que condicionará a atividade e/ou empreendimento licenciado de modo a prevenir eventuais danos ou degradação ambiental. D ire ito A m bi en ta l 36 Entre no site do CONAMA e faça a leitura completa da Resolução nº 237/97, que dispõe sobre as normas de licenciamento ambiental: <http://www. mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html>. Internet O licenciamento ambiental possui três fases distintas, cada uma delas corresponderá a um tipo específico de licença ambiental. Acompanhe abaixo: FASE PRELIMINAR Licença Prévia FASE DE INSTALAÇÃO Licença de Instalação FASE DE OPERAÇÃO Licença de Operação A primeira delas é a fase preliminar, em que o órgão ambiental analisará o planejamen- to do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação. Nesta fase, o órgão licenciador autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante. Aqui será autorizada a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de contro- le ambiental e condicionantes determinados para a operação. (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 1997, extraído da internet). A instalação e operação de atividade sujeita ao licenciamento ambiental sem a respectiva licença ambiental é considerada crime ambiental pelo artigo 60 da Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as Curiosidade D ire ito A m bi en ta l 37 sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesi- vas ao meio ambiente. Acesse a Lei de Crimes Ambientais no link a seguir: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm>. Vamos fixar esse importante conceito? Licença Ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de con- trole ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídi- ca, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 1997). Por falar em degradação ambiental, a PNMA também nos traz o seu respectivo concei- to, junto ao de poluição. Vejamos: Degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características do meio ambiente. Poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de ati- vidades que direta ou indiretamente: a) Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) Afetem desfavoravelmente a biota; d) Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabe- lecidos. (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 1997). Vejamos alguns infelizes exemplos de degradação ambiental. Na primeira imagem, ve- mos a degradação de um curso d’água pelo acúmulo de resíduos em sua superfície. A segunda imagem retrata duas tristes realidades: a existência em nosso país dos “lixões” e o problema social dos catadores de lixo. A terceira imagem traz a questão do controle das emissões atmosféricas, que é crucial para frear o aquecimento global. D ire ito A m bi en ta l 38 Figura 4 – Degradação de um curso d’água Fonte: <http://oglobo.globo.com/fotos/2011/06/06/06_MHG_lixo_Rio.jpg>. Acesso em: 15 set. 2014. Figura 5 – “Lixão” Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-AAlF5SyQFIg/UJvA7LYNm2I/AAAAAAAAAFU/ aZj1Qazpbek/s1600/ LIX%C3%83O.jpg>. Acesso em: 15 set. 2014. Figura 6 – Controle das emissões atmosféricas Fonte: <http://eco4u.files.wordpress.com/2013/04/poluicao-do-ar.jpg>. Acesso em: 15 set. 2014. D ire ito A m bi en ta l 39 Com base no que estudamos até aqui, explique com suas palavras a se- guinte equação: atividade econômica + licenciamento ambiental = susten- tabilidade ambiental. Compartilhe sua resposta em nosso fórum. Atividade 02 Outra importante inovação da PNMA foi a criação do Sistema Nacional do Meio Ambien- te (SISNAMA), que detém a competência para efetivar a Política Nacional do Meio Ambien- te, formado por todas as instâncias ambientais da federação (união, estados e municípios), com a seguinte estrutura: I – Órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; II – Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais, e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio am- biente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; III – Órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a fina- lidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; IV – Órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re- nováveis (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Instituto Chico Mendes), com a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes go- vernamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências; V – Órgãos seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; VI – Órgãos locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fis calização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições (Fonte: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8028.htm>. Acesso em: 01 set. 2014). D ire ito A m bi en ta l 40 Dentre a estrutura apresentada, o CONAMA é sem dúvida a esfera de maior projeção do SISNAMA, pois ele representa um verdadeiro parlamento ambiental brasileiro, em que são apreciadas e votadas as propostas de regulação do setor ambiental do país, as conhecidas Resoluções do CONAMA. Entre no site do Ministério do Meio Ambiente e acesse as Resolu- çõesdo CONAMA: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiano. cfm?codlegitipo=3>. Internet Resumo Nesta competência, você conheceu a importância da Constituição Brasileira de 1988, para o meio ambiente, conhecida como “Constituição Verde” em razão do destaque que foi dado às normas de proteção ambiental, tendo inaugurado na história da constituição brasileira, um capítulo próprio para o meio ambiente. Viu também que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado possui natu- reza coletiva e difusa, isso porque ultrapassa a esfera puramente individual, já os efeitos de uma degradação ambiental possuem reflexos em toda a coletividade. Estudou, ainda, os pilares do desenvolvimento sustentável: o econômico, o social e o ambiental. Viu que sem a conjugação desses três aspectos, o desenvolvimento sustentável não se concreti- za. Em seguida, você também aprendeu que a Política Nacional do Meio Ambiente, insti- tuída pela Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, constitui um marco normativo do Direito Ambiental, pois inegavelmente representa um passo precursor na busca pela proteção ambiental em nosso país, tendo como um dos seus principais instrumentos o licenciamento ambiental. Autoavaliação 1. Constituem-se pilares do desenvolvimento sustentável: a) Desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e preservação do meio ambiente; b) Desenvolvimento cultural, desenvolvimento social e desenvolvimento artístico; D ire ito A m bi en ta l 41 c) Desenvolvimento econômico e desenvolvimento social apenas; d) Preservação do meio ambiente natural e desenvolvimento social apenas. 2. O conceito de Desenvolvimento Sustentável parte da ideia de que: a) Para sustentar o consumo da população mundial, a destruição do meio ambiente deve- ria ser contida nos países pobres; b) O atendimento às necessidades básicas das populações, no presente, não deve com- prometer os padrões de vida das gerações futuras; c) O padrão básico de vida humana tem esgotado os recursos naturais e a alternativa seria rever o modo de viver nas grandes cidades; d) O desenvolvimento industrial deve diminuir, amoldando-se um novo modo de vida às gerações atuais e otimizando o uso de produtos artesanais. 3. A Política Nacional de Meio Ambiente não possui como objetivo: a) A compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da quali- dade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; b) A definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilí- brio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; c) O estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; d) O fomento exclusivo ao desenvolvimento econômico relacionado ao extrativismo florestal. 4. São órgãos do SISNAMA: a) Conselho Nacional do Meio Ambiente e IBAMA; b) Senado Federal e Câmara dos Deputados; c) Ministério da Agricultura e IBAMA; d) Congresso Nacional e Conselho Nacional do Meio Ambiente. D ire ito A m bi en ta l 42 5. A Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República é um órgão do SISNAMA de característica: a) Central; b) Executora; c) Seccional; d) Local. Competência 03 Analisar a proteção legal conferida às florestas brasileiras D ire ito A m bi en ta l 45 Nós já estudamos até aqui os principais fundamentos da Política Nacional do Meio Ambiente. Nesta competência, iremos percorrer outro importante caminho: o exame da proteção legal conferida as nossas florestas. Tema dos mais valiosos no Direito Ambiental, pois, sem dúvida alguma, a manutenção da cobertura vegetal é imprescindível para a pró- pria sobrevivência das espécies, inclusive, nós, seres humanos. Isso porque não há água sem floresta, e não há floresta sem água! Essa união é indissolúvel. Portanto, sem uma política florestal realmente eficiente não podemos falar em equilíbrio ecológico e nem em desenvolvimento sustentável. Mãos à obra! O Código Florestal Brasileiro O ano de 2012 foi marcado por inúmeros debates a respeito da publicação da Lei Fede- ral nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que instituiu o novo Código Florestal e revogou a Lei Federal nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que tratava do tema até então. As discussões envolvendo a questão demonstram a importância do debate no cenário político e econômico do nosso país, haja vista que a proteção conferida às florestas afeta diretamente o setor agropecuário brasileiro, que cada vez mais demanda espaços agricul- táveis em áreas com cobertura vegetal nativa. Na esfera jurídica, tanto o antigo (Lei nº 4.771/65) quanto o novo Código Florestal são importantes instrumentos na manutenção da cobertura vegetal, pois regulam o uso e a eventual remoção das florestas no Brasil. Para alcançar esses objetivos, o Código Florestal de 1965 criou as Áreas de Preserva- ção Permanentes (APPs), que incluem todas as formas de vegetação situadas nas mar- gens de corpos d’água, nos topos de morros e encostas íngremes, entre outros. Nessas áreas é proibido o desmatamento, salvo nos casos de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto. Foram criadas também as Reservas Legais (RL), que são porcentagens das propriedades que devem manter a cobertura vegetal nativa. O Código Florestal atualmente em vigor (Lei nº 12.651/2012) não trouxe modificações significativas em relação aos conceitos de APP e RL, conforme veremos a seguir. Analisar a proteção legal conferida às florestas brasileiras D ire ito A m bi en ta l 46 Área de Preservação Permanente (APP): área protegida, coberta ou não por vege- tação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisa- gem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. (Fonte: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em: 01 set. 2014). Entendendo a Lei sobre as Áreas de Preservação Permanentes A APP é um espaço territorial especialmente protegido e o seu conceito está definido no Art. 2, Inciso II da Lei Federal n 12.651/2012: Podemos observar que a função das APPs vai além da preservação da vegetação ou da diversidade biológica (biodiversidade). De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (CAMPANILI; SCHAFFER, 2010, p. 285), as APPs “são áreas com atributos e características ambientais especiais, cobertas ou não por vegetação nativa, que têm uma função ambien- tal muito importante e abrangente, voltada, em última instância, a proteger espaços de re- levante importância para a conservação da qualidade ambiental, e assim também garantir o bem-estar das populações humanas”. As APPs estão descritas no artigo 4 do novo Código Florestal e têm incidência em todo território brasileiro. Vamos conhecê-las e comentá-las. APPs 1 As primeiras APPs citadas no novo Código Florestal (BRASIL, 2012) são as faixas margi- nais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: Diversidade bioló- gica ou biodiver- sidade: “significa a variabilidade dos organismos vivos de todas as origens e os complexos ecológicos de que fazem parte, com- preendendo ainda a diversidade den- tro das espécies, entre espécies e de ecossistemas” (MILARÉ, 2005, p. 318). Cursos d’água de menos de 10 metros de largura; Cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura; Cursos d’água que tenham de 50 a 200 metrosde largura; Cursos d’água que tenham de 200 a 600 metros de largura; Cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros. Quadro 2 – Faixas marginais dos cursos d’água Fonte: Brasil (2012). 30 metros 50 metros 100 metros 200 metros 500 metros D ire ito A m bi en ta l 47 Corpo d’água acima de 20 hectares de superfície em zona rural; Corpo d’água com até 20 hectares de superfície em zona rural; Para qualquer corpo d’água em zona urbana. Quadro 3 – Larguras no entorno dos lagos e lagoas naturais Fonte: Brasil (2012). 100 metros 50 metros 30 metros Aqui, o legislador protegeu a “mata ciliar”, ou seja, a vegetação que margeia os cursos dos rios e tem como principais funções prevenir o assoreamento dos cursos d’água e res- guardar a segurança das pessoas contra enchentes, auxiliando na absorção das águas durante as cheias. É por isso que ela é chamada de “mata ciliar”, pois, assim como os cílios protegem os nossos olhos contra os agentes externos que podem ser nocivos (como sujeira, micro-organismos, luz solar excessiva), as “matas ciliares” protegem os rios das agressões externas que podem ser nocivas à sua salubridade ambiental. Figura 7 – Faixa da APP ao longo de um curso d’água Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-XJEqnsDpxaI/T_HuNSBDxfI/AAAAAAAADTk/US- GFY2Ghb8A/s640/mataciliar.jpg>. Acesso em: 15 set. 2014. APPs 2 São as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: APPs 3 São as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramen- to ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento. D ire ito A m bi en ta l 48 A erosão é o desgaste do solo e das rochas, assim como o seu transporte, pro- vocado por água da chuva, vento ou ação do gelo. O legislador optou por deixar a delimitação da metragem da APP dos reservatórios artificiais para ser definida pelo órgão ambiental durante a fase de licenciamento am- biental. Dessa forma, a dimensão da APP deverá constar na licença ambiental conce- dida para a área. APPs 4 São as APPs no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 metros. Segundo Frederico Amado (2012, p. 193), “a nascente é o afloramento natural do len- çol freático que apresenta perenidade e dá início a um curso d’água, ao passo que o olho d’água é o afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente”. APPs 5 As encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive. A importância dessas APPs reside, sobretudo, na prevenção de desastres envolvendo a erosão do solo. Perenidade: permanente, eterno, constante. Intermitente: al- ternado, salteado, interrompido por períodos. A erosão acarreta a destruição das estruturas (areias, argilas, óxidos e húmus) que compõem o solo, conduzindo os nutrientes e os sais minerais existentes para as partes mais baixas do relevo. Em solos cobertos por vegetação, a erosão é quase inexistente, pois a esta dificulta tal processo. Vale salientar que a erosão é um processo natural, sempre presente e importante para a formação dos relevos. O problema acontece com a retirada da vegetação, deixando o solo exposto e provocando uma erosão exagerada, o que pode ocasionar na desertificação. Muitas ações produzidas pelo homem apressam o processo de erosão, por exemplo: - Ocupação do solo (impede grandes áreas de terrenos de absorver as águas, o que au- menta o transporte de materiais, devido ao escoamento superficial); - Avanço imobiliário em encostas (além de desmatamentos, provocam a erosão acelera- D ire ito A m bi en ta l 49 Faça uma pesquisa sobre as principais catástrofes ambientais brasileiras cau- sadas em decorrência da erosão do solo. Compartilhe seus resultados no AVA. Atividade 01 da devido ao declive do terreno); - Técnicas agrícolas inadequadas; - Desmatamentos. Como se vê, a erosão do solo pode ser evitada pela manutenção da vegetação nativa, pois os fatores que a causam (tais como a chuva e o vento) serão minimizados pela pre- sença da cobertura vegetal. Ela funciona como um obstáculo natural ao carreamento dos sedimentos à base do morro ou montanha. Figura 8 – Ocupação irregular de uma encosta Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-tpgUSHx5DIk/TbGFS4Lbi8I/AAAAA AAAAFE/Vf1ij_vNKvk/s1600/desabamento_RJ.jpg>. Acesso em: 15 set. 2014. APPs 6 São as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues. De acordo com o art. 3, Inciso XVI do novo Código Florestal (BRASIL, 2012), restinga é o depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzido por processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem D ire ito A m bi en ta l 50 influência marinha, com cobertura vegetal em mosaico, encontrada em praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estra- to herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado. Figura 9 – Paisagem do nosso litoral que retrata uma restinga Fonte: <http://www.cabufa.com/fotos/cabo-frio/praias/pero/praia-pero-pon- tal-01.jpg>. Acesso em: 15 set. 2014. Figura 10 – Manguezais em toda sua extensão são APPs Fonte: <http://www.americaelementall.com/pt/noticias/tophd/manguezal-ilha-de- -boipeba-bahia-brasil/>. Acesso em: 15 set. 2014. APPs 7 As sétimas APPs citadas no novo Código Florestal são os manguezais, em toda a sua extensão. O mangue, conforme o art. 3, Inciso XIII, do novo Código Florestal (BRASIL, 2012), é o ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, forma- do por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação natural conhecida como mangue, com influência fluviomarinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre os Estados do Amapá e de Santa Catarina. D ire ito A m bi en ta l 51 Figura 11 – Topo de morro com a floresta preservada Fonte: <http://www.miriamprochnow.com.br/wp-content/uploads/2010/06/ topo-de-morro-foto-Wigold.jpg>. Acesso em: 15 set. 2014. Saiba mais sobre a importância dos manguezais, conhecidos como os berçários da vida marinha, em: <http://www.mma.gov.br/biodiversidade/ biodiversidade-aquatica/zona-costeira-e-marinha/manguezais>. Internet APPs 8 São as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais. A Resolução CONAMA 303, de 20 de março de 2002, conceitua os tabuleiros e chapa- das da seguinte forma: [...] paisagem de topografia plana, com declividade média inferior a dez por cento, aproximadamente seis graus e superfície superior a dez hectares, terminada de forma abrupta em escarpa, caracterizan- do-se a chapada por grandes superfícies a mais de seiscentos metros de altitude. (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2002, extra- ído da internet). APPs 9 São as áreas no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 metros e inclinação média maior que 25°. Elas são delimitadas a partir da curva de ní- vel correspondente a 2/3 da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação. D ire ito A m bi en ta l 52 APPs 10 São as áreas em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação.Aqui o objetivo é preservar a fauna e flora tão diferenciada no Brasil por habitar em elevadas altitudes. APPs 11 São as áreas em veredas (também conhecidas como “savanas brasileiras”), a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado. As Áreas de Preservação Permanentes podem ser ocupadas? Em regra, não será possível a ocupação das áreas de preservação permanentes, jus- tamente em razão das suas importantes funções ecológicas. Todavia, excepcionalmente o legislador permitiu a utilização dessas áreas para algumas atividades de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental, descritas abaixo, conforme a Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012 (BRASIL, 2012). Utilidade pública a) As atividades de segurança nacional e proteção sanitária; b) As obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de trans- porte, sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano, aprovados pelos Municípios, saneamento, gestão de resíduos, energia, telecomunica- ções, radiodifusão, instalações necessárias à realização de competições esportivas es- taduais, nacionais ou internacionais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho; c) Atividades e obras de defesa civil; d) Atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção das funções ambientais referidas no Inciso II deste Artigo; e) Outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendi- mento proposto, definido em ato do chefe do poder executivo federal. D ire ito A m bi en ta l 53 Interesse social a) As atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas; b) A exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse ru- ral familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal existente e não prejudique a função ambiental da área; c) A implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades educa- cionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições estabelecidas nesta Lei; d) A regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por população de baixa renda, em áreas urbanas consolidadas, observadas as condi- ções estabelecidas na Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009; e) Implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados para projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da atividade; f) As atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade competente; g) Outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional à atividade pro- posta, definido em ato do chefe do poder executivo federal. Atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental a) Abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando ne- cessárias à travessia de um curso d’água, ao acesso de pessoas e animais para a obtenção de água ou à retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agroflo- restal sustentável; b) Implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados, desde que comprovada a outorga do direito de uso da água, quando couber; c) Implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo; d) Construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro; e) Construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de comunidades qui- D ire ito A m bi en ta l 54 lombolas e outras populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais, onde o abas- tecimento de água se dê pelo esforço próprio dos moradores; f) Construção e manutenção de cercas na propriedade; g) Pesquisa científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros requisitos previs- tos na legislação aplicável; h) Coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como sementes, castanhas e frutos, respeitada a legislação específica de acesso a recursos genéticos; i) Plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros produ- tos vegetais, desde que não implique supressão da vegetação existente nem prejudique a função ambiental da área; j) Exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar, incluindo a extração de produtos florestais não madeireiros, desde que não descaracterizem a cobertura vegetal nativa existente, nem prejudiquem a função ambiental da área; k) Outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventuais e de baixo impacto ambiental em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) ou dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente. A proteção do Código Florestal às Reservas Legais Florestais Assim como as APPs, as Reserva Legais (RLs) representam um importante instrumento de proteção e manutenção das florestas brasileiras, pois, no caso das RLs, o proprietário rural deverá manter obrigatoriamente uma parcela da sua propriedade com cobertura ve- getal, cujo percentual variará de acordo com o ecossistema da região. O conceito normativo de RL, nós encontramos no Art. 3, Inciso III, do novo Código Florestal. Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do Art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, au- Importante É importante que você compreenda que o instituto da RL significa uma garantia à bio- diversidade regional, e não apenas a preservação do ecossistema interno da propriedade, isso porque a manutenção de parte da cobertura vegetal de todas as propriedades rurais gera um ganho ambiental cumulativo, que beneficia todo o ecossistema regional. Ao contrário das áreas de preservação permanentes, cuja localização depende de algumas características do local (como vimos anteriormente), as áreas de reserva legal possuem seus percentuais estabelecidos no Artigo 12, do novo Código Florestal (BRASIL, 2012). Vejamos: D ire ito A m bi en ta l 55 xiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos, e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa (Fonte: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em: 01 set. 2014). Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preser- vação Permanentes, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no Art. 68 desta Lei: I – Localizado na Amazônia Legal: a) 80% no imóvel situado em área de florestas; b) 35% no imóvel situado em área de cerrado; c) 20% no imóvel situado em área de campos gerais. II – Localizado nas demais regiões do país: 20%. (Fonte: <http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em: 01 set. 2014). Pois bem, pela leitura do Artigo 12, vê-se que o proprietário rural somente poderá su- primir vegetação de uma parcela da sua propriedade, mediante autorização do órgão am-biental, devendo, obrigatoriamente, manter a cobertura vegetal nativa no percentual esta- belecido em lei: [...] 80%, nas áreas rurais de florestas situadas na Amazônia Legal; 35%, nas áreas rurais de cerrado situadas na Amazônia Legal; 20%, D ire ito A m bi en ta l 56 nas áreas rurais de floresta ou vegetação nativa situadas em áreas de campos gerais na Amazônia Legal e em outras regiões do Brasil. (AMA- DO, 2012, p. 222). A Amazônia Legal compreende os estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondô- nia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13° S dos estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44° W, do estado do Maranhão. Proteção legal da Mata Atlântica A Mata Atlântica vem sendo destruída desde o ano de 1500, com a chegada dos colo- nos europeus. Nesse intervalo de pouco mais de 500 anos, a relação dos colonizadores com a floresta e seus recursos foi a mais predatória possível. Em razão deste estado precário que a Mata Atlântica se encontra depois de todos esses séculos, a Constituição Federal elevou a Mata Atlântica à condição de patrimônio nacional, garantindo a ela uma maior proteção legal no tocante a sua preservação. Essa proteção legal somente veio no ano de 2006 com a edição da Lei Federal nº 11.428, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do bioma Mata Atlân- tica, e dá outras providências. Esta lei define como Mata Atlântica um conjunto de forma- ções florestais e ecossistemas associados. Artigo 2º. Para os efeitos desta Lei, consideram-se integrantes do bioma Mata Atlân- tica, as seguintes formações florestais nativas e ecossistemas, associados com as respectivas delimitações estabelecidas em mapa do Instituto Brasileiro de Geogra- fia e Estatística (IBGE), conforme regulamento: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista, também denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual, bem como os manguezais, as vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste (Fonte: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2004-2006/2006/lei/l11428.htm>. Acesso em: 01 set. 2014). De acordo com Frederico Amado (2012, p. 359), “a Mata Atlântica é um bioma com alta diversidade biológica, mas que tem hoje menos de 8% da sua cobertura original, claman- do por socorro”. Portanto, o objetivo desta Lei é o de preservar o que resta de vegetação D ire ito A m bi en ta l 57 nativa da Mata Atlântica em nosso país e, para tanto, criar meios para que a floresta e os ecossistemas associados voltem a crescer onde hoje estão quase extintos. De acordo com a Lei (CAMPANILI; SCHAFFER, 2010, p. 308), a utilização e a supressão da vegetação caracterizada como Mata Atlântica dependerá do tipo e do estágio de rege- neração da floresta: Vegetação primária: o corte e a supressão somente serão autorizados em caráter excep- cional, quando necessários à realização de obras, projetos ou atividades de utilidade públi- ca (desde que destinada área equivalente à desmatada para conservação) e para pesqui- sas científicas e práticas preservacionistas (BRASIL, 2006). Vegetação secundária em estágio avançado de regeneração: o corte, a supressão e a exploração somente serão autorizados em caráter excepcional, quando necessários à re- alização de obras, projetos ou atividades de utilidade pública, mineração, loteamentos e edificações (desde que destinada área equivalente à desmatada para conservação) e para pesquisas científicas e práticas preservacionistas (BRASIL, 2006). Vegetação secundária em estágio médio de regeneração: vale o mesmo que para o es- tágio avançado, mas também é autorizado corte, quando necessário, ao pequeno produtor rural e populações tradicionais para o exercício de atividades e usos agrícolas, pecuários ou silviculturais imprescindíveis a sua subsistência e de sua família (BRASIL, 2006). Vegetação secundária em estágio inicial de regeneração: o corte, a supressão e a explo- ração poderão ser autorizados pelo órgão estadual de licenciamento, desde que a vegeta- ção primária e secundária remanescentes do bioma Mata Atlântica não seja inferior a 5% da área original no Estado (BRASIL, 2006). Agora que você já conhece os casos em que a legislação, excepcionalmen- te, autoriza a supressão da Mata Atlântica, é importante que você também saiba conceituar e visualizar na prática os estágios de regeneração de uma Atividade 02 D ire ito A m bi en ta l 58 floresta. Para isso, deverá fazer uma leitura da Resolução CONAMA 05/1994, no site <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiano.cfm?codlegitipo=3>, e realizar um estudo de caso identificando, na sua cidade, três exemplos de ve- getação em diferentes estágios de regeneração. Não deixe de tirar fotos e de compartilhar seu trabalho no AVA. Resumo Nesta competência, estudamos a proteção legal da vegetação brasileira, que há muito vem sendo desmatada. Para tanto, averiguamos que o legislador criou institutos de prote- ção ambiental, dentre os principais, estão as Áreas de Preservação Permanente (APP) e as Reservas Legais. Como bem vimos, as APPs protegem uma determinada área, a partir de uma imposição legal, em razão de sua importância para a manutenção do ecossistema. Já as Reservas Legais tem o fito de resguardar um percentual de propriedade rural, a fim de proteger o bioma regional e garantir o seu uso sustentável. A partir daí, vimos a importância de um dos biomas mais ricos ecologicamente e que atualmente se encontra quase que totalmente destruído, a Mata Atlântica. Em razão disso, estudamos que o legislador conferiu proteção constitucional a tal bioma e, ainda, editou a chamada Lei de Mata Atlântica. Autoavaliação 1. A Área de Preservação Permanente (APP) é: a) Um local destinado à recreação e ao turismo; b) Uma faixa destinada a preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geo- lógica e a biodiversidade; c) Um local de proteção faunística, cuja exploração vegetal é sempre possível; d) Um local de proteção vegetal onde a extração mineral é sempre possível. 2. É exemplo de APP: a) Os parques e praças públicas; b) As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d'água perenes no raio mínimo de 100 D ire ito A m bi en ta l 59 metros; c) As áreas em altitude superior a 3.000 metros; d) As faixas marginais de cursos d’água naturais. 3. As APPs: a) Jamais poderão ser ocupadas; b) Podem ser ocupadas, sendo necessário apenas que se pague a taxa de ocupação devida; c) Podem ser ocupadas, desde que haja a devida previsão legal; d) Podem ser ocupadas unicamente para atividades recreativas e de turismo. 4. Assinale a incorreta, considerando esta afirmativa: a Reserva Legal deve ter o percen- tual de: a) 80% da área total, no imóvel situado em área de florestas; b) 35% da área total, no imóvel situado em área de cerrado situada na Amazônia Legal; c) 20% da área total, no imóvel situado em área de campos gerais; d) 30% da área total, nos imóveis urbanos. 5) A Constituição Federal elevou a Mata-Atlântica a condição de: a) Patrimônio Internacional; b) Patrimônio Nacional; c) Patrimônio Indígena; d) Área de Preservação Permanente. 61 Competência 04 Analisar o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da natureza Feche os olhos e imagine que você esteja em um lindo campo recoberto de flores e de uma belíssima vegetação arbustiva, um vento ameno sopra em sua face... Caminhe por ele. Mais adiante, você encontrará uma esplêndida cachoeira. Experimente sentar em uma pedra próxima à
Compartilhar