Buscar

Do Negócio Jurídico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

- São acontecimentos relevantes para o direito decorrentes tanto 
da ação humana, quanto da própria natureza, previstos em norma 
de direito e que causam repercussões (efeitos) no mundo jurídico.
- Nem todo fato é um fato jurídico; 
- Só é fato jurídico aqueles acontecimentos relevantes para o 
direito, seja lícito ou ilícito; 
- Para ser um fato jurídico deve ser apto a: 
• Adquirir direitos 
• Modificar ou 
• Conservar relações jurídicas 
• Extinguir 
 
- Se o fato não adquirir, modificar, conservar ou extinguir direitos 
ou relações jurídicas, o fato é apenas um fato comum; 
- Os fatos jurídicos se dividem em: fatos naturais e fatos humanos. 
(sentido estrito – stricto sensu são 
decorrentes da natureza, independentes da ação humana, 
“estritos” pois não vão além do fato. Se dividem em: 
• : acontecimentos naturais (previsíveis) ex: 
nascimentos, morte, maioridade ... 
• acontecimentos fortuitos (imprevisíveis) ex: 
terremoto, tempestade ... 
 
(sentido amplo – lato sensu): 
acontecimentos que dependem da vontade humana (que criam, 
modificam, transferem ou extinguem direitos). Podem ser: 
• são aqueles que estão em 
conformidade com o ordenamento jurídico, tem efeitos jurídicos 
voluntários e não são sancionados. Se divide em: 
- NEGÓCIO JURÍDICO: atos jurídicos em que há autonomia privada, 
com manifestações de vontade realizadas de acordo com a 
vontade das partes (efeitos voluntários) 
- ATO JURÍDICO LÍCITO: (sentido estrito – meramente lícito) não há 
autonomia privada, ou seja, não importa a vontade das partes, uma 
vez que, seus efeitos são previstos em lei. ex: pai que reconhece 
a paternidade de um filho havido fora do casamento. 
Obs: ambos exigem manifestações de vontade, mas em medidas 
diferentes. 
• : são aqueles que estão em desacordo com o 
ordenamento jurídico e por isso, produzem efeitos involuntários 
nas esferas penais, administrativas e civis (possuem sanções 
patrimoniais e estão associados ao dever de reparar o dano 
causado). Em vez de direitos, criam deveres e obrigações de 
indenizar e ressarcir. 
 
• : situações em que não se consegue 
distinguir se é ato ilícito, negócio jurídico ou meramente lícito. Foca 
nas consequências de um determinado ato, sem se levar em conta 
a vontade de praticá-lo (desprovido de voluntariedade e 
consciência), que gera efeitos jurídicos não buscados. O direito 
preocupa-se apenas com a legitimidade dos efeitos produzidos. 
 
o negócio jurídico se origina através de 
declaração expressa de vontade instauradora de uma relação 
entre dois ou mais sujeitos tendo em vista um objetivo protegido 
pelo ordenamento jurídico. Ou simplesmente declarações de 
vontade que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados. 
 
- Ocorre a aquisição de direitos quando estes são incorporados ao 
patrimônio e a personalidade do titular. 
A aquisição pode ser:
• quando a aquisição do direito se dá sem qualquer 
interferência de um titular anterior, ou seja, o sujeito é o primeiro 
a adquirir o direito, que irá nascer no momento em que o titular se 
apropria do bem de maneira direta, sem que haja interposição ou 
transferência de outra pessoa. Ex: usucapião de um terreno sem 
dono. 
• quando a aquisição do direito é decorrente de uma 
transferência feita por outra pessoa. Nesse caso, o direito é fruto 
de uma relação entre sucessor e sucedido sendo transmitido com 
todas as suas qualidades e defeitos. Ex: compra e venda. 
Quanto à existência ou não de ônus financeiro: 
 • quando só o adquirente aufere vantagem. (apenas 
uma das partes lucra) Ex: herança. 
• quando se exige uma contraprestação do adquirente, 
possibilitando a ambos os contratantes a obtenção de vantagem. 
Ex: contrato de compra e venda. 
Quanto à extensão: 
• a aquisição ocorre no tocante a bens 
determinados. O direito está individualizado. Ex: o legatário que 
herda coisa individualizada 
• quando o adquirente sucede o seu 
antecessor na totalidade na totalidade dos seus direitos. Ex: o titular 
adquire um conjunto indeterminado de coisa deixada pelo de cujos 
como direito hereditário. 
Obs: 
- Se realizar um inventário, o direito deixa de ser universal e passa 
a ser singular. 
- A transmissão dos bens pode ser Inter Vivos ou Causa Mortis. 
Quanto ao processo formativo: 
• o direito se concretiza (aperfeiçoa) em um só ato. Ex: 
compra à vista, assinatura de um título de crédito. 
• pressupõe a intercorrência simultânea ou sucessiva 
de mais de um ato. 
- Ex: a usucapião que requer: a) posse prolongada; b) lapso de 
tempo; c) inércia do titular; d) e em certos casos justo título e boa-
fé. 
Quanto ao momento da aquisição: 
• (direito adquirido) quando o direito se incorpora ao 
patrimônio do titular no momento em que se realiza o negócio, 
podendo ser por ele exercido. Direito já formado e incorporado. 
• o negócio jurídico se realiza, mas o direito só se 
incorpora ao patrimônio do titular em um momento futuro. (o direito 
ainda não se concretizou.) O direito futuro pode ser: 
- DEFERIDO: quando a aquisição do direito só depende apenas da 
vontade do sujeito. Ex: propriedade, depende apenas do registro 
aquisitivo. 
- NÃO DEFERIDO: quando a consolidação do direito se subordina a 
fatos e condições falíveis (que pode haver falhas). Ex: ganhar X se 
perder Y. 
 
- EXPECTATIVA DE DIREITO: expectativa da aquisição de um direito 
futuro. Fase preliminar, quando há apenas esperança ou 
possibilidade de que o direito venha a ser adquirido. “mera 
possibilidade de se adquirir d direito”. Ex: esperança do filho em 
suceder o pai quando ele morrer. 
- DIREITO EVENTUAL: já passou da fase preliminar e se acha inicial 
e parcialmente cumprida ou realizada a situação exigida pela norma, 
mas ainda está pendente de concretização dependendo da prática 
de alguns atos do adquirente para se concretizar. Ex: aceitação de 
uma proposta de compra e venda. 
- DIREITO CONDICIONAL: diferentemente do direito eventual se 
encontra em uma situação mais avançada, mas a sua eficácia 
depende do implemento de uma condição estipulado (evento futuro 
e incerto). Ex; você ganhará um ônus de 15% se vender a moto. 
Nesse caso, a condição é a venda da moto. 
- Nem sempre os direitos subjetivos conservam suas 
características e permanecem inalterados, sendo suscetíveis a 
modificação. Essas modificações podem elevar ou diminuir a 
eficácia do negócio jurídico. 
Podendo ser de caráter subjetivo ou objetivo. 
• quando as mudanças incidem sobre o objeto da 
relação jurídica. 
- QUALITATIVA: modifica a qualidade do objeto ou o conteúdo da 
relação jurídica que se converte em outra espécie sem que a 
essência seja alterada. Ex: um pagamento que foi acertado em 
dinheiro e é realizado em cheque. 
 
- QUANTITATIVA: o direito permanece o mesmo com acréscimo ou 
diminuição no volume ou extensão, sem que a qualidade seja direito. 
Ex: caso da aluvião em que terras marginais de cursos de água 
podem aumentar ou diminuir, alterando a “quantidade” da 
propriedade. 
• a modificação do direito está relacionada a pessoa 
do titular. A relação jurídica permanece a mesma, alterando o 
sujeito da relação. Ex: caso da cessão de crédito, quando o credor 
transfere sua posição de credor no vínculo obrigacional a um 
cessionário que passa a fazer as vezes do credor originário. 
- ATIVA: muda-se o credor (quem adquire o crédito); 
 
- PASSIVA: muda-se o devedor (aquele que assume a dívida). 
Obs: 
- A modificação subjetiva pode ocorrer Inter Vivos (cessação de 
crédito, desapropriação e alienação) e Causa Mortis (quando o 
herdeiro sucede o de cujos em suas obrigações). 
- DIREITOS PERSONALÍSSIMOS são insuscetíveis de modificação 
subjetiva, apenas em modo passivo de assunção de dívidas (um pai 
que assume as dividas de um filho). Art. 5° da Constituição, os 
direitos personalíssimos são: “(...) salvo previsão legal são 
intransmissíveis e irrenunciáveis limitando inclusive a própria ação 
do titular.” 
- Nas relações econômicas e sociaisé inevitável e constante o 
conflito e violação de interesses. Desse modo, urge a necessidade 
de se proteger/ defender para evitar a sua perda ou 
perecimento. 
Podendo ser:
• visam garantir e acautelar o direito contra futura 
violação. 
- JUDICIAL: quando as medidas cautelares são previstas no Código 
de Processo Civil: arresto, sequestro, penhora, busca e apreensão, 
protesto, etc. 
- EXTRAJUDICIAL: não é necessário se recorrer à justiça para 
assegurar o cumprimento das obrigações cretídicas, pois possuem 
garantias reais como hipoteca, penhor, fiança, etc. 
• visam restaurar o direito violado. A pretensão da 
restauração é realizada em juízo por meio de ação. (sempre judicial). 
 
 
- A extinção consiste na destruição do negócio jurídico. 
 Podendo recair sobre: 
• quando o direito é personalíssimo e, por alguma 
razão, seu titular não pode mais exercê-lo. 
• se dá quando há perda ou perecimento do objeto 
sobre o qual recai o direito subjetivo. Também pode ocorrer quando 
há substituição do objeto. 
• se dá quando, apesar de 
permanecerem o sujeito e objeto, ocorre o perecimento da 
pretensão ou do próprio direito material como na prescrição ou 
decadência. (é extinta a relação jurídica). O sujeito perderá o direito 
subjetivo de domínio sobre o objeto. 
Obs: 
- A extinção pode ocorrer por: alienação, morte do titular, 
caducidade, direito incompatível, confusão, implemento de condição 
resolutiva. 
- Extinção é diferente de perda de direito, a extinção o direito 
desaparece, não podendo mais ser mais exercido nem pelo sujeito 
atual, nem por outro; enquanto a perda, ocorre quando o direito se 
desloca de um titular e passa a subsistir em outro sujeito. 
 
Quanto ao número de declarantes (ou de manifestações de 
vontades necessárias para o seu aperfeiçoamento)
• Se aperfeiçoam com uma única manifestação de 
vontade (do mesmo polo da relação jurídica) 
- RECEPTÍCIOS: A declaração de vontade deve se tornar conhecida 
pelo destinatário para produzir efeitos. Ex: denúncia, revogação de 
uma procuração, etc; 
- NÃO RECEPTÍCIOS: o conhecimento por parte de outras pessoas 
é irrelevante. Ex; testamento. 
Obs: O número de manifestações é diferente do número de 
pessoas. 
• Se constitui com duas manifestações de vontade 
coincidentes (de polos diferentes) sobre o objeto (consentimento 
mútuo, acordo de vontade). 
- SIMPLES: apenas uma das partes aufere vantagem enquanto a 
outra arca com o ônus (tem um encargo). Ex: doação e comodato; 
- SINALAGMÁTICO: Ambas as partes adquirem obrigações. Ônus e 
vantagens recíprocas. 
Quanto as vantagens patrimoniais 
• Só uma das partes aufere vantagem, sem que se 
exija uma contraprestação da outra. Um aumenta seu patrimônio 
e o outro diminui. Ex: Doação, Comodato. 
• Ambas os contratantes auferem vantagens, as 
quais, porém correspondem a sacrifícios e benefícios recíprocos. 
Ex: compra e venda, locação; 
Obs: Todo negócio jurídico oneroso é bilateral, mas nem todo 
bilateral é oneroso. 
- COMUTATIVO: as partes tem antecipadamente conhecimento das 
prestações, dessa forma elas são certas e determinadas. 
- ALEATÓRIAS: as prestações são incertas, tanto sobre as 
vantagens quanto os sacrifícios que podem advir. Ex: jogos de 
apostas, aplicação na bolsa de valores; 
Obs: a incerteza e os riscos são a essência do negócio. 
• São aqueles em que não há uma atribuição patrimonial 
determinada, não podendo ser enquadrados como gratuitos ou 
onerosos. Caracterizam-se pela destinação dos bens para uma 
certa finalidade, sem prestação de qualquer das partes em 
benefício da outra. Ex: a instituição de bem de família e cláusula de 
incomunicabilidade de bens de um cônjuge para o outro. 
• Podem ser onerosos ou gratuitos, dependendo da 
vontade das partes. Ex: mandato. 
Quanto ao momento da produção dos efeitos: 
• Produz efeitos jurídicos desde logo, estando ambas 
as partes ainda vivas. Ex: Seguro de vida. 
• Negócios destinados a produzir efeitos após a 
morte do agente (a morte é um pressuposto fático necessário 
para a realização do negócio). Ex: testamento. 
Obs: os negócios Causa Mortis são negócios nominados ou típicos, 
isto é, salvo aqueles definidos por lei, outros não podem realiza-los. 
 
Quanto ao modo de existência: 
• Tem existência própria, independente de qualquer 
outro ato. Ex: compra e venda, locação, permuta 
• Sua existência é subordinada a do contrato principal. 
Não guardam o mesmo objeto, mas tem a mesma natureza, sendo 
úteis um para o outro. Desse modo, seguem o mesmo destino, ou 
seja, extinta a relação principal, extingue-se a acessória. Ex: a 
locação é o negócio principal, mas a garantia de pagamento de 
aluguel é um negócio acessório; cláusula penal e fiança; penhor e 
hipoteca. 
• (Subcontratos) tem por objeto direitos estabelecidos 
em outro contrato. Isto é, guarda o mesmo objeto da relação 
principal, mas com uma alteração nos sujeitos do negócio. Ex: um 
dos contratantes transfere a terceiros (sem se desvincular) a 
utilidade correspondente a sua posição contratual – Locação 
Obs: Difere do acessório, pois participa da própria natureza do 
direito versado no contrato base. 
Quanto as formalidades: 
• Devem observar a forma prescrita por lei para se 
aperfeiçoarem. 
- AD SOLEMNITATEM/AD SUBSTANTIAM a forma é exigida como 
condição para a validade do negócio (constitui a própria substância 
do ato). Ex: escritura pública 
- AD PROBATIONEM TANTAM determinada forma é exigida apenas 
como prova do ato. Ex: lavratura do assento de casamento. 
• Negócios de forma livre. Basta consentimento 
para sua formação. 
Quanto ao número de atos necessários para se aperfeiçoar: 
• Se constituem com apenas um único ato. Ex: compra 
e venda. 
• Requer mais de um ato para se aperfeiçoar. Várias 
declarações de vontade que se completam, sem eficácia quando 
independentes. 
• Quando há mais de um negócio que poderiam ser 
realizados separadamente, mas que por conveniência se unem 
para a obtenção de um mesmo objetivo. Ou seja, múltiplos negócios 
com um nexo que os reúne substancialmente. 
Quanto as modificações que podem produzir: 
• Utilizados pelo titular para alienar, modificar ou 
extinguir direitos. Ex: remissão de dívidas. 
• São aqueles que por meio de manifestações de 
vontade geram obrigações para uma ou ambas as partes, 
possibilitando que uma das partes exija da outra o cumprimento de 
determinada prestação. Ex: contratos em geral 
Obs: Os negócios dispositivos completam os obrigacionais. 
Quanto ao modo de obtenção dos resultados: 
• Aquele em que o fiduciante, transmite o direito a 
outrem (fiduciário), que se obriga a devolver esse direito ao 
patrimônio do transferente ou destina-lo a outro fim. EX: Alguém 
transmite a propriedade de um bem com a intenção de que o 
adquirente o administre, obtendo dele o compromisso, por ter 
outro negócio jurídico de caráter obrigacional de lhe restituir o bem. 
• Aparenta ser determinado negócio, mas é outro. As 
declarações de vontade são falsas e o negócio torna-se nulo. 
 
• manifestação de vontade exteriorizada pelo agente.
TEORIAS DA MANIFESTAÇÃO DE VONTADE: 
- Teoria da vontade: (subjetiva) leva em consideração a vontade 
interna do agente, seu real interesse. Mesmo quando não é 
exteriorizado. Reserva Mental. 
- Teoria da Declaração: (objetiva) leva em consideração apenas a 
vontade exteriorizada, para se apurar a real intenção, sem buscar 
os motivos psicológicos. (é o adotado pelo Código Civil de acordo com 
o art112) 
Obs: Somente a vontade que se exterioriza é considerada 
suficiente para compor o suporte fático do negócio jurídico. 
 
• meio em que o negócio jurídico se realiza, pode ser 
solene ou não. 
 
• conteúdo/ propósito a ser atingido pela manifestação 
de vontade, que deve apresentar os requisitos e qualidades que a 
lei exige (idôneo), além de ser fungível. Podendo ser: Imediato, ou 
seja, a conduta do agente, o que ele fazpara alcançar o negócio; 
ou Mediato, objeto sobre o qual recai as pretensões do negócio 
jurídico. 
 
- Para que o negócio jurídico produza efeitos possibilitando a 
aquisição, modificação, conservação ou extinção devem preencher 
certos requisitos considerados, elementos essenciais para sua 
validade e consequentemente a sua existência, pois formam sua 
substância. Podem ser: 
- Gerais: comuns, precisam estar presentes em todos os negócios 
jurídicos (elementos do art.104). 
- Particulares: de cada negócio, como a forma de cada um. 
. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei 
Obs: Na falta de um desses três elementos, o negócio jurídico não 
é valido, podendo ser nulo ou anulável. 
–
- O ato negocial pressupõe uma declaração de vontade. Nesse 
contexto, é imprescindível que a pessoa no momento do ato seja 
dotada de consciência e vontade, além de ser reconhecida por lei 
como apta a exercer por si mesma os atos da vida civil. 
 
- A capacidade referida no artigo é a capacidade de fato, ou seja, 
capacidade de exercer seus direitos e contrair obrigações na 
ordem civil. 
 
- Se adquire a capacidade de fato com a maioridade (18 anos) ou 
por meio da emancipação. (art. 5°) 
DECLARAÇÃO DE VONTADE 
Requisito de existência do 
negócio jurídico 
CAPACIDADE DO AGENTE 
Requisito da validade e eficácia 
do negócio jurídico. 
 
Obs: A , ou seja, restrição legal ao exercício da 
vida civil, pode ser: 
- Absoluta: em que o agente tem total restrição ao exercício do 
direito civil, devendo ser representado. Nesse caso, como a 
capacidade é um elemento essencial a validade do negócio, todo 
negócio realizado por absolutamente incapaz sem devida 
representação é NULO. 
- Relativa: incapacidade de exercer certos atos da vida civil. 
Devendo assim, serem assistidos. Nesse sentido, os atos realizados 
por relativamente incapazes sem assistência será ANULÁVEL. 
 
. A incapacidade relativa de uma das partes 
não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, 
nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, 
neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da 
obrigação comum. 
 
 
 
- Nesse sentido, por ser a incapacidade relativa uma exceção 
pessoal, a anulabilidade do ato negocial praticado por relativamente 
incapaz é um benefício legal para a defesa de seu patrimônio 
contra abusos de outrem, apenas o próprio incapaz ou seu 
representante legal o deverá invocar. Assim, se num negócio um 
dos contratantes for capaz e o outro incapaz, aquele não poderá 
alegar a incapacidade deste em seu próprio. 
 
Obs: Entretanto, o artigo traz uma ressalva legal em relação a 
indivisibilidade do direito ou da obrigação. Dessa forma, se o objeto 
do direito ou da obrigação comum for indivisível, ante a 
impossibilidade de separar o interesse dos contratantes, a 
incapacidade de um deles poderá tornar anulável o ato negocial 
praticado. Logo, nesta hipótese, o capaz que veio a contratar com 
relativamente incapaz estará autorizado legalmente a invocar em 
seu favor a incapacidade relativa deste, desde que indivisível a 
prestação objeto do direito ou da obrigação comum. 
–
O objeto da relação jurídica deve ser: 
 
• LÍCITO: ou seja, conforme a lei, não sendo contrário aos bons 
costumes, à ordem pública e à moral. 
 
Obs: Se o objeto for ilícito, o negócio é invalido e NULO 
• DETERMINADO: o objeto deve ser determinado (conhecido) ou, 
pelo menos, suscetível de determinação, pelo gênero e quantidade, 
sob pena de nulidade absoluta. 
 
• POSSÍVEL: o objeto da relação jurídica deve ser físico (emana de 
leis físicas e naturais) e juridicamente (não proibido pelo 
ordenamento) possível. 
 
 A do objeto pode ser: 
 
- ABSOLUTA: alcançando a todos indistintamente. Nesse caso, o 
objeto do ato negocial é impossível e o negócio é nulo. 
 
- RELATIVA: quando a impossibilidade atinge apenas o devedor, mas 
não as outras, não constitui um obstáculo ao negócio jurídico. 
 
. A impossibilidade inicial do objeto não 
invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar 
antes de realizada a condição a que ele estiver 
subordinado. 
 
- Assim, se a impossibilidade inicial do objeto for relativa, isto é, se 
a prestação puder ser realizada por outrem, embora não o seja 
pelo devedor, não invalidará o negócio jurídico. Ou se o negócio 
jurídico, contendo objeto impossível, tiver sua eficácia subordinada 
a um evento futuro e incerto, e aquela impossibilidade cessar antes 
de realizada aquela condição, válida será a avença. 
A forma é um elemento particular essencial do negócio jurídico 
que pode tanto ser: 
 
- Solene (especial): quando a forma é exigida por lei como requisito 
de validade para determinados negócios; (ad solemnitatem). Pode 
Meio pelo qual a vontade se exterioriza 
Meio de se demostrar a existência 
ser única, com apenas um meio de formalização previsto em lei, ou 
múltiplas, quando a lei permite a formalização de diversos modos; 
 
- Forma livre (não solene): qualquer meio de manifestação da 
vontade nos negócios jurídicos, não imposto obrigatoriamente pela 
lei; Ex: Forma contratual: forma convencionada pelas partes; 
Obs: A , pode 
ocorrer tanto de forma: 
- EXPRESSA: realizada de modo explícito, possibilitando o 
conhecimento imediato e claro da intenção do agente, por meio de 
palavras, gestos, sinais; 
 
- TÁCITA: quando a vontade é deduzida por meio da conduta, do 
comportamento do agente; 
 
- PRESUMIDA: quando a declaração não se realiza expressamente, 
mas a lei deduz. 
. A validade da declaração de vontade não 
dependerá de forma especial, senão quando a lei
expressamente a exigir. 
 
- Desse modo, a validade da declaração da vontade só dependerá 
de forma determinada quando a norma jurídica explicitamente o 
exigir. A forma livre é qualquer meio de exteriorização da vontade 
nos negócios jurídicos, desde que não previsto em norma jurídica 
como obrigatório: palavra escrita ou falada, gestos e até mesmo o 
silêncio. 
 
 
 Não dispondo a lei em contrário, a escritura 
pública é essencial à validade dos negócios jurídicos 
que visem à constituição, transferência, modificação ou 
renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor 
superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente 
no País. 
 
- Forma Única para um negócio jurídico, que vise constituir, 
transferir, modificar ou renunciar direitos reais sobre imóveis de 
valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País, 
exige-se que ele se efetive mediante escritura pública, sob pena 
de invalidade, desde que inscrita em registro competente, para 
dar-lhe publicidade e oponibilidade contra terceiro. 
 
. No negócio jurídico celebrado com a 
cláusula de não valer sem instrumento público, este é 
da substância do ato. 
 
- A emissão da vontade é dotada de poder criador; assim sendo, 
se houver cláusula negocial estipulando a invalidade do negócio 
jurídico, se ele não se fizer por meio de escritura pública, esta 
passará a ser de sua substância. Logo, tal declaração de vontade 
somente terá eficácia jurídica se o ato negocial revestir a forma 
prescrita contratualmente. 
 
 
 
- A reserva mental é quando um dos declarantes oculta a sua 
verdadeira intenção, realizando de forma intencional uma 
declaração não querida em seu conteúdo, nem tão pouco em seu 
resultado, tendo como objetivo enganar o outro contratante ou 
declaratário. 
 
. A manifestação de vontade subsiste ainda 
que o seu autor haja feito a reserva mental de não 
querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário 
tinha conhecimento. 
- A reserva mental quando conhecida pela outra parte, não torna 
nula a declaração da vontade, pois esta inexiste (configura ausência 
de vontade) e, consequentemente, não se forma qualquer ato 
negocial, uma vez que não havia intentio de criar direito, mas 
apenas de iludir o declaratário. Se for desconhecida pelo 
destinatário, subsisteo ato. 
 
. O silêncio importa anuência, quando as 
circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for 
necessária a declaração de vontade expressa. 
 
- Em regra, o silêncio é a ausência da manifestação de vontade. 
Por outro lado, pode indicar consentimento e está hábil a produzir 
efeitos jurídicos se a lei o determinar, ou se acompanhado de 
certas circunstâncias ou de usos e costumes do lugar, indicativos 
da possibilidade de manifestação da vontade, e desde que não seja 
imprescindível a forma expressa para a efetivação negocial. 
 
. Nas declarações de vontade se atenderá 
mais à intenção nelas consubstanciada do que ao 
sentido literal da linguagem. 
 
- Nesse contexto, busca-se a essência do que foi acordado, de 
forma a interpretar-se o negócio jurídico em busca da vontade 
das partes no momento da celebração do negócio e não apenas do 
que foi literalmente registrado em texto. 
 
- Exemplo: se em um contrato de locação consta cláusula 
informando que a destinação do imóvel é comercial, mas a intenção 
das partes sempre foi dar destinação residencial ao imóvel e isto 
foi o que de fato aconteceu, a existência da cláusula passa a ser 
irrelevante. 
. Os negócios jurídicos devem ser 
interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de 
sua celebração. 
 
 Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia 
interpretam-se estritamente.
- Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia deverão ser 
interpretados restritivamente, isto é, o juiz não poderá dar a esses 
atos negociais interpretação ampliativa, devendo limitar-se, 
unicamente, aos contornos traçados pelos contraentes, vedada a 
interpretação com dados alheios ao seu texto. 
 
 
- A representação é a atuação jurídica em nome de outrem, 
verdadeira legitimação conferida a alguém para agir em nome de 
outra pessoa. 
 
- REPRESENTANTE: quem pratica o ato; 
- REPRESENTADO: a pessoa em nome de quem o representante 
atua e fica vinculado o negócio jurídico. 
 Os poderes de representação conferem-se 
por lei ou pelo interessado.
O representante legal é aquele 
a quem a norma jurídica (lei) confere poderes para administrar 
bens alheios, como o pai, ou mãe, em relação a filho menor, tutor, 
quanto ao pupilo e curador, no que concerne ao curatelado. 
 
-A representação legal serve aos interesses do incapaz. 
 
- O representante exerce uma atividade obrigatória, investido de 
autêntico poder, instituído pela necessidade de atribuir a alguém a 
função de cuidar dos interesses do incapaz; 
 
- A representação legal tem caráter personalíssimo; 
 
Obs: Existe representação legal de pessoas capazes, exemplo 
disso são os síndicos de condomínio. 
 
 - Representação judicial: o representante é nomeado pelo juiz 
para exercer poderes de representação no processo, como 
inventariante, administração de empresa penhorada e da massa 
falida. (estrutura-se dentro da representação legal com a 
assinatura de um termo). 
(voluntária) a 
representação convencional estrutura-se no campo da autonomia 
privada mediante ortoga de procuração (instrumento de mandato) 
pela qual a pessoa investe outra do poder de agir em seu nome. 
 
- Tem por finalidade permitir o auxílio de uma pessoa na defesa ou 
administração de interesses alheios; 
 
- Realizada mediante acordo de vontade; 
 
- Ambos os envolvidos, representante e representado devem ser 
capazes; 
 
- O mandato para a representação convencional pode ser 
revogado a qualquer momento 
 
. A manifestação de vontade pelo 
representante, nos limites de seus poderes, produz 
efeitos em relação ao representado. 
 
- O representante deve agir conforme os poderes recebidos 
 
- A manifestação da vontade pelo representante, ao efetivar um 
negócio em nome do representado, nos limites dos poderes que lhe 
foram conferidos, produz efeitos jurídicos relativamente ao 
representado, que adquirirá os direitos dele decorrentes ou 
assumirá as obrigações que dele advierem. 
 
- Logo, uma vez realizado o negócio pelo representante, os direitos 
serão adquiridos pelo representado, incorporando-se em seu 
patrimônio; igualmente os deveres contraídos em nome do 
representado devem ser por ele cumpridos, e por eles responde 
o seu acervo patrimonial. 
 
- Caso ultrapasse os limites dos seus poderes, o representante 
pode ser responsabilizado por seus atos. 
 
 Salvo se o permitir a lei ou o representado, é 
anulável o negócio jurídico que o representante, no seu 
interesse ou por conta de outrem, celebrar 
consigo mesmo. 
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como 
celebrado pelo representante o negócio realizado por 
aquele em quem os poderes houverem sido 
subestabelecidos. 
 
- O representante deve atuar em nome apenas de uma das partes 
no negócio jurídico. 
 
- Entretanto, pode haver dupla representação, ou seja, quando 
ambas as partes se manifestarem por meio de um mesmo 
representante. Ou atuar na outra parte do negócio jurídico, 
exercendo papéis distintos, como representante e contratante. 
Melhor dizendo, se o representante vier a efetivar negócio jurídico 
consigo mesmo no seu interesse ou por conta de outrem, anulável 
será tal ato, exceto se houver permissão legal ou autorização do 
representado. 
 
. O representante é obrigado a provar às 
pessoas, com quem tratar em nome do representado, a 
sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena 
de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes 
excederem. 
 
- Como os negócios jurídicos realizados pelo representante são 
assumidos pelo representado, aquele terá o dever de provar 
àqueles, com quem vier a tratar em nome do representado, não 
só a sua qualidade, mas também a extensão dos poderes que lhe 
foram conferidos, sob pena de, não o fazendo, ser 
responsabilizado civilmente pelos atos que excederem àqueles 
poderes. 
 
 
 É anulável o negócio concluído pelo 
representante em conflito de interesses com o 
representado, se tal fato era ou devia ser do 
conhecimento de quem com aquele tratou. 
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da 
conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, 
o prazo de decadência para pleitear-se a anulação 
prevista neste artigo. 
 
- Se, porventura, o representante concluir negócio jurídico, 
havendo conflito de interesses com o representado, com pessoa 
que devia ter conhecimento desse fato, aquele ato negocial deverá 
ser declarado anulável 
. 
- Prazo decadencial para anulação de ato efetuado por 
representante em conflito de interesses com o representado: 
Pode-se pleitear anulação do negócio celebrado com terceiro, pelo 
representante em conflito de interesses com o representado, 
dentro de cento e oitenta dias, contados da conclusão do negócio 
jurídico ou da cessação da incapacidade do representado. 
 
- Papel do curador especial: Havendo conflito de interesses entre 
representado e representante, os atos negociais deverão, para 
ser válidos, ser celebrados por curador especial. 
 Os requisitos e os efeitos da representação 
legal são os estabelecidos nas normas respectivas; os 
da representação voluntária são os da Parte Especial 
deste Código. 
 
- Os requisitos e os efeitos da representação legal regem-se pelos 
arts. 1.634, V, 1.690, 1.747, I, e 1.774 do Código Civil e os da 
representação voluntária pelos arts. 653 a 692 do Código Civil, 
alusivos ao contrato de mandato. 
 
Elementos estruturais e essenciais: são requisitos da existência e 
da validade, portanto, obrigatórios. (art.104) 
Elementos Acidentais: são facultativos, não compõem 
necessariamente o negócio jurídico. 
 
• São facultativos;
• Dependem da vontade das partes (não há determinação legal);
• Funcionam como autolimitações da vontade (atos patrimoniais e 
não pessoais);
• Uma vez convencionados tem o mesmo valor dos elementos 
essenciais, integrando o negócio de forma indissociável;
• Acarretam modificações na eficácia e abrangência do negócio 
jurídico.
ART. 121 a 130 
. Considera-se condição a cláusula que, 
derivando exclusivamente da vontade das partes, 
subordinao efeito do negócio jurídico a evento futuro e 
incerto. 
 
- Condição é a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico, 
oneroso ou gratuito, a evento futuro e incerto. 
 
Elementos (requisitos) da condição: 
 
- Voluntariedade: “nasce exclusivamente da vontade das partes”, 
as partes devem querer determinado evento, não havendo 
nenhuma subordinação legal. (se não deixa de ser uma condição); 
 
- Futuridade: o evento que subordina a eficácia ou resolução do 
negócio jurídico deve ser futuro 
 
- Incerteza: relaciona-se com um acontecimento incerto, que 
poderá ocorrer ou não (é incerto para todos); 
 
Obs: 
 • Direitos personalíssimos (direito a vida, honra, dignidade...) 
• Direitos de família (não há atuação do princípio da autonomia 
privada); 
• Atos jurídicos meramente lícitos (seus efeitos são determinados 
por lei) 
• Negócios jurídicos que não admitem incerteza. Ex: aceitação e 
renúncia de herança; 
 
 
Quanto a licitude: 
 
 • São lícitas as condições que não são 
contraria as leis, ordem pública e bons costumes. (art 122) 
 
• : o contrário da condição lícita. São aquelas 
defesas em lei, ou seja, aquelas que são expressamente proibidas 
no ordenamento. 
 
Quanto ao modo de atuação: 
 
• : Será suspensiva a condição se as 
partes protelarem (adiarem), temporariamente, a eficácia do 
negócio até a realização do acontecimento futuro e incerto. 
 
• : condição resolutiva subordina a 
ineficácia do negócio a um evento futuro e incerto. Enquanto a 
condição não se realizar, o negócio jurídico vigorará, podendo 
exercer-se desde a celebração deste o direito por ele estabelecido. 
Mas, verificada a condição, para todos os efeitos extingue-se o 
direito a que ela se opõe. 
 
Quanto à possibilidade: 
 
• : estão em conformidade com o ordenamento e não 
contrariam os bons costumes e a ordem pública. Fisicamente e 
juridicamente possíveis de serem implementadas. 
 
• : ou não podem ser cumpridas por nenhum ser 
humano (fisicamente impossível); ou esbarram em alguma proibição 
expressa no ordenamento, ou fere a moral e os bons costumes 
(juridicamente impossível) 
 
Quanto a fonte de onde promanam: 
 
• : São condições que dependem do acaso, de fato alheio 
a vontade das partes. Pode depender tanto de fatos naturais 
quanto da vontade exclusiva de um terceiro, independendo da 
vontade das partes envolvidas. 
 
• a condição decorre da vontade ou poder de uma 
das partes, que pode provocar ou impedir a ocorrência do negócio 
jurídico. 
- PURAMENTE POTESTATIVA: sujeitam os efeitos do negócio jurídico 
ao puro arbítrio de uma das partes (mero capricho). Considerada 
ilícita; 
- MERAMENTE POTESTATIVA: admitidas por não dependerem 
apenas da vontade de uma das partes, mas também de um 
acontecimento externo, que não está em seu controle. 
• : condição que depende simultaneamente da vontade de 
uma das partes (potestativa) e da vontade de um terceiro (casual). 
• : são aqueles que inicialmente eram potestativas, 
mas perdem esse caráter em razão de um acontecimento 
inesperado ou casual (alheio a vontade do agente) que venha a 
dificultar sua realização. A dificuldade de realização é o que torna 
a condição promíscua, frustrada. 
• ): são condições que 
privam de todo efeito o negócio jurídico. Não fazem sentido, não 
da para compreender o propósito da estipulação, o que resulta em 
invalidade. 
Obs: 
Pendência 
Quando ainda não se verificou a 
condição ela é pendente 
Implemento Quando a condição é verificada 
Frustração 
Quando a condição/ o evento 
imposto não se realiza no período 
previsto, ou não tem chances de se 
realizar. Sendo assim considerada 
inexistente. 
 
. São lícitas, em geral, todas as condições não 
contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; 
entre as condições defesas se incluem as que privarem 
de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao 
puro arbítrio de uma das partes. 
 
• : será lícita a condição quando o evento que a 
constitui NÃO for contrário à lei, à ordem pública ou aos bons 
costumes. 
 • (proibidas): são aquelas condições defesas 
em lei, que privem o negócio jurídico de todos os efeitos (perplexas) 
e que são advindas de mero arbítrio de um dos sujeitos (puramente 
potestativas) 
 
 Invalidam os negócios jurídicos que lhes são 
subordinados: 
I — as condições física ou juridicamente impossíveis, 
quando suspensivas; 
II — as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; 
III — as condições incompreensíveis ou contraditórias. 
 
- CONDIÇÕES SUSPENSIVAS FÍSICAMENTE IMPOSSÍVEIS: as condições 
fisicamente impossíveis são as que não podem efetivar-se por 
serem contrárias à natureza. Ex.: a doação de uma casa a quem 
trouxer o mar até a Praça da República da cidade de São Paulo 
será inválida, visto que a condição suspensiva que subordina a 
eficácia negocial a evento futuro incerto é impossível fisicamente. 
 
- AS CONDIÇÕES SUSPENSIVAS JURIDICAMENTE IMPOSSÍVEIS: são as 
que invalidam os atos negociais a elas subordinados, por serem 
contrárias à ordem legal, como, p. ex., a outorga de uma vantagem 
pecuniária sob condição de haver renúncia ao trabalho, o que fere 
os arts. 193, 6º, 5º, XIII, e 170, parágrafo único, da Constituição 
Federal de 1988, que considera o trabalho uma obrigação social. 
 
- Como as condições são impossíveis, invalidam a cláusula condicional 
e contaminam todo o contrato e por essa razão não pode subsistir. 
Dessa forma, o negócio jamais alcançará a eficácia. 
 
- AS CONDIÇÕES ILÍCITAS OU AS DE FAZER COISA ILÍCITA são 
condenadas pela norma jurídica, pela moral e pelos bons costumes 
e, por isso, invalidam os negócios a que forem apostas. Ex.: 
prometer uma recompensa sob a condição de alguém viver em 
concubinato impuro; dispensar, se casado, os deveres de 
coabitação e fidelidade mútua; mudar de religião, ou, ainda, não se 
casar. 
 
- CONDIÇÕES INCOMPREENSÍVEIS OU CONTRADITÓRIAS: Se os negócios 
contiverem cláusulas que subordinem seus efeitos a evento futuro 
e incerto, mas eivadas de obscuridades, possibilitando várias 
interpretações pelas dúvidas que levantam, tais atos negociais 
invalidar-se-ão. 
 
INVALIDAM O 
NEGÓCIO JURÍDICO, 
TORNANDO ELE 
NULO 
• Condição suspensiva fisicamente 
impossível; 
• Condição suspensiva juridicamente 
impossível; 
• Condições ilícita (ou de fazer coisa 
ilícita); 
• Condições contraditórias. 
 
. Têm-se por inexistentes as condições 
impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer 
coisa impossível. 
 
- Se for aposta num negócio condição resolutiva impossível ou de 
não fazer coisa impossível, será tida como não escrita; logo, o 
negócio valerá como ato incondicionado, sendo puro e simples, como 
se condição alguma se houvesse estabelecido, por ser considerado 
inexistente. 
 
. Subordinando-se a eficácia do negócio 
jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não 
verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa. 
 
- Será suspensiva a condição se as partes protelarem, 
temporariamente, a eficácia do negócio até a realização do 
acontecimento futuro e incerto. 
 
- CONDIÇÃO SUSPENSIVA PENDENTE: Pendente a condição suspensiva 
não se terá direito adquirido, mas expectativa de direito ou direito 
eventual. Só se adquire o direito após o implemento da condição. A 
eficácia do ato negocial ficará suspensa até que se realize o evento 
futuro e incerto. 
- A condição se diz realizada quando o acontecimento previsto se 
verificar. Ter-se-á, então, o aperfeiçoamento do ato negocial, 
operando-se EX TUNC ou seja, desde o dia de sua celebração, se 
inter vivos, e à data da abertura da sucessão, se causa mortis, 
daí ser retroativo. 
 
. Se alguém dispuser de uma coisa sob 
condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto 
àquelas novas disposições, estas não terão valor, 
realizada a condição, se com ela forem incompatíveis. 
 
- A norma não veda a possibilidade de, na pendência de uma 
condição suspensiva, fazer novas disposições, que, todavia, não 
terão validade se, realizada a condição,forem com ela 
incompatíveis. 
 
- Ex: Um pai promete dar um carro ao filho se ele passar em um 
concurso (condição suspensiva pendente). Desse modo, o pai não 
poderá vender o carro para terceiros devido a incompatibilidade 
desse ato com a condição suspensiva. Assim, se o pai chegar a 
vender o carro e o filho for aprovado, a venda realizada pelo pai 
é considerada NULA. 
 
. Se for resolutiva a condição, enquanto esta 
se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo 
exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele 
estabelecido. 
 
- A condição resolutiva subordina a ineficácia do negócio a um 
evento futuro e incerto. 
 
- Enquanto a condição não se realizar, o negócio jurídico vigorará, 
podendo exercer-se desde a celebração deste o direito por ele 
estabelecido. Mas, verificada a condição, para todos os efeitos 
extingue-se o direito a que ela se opõe. 
 
. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-
se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; 
mas, se aposta a um negócio de execução continuada 
ou periódica, a sua realização, salvo disposição em 
contrário, não tem eficácia quanto aos atos já 
praticados, desde que compatíveis com a natureza da 
condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé. 
 
- Se uma condição resolutiva for aposta em um ato negocial, 
enquanto ela não se der, vigorará o negócio jurídico, mas, ocorrida 
a condição, operar-se-á a extinção do direito a que ela se opõe. 
 
- Mas, se tal negócio for de execução continuada, a efetivação da 
condição, exceto se houver disposição em contrário, não atingirá 
os atos já praticados, desde que conformes com a natureza da 
condição pendente e aos ditames da boa-fé. Acatado está o 
princípio da irretroatividade da condição resolutiva. 
 
. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos 
jurídicos, a condição cujo implemento for 
maliciosamente obstado pela parte a quem 
desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não 
verificada a condição maliciosamente levada a efeito 
por aquele a quem aproveita o seu implemento. 
 
- A condição suspensiva ou resolutiva valerá como realizada se seu 
implemento for intencionalmente impedido por quem tirar 
vantagem com sua não realização. 
 
- Se a parte beneficiada com o implemento da condição forçar 
maliciosamente sua realização, esta será tida aos olhos da lei como 
não verificada para todos os efeitos; Ex., se alguém contempla 
certa pessoa com um legado sob condição de prestar serviços a 
outrem, e o legatário maliciosamente cria uma situação que venha 
forçá-lo a ser despedido sem justa causa, para receber o legado 
sem ter de prestar serviços. Provada a má-fé do legatário, não se 
lhe entregará o legado. 
 
- Se, ao contrário, se forçar uma justa causa para despedir o 
legatário, com o intuito de privá-lo de receber o legado, provada a 
má-fé, o legado ser-lhe-á entregue, mesmo que não continue a 
prestação de serviços. 
 
. Ao titular do direito eventual, nos casos de 
condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar 
os atos destinados a conservá-lo. 
 
- Como o titular de direito eventual, em caso de negócio condicional, 
suspensivo ou resolutivo, não tem, ainda, direito adquirido, a lei 
reconhece-lhe a possibilidade de praticar atos conservatórios para 
resguardar seu direito futuro, impedindo, assim, que sofra qualquer 
prejuízo. Assim sendo, a condição suspensiva ou resolutiva não 
obsta o exercício dos atos destinados a conservar o direito a ela 
subordinado. Logo, se, p. ex., alguém prometer uma casa a outrem, 
para quando se casar, este poderá reformá-la, se necessário for, 
e rechaçar atos de esbulho ou turbação. 
 
- Efeitos “ex nunc” e “ex tunc” da condição: Quanto aos atos de 
administração praticados na pendência da condição, ela não terá 
efeito retroativo, salvo se a lei expressamente o determinar, de 
maneira que tais atos serão intocáveis, e os frutos colhidos não 
precisarão ser restituídos. Porém, a norma jurídica estabelece que 
a condição terá efeito retroativo quanto aos atos de disposição, 
que, com sua ocorrência, serão tidos como nulos. 
 
ART. 131 a 135 
- Termo é a cláusula que subordina os efeitos do ato negocial a um 
acontecimento FUTURO e CERTO. 
 
- Refere-se ao início ou termino do exercício do direito. 
 
- Inexiste estado de pendencia e retroatividade. 
 
. O termo inicial suspende o exercício, mas 
não a aquisição do direito. 
 
• (dies a quo ) ou suspensivo é o que fixa o 
momento em que a eficácia do negócio deve ter início, retardando 
o exercício do direito. O negócio jurídico já está garantido, só se 
estabelece um prazo para começar o exercício. 
 
- O termo inicial não suspende a aquisição do direito, que surge 
imediatamente, mas só se torna exercitável com a superveniência 
do termo. O exercício do direito fica suspenso até o instante em 
que o acontecimento futuro e certo, previsto, ocorrer. A 
existência do direito real ou obrigacional não fica em suspenso in 
medio tempore, pois desde logo o titular a termo o adquire. 
 
: ( dies ad quem) ou resolutivo ocorre quando se 
determinar a data da cessação dos efeitos do ato negocial, 
extinguindo-se as obrigações dele oriundas. Extingue-se as 
obrigações, mas não o direito. 
 
Obs: O termo é certo, mas pode ser indeterminado 
 
• : se reporta a uma determinada data do 
calendário; 
 
• : embora a ocorrência seja certa, não 
se sabe quando vai ocorrer. Ex: a morte, é certa, mas não se pode 
determinar a data. 
 
Negócios que não admitem termo: 
• Aceitação ou renúncia de herança; 
• Doação; 
• Emancipação; 
• Casamento; 
• Reconhecimento de filhos 
• Direitos de execução imediata. 
 
Espécies: 
• : a lei determina o início e o fim dos efeitos do negócio 
jurídico. 
 
• : é o termo estabelecido pela vontade das 
partes; 
 
• : é a dilatação do prazo concedida ao devedor. Termo 
fixado pelo juiz. 
 
• : quando o efeito pretendido deve ocorrer em um 
momento bem preciso sob pena de não ter mais valor. 
 
. Salvo disposição legal ou convencional em 
contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do 
começo, e incluído o do vencimento. 
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-
se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil. 
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu 
décimo quinto dia. 
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual 
número do de início, ou no imediato, se faltar exata 
correspondência. 
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto 
a minuto. 
 
Obs: Termo é diferente de prazo, pois este é o intervalo de tempo 
entre o termo inicial e o final. Ou entre a manifestação de vontade 
e o advento do termo. 
 
- O prazo é contado por unidade de tempo (hora, dia, mês e ano), 
excluindo-se o dia do começo (dies a quo) e incluindo-se o do 
vencimento (dies ad quem), salvo disposição, legal ou convencional, 
em contrário 
. 
- Ex: Se se assumir uma obrigação dia 15 de maio, com prazo de 
dez dias, não se computará o dia 15, iniciando-se a contagem no 
dia 16, somam-se 10 (dez) unidades, e a obrigação 
vencer-se-á dia 25 de maio. 
 
 Nos testamentos, presume-se o prazo em 
favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do 
devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do 
instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se 
estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os 
contratantes. 
 
- Nos testamentos presume-se que o prazo é estabelecido em 
favor de herdeiro; 
 
- Nos contratos tem-se entendido que os prazos são estipulados 
em favor do devedor, exceto se do seu conteúdo ou das 
circunstâncias ficar evidenciado que foram estabelecidos em 
proveito do credor ou de ambos os contratantes. 
 
. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, 
são exequíveis desde logo, salvo se a execução tiver 
de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo. 
 
 Ao termo inicial e final aplicam-se, no que 
couber, as disposições relativas à condição suspensiva 
e resolutiva. 
 
 
- PENDÊNCIA DO TERMO INICIAL: O titular de um direito adquirido, 
cujo exercícioesteja na dependência de um termo inicial, poderá 
exercer todos os atos conservatórios que forem necessários para 
assegurar seu direito, não podendo, ainda, ser lesado por qualquer 
ato de disposição efetivado pelo devedor ou alienante antes do 
advento do termo suspensivo. 
 
 : O termo final (dies ad quem, ad diem) ou resolutivo 
ocorre quando se determinar a data da cessação dos efeitos do 
ato negocial, extinguindo-se as obrigações dele oriundas. P. ex.: a 
locação dever-se-á findar dentro de dois anos. Antes de chegar o 
dia estipulado para seu vencimento, o negócio jurídico subordinado 
a um termo final vigorará plenamente; logo, seu titular poderá 
exercer todos os direitos dele oriundos. 
 
ART. 136 e 137 
 
- É a cláusula acessória as liberalidades ( inter vivos – doação; ou 
causa mortis – testamento, legado) pela qual se impõe uma 
obrigação ao beneficiário. 
 
- Impõe um ônus ou uma obrigação a negócios GRATUITOS, sem 
caráter de contraprestação. 
 
- Expressões comuns: para que, a fim de que, com a obrigação 
de ... 
 
- Ex: doação de um prédio para que nele se instale um hospital; 
legado com o encargo de construir uma escola. 
 
Obs: O encargo tem como característica a obrigatoriedade, mas 
não é uma obrigação devida a alguém, portanto, incoercível 
 
 O encargo não suspende a aquisição nem o 
exercício do direito, salvo quando expressamente 
imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como 
condição suspensiva. 
- Importam uma obrigação de fazer. 
 
- O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, 
exceto quando expressamente imposto no ato pelo disponente 
como condição suspensiva. 
 
Considera-se não escrito o encargo ilícito ou 
impossível, salvo se constituir o motivo determinante da 
liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. 
 
- A ilicitude ou impossibilidade física ou jurídica do encargo leva a 
considerá-lo como não escrito, libertando o negócio jurídico de 
qualquer restrição, a não ser que se apure ter sido o modus o 
motivo determinante da liberalidade inter vivos (doação) ou mortis 
causa (testamento), caso em que se terá a invalidação do ato 
negocial; porém, fora disso, se aproveitará como puro e simples. 
 
Obs: 
 
 Não suspende a aquisição 
nem o exercício do direito 
Suspende a aquisição do 
direito
“se” “para que”, “a fim de que”
é coercitivo, mas não 
suspensivo.
não é coercitivo, pois ninguém 
é obrigado a cumprir uma 
condição
- Hipóteses em que a vontade se manifesta com algum vício que 
torne o negócio anulável 
 
(vontade) provocam uma 
manifestação de vontade que não corresponde com o íntimo 
querer do agente. Conflito entre a vontade manifestada e o querer 
do agente (real intenção de quem a exteriorizou). Distorção da 
vontade, são 5; erro, dolo, coação, lesão e estado de perigo. 
 
 não viciam a vontade, o defeito é consciente, ou 
seja, correspondem exatamente ao desejo do declarante, 
exteriorizada, por sua vez, com a intenção de prejudicar terceiros. 
Ex: fraude contra credores e simulação. 
 
ART. 138 a 144 
 
- O erro é uma noção inexata sobre um objeto, que influencia a 
formação da vontade do declarante, que a emitirá de maneira 
diversa da que a manifestaria se dele tivesse conhecimento exato. 
 
- É uma falsa ideia da realidade, em que o agente se engana 
SOZINHO. 
 
Í
. São anuláveis os negócios jurídicos, quando 
as declarações de vontade emanarem de erro 
substancial que poderia ser percebido por pessoa de 
diligência normal, em face das circunstâncias do 
negócio. 
 
- SUBSTANCIAL (essencial), ou seja, deve recair sobre 
circunstancias e aspectos do negócio. Deve ser a causa 
determinante, de modo que se reconhecida a realidade o negócio 
não seria realizado. 
 
- ESCUSÁVEL: (justificável) de modo que qualquer pessoa de 
diligência normal nas mesmas circunstancias também cometeria o 
erro. Isto é, o erro poderia ser percebido, mas a sua percepção 
não é simples para uma pessoa normal perceber, por isso é 
perdoável. 
 
- REAL: importar dano efetivo e concreto para o interessado. 
 
• : erro de maior gravidade, é a causa determinante 
do negócio e se fosse previamente percebido o negócio não se 
realizaria. 
 
• : é um erro de menor importância, e não acarreta 
um prejuízo efetivo ao negócio jurídico, pois pode ser facilmente 
consertado, sem a necessidade de anulação uma vez que não há 
vício na manifestação de vontade. 
 
 O erro é substancial quando: 
I — interessa à natureza do negócio, ao objeto principal 
da declaração, ou a alguma das qualidades a ele 
essenciais; 
II — concerne à identidade ou à qualidade essencial da 
pessoa a quem se refira a declaração de vontade, 
desde que tenha influído nesta de modo relevante; 
III — sendo de direito e não implicando recusa à 
aplicação da lei, for o motivo único ou principal do 
negócio jurídico. 
 
• a natureza do negócio: (Error in negotio) , haverá erro substancial 
quando recair sobre a natureza do ato. É aquele em que uma das 
partes manifesta a sua vontade, pretendendo/supondo celebrar 
determinado negócio jurídico, mas na realidade realiza outro 
diferente. 
- Erro na espécie do negócio. 
- Ex: se uma pessoa pensa que está vendendo uma casa e a outra 
a recebe a título de doação. Não se terá real acordo volitivo, pois 
um dos contratantes supõe realizar um negócio e o consentimento 
do outro se dirige a contrato diverso, manifestando-se um error 
in ipso negotio, suscetível de ANULAÇÃO do negócio. 
 
• erro sobre o abjeto principal da declaração: (Erro in copore), o 
erro incide sobre a identidade do objeto. Desse modo, a 
manifestação de vontade recai sobre um objeto diverso daquele 
que o agente tinha em mente, o objeto não é o pretendido. 
 
- O engano recai sobre o objeto principal da declaração, o objeto 
mediato. 
 
- Ex: se um contratante supõe estar adquirindo um lote de terreno 
de excelente localização, quando na verdade está comprando um 
situado em péssimo local. 
 
• erro quanto algumas das qualidades essenciais do objeto principal: 
(error in substancia, error in qualidade) ocorre quando o motivo 
determinante do negócio é a suposição de que o objeto possui uma 
determinada qualidade, que depois verifica-se inexistir. 
- O objeto não tem as qualidades que o agente reputava essenciais. 
- Ex: quando se compra um celular achando que é original, mas na 
realidade não é. 
 
• erro quanto à identidade ou qualidade da pessoa: (error in 
persona), pode se referir tanto a identidade quanto as qualidades 
da pessoa. Por outro lado, para ser invalidante deve influir na 
declaração de vontade “de modo relevante”. 
- O erro somente é considerado essencial quando não se tem como 
apurar quem seja realmente a pessoa ou a coisa a quem se refere 
a manifestação. 
- Ex: A sociedade XY Eletrônica LTDA contrata José Latrina 
pensando que fosse José Latinhas. 
 
• erro de direito: (erro iuris) é o falso conhecimento, ignorância ou 
interpretação errônea de uma norma jurídica aplicável a situação 
concreta. 
- podendo ainda abranger a ideia errônea sobre as consequências 
jurídicas do ato negocial. Se o erro de direito afetar a manifestação 
volitiva, tendo sido o principal ou o único motivo da realização do ato 
negocial, sem, contudo, importar em recusa à aplicação da lei, vicia 
o consentimento. 
- Para anular o negócio não poderá, contudo, recair sobre norma 
cogente, mas tão somente sobre normas dispositivas, sujeitas ao 
livre acordo das partes. 
 
. O falso motivo só vicia a declaração de 
vontade quando expresso como razão determinante. 
 
- Para que o falso motivo possa anular o negócio jurídico, é 
necessário que o motivo seja a razão determinante da realização 
do negócio jurídico e tenha sido expressamente declarada como tal. 
 
. A transmissão errônea da vontade por meios 
interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a 
declaração direta. 
 
- Se alguém recorrer a rádio, televisão, telefone, mensageiro ou 
telégrafo para transmitir uma declaração de vontade, e o veículo 
utilizadoo fizer com incorreções, acarretando desconformidade 
entre a vontade declarada e a interna, poder-se-á alegar erro nas 
mesmas condições em que a manifestação volitiva se realiza inter 
praesentes. 
 
- Se uma declaração de vontade com certo conteúdo for 
transmitida com conteúdo diverso, o negócio poderá ser passível 
de nulidade relativa, porque a manifestação de vontade do 
emitente não chegou corretamente à outra parte. Se, contudo, a 
alteração não vier a prejudicar o real sentido da declaração 
expedida, o erro será insignificante e o negócio efetivado 
prevalecerá. 
. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, 
a que se referir a declaração da vontade, não viciará o 
negócio quando, por seu contexto e pelas 
circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa 
cogitada. 
 
- O erro acidental não induz anulação do ato negocial por não incidir 
sobre a declaração da vontade, se se puder, por seu contexto e 
pelas circunstâncias, identificar a pessoa ou a coisa. 
 
- Ex: o erro sobre a qualidade da pessoa, de ser ela casada ou 
solteira, não terá o condão de anular um legado que lhe for feito, 
se se puder identificar a pessoa visada pelo testador, apesar de 
ter sido erroneamente indicada. 
 
. O erro de cálculo apenas autoriza a 
retificação da declaração de vontade. 
 
- Diz respeito a engano sobre peso, medida ou quantidade do bem, 
logo é erro acidental, não induzindo anulação do negócio, por não 
incidir sobre a declaração da vontade. Se assim for, o erro de 
cálculo não anula o negócio nem vicia o consentimento, autorizando 
tão somente a retificação da declaração volitiva. 
 
. O erro não prejudica a validade do negócio 
jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de 
vontade se dirige, se oferecer para executá-la na 
conformidade da vontade real do manifestante. 
 
-Se houver a correção do erro substancial, o negócio será valido e 
não será mais passível de anulação. 
 
- Se A pensar que comprou o lote n. 4 da quadra X, quando, na 
verdade, adquiriu o lote n. 4 da quadra Y, ter-se-á erro substancial, 
que não invalidará o ato negocial se o vendedor vier a entregar-lhe 
o lote n. 4 da quadra X, visto que não houve qualquer prejuízo a A, 
diante da execução do negócio de conformidade com a sua vontade 
real. 
 
ART. 145 a 150 
 
- Dolo são artifícios/manobras maliciosas empregadas para induzir 
alguém a prática de um ato, ou manifestação de vontade que o 
prejudique e traga proveito para o autor do dolo, ou para terceiros. 
 
• é p dolo tolerável, destituído de gravidade 
suficiente para viciar a manifestação de vontade. Comum no 
comércio em que o vendedor exagera nas características do 
produto para poder vender. 
Obs: o código do consumidor proíbe propaganda enganosa que 
conduza o consumidor ao erro. 
 
• : revestido de gravidade exercido com o propósito 
de ludibriar e prejudicar. Como vicia a manifestação da vontade 
anulidade do negócio ou obrigações de satisfazer perdas ou danos. 
É sobre esse tipo de dolo que trata o art. 145. 
 
–
 . São os negócios jurídicos anuláveis por 
dolo, quando este for a sua causa. 
 
- O dolo será substancial, quando o negócio jurídico só foi realizado 
por que houve um induzimento malicioso de uma das partes, 
viciando a manifestação de vontade. Caso contrário, o negócio não 
teria se realizado. Logo, por ser a causa determinante do negócio 
jurídico, este é anulável. 
 
Para que o dolo principal se configure e torne passível de anulação 
o ato negocial, será preciso que: 
a) haja intenção de induzir o declarante a praticar o negócio lesivo 
à vítima; 
b) os artifícios maliciosos sejam graves, aproveitando a quem os 
alega, por indicar fatos falsos, por suprimir ou alterar os 
verdadeiros ou por silenciar algum fato que se devesse revelar ao 
outro contratante; 
c) seja a causa determinante da declaração de vontade (dolus 
causam dans), cujo efeito será a anulabilidade do ato, por consistir 
num vício de consentimento; 
d) proceda do outro contratante, ou seja, deste conhecido, se 
procedente de terceiro 
 
. O dolo acidental só obriga à satisfação das 
perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, 
o negócio seria realizado, embora por outro modo. 
 
- O dolo acidental leva a vítima a realizar o negócio em condições 
mais onerosas ou menos vantajosas, mas afetando sua declaração 
de vontade, embora venha a provocar desvios. Desse modo, não 
constitui vício de consentimento, pois não influi diretamente na 
realização do ato negocial, que seria praticado independentemente 
do emprego das manobras astuciosas. 
 
- Por não ser vício de consentimento nem causa do contrato, não 
acarretará a anulação do negócio, obrigando apenas à satisfação 
de perdas e danos ou a uma redução da prestação convencionada. 
 
. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio 
intencional de uma das partes a respeito de fato ou 
qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui 
omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio 
não se teria celebrado. 
 
• conduta maliciosa do agente em 
que a outra parte é induzida a realizar por força de afirmações 
falsas (verbais ou por meio de gestos) sobre a qualidade da coisa. 
 
• ) ocorre quando há omissão 
de alguma informação relevante para o negócio, de forma que se 
a pessoa tivesse conhecimento desta, intencionalmente omitida, o 
negócio não se realizaria. Dessa forma, obriga a parte maliciosa a 
indenizar o prejuízo. 
 
- Para o dolo ser negativo deverá haver: 
a) um contrato bilateral; 
b) intenção de induzir o outro contratante a praticar o negócio 
jurídico; 
c) silêncio sobre uma circunstância ignorada pela outra parte; 
d) relação de causalidade entre omissão intencional e a declaração 
volitiva; 
e) ato omissivo do outro contratante e não de terceiro; 
f) prova da não realização do negócio se o fato omitido fosse 
conhecido da outra parte contratante. 
 
. Pode também ser anulado o negócio jurídico 
por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele 
tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso 
contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o 
terceiro responderá por todas as perdas e danos da 
parte a quem ludibriou. 
 
 - Se o dolo for provocado por terceira pessoa a mando de um 
dos contratantes ou com o concurso direto deste, o terceiro e o 
contratante serão tidos como autores do dolo. Poder-se-ão 
apresentar três hipóteses: 
a) o dolo poderá ser praticado por terceiro com a cumplicidade 
de um dos contratantes; 
b) o artifício doloso advém de terceiro, mas a parte, a quem 
aproveita, o conhece ou o deveria conhecer; 
c) o dolo é obra de terceiro, sem que dele tenha ciência o 
contratante favorecido. 
 
- Efeitos do dolo de terceiro; 
 
Se a parte que se 
beneficia com o dolo 
SABE ou DEVERIA 
SABER 
O negócio jurídico é anulável por 
vício de consentimento e se terá 
indenização por perdas e danos 
em que AMBOS respondem, o 
terceiro e o beneficiário. 
Se a parte 
beneficiada NÃO 
SABE ou NÃO 
DEVERIA SABER 
O negócio subsiste, ou seja, 
continua a ser válido, e apenas o 
terceiro deverá responder pelos 
danos que causar. 
 
. O dolo do representante legal de uma das 
partes só obriga o representado a responder civilmente 
até a importância do proveito que teve; se, porém, o 
dolo for do representante convencional, o representado 
responderá solidariamente com ele por perdas e danos. 
 
- Quando o representante induz o erro da outra parte em 
benefício do representado, constitui dolo. Portanto anulável. 
 
- O dolo de representante legal ou convencional de uma das partes 
não pode ser considerado 
de terceiro, pois, nessa qualidade, age como se fosse o próprio 
representado. 
 
- REPRESENTANTE LEGAL: o representante legal que agir com dolo 
responderá civilmente até a importância que tirou proveito do ato 
negocial. O representado deverá restituir o lucro ou a vantagem 
oriunda do ato doloso de seu representante ante o princípio que 
veda o enriquecimento sem causa. (só responde pelo patrimônio 
que teve como benefício.) 
 
-REPRESENTANTE CONVENCIONAL: E se o representante for 
convencional, deverá responder solidariamente com ele por perdas 
e danos, com ação regressiva contra o representante pela quantia 
que tiver desembolsado para ressarcir o prejuízo causado, salvo 
se com este estava mancomunado. 
 
–
. Se ambas as partes procederem com dolo, 
nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou 
reclamar indenização. 
 
- Pode haver dolo de ambas as partes que agem dolosamente, 
praticando ato comissivo ou omissivo, configurando-se torpeza 
bilateral. 
 
- Se o ato negocial foi realizado em virtude de dolo principal ou 
acidental de ambos os contratantes, não poderá ser anulado, nem 
se poderá pleitear indenização; ter-se-á uma neutralização do delito 
porque há compensação entre dois ilícitos; a ninguém caberá se 
aproveitar do próprio dolo. 
 
ART. 151 a 155 
 
- Coação é toda ameaça ou pressão injusta sobre um indivíduo 
para força-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar 
um negócio jurídico; 
 
- Pressão de ordem moral ou psicológica que se faz mediante 
ameaça que poderá atingir o agente, membro da família ou pessoa 
a ele legada, ou ao patrimônio para que a pessoa realize o negócio 
jurídico. 
 
- Emprego de violência psicológica para gere temor e possa viciar 
a vontade; 
 
• (física): a vantagem pretendida pelo coator 
é obtida mediante força física. Nesse caso, o ato é considerado 
inexistente, pois não há manifestação de vontade, O negócio então 
é nulo. 
 
- O coagido é um mero instrumento nas mãos do coator. 
 
- Ex: um lutador de boxe pegar a mão de uma velhinha analfabeta 
a força, para por a sua impressão digital em um instrumento de 
contrato que ela não quer assinar. 
 
• (moral): trata-se de uma coação psicológica 
em que o coator deixa a opção da vítima, praticar o ato exido ou 
sofrer as consequências das ameaças. 
-É um vício do consentimento, pois existe declaração de vontade, 
o que tona anulável o negócio jurídico. 
 
. A coação, para viciar a declaração da 
vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado 
temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à 
sua família, ou aos seus bens. 
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não 
pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas 
circunstâncias, decidirá se houve coação. 
 
- Para que haja coação moral, suscetível de anular ato negocial, 
será preciso que: 
 a) seja a causa determinante do negócio jurídico, pois deverá 
haver um nexo causal entre o meio intimidativo e o ato realizado 
pela vítima; O negócio deve ter sido realizado somente por ter 
havido ameaça ou violência. 
- Á parte que pretende anular o negócio jurídico deve provar o 
nexo causal e o efeito entre a violência e a anuência. 
 
b) incuta à vítima um temor justificado, por submetê-la a um 
processo que lhe produza ou venha a produzir dor (morte, cárcere 
privado, desonra, mutilação, escândalo etc.), fazendo-a recear a 
continuação ou o agravamento do mal se não manifestar sua 
vontade no sentido que se lhe exige; 
 
c) o temor diga respeito a um dano iminente, suscetível de atingir 
a pessoa da vítima, sua família ou seus bens. 
- E se o ato coativo disser respeito a pessoa não pertencente à 
família da vítima, o órgão judicante, com equidade e com base nas 
circunstâncias, decidirá se houve, ou não, coação; 
 
d) o dano seja considerável ou grave, podendo ser moral, se a 
ameaça se dirigir contra a vida, liberdade, honra da vítima ou de 
pessoa de sua família, ou patrimonial, se a coação disser respeito 
aos seus bens. 
- O dano ameaçado deverá ser efetivo ou potencial a um bem 
pessoal ou patrimonial. É necessário, portanto, que a ameaça se 
refira a prejuízo que influencie a vontade do coacto a ponto de 
alterar suas determinações, embora não possa, no momento, 
verificar, com justeza, se será inferior ou superior ao resultante 
do ato extorquido. 
. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o 
sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do 
paciente e todas as demais circunstâncias que possam 
influir na gravidade dela. 
 
-Algumas pessoas por diversos motivos são mais suscetíveis de se 
sentirem aterrorizadas. 
 
- Em cada caso concreto, ater-se aos meios empregados pelo 
coator, verificando se produzem constrangimento moral, sem 
olvidar o sexo, a idade, a condição social, a saúde e o temperamento 
da vítima. Deverá, portanto, averiguar quaisquer circunstâncias, 
sejam elas pessoais ou sociais, que concorram ou influam sobre o 
estado moral do coacto, levando-o a executar ato negocial que se 
lhe é exigido. 
- A lei, ao pressupor que todos somos dotados de certa energia 
ou grau de resistência, não desconhece que sexo, idade, saúde, 
condição social e temperamento podem tornar decisiva a coação, 
que, exercida em certas circunstâncias, pode pressionar e influir 
mais poderosamente. 
. Não se considera coação a ameaça do 
exercício normal de um direito, nem o simples temor 
reverencial. 
 
- Não se considerará coação, portanto, vício de consentimento 
suscetível de anular negócio, a ameaça do exercício normal de um 
direito e o simples temor reverencial. Assim, se algum negócio for 
levado a efeito por um dos contratantes nas circunstâncias acima 
enumeradas, não se justificará a anulabilidade do ato, que 
permanecerá válido, uma vez que não se trata de coação. 
 
• AMEAÇA DO EXERCÍCIO NORMAL DE UM DIREITO: A ameaça do 
exercício normal de um direito exclui a coação, porque se exige que 
a violência seja injusta. Desse modo, se um credor de dívida vencida 
e não paga ameaçar o devedor de protestar o título e requerer 
falência, não se configurará a coação por ser ameaça justa que 
se prende ao exercício normal de um direito; logo, o devedor não 
poderá reclamar a anulação do protesto. 
 
• SIMPLES TEMOR REVERENCIAL: O simples temor reverencial vem 
a ser o receio de desgostar ascendente ou pessoa a quem se deve 
obediência e respeito, que não poderá anular o negócio, desde que 
não esteja acompanhado de ameaças ou violências irresistíveis. 
 
. Vicia o negócio jurídico a coação exercida 
por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter 
conhecimento a parte a que aproveite, e esta 
responderá solidariamente com aquele por perdas e 
danos. 
 
- A coação exercida por terceiro vicia o negócio jurídico, causando 
sua anulabilidade, se dela teve ou devesse ter conhecimento o 
contratante que dela se aproveitar. 
 
- Havendo coação exercida por terceiro, urge averiguar, para 
apurar a responsabilidade civil, se a parte a quem aproveite teve 
prévio conhecimento dela, pois esta responderá solidariamente 
com o coator por todas as perdas e danos causados ao coacto. 
 
- Logo, além da anulação do ato negocial pelo vício de 
consentimento, a vítima terá direito de ser indenizada pelos 
prejuízos sofridos, ficando solidariamente obrigados a isso o autor 
da vis compulsiva e o outro contraente que dela teve ciência e dela 
auferiu vantagens. 
. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação 
decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite 
dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor 
da coação responderá por todas as perdas e danos que 
houver causado ao coacto. 
 
- O negócio jurídico terá validade se a coação decorrer de terceiro, 
sem que o contratante, com ela beneficiado, tivesse ou devesse 
ter dela conhecimento. No entanto, o autor da coação terá 
responsabilidade pelas perdas e danos sofridos pelo coacto. 
 
. Configura-se o estado de perigo quando 
alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a 
pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela 
outra parte, assume obrigação excessivamente 
onerosa. 
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não 
pertencente à família do declarante, o juiz decidirá 
segundo as circunstâncias. 
 
- O lesado efetiva negócio excessivamente oneroso em razão de 
um risco pessoal (perigo de vida, lesão à integridade física ou 
psíquica de uma pessoa). 
 
- A situação de extrema necessidade leva a pessoa a realizar um 
negócio jurídico emque assume obrigações desproporcionais e 
exorbitantes. 
 
a) Estado de necessidade; 
b) Iminência de dano atual e grave; 
c) Nexo de causalidade entre a declaração e o perigo de grave 
dano; 
d) Incidência da ameaça sobre a pessoa do próprio declarante ou 
de sua família 
e) Conhecimento do perigo pela outra parte (há intenção da outra 
parte em tirar proveito da situação) 
f) assunção de obrigação excessivamente onerosa; 
 
. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob 
premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga 
a prestação manifestamente desproporcional ao valor 
da prestação oposta. 
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações 
segundo os valores vigentes ao tempo em que foi 
celebrado o negócio jurídico. 
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for 
oferecido suplemento suficiente, ou se a parte 
favorecida concordar com a redução do proveito. 
 
- ELEMENTO OBJETIVO: desproporção entre as prestações 
recíprocas, geradoras de lucro exagerado. 
- ELEMENTO SUBJETIVO: premente necessidade (necessidade da 
pessoa), urgência em realizar o negócio jurídico ou inexperiência 
(falta de habilidade, técnica). 
 
- A parte tem noção da desproporção dos valores, mas realiza o 
negócio pela necessidade patrimonial; (diferente do erro) 
 
- A pessoa decide por si, pressionada apenas pelas circunstâncias 
provenientes da necessidade ou inexperiência. Não é induzida 
(diferentemente do dolo e da coação) 
 
- Risco de dano patrimonial e não de vida, (diferente do estado de 
perigo) 
 
 
O patrimônio do devedor constitui uma garantia real dos 
credores. Se o devedor desfalca maliciosamente e 
substancialmente seu patrimônio a ponto de não garantir mais o 
pagamento das dívidas, tornando-se assim insolvente (com seu 
passivo superando o ativo) configura fraude contra credores. 
 
- ESTADO DE INSOLVÊNCIA: ter-se-á insolvência sempre que os 
débitos forem superiores à importância dos bens do devedor. A 
prova da insolvência, far-se-á em regra com a execução da dívida. 
 
- “A fraude contra credores constitui a prática maliciosa, pelo 
devedor, de atos que desfalcam seu patrimônio, com o fim de 
colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em detrimento dos 
direitos creditórios alheios.” 
 
 
• ELEMENTO OBJETIVO: eventos damni é todo ato prejudicial ao 
credor por tornar o devedor insolvente, ou por ter sido realizado 
em estado de insolvência, ainda quando o ignore (não saiba) ou ante 
o fato da garantia se tornar insolvente. (art. 158) 
- Ato do devedor de diminuir seu patrimônio – elemento essencial. 
 
• ELEMENTO SUBJETIVO: consilium fraudis a má-fé, a intenção de 
prejudicar do devedor ou do devedor aliado a terceiro, ilidindo os 
efeitos da cobrança (art.159) 
 
. Os negócios de transmissão gratuita de bens 
ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já 
insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda 
quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores 
quirografários, como lesivos dos seus direitos. 
§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se 
tornar insuficiente. 
§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles 
atos podem pleitear a anulação deles. 
 
- Serão suscetíveis de fraude os atos jurídicos a título gratuito 
(doação) ou remissão de dívida, quando os pratique, 
independentemente de má-fé, o devedor já insolvente, ou por eles 
reduzido à insolvência. 
 
 
• Negócios de transmissão gratuita: doações que diminuam o 
patrimônio do devedor insolvente, ou que venha a ficar diminuindo 
assim, a garantia dos credos. 
 
• Remissão de dívidas: os créditos que os devedores tem a receber 
de terceiros constituem parte do seu patrimônio. Assim, se o 
devedor os perdoa reduz seu patrimônio consequente a garantia 
dos credores. 
 
- (revogatória): A fraude contra credores, que 
vicia o negócio de simples anulabilidade, somente é atacável por 
ação pauliana ou revocatória, de natureza desconstitutiva, ajuizada 
a fim de anular as alienações ou concessões fraudulentas, 
determinando o retorno dos bens ao patrimônio do devedor para 
o pagamento das dívidas. 
 
§1° Legitimação ativa: A ação pauliana pode ser movida pelos 
Credores Quirografários (sem garantias) §2° (anterioridade do 
crédito) que já o eram ao tempo da prática desse ato fraudulento. 
 
Obs: O credor com garantia real (penhor, hipoteca ou anticrese) 
não poderá reclamar a anulação, por ter no ônus real a segurança 
de seu reembolso, salvo se, executada a sua garantia, o bem 
onerado não for suficiente para satisfazer seus direitos 
creditícios. 
- O patrimônio do devedor será partilhado proporcionalmente 
entre os credores. 
 
. Serão igualmente anuláveis os contratos 
onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência 
for notória, ou houver motivo para ser conhecida do 
outro contratante. 
- Será suscetível de fraude o negócio jurídico a título oneroso se 
praticado por devedor insolvente ou quando a insolvência for 
notória ou se houver motivo para ser conhecida do outro 
contratante, podendo ser anulado pelo credor. 
 
- Ex: quando se vender imóvel em data próxima ao vencimento das 
obrigações, inexistindo outros bens para saldar a dívida. 
 
- Só se anula o negócio se se provar a má-fé do terceiro, ou o 
conluio com o devedor. 
 
PRESUNÇÃO DA MÁ-FÉ: 
- Insolvência notória: será notória a insolvência de certo devedor 
se for tal estado do conhecimento geral. Todavia, desta 
notoriedade não se poderá dispensar prova; logo, todos os meios 
probatórios serão admitidos. Ex: seus títulos protestados ou ações 
judiciais que impliquem a vinculação de seus bens. 
 
- Insolvência presumida: quando as circunstâncias indicarem tal 
estado, que já devia ser do conhecimento do outro contraente, que 
tinha motivos para saber da situação financeira precária do 
alienante. Ex: preço vil, parentesco próximo, alienação de todos os 
bens, relações de amizade, de negócios mútuos etc. 
 
- Nesse contexto, na ação pauliana os credores deverão provar o 
eventos damni, ou seja, que a alienação reduziu o devedor a 
insolvência, ou já estando nela, diminuiu mais ainda a garantia dos 
credores; e o consilium fraudis (má-fé do terceiro). 
 
- A legislação protege credores e adquirentes de boa-fé, e não 
anulam o negócio jurídico. 
 
. Se o adquirente dos bens do devedor 
insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, 
aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á 
depositando-o em juízo, com a citação de todos os 
interessados. 
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para 
conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes 
corresponda ao valor real. 
 
- Perderão os credores a legitimação ativa para mover a ação 
revocatória, se o adquirente dos bens do devedor insolvente que 
ainda não pagou o preço, que é o corrente (preço de mercado), 
depositá-lo em juízo, com citação de todos os interessados ou, 
ainda, se o adquirente, sendo o preço inferior, para conservar os 
bens, depositar quantia correspondente ao valor real. 
 
- Para que não haja nulidade relativa do negócio jurídico lesivo a 
credor, será mister que o adquirente: 
a) ainda não tenha pago o preço real, justo ou corrente; 
b) promova o depósito judicial desse preço; 
c) requeira a citação de todos os interessados, para que tomem 
ciência do depósito. Com isso estará assegurando a satisfação dos 
credores, não se justificando a rescisão contratual, 
 
 A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, 
poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a 
pessoa que com ele celebrou a estipulação 
considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que 
hajam procedido de má-fé. 
 
- Em regra a revocatória deverá ser intentada contra o devedor 
insolvente, seja em caso de transmissão gratuita de bens, seja na 
hipótese de alienação onerosa, tendo-se em vista que tal ação visa 
tão somente anular um negócio celebrado em prejuízo do credor. 
Mas nada obsta a que seja movida contra a pessoa que com ele 
veio a efetivar o ato fraudulento ou contra terceiro adquirente de 
má-fé. Logo, poderá ser proposta contra os que

Outros materiais