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1 HELLEM PATRICIA SOUSA VERAS CLESYO KYM DA SILVA SOUTO MAIOR PROMESSA DE RECOMPENSA E GESTÃO DE NEGÓCIOS Trabalho apresentado a Professora Gisele Vaz da disciplina de Direito Civil II da turma NB, noturno do curso de Direito. Faculdade Maurício de Nassau Belém - 27 de março de 2014 2 SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO .....................................................................................................03 2 – PROMESSA DE RECOMPENSA.........................................................................04 3 – GESTÃO DE NEGÓCIO........................................................................................05 4 – CONCLUSÃO........................................................................................................06 5 – BIBLIOGRAFIA....................................................................................................07 3 1-INTRODUÇÃO Abordaremos na presente pesquisa os Atos Unilaterais, ou seja, os Atos Jurídicos negociáveis como fonte de obrigações, constituídos pela promessa de recompensa e a Gestão de Negócio onde se faz presente a declaração unilateral de vontade, no entanto Gestão de Negócio dispensa a declaração negocial, pois há ausência do princípio do contrato que os Romanos definem como: “est pactio duorum pluriumve indem placitum con sensus” negócio jurídico, apto a criar obrigações. 4 2 – PROMESSA DE RECOMPENSA (Art. 854 – 860 CC/ 02) Conforme descrito nos Artigos 854 a 860 do Código Civil de 2002 podemos entender como promessa de recompensa como a obrigação de gratificar o preenchimento de condição ou desempenho de serviço. Como a promessa de recompensa é um negócio jurídico, deve atender aos pressupostos de validade, e a obrigatoriedade se dá através da concorrência de 4 requisitos: a) Publicidade da recompensa: tornar público o anúncio, ou seja, não tão somente através de anúncio público de editais em jornais ou publicações assemelhadas, mas também anunciar em um auditório lotado ou local público em alto e bom som de que haverá recompensa caso seja achado o que foi proposto ou desempenhado tal serviço; b) Objeto Lícito, possível e Determinado (ou determinável): ou seja, para que seja objeto de permuta, não deve ser: ilícito como gratificar quem matasse a pessoa que lhe subtraiu algo, impossível como atravessar a nado o oceano atlântico embaixo d’água sem equipamento de mergulho e indeterminado como trazer uma coisa em que esteja pensando; c) Promessa emanada de sujeito capaz: ou seja, a promessa não se torna obrigação quando é feita por menor absolutamente incapaz ou por quem em razão de patologia ou mesmo causa transitória, não tiver condições de exprimir a vontade; d) Manifestação de vontade livre e de boa – fé: ou seja, a promessa deve ser emanada através da livre manifestação e não através de coação e manifestações dolosas. A revogação somente ocorrerá se o promitente o fizer pela mesma via em que a declarou, ou seja, se foi feita a promessa e publicada em jornal de grande circulação, sua revogação será somente através do mesmo meio utilizado. Em se tratando de boa – fé, se o candidato realizou serviço e consequentemente obteve despesas, o mesmo terá Direito de reembolso conforme previsto no parágrafo único do Art. 856. Cabe ressaltar que, se houver prazo para execução da tarefa estipulada não haverá revogação até a data proposta na publicação. Caso o ato seja praticado por mais de um indivíduo, o que executou primeiro terá Direito a recompensa, entretanto se for praticado em conjunto e se a coisa for divisível, o pagamento será dividido em partes iguais, caso seja indivisível, o pagamento se dará por sorteio ou o que obtiver a coisa dará ao outro o valor do quinhão. Casos de Concurso de Promessa Pública não se admite revogação e será nomeada uma pessoa como julgador para avaliar os trabalhos inscritos. 5 3 – GESTÃO DE NEGÓCIOS (Art. 861 – 875 CC/ 02) Com base no Art. 862 do CC de 2002 podemos conceituar Gestão de Negócios como a atuação de um indivíduo em um negócio alheio sem autorização do interessado adquirindo assim responsabilidades civis. Ora, se a Gestão for iniciada contra a vontade expressa e presumida do Dono do negócio, o indivíduo responderá por casos fortuitos inclusive danos oriundos da Gestão que por sua vez o Dono do negócio poderá exigir a restituição da coisa ao estado anterior ou que seja indenizado a diferença. Na hipótese de autorização por parte do Dono do negócio, observamos que pode ser expressa ou tácita dependendo da ratificação pura e simples do Dono do negócio. Existem também duas hipóteses positivadas em nosso código, sejam o da pessoa prestar alimentos no lugar de alguém obrigado e que estava ausente e o de despesas funerárias feitas por terceiros. Embora seja um ato unilateral emanado pelo Gestor o fato gera obrigações recíprocas, logo as obrigações do Gestor são equivalentes às do Mandatário: a) o Gestor deverá comunicar o Dono do negócio a gestão que assumiu; b) velar pela Gestão do negócio, ou seja, enquanto não houver providências por parte do Dono ou Herdeiros (caso o titular do negócio falecer) o Gestor deverá Gerir o negócio; c) responder pelos prejuízos causados por qualquer culpa na Gestão do negócio; d) responder pelos prejuízos causados pelos seus eventuais substitutos, ou seja, quando houver mais de um Gestor, a responsabilidade civil será solidária, entretanto não presumirá nunca, resultando da Lei ou da vontade das partes; e) responderá o Gestor pelo caso fortuito quando fizer operações arriscadas, ainda que o Dono costumasse fazê-las, ou quando não demonstrar interesse na operação em proveito dos seus próprios interesses. Havendo obrigações para o Gestor, não podemos esquecer que o Dono do negócio também terá obrigações: a) se o Gestor tiver prejuízo ou despesas necessárias e úteis, o mesmo deverá ser indenizado; b) cumprir as obrigações contraídas em seu nome, conforme regra geral do negócio utilmente administrado. Na hipótese de reprovação da Gestão, a mesma será iniciada contra a vontade manifesta ou presumida do interessado, salvo caso de Gestão necessária para acudir prejuízos iminentes. Se a atividade do Gestor estiver vinculada a do terceiro na qual o negócio será administrado, considerar-se-ão sócios, entretanto em caso de litígio caberá ao Magistrado traçar o limite da atividade de cada um. 6 4-CONCLUSÃO Neste trabalho, em observância ao Código Civil Brasileiro no título VII da Parte Especial que disciplina os Atos Unilaterais, ou seja, atos jurídicos lícitos que não são contratos, mas contraem obrigações. As formações de tais negócios jurídicos são independentes de consenso, pois é suficiente a vontade de um único declarante, concluímos que a promessa de recompensa é um ato praticado por um indivíduo através de anúncios públicos onde se compromete a pagar ou gratificar a quem exercer certo serviço, contraindo, portanto a obrigação de cumprir o prometido. A Gestão de Negócio aborda o interesse de terceiro como um representante, entretanto não é um contrato, porém existe a declaração bilateral de vontade. 7 6-BIBLIOGRAFIALivros GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil 2 – das obrigações. 15. Ed. Ver. E atual. - SP: SARAIVA, 2014.
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