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4º MATERIAL DIDÁTICO vício redibitório e evicçãodocx

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DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS
 
​ ​Os vícios redibitórios são defeitos ocultos em coisa
recebida objeto do contrato comutativo, que a torna inadequada ao uso
a que se destina ou diminua o seu valor econômico, podendo o
adquirente enjeitar a coisa defeituosa, mediante devolução do preço,
conforme preceitua o artigo 441, do Código Civil. 
​ ​Outrossim, o adquirente tem a opção de ficar com a coisa e
reclamar abatimento no preço, conforme assinala o artigo 442, do
Código Civil. 
​ ​As regras referentes aos vícios redibitórios aplicam-se
somente aos contratos bilaterais e comutativos. Neste sentido, se
espera que haja correspondência entre as prestações da partes, cujo
vício torna inviável a manutenção do negócio. 
​ ​Com efeito, uma vez que os contratos comutativos são
onerosos, não se aplica a regra do vício redibitório aos contratos
gratuitos, por exemplo, as doações puras, embora, possa ser aplicado
aos contratos de doação onerosa, conforme preceitua o parágrafo único,
do artigo 441, do Código Civil. 
FUNDAMENTO JURÍDICO
​ ​Em consonância com a teoria do inadimplemento contratual,
aponta o fundamento da responsabilidade pelos vícios redibitórios, na
qual o alienante deve assegurar – a titulo oneroso – ao adquirente o
uso da coisa por ele adquirida de acordo com a sua finalidade
(principio da garantia). 
REQUISITOS PARA CARACTERIZAÇÃO DO VÍCIO REDIBITÓRIO
​ ​Para que o adquirente possa se valer do principio da
garantia, em especial, quanto as regras do vício redibitório,
assegurando que o alienante tenha a responsabilidade pela
inadimplência do contrato pelo defeito oculto, é necessário a presença
dos seguintes requisitos: 
• A coisa recebida tem que ser oriunda de contrato comutativo
(oneroso);
• O defeito tem que ser oculto;
• O defeito tem que existir desde a celebração do contrato e
perdure até o momento da reclamação;
• Que o defeito seja desconhecido pelo adquirente;
• Ao final, que o defeito seja grave.
 
​ ​Quanto ao primeiro requisito, é exigido que o contrato seja
comutativo, ou seja, a prestação é certa e determinada, sem risco aos
contratantes, por conseguinte, os contratos comutativos são onerosos,
pois há prestação para ambas as partes, por isso, afastado os
contratos gratuitos. 
​ ​Cumpre ressaltar que nos contratos de doação pura não se
aplica as regras do vício redibitório, por se tratar de contrato
gratuito, ou seja, traz obrigação somente a uma das partes. Contudo,
existem as doações onerosas (para único, do artigo 441) e
remuneratórias, que são aqueles que impõem ao donatário um dever ou
retribuição, por isso são tratados como contratos onerosos. 
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​ ​Quanto ao segundo requisito, o vício de fácil constatação
não caracteriza vício redibitório, ou seja, se não for oculto presume
que o adquirente renunciou a garantia legal da redibição. 
​ ​O terceiro requisito, o alienante responde pelos vícios
contemporâneos à alienação, ainda que venha a se manifestar
posteriormente. Contudo, o alienante não responde pelos vícios
supervenientes. Neste caso, presume ser vício originário de mau uso da
coisa pelo adquirente. (artigo 44, do Código Civil) 
​ ​O quarto requisito trata da renuncia à garantia pelo
adquirente, ou seja, se o adquirente conhecia do vício e prosseguiu
com a formação do contrato, renuncia o principio da garantia. 
​ ​Por derradeiro, o defeito é considerado grave quando torna
inadequado ao uso que se esperava ou diminuição no valor da coisa,
caso contrário, não haverá redibição. 
EFEITOS DO VÍCIO REDIBITÓRIO
​ ​O alienante não está isento da responsabilidade pelo vício
redibitório pela sua ignorância, da mesma forma a existência de
cláusula contratual que o exima. 
​ ​Na hipótese do alienante desconhecer o vício, por
conseguinte, agindo de boa-fé, ficará obrigado a restituir o valor do
preço recebido, acrescido das despesas do contrato, contudo, ficará
isento de perdas e danos, assim, preceitua o artigo 443, do Código
Civil. 
ESPECIES DE AÇÕES
​ ​Em consonância com o artigo 442, do Código Civil, o
adquirente possui duas opções diante do vício redibitório, quais
sejam: rejeitar a coisa e ser restituído do valor pago; ou conservar a
coisa, desde que havendo abatimento proporcional ao valor da coisa. 
​ ​Neste sentido, o adquirente possui a opção de redibição ou
abatimento, cuja escolha se torna irrevogável. As ações são
denominadas Edilícias. 
• Ação Redibitória – rejeitando a coisa, será rescindido o contrato
e restituído do valor pago pela coisa, alem das despesas do
contrato. E ainda, na hipótese de má-fé, a condenação em perdas
e danos;
• Ação Estimativa – conserva a coisa e reclama abatimento
proporcional no valor da coisa defeituosa.
 
PRAZOS DECADENCIAIS
​ ​Para a propositura das ações edilícias (redibitória ou
estimativa) os prazos são decadenciais. 
• 30 dias – bem móvel;
• 1 ano – bem imóvel.
​ ​Conforme o artigo 445, do Código Civil, “o adquirente decai
do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de
trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado
da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da
alienação, reduzido à metade.” 
​ ​Com efeito, os prazos se iniciam da tradição, contudo, se o
adquirente já estava na posse do bem, o prazo irá contar da alienação,
reduzido pela metade. 
EXCEÇÕES QUANTO A CONTAGEM DOS PRAZOS
​ ​A jurisprudência vem aplicando duas exceções à regra da
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contagem do prazo decadencial em relação ao termo inicial (tradição),
quais sejam: 
• Quando se tratar de máquinas sujeitas à experimentação;
• Venda de animais.
​ ​Na primeira hipótese, o prazo decadencial iniciará a partir
do perfeito funcionamento e efetiva utilização da máquina. E, quanto a
venda de animais, conta-se da manifestação dos sintomas da doença,
cujo prazo será de 180 (cento e oitenta) dias. 
​ ​Outrossim, com fulcro no parágrafo 1º, do artigo 445, do
Código Civil, quando o vício só puder ser constatado mais tarde, a
contagem se inicia do momento em que o adquirente tiver ciência, com
prazo de 180 (cento e oitenta) dias para reclamar quando se tratar de
bem móvel; e 1 ano para os bens imóveis. 
HIPOTESES QUE NÃO CONFIGURA VÍCIO REDIBITÓRIO
​ ​Conforme o artigo 503, do Código Civil, não caberá ação
edilícia na hipótese de coisas vendidas conjuntamente. Assinala o
aludido diploma que o vício redibitório de uma coisa não autoriza a
rejeição das demais, salvo se formarem um todo inseparável. 
​ ​O inadimplemento contratual não resultante de imperfeição
da coisa recebida, por exemplo, a entrega de coisa diversa da
contratada não configura vício, mas inadimplemento contratual. 
​ ​O erro quanto à qualidade essencial do objeto (natureza
subjetiva) não configura vício redibitório, pois trata de manifestação
da vontade, o que dá ensejo a propositura de ação anulatória do
negócio jurídico, no prazo decadencial de 4 (quatro) anos. O vício
redibitório é erro objetivo sobre a coisa. O seu funcionamento é a
obrigação que a lei impõe ao alienante de garantir o uso da coisa pelo
adquirente, sendo cabível ação edilícia se a coisa se torne imprópria
ao uso que se destina ou há redução no seu valor econômico. 
​ ​Cumpre destacar que, com o advento do Código Civil de 2002,
passou a ser aceito a propositura de ação edilícia nas hipóteses da
coisa arrematada em hasta pública estar eivada de vício, o que antes
não era possível, conforme assinalava o artigo 1.106, do Código civil
de 1916. 
 
EVICÇÃO
CONCEITO E CARACTERISTICAS ​
​ ​Evicção é a perda da coisa, por sentença judicial, em favor
de terceiro que lhe foi atribuído o direito pela coisa.​ ​O fundamento jurídico é o mesmo do vício redibitório, ou
seja, o principio da garantia, que assegura ao adquirente o direito
transmitido. Quanto a vício redibitório, o adquirente está protegido
contra defeitos ocultos na coisa, enquanto a evicção protege o
adquirente contra defeitos no direito transmitido. 
​ ​Na evicção é exigido do alienante que assista o adquirente
em sua defesa, e o mesmo responderá pela evicção ainda que de boa-fé
(denunciação à lide). 
​ ​A evicção é uma clausula de garantia que opera de pleno
direito, não havendo necessidade de estar expressa nos contratos
onerosos. Neste sentido, não se aplica a regra da evicção nos
contratos gratuitos (artigo 552, do Código Civil). 
PERSONAGENS
• Alienante – quem responde pelos riscos da evicção;
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• Evicto – é o adquirente;
• Evictor – é o terceiro reivindicante e vencedor da demanda.
REQUISITOS DA EVICÇÃO
• Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa
alienada;
• Onerosidade da aquisição (contrato oneroso);
• Ignorância, pelo adquirente, da litigiosidade da coisa (artigo
457, do Código Civil);
• Anterioridade do direito do evictor;
• Denunciação da lide ao alienante (artigo 456, do Código Civil).
 
DA GARANTIA
​ ​Por se tratar de uma garantia legal, havendo a perda da
coisa para terceiro (evictor), caberá ao adquirente (evicto) o direito
de ser ressarcido pelo prejuízo sofrido contra o alienante. Esta
garantia cabe ao adquirente, possuidor e usuário. 
​ ​Entretanto, caberá a exclusão da responsabilidade se houver
cláusula expressa (artigo 448, do Código Civil), não se admitindo
cláusula tácita. Esta cláusula pode ser para reforçar, diminuir ou
excluir. 
​ ​A cláusula de exclusão da garantia não é absoluta, ou seja,
se o evicto não tiver ciência do risco de evicção, caberá o alienante
restituir o valor da coisa evicta, ficando excluído apenas da perdas e
danos. 
​ ​Neste sentido, segue o seguinte quadro referente a cláusula
de exclusão da garantia: 
• Inexistência de cláusula – caberá responsabilidade integral do
alienante;
• Cláusula expressa de exclusão da garantia + desconhecimento pelo
adquirente do risco da evicção – responsabilidade do alienante
apenas pelo preço pago;
• Cláusula expressa de exclusão da garantia + ciência do adquirente
pelo risco de evicção – isenção do alienante de toda e qualquer
responsabilidade. 
VERBAS DEVIDAS
​ ​Quanto ao dever do alienante de ressarcir o adquirente é
amplo e completo, ou seja, trata dos frutos; despesas do contrato e da
evicção; e custas processuais e honorários advocatícios. (artigo 450,
do Código Civil) 
DA EVICÇÃO PARCIAL
​ ​Em consonância com o artigo 455, do Código Civil, havendo a
evicção de parte considerável da coisa poderá o evicto optar pela
rescisão do contrato ou restituição de parte do preço. 
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