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Direito Penal IV

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Aula 01/08/2017 
Dos Crimes contra a propriedade Imaterial 
Violação de Direito Autoral.
Art. 184, do CP: Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: 
-É um crime, sobretudo com o advento de novas mídias, que teve um crescimento e hoje possui uma incidência enorme, seja em carácter de contrafação de mídia, mas também com relação a marcas e patentes. 
- O bem jurídico protegido é a propriedade do bem imaterial.
- É um crime de menor potencial ofensivo, tramita em JECRIM.
Elemento objetivo (é o verbo, caracteriza a forma de conduta): violar
Elemento subjetivo (intenção da conduta): dolo
-Não admite a forma culposa.
Elemento normativo (conceito jurídico a cerca de determinada circunstância): não possui elemento normativo.
-Tipo de conduta simples, porque só tem um verbo "violar". 
-Existe uma tendência nos Tribunais, muito em função de doutrinas estrangeiras, que implica em dizer o seguinte: perde força a configuração típica, podendo haver algum tipo de reparação em sede Judicial, antes da denúncia, quando há o recolhimento, por exemplo, dos direitos autorais. Não significa que a conduta deixou de ser típica, mas faltaria justa causa na propositura de Ação Penal. 
OBS: Quando existe alguma forma de reparação material, é o que acontece nos crimes tributários, ora, se houver o recolhimento do tributo, automaticamente perde-se justa causa. Porque fundamentalmente o que a Administração Pública quer é o recolhimento do tributo, se em tempo hábil, mesmo que tenha havido fraude, o autor recolhe o tributo, há decisão no STF que não haveria justa causa para a propositura de Ação Penal. Aqui ocorre no mesmo sentido.
-Na maioria dos casos de violação de direito autoral, ocorre com o interesse de lucro.
-Se em tempo hábil, o agente recolhe os direitos autorais cabíveis, haveria, portanto, a possibilidade de não ser dado deferimento a Ação Penal, porque houve a reparação material. Ora, se o interesse é de lucro e você efetivamente acaba pagando o direito autorais, pelo menos em tese, haveria a possibilidade de considerar sem justa causa. (Questão processual)
-É relevante fazer o recolhimento dos direitos autorais, pode ser que o agente não venha a ser denunciado ou venha a ser absolvido ou submetido a um regime menos gravoso, na medida em que ele fez o recolhimento em tempo hábil dos direitos autorais. 
-Nesse caso ocorre a falta de justa causa na propositura de Ação Penal e a perda jurídica do pedido. Não quer dizer que não existiu crime, não se trata de atipicidade da conduta, a conduta ocorreu. 
Causas de Aumento de Pena
Art. 184, § 1º, do CP: Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: 
-É crime de maior potencial ofensivo, não é causa de JECRIM, ainda que venha a se utilizar da tendência do recolhimento do valor devido referente aos direitos autorais.
-É uma conduta mais grave, porque o intuito de lucro potencializa a conduta.
- Conduta simples.
Art. 184, §2º, do CP: Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente.
-Tipo penal de conduta múltipla, porque possui vários verbos. O legislador quis abranger várias hipóteses, não é só quem publica, mas também quem reproduz, quem, de certa forma, utiliza, quem aluga, etc. A pessoa lesada, que efetivamente é prejudicada não é só o autor, mas também o intérprete e toda a linha de produção são sujeitos passivos. Todo aquele que que certa forma adquire os direitos autorais.
-Depois de 70 anos a obra cai em domínio público, não pode mais ser mais recolhido os direitos autorais. 
-São direitos que podem ser transmitidos por sucessão. 
-Enquanto haver herdeiros, haverá a sucessão dos direitos autorais, quando não haver mais herdeiros, depois de 70 anos, passa a ser domínio público.
Art. 184, §3º, do CP: Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente: 
-Crime de maior potencial ofensivo. 
Art. 184, §4º, do CP: O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são l.h.,conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.
-Hipótese do caput do artigo. Se o autor reproduz apenas reproduz uma cópia com a finalidade de trabalho didático, não configura. 
-Se tiver a intenção de lucro e reprodução em grande escala, é hipótese dos parágrafos 1º, 2º e 3º, crime de maior potencial ofensivo.
Art. 186, do CP: Procede-se mediante: 
I - queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; Ação Penal Privada, mediante queixa.
II - ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1o e 2o do art. 184; 
III - ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público; 
IV - ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3o do art. 184. 
Quando o legislador se omitir ------- Ação Penal Pública Incondicionada (a maioria dos crimes são Ações Penais Incondicionada) 
-A representação pode ser feita já no ato do R.O. 
-A propositura de representação tem prazo de decadência de 6 meses a contar da data do conhecimento do fato delituoso. 
-Não há crime na reprodução de parte do material em trabalho didático, trabalho cientifico, desde que se referência ao autor e a obra de que foi extraído o material.
AÇÃO PENAL PÚBLICA: 
INCONDICIONADA (REGRA GERAL): quando o legislador não diz nada, o Estado promove a persecução, mesmo sem a ajuda ou consentimento da vítima. É movida pelos entes do Estado (Ministério Público e Polícia). - PRAZO PRESCRICIONAL. 
CONDICIONADA (EXCEÇÃO): o titular é o Ministério Público, exige representação e o aceite da vítima. O Ministério Público pode investigar, mas se a vítima não aceitar, não pode haver denúncia. Pode haver a renúncia da representação, desde que antes da sentença. - 6 MESES (PRAZO DECADENCIAL) - não há recolhimento de custas.
Exemplo: Estupro com vítima plenamente capaz só se procede mediante representação, porque o legislador entende que em alguns casos a vítima não quer reviver a situação, e com o processo criminal ela estaria sofrendo. 
Representação: é uma autorização para a persecução penal.
-Difere de representação em termo de capacidade processual. 
-A representação é um ato formal de manifestação de desejo. 
-Pode haver um contrato entre a vítima e o autor do crime, estipulando que a vítima não fará a representação em face do autor do ato delituoso. Este contrato deve ser feito de forma pacífica e sem a coação da vítima. Se houver ameaça, o autor do crime pode ter sua prisão preventiva decretada.
OBS: Se vai a Delegacia comunicar um fato, a queixa é a peça inicial da Ação Penal Privada.
Só quem faz denúncia é o Ministério Público, que é a peça inicial da Ação Penal Pública, seja ela Incondicionada ou Condicionada. 
AÇÃO PENAL PRIVADA (EXCEÇÃO): tem alguns crimes que a repercussão fica muito no âmbito pessoal. Então, ainda que a persecução penal seja exclusivamente do Estado, mas o legislador prevê que nesses casos deve ser deixado tão somente para a vítima decidir. - 6 MESES (PRAZO DECADENCIAL) 
Deve haver queixa; (Petição Inicial)
Pode ser preciso a instauração de Inquérito Policial; (Tem custas)
Tem custas judiciais;
-O legislador dá o prazo de 6 (seis) meses pra proceder representação ou queixa a partir da data que o crime foi cometido. (Prazo Decadencial)
-Há casos em que o prazo decadencial só começa a correr a partir da data do conhecimento do fato. Exemplo: descoberta de documento falso depois de 02 anos. 
Dos Crimes contra a Organização do Trabalho 
-Esse é um crime que em determinadas regiões, sobretudo em região rural, mas não obstante isso, ocorre em região urbana, a gente observa que uma incidência muito representativa. No Rio de Janeiro, ocorre muito em estabelecimento de imigrantes, sobretudo em estabelecimentos de chineses, onde não se observa nada de direitos trabalhistas.
-Possui grande incidência, porque no geral a própria vítima não denúncia. Na maioria das vezes não é o trabalhador quem procura a autoridade pública, porque de certa forma ele precisa de algum dinheiro, em geral, muitas vezes, ele se encontra em situação irregular (não necessariamente imigrante), mas de certa forma ele necessita do emprego e é coagido de diversas maneiras, inclusive com a retenção da documentação. 
-A praxe é você contratar, realizar determinado investimento para trazer o empregado e depois você ficar fazendo, criando situações para que o empregado nunca deixe de ter um débito com o empregador. Ele recebe e ele paga, o empregado sempre ficará no débito. 
-Não se pode fazer compensação com crédito trabalhista, devido a relevância do salário e de todos os aspectos relacionados ao contrato de trabalho. É muito difícil a investigação. É o que acontece com as prostitutas, que protege os cafetões. 
Atentado contra a liberdade de trabalho
Art. 197, do CP: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça:
Elemento objetivo: Constranger (Significa a imposição de gravames, imposição de embaraços, imposição de algum tipo de ônus, impedimento do livre exercício da atividade laborativa). 
Elemento subjetivo (ânimo do agente): dolo
Elemento normativo: não possui, não há nenhum conceito legal
-É tipo penal de natureza simples, porque só existe um verbo "constranger".
-Fundamental que seja através de violência ou grave ameaça, vias compulsivas, não pode ser de outra forma, tem que haver efetivamente a violência ou grave ameaça.
-O titular do bem jurídico é o Estado, é o Estado que é lesado, por se tratar de crime contra a Organização do Trabalho, bem jurídico de natureza difusa, coletivo. Dado ao grau de , porém quem é lesado diretamente é o empregado, o trabalhador. 
I- a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias: 
-O legislador é muito genérico, ele não está falando, necessariamente, em atividade remunerada, ele fala em atividade laborativa. O ato de obrigar ou impedir a livre iniciativa de atividade laborativa configura o crime. 
-Se analisar a gravidade e a relevância da conduta, a pena é irrisória. Isso ocorre porque o Código Penal atende ao empregador, a legislação penal é burguesa.
II- a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou paralisação de atividade econômica:
-Parede = Pequena greve, paralisação momentânea.
Atentado contra a liberdade de trabalho e boicotagem violenta
Art. 198, do CP: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola: 
-Configura também a hipótese, na medida em que você constrange determinado seguimento laborativo a não fazer, adquirir material própria à atividade. Nesse caso, você não está impedindo o trabalho em si, você está impedindo que o empregador receba material essencial ao exercício da atividade.
Atentado contra a liberdade de associação 
Art. 199, do CP: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional:
-O direito de associação é livre. O sindicato existe para a proteção da categoria, não do trabalhador individual, o sindicato age mesmo que o trabalhador não tenha se associado, pois ele age em nome da categoria. 
-O titular do bem jurídico é o Estado. Toda vez que o legislador fizer referência a direitos difusos, direitos da coletividade, o titular do bem jurídico é o Estado. 
Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem
Art. 200, do CP: Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa:
Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados.
-Abandono coletivo de trabalho = mínimo 3 empregados.
Paralisação de trabalho de interesse
Art. 201, do CP: Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo:
-Crime de menor potencial ofensivo. 
Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem. 
Art. 202, do CP: Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor:
Diferença entre Crime de Dano e Crime previsto no Art, 202, CP.
Se o bem danificado disser respeito a atividade laborativa e a ofensa a esse bem tiver por intuito a paralisação da atividade laborativa, a hipótese é do art. 202. . É preciso que se veja efetivamente o ânimo do agente, se ele apenas quis danificar, hipótese de crime de dano ou se que ele quis paralisar a atividade laborativa, hipótese prevista no art. 202, do CP. 
Frustração de direito assegurado por lei trabalhista
Art. 203, do CP: Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho: 
-Para que haja a configuração do crime, o legislador exige a presença de dois elementos: frustração, mediante fraude e grave ameaça. 
-Se não houve fraude e nem grave ameaça, e o empregador apenas deixou de cumprir os direitos previstos na legislação trabalhista, a questão fica apenas no âmbito da Justiça do Trabalho.
Exemplo: Empregador falsificou um documento dizendo que pagou determinado direito trabalhista, mas isso não ocorreu. Existem 3 posições: 
1) Há que se falar em crime de falsificação, sendo a ofensa mero exaurimento; - Não há concurso material, não há concurso formal, não concurso de crimes. (Não é uma boa opção, porque se objetiva, fundamentalmente, o a proteção do Direito da Organização do Trabalho, não se configura, portanto, mero exaurimento)
2) Havendo falsificação de documento e crime de organização, a hipótese seria de concurso formal, acumulação de penas. 
3) Falsidade (crime meio, ato preparatório), cujo o fim é o crime contra a Organização do Trabalho, o agente responderia somente pelo crime fim. - MELHOR HIPÓTESE.
§ 1º Na mesma pena incorre quem;
I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida; 
II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais. 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante,
indígena ou portadora de deficiência física ou mental. 
Aula 08/08/2017
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo 
Art. 208, do CP: Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Elemento objetivo: Escarnecer, impedir, perturbar e/ou vilipendiar.
Elemento subjetivo: dolo
Elemento normativo: não há. 
Bem jurídico protegido: Sentimento religioso.
Escarnecer = zombar, troçar, ridicularizar, humilhar etc.
-Para que ocorra o delito previsto nesse artigo, tal escarnecimento deve ser levado a efeito em público. Isso significa que se o agente escarnece da vítima em lugar reservado, onde se encontravam somente dois (vítima e agente), o fato poderá se configurar em outro delito, a exemplo do crime de injúria.
-O agente deverá atuar impelido por uma finalidade especial, vale dizer, por motivo de crença ou função religiosa da vítima.
-A CF fala em liberdade de crença e não de religião. Religiões são aquelas que tem um livro, a CF ampliou o conceito, dizendo que a CRENÇA é tudo que envolve está protegido.
Toda vez que temos duas normas penais, Exemplo: art. 208 e o art. 20 da Lei de 7.716 (racismo, xenofobia), a Lei CAÓ, não fala tão somente da intolerância religiosa, temos aqui conflito aparente de normas, as duas tratam da proteção a liberdade religiosa. Ou seja, aqui vai prevalecer a lei especial, pelo Princípio da Especialidade. Então, o artigo 208 CP está tacitamente revogado.
Escárnio= menosprezo, se referindo a religião de alguém em forma de chacota, desvalorizando a religião.
-Vilipendiar deve ser entendido no sentido de menoscabar, desprezar, enfim, tratar como vil, publicamente, ato ou objeto de culto religioso.
(destruir imagem de santo e filmar para divulgar, é crime, Lei Caó.)
Trata-se de um tipo misto cumulativo, no qual o agente pode ser responsabilizado, em concurso de crimes, na hipótese de praticar mais de um comportamento previsto pelo tipo penal do artigo. Exemplo: escarnecer de alguém publicamente e vilipendiar objeto de culto religioso, devendo, pois, responder por duas infrações penais. 
-Crime comum com relação ao sujeito ativo e próprio no que diz respeito ao sujeito passivo, que deverá ser alguém que professe determinada crença.
-Admite a forma tentada.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
-Se a violência deixar lesão, aumenta-se tão somente de um terço, se for grave ou gravíssima: cumulação de pena (concurso de crimes).
-A Ação Penal é de iniciativa pública incondicionada. 
Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária 
Art. 209, do CP: Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:
Parágrafo único- Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
-Aqui não é questão religiosa, mas sim respeito aos mortos, este não existe similar, é totalmente vigente.
Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária por motivo de religião, é hipótese do artigo208. 
-Crime comum.
-Admite a forma tentada.
Violência que não deixar lesão a hipótese é do parágrafo único, lesão grave ou gravíssima seria concurso de crimes, crime material.
-A Ação Penal é de iniciativa pública condicionada.
Violação de sepultura 
Art. 210, do CP: Violar ou profanar sepultura ou urna funerária: 
Violar= ato de abrir ou devassar arbitrariamente. 
Profanar= tratar com irreverência, conspurcar, degradar.
Violação de sepultura= (violação de bem jurídico protegido)
-Crime comum. O bem jurídico protegido é pelo tipo penal é o sentimento de respeito aos mortos, isto é, à sua memória.
-Admite a forma tentada.
-A Ação penal é de iniciativa pública incondicionada.
1º posicionamento: Se o fim do agente é subtrair algum objeto, haverá concurso material de crimes: o de violação ou profanação de sepultura e o de furto. 
2º posicionamento: premissa venia, o agente deverá ser responsabilizado tão somente pelo delito de violação de sepultura, haja vista que os objetos que foram ali deixados pela família do morto não pertencem mais a ninguém, tratado-se, pois, de res derelicta.
 
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver 
Art. 211, do CP: Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: 
-O corpo humano morto, enquanto mantiver essa forma, poderá ser destruído, subtraído ou ocultado, total ou parcialmente, conforme previsão legal. 
Destruir= aniquilar, fazer perder a forma original, suprimir etc.
Subtrair= retirar do local de onde originalmente se encontrava. Não importa, aqui, o animus de ter o cadáver para si ou para outrem. A subtração está ligada à remoção do cadáver, mesmo que seja para se desfazer do corpo.
Ocultar= esconder o cadáver, ou mesmo parte dele, fazendo-o desaparecer, sem, contudo, destruí-lo.
Para que ocultação não se confunda com subtração, aquela deve ocorrer antes do sepultamento do cadáver. Como adverte Noronha, “entenda-se, entretanto, que a ocultação só pode ocorrer antes da inumação, mas pode a subtração dar-se antes ou depois do sepultamento: se durante um velório, pessoas tiram o corpo do ataúde e fogem com ele, haverá subtração.
Destruição, subtração, ocultação= de certa forma, o tipo penal é autoexplicável.
Exemplo: A estuprou B e, ao término, matou B e ocultou o cadáver. Art. 121 c/c Art. 211 do CP (concurso material).
Outro crime= não é ocultação daquele cadáver, mas sim de outro crime.
-Crime comum. 
-Admite a forma tentada.
-A Ação Penal é de iniciativa pública incondicionada.
 
Furto de cádaver= O cadáver, uma vez sepultado, por exemplo, não goza do conceito de coisa alheia móvel, exigida pelo art. 155, do Código Penal, razão pela qual não poderá ser objeto do delito de furto.
No entanto, a hipótese de um cadáver que esteja sendo utilizado para fins de estudo ou pesquisa científica, nos termos preconizados pela Lei nº 8.501/1992.
Nesse caso, passará a ser tratado como coisa, de propriedade até mesmo, por exemplo, da escola de medicina que o recebeu, razão pela qual já se poderá levar a efeito o raciocínio correspondente ao delito de furto. 
Vilipêndio a cadáver
 
Art. 212, do CP: Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: 
-Vilipendiar= menoscabar, aviltar, ultrajar, tratar com desprezo, sem o devido respeito exigido ao cadáver ou a suas cinzas.
Vilipêndio ao cadáver = Bem jurídico protegido é o respeito os mortos, qualquer conduta desrespeitosa.
-Os atos de necrofilia também podem ser compreendidos como integrantes do conceito de vilipêndio a cadáver.
Crime comum. Trata-se de crime plurissubsistente, é perfeitamente admissível a tentativa. 
A Ação Penal é de iniciativa pública incondicionada.
DOS CRIMES CONTRA LIBERDADE SEXUAL 
Estupro
Art. 213, do CP: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
-Constranger: forçar, obrigar, subjugar a vítima ao ato sexual. 
-Constranger alguém: elemento do tipo – constranger, é fundamental a configuração. 
É a submissão da relação sexual sem consentimento. Exemplo: Arma na cabeça obrigando a pessoa se submeter. A grave ameaça tem que ser relevante que não dê para a pessoa resistir.
Alguém =homem ou mulher.
Conjunção carnal = pênis e vagina. Inissio penis in vagina.
Ato libidinoso= todos os atos de natureza sexual, que não a conjunção carnal, que tenham por finalidade satisfazer a libido do agente. Libido – energia sexual. Portando é aquele que tem por finalidade a satisfação do líbido (sem o consentimento).
- Para que se possa configurar o delito desse artigo, é preciso que o agente atue mediante o emprego de violência ou gave ameaça. Violência diz respeito à vis corporalis, vis absoluta, ou seja, a utilização de força física, no sentido de subjugar a vítima, para que com ela pode praticar
a conjunção carnal, ou a permitir que com ela se pratique outro ato libidinoso.
- As vias de fato e as lesões corporais de natureza leve são absorvidas pelo delito de estupro simples, pois que fazem parte da violência empregada pelo agente. Se da conduta praticada pelo agente resultar lesão corporal de natureza grave ou a morte da vítima, o estupro será qualificado, nos termos do §1º e 2º do art. 213, do CP.
A grave ameaça, ou vis compulsiva, pode ser direta, indireta, implícita ou explícita. Assim, por exemplo, poderá ser levada a efeito diretamente contra a própria pessoa da vítima ou pode ser empregada, indiretamente, contra pessoas ou coisas que lhe são próximas, produzindo-lhe efeito psicológico no sentido de passar a temer o agente. Por isso, a ameaça deverá ser séria, causando na vítima um fundado temor do seu cumprimento.
-A vítima pode ter papel ativo, passivo, ou, ainda, simultaneamente, ativo ou passivo.
O núcleo constranger pressupõe um comportamento positivo por parte do agente, tratando-se, pois, como regra, de crime comissivo.
No entanto, o delito poderá ser praticado via omissão imprópria, na hipótese de o agente gozar só status de garantidor, nos termos preconizados pelo §2º do art. 13, CP.
Exemplo: Um carcereiro (ou agente penitenciário), encarregado legalmente de vigiar os detentos em determinada penitenciária, durante a sua ronda, tivesse percebido que um grupo de presos estava segurando um de seus “companheiros de cela” para obrigá-lo ao coito anal, uma vez que havia sido preso por ter estuprado a sua própria filha sendo essa reação “normal” do sistema carcerário a esse tipo de situação. Mesmo sabendo que os presos iriam violentar aquele que ali tinha sido colocado sob a custódia do Estado, o garantidor, dolosamente, podendo, nada faz para livrá-lo das mãos dos seus agressores, que acabam por consumar o ato libidinoso, forçando-o ao coito anal. 
Nesse caso, deverá o carcereiro responder pelo resultado que devia e podia, mas não tentou evitar, vale dizer, o estupro por omissão. 
§ 1o. Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: 
Não inclui o MENOR. (SERIA HIPÓTESE DO ARTIGO 217, A).
No caso do estupro a prova oral é muito consistente. A prova técnica também é fundamental. 
Exemplo: marcas de unha na perna da vítima, lesões na vagina.
-Essa é hipótese de crime qualificado pelo resultado – PRETERDOLO (DOLO NO PASSADO E CULPA NA CONSEQUÊNCIA).
Exemplo: A quer estuprar B: (ele o faz de tal maneira que acarreta uma lesão), isso é uma consequência, B sofre uma lesão corporal grave. O resultado foi a título de culpa.
OBS: Se ele ao término da relação não consentida, e a mulher diz que vai denunciá-lo e ele agride a mulher, será concurso de crime, aqui NÃO é PRETERDOLO, será art. 213 c/c art. 129, do CP (pena do estupro mais a da lesão corporal).
Art. 214, do CP: REVOGADO.
Art. 215, do CP: Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:
Violação sexual mediante fraude: Exemplo= Irmão gêmeos - enganar uma pessoa.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa 
Aula 15/08/2017 (Falta acertar)
Assédio sexual   
 
Art. 216-A – Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
-Relação por hipótese profissional (subordinação hierárquica), subordinação na iniciativa pública ou privada.
-A responsabilidade trabalhista é objetiva na iniciativa privada. O Servidor Público responde criminalmente, cível e adiministrativamente.
-Se as duas pessoas estão no mesmo local de trabalho, mas com o mesmo nível hierárquico não configura.
-A pessoa que impõem a relação sexual tem que estar em um nível hierárquico elevado.
-Qualquer ato, porém se existir o uso de força será hipótese de Crime de Estupro.
-Crime de menor potencial ofensivo, tramita perante o JECRIM.
§ 2o: A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
O que o legislador quer é a proteção das pessoas que encontram-se em situação que não possam consentir o ato.
Estupro de Vulnerável
Art. 217-A: Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Vulnerável: não é tão somente aquele em decorrência da idade, doente mental ( incapacitante)
Critério Objetivo significa = Não admite interpretação
Ato libidinoso: ato de qualquer natureza sexual ,por satisfação da energia sexual.
Menor de 14 anos : no dia que ela efetivamente completa aquela idade,00:00 
Crime dealto potencial ofensivo 
Paragrafo 1 : o legislador ampliando ,vulnerável alguém que por doença mental está incapacitado .
Ou por qualquer outra causa : embreaguez excessiva 
( ex : desmaiado ,coma) 
 
menor de 13 anos,mesmo com consentimento, com filho,trocava mensagem com um cara de 30 anos.EXISTE CRIME ?? SIM,O CONSENTIMENTO É NULO 
Paragrafo 3 : hipótese de PRETERDOLO 
 
Se acarretar lesao corporal é preciso que ela seja dolosa,se tiver dolo poderá ser estupro ou concurso de crime .
 -
Lesao corporal após estupro : concurso material.
Se a lesão corporal for para a pratica do ato é ESTUPRO 213.
-
A estupra vulneravel e após o relacionamento, ele agride a vulneravel para não ter registro sexual ,aqui temos dolo ,no estupro e na lesão : sendo concurso materal.
-
Para a obtenção do esputro ele agride ou ameaçã será 213 .
-
A estupra e provoca um sangramento ,ocasionando uma lesao,esta ocorre culposamente,sendo então hipótese do parágrafo 3 . 217 A.
Paragrafo 4 : CRIME QUALIFICADO PELO RESULTADO . POIS O RWSULTADO AINDA É MAIS GRAVE,MAS NAO É DOLOSA ,CRIME COM PENA EXACERBADA.
Se ele for necrófilo ,isso não configura vilipendio ,e sim HOMICÍDIO.
Necrofilia é patologia forense NÃO É CRIME ,pode induzir a exclusão de culpabilidade.
ARTIGO 218
Aqui só protege os menores de 14 anos.
Aqui nós temos dois agentes : a induz e o b que tem a sua lascivia atendida.
A induziu c,a satisfazer a lascivia de b.
Qual crime que o a cometou ? artigo 218.
 Qual crime que b cometeu ? 217 A 
Exite coautoria ? Não ,pois além da plurlidade de agentes,teria m que cometer o MESMO crime,e neste caso cada um se enquadra em um tipo penal .
 Existira coautoria se os dois estivessem satisfazendo a lascivia.
Se houvesse 2 pessoas no induzimento,eles seriam coautores somente nesse tipo penal . ( artigo 218,mas se ele continuasse e satisfazesse a lascivia dele,esse responderia pelo 217 A).
SE ELE INDUZ DE FORMA VIOLENTA É ESTUPRO .
A induziu menor de 14 a praticar sexo oral com b ,b ciente que o menor foi induzido,nao ha violência , qual cime que cada um cometeu ?
Nao tem coautoria.
A : 218
B: 217 A
ARTIGO 218 A	
( a participação da criança ,tem que fazer parte da satisfação da lasciria do agente )
O elemento subjetivo é o dolo da satisfação da lacíria, ou eja, o grande terão deles é saber que tem uma criaça assitindo .
(Nesse caso é coautoria ( se existir duas pessoas praticando o ato libidinoso)
O menor não é tocado,ele somente assiste,caso contrário é hipótese do 217 A .
218 B 
 O legislador protege : Menores de 18 anos ,enfermidade ou deficiência mental ( incapacidade absoluta ).
Parágrafo 1 : todo crime que o intuíto é obtençao de lucro,ele acumula pena privativa de liberdade mais multa.
Parágrafo 2 : somente hipótese do artigo 218 B .
Paragrafo 3 : se uma pessoa monta um estabelecimento legal,mas utiliza para prostituição de menores ,alem das sanções criminais ,tem a de natureza administrativa .Logo,após o transito em julgado ,notificará a autoridade municipal que irá cassar o alvará de funcionamento . 
Aula 22/08/2017 
-Ainda que o legislador tenha revogado tal
previsão legal, ainda existe a capitulação. No caso, é o art. 148, do CP= Sequestro, nada tem haver com crime de extorsão mediante sequestro.
-Crime de sequestro é aquele em que a intenção foi tão somente limitar o direito da vítima de ir e vir. E o artigo 148, inciso V, do CP Sequestro com finalidade sexual, que o único pretexto é limitar o direito de ir vir com finalidade sexual.
-O crime de Sequestro com finalidade Sexual era definido como rápito, mas hoje em dia está revogado, é hipótese do artigo 148, do CP= Sequestro. 
-Crime de Rápito não existe mais, tem muita gente que utiliza o nome iuris indevidamente.
-Portanto, quando há a limitação do direito de ir e vir com a finalidade sexual, a hipótese é do art. 148, inciso V, do CP (Sequestro).
Disposições Gerais (Art. 223 e ss) – 
Formas Qualificadas
Arts. 223 e 224, do CP: REVOGADO pela Lei nº 12.015/2009.
-Houve uma mudança significativa, antes a gente via em determinadas situações em que haviam variações muito grande da Ação Penal, porque, em geral, crimes sexuais são aqueles crimes que não bastasse a violência em si, existe determinados legisladores / doutrinadores que entendem que dado a exposição que a vítima sofre, muitas vezes é maior que a violência do crime em si. É muito difícil que uma pessoa que seja vítima de um crime sexual se expor publicamente, ainda que seja para uma autoridade policial, atendimento especializado, autoridade judiciária, Ministério Público, etc. O próprio depoimento em si é cercado por uma série de cautelas e que devem ser deixados muito a critério da parte se procede ou não. 
ESTREPTOFORO: ou seja, o clamor, ora sobre tudo mulher (maioria das vítimas desse crime são mulheres), reviver o fato é algo difícil para a vítima, é uma nova violência. O crime em si implica em grande violência.
-Nesse sentido, o legislador dá uma certa margem de decisão. Em geral, crimes com grande potencialidade ofensiva, a Ação Penal é Pública Incondicionada. No caso dos crimes sexuais, não é assim, porque o legislador é sensível a isso. Por pior que tenha sido a violência sexual, as vezes a exposição da pessoa a isso é muito mais dolorosa ou tão dolorosa quanto violência sofrida durante a prática do crime. 
Art. 225, CP: Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. 
-Ação Penal Pública Condicionada a Representação, tem que haver a representação.
-A representação é uma preliminar da ação propriamente dita. Em termos muito gerais, é uma autorização que a parte dá para que o Ministério Público proceda criminalmente. O titular da Ação Penal é o Ministério Público.
-No próprio registro policial já existe campo próprio para a representação. A representação pode ser revertida, pode ser renunciada em termo oportuno.
OBS: Em sede policial não se pode renunciar a representação se o fato disser respeito a Lei Maria da Penha, renúncia de representação de crime tratado pela Lei Maria da Penha só pode ser feito perante a autoridade judiciária.
-O legislador permite que ação seja pública condicionada à representação por considerar muitas vezes que a ação penal, procedimento penal, a ação penal propriamente dita (depoimento, super exposição que isso causa) traz um sofrimento maior que a própria violência. A vítima tem que reviver tudo novamente, então o legislador dá essa margem.
Súmula 608, do STF: Se for caso de Estupro com violência real, é Ação Penal Pública Incondicionada. 
-Demais crimes são Ação Penal Pública Incondicionada.
Violência real= quando há efetivamente uma violência, quando a violência de fato ocorre, não ocorre só a ameaça.
-Quando agente usa a violência como meio de cometer o crime de estupro.
-Existe a violência presumida e a violência real.
Art. 225, §ú, do CP: Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.  
-O legislador que a Ação Penal seja Pública Incondicionada em hipótese da vítima ser menor de 18 anos ou pessoa vulnerável, porque uma pessoa vítima de violência sexual e se for o caso dela iniciar a ação mediante a representação, se ela for menor quem teria o poder de representar efetivamente seria o pai ou mãe (representante legal do menor). Mas e se o estupro tivesse sido cometido por esse pai ou por essa mãe, quem iria representar? Então nesse caso específico, ora, se é menor ou se é pessoa vulnerável e tem vício de representação, não tem capacidade de exercer a efetiva representação, então o legislador determina que a Ação Penal é Pública Incondicionada. 
Pessoa Vulnerável: pessoa em coma, embriagada, menor incapazes, desmaiada, sob efeito de hipnose, etc. 
Vício de representação: quando a vítima é incapaz para realizar a representação. Nesse caso, a é Ação Penal Pública Incondicionada. 
-Quando há representação, a denúncia tem que sair da Delegacia no prazo máximo de 06 meses, sob pena de decadência penal (Processo Penal).
Causas de aumento de Pena 
-Toda vez que vemos no Código Penal situações que exasperam ou ameniza a pena e ela é representado por frações (metade, 1/3, 2/3, etc) é causa de aumento de pena, eventualmente a causa de aumento de pena pode extrapolar o limite máximo ou o mínimo de pena prevista na lei, circunstância agravantes e atenuantes não.
Art. 226, do CP: A pena é aumentada: 
I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; 
-Toda vez que o crime de violência sexual é cometido por uma pluralidade de agentes é fato que vai aumentar a pena, porque torna qualquer possibilidade de defesa mais difícil.
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela; 
-Todas as pessoas que de certa forma estão convivendo nessa relação de autoridade, a vítima se torna ainda mais vulnerável, vulnerável não no sentido que o legislador dá, mas em termos genérico. 
-Há uma grande incidência de estupro no meio familiar. 
-Se a vítima for mulher e o crime for cometido dentro do ambiente familiar contra ela é objeto de DEAM.
-Se uma pessoa tá submetida a um poder familiar, a uma determinada autoridade e o agente se vale disso, configura a causa de aumento de pena.
-O legislador está sendo genérico (com relação aos agentes), então autoridade religiosa também configura a situação de aumento de pena. 
Exemplo: Padre, pastor, etc (ou qualquer pessoa que faça parte da congregação).
- É preciso que haja efetivamente uma autoridade, que haja o efetivo exercício da autoridade, não é pelo simples fato de ser padastro, mas se a pessoa não convive no mesmo lar e não tem qualquer relação direta com a vítima, não se configura a hipótese, porque, não obstante a resistência do vínculo, ele não está submetida a autoridade. É fundamental comprovar a autoridade, a relação de subordinação. 
Exemplo: Pai que não registra filha e nem coabitam, nesse caso, não há que se falar em autoridade ou subordinação. 
-Estando subordinada a essa autoridade, a vítima estaria mais vulnerável a eventuais assédios sexuais.
-Relação de aluno x professor não se configura a figura típica do artigo, porque nessa relação não há circunstâncias de relacionamento. 
III - se o agente é casado.
Do Lenocínio e do Tráfico Contra Pessoa Para Fim de Prostituição ou Outra Forma de Exploração Sexual
-Antigamente o título era: “Do lenocínio do tráfico de mulheres”. O próprio nome já induzia a hipótese de crime próprio, somente mulher poderia ser vítima desse crime. Nesse caso, o legislador ampliou, não fala mais em tráfico de mulheres, ele fala em lenocínio e tráfico contra pessoa. 
-Lenocínio e tráfico contra pessoa são sinônimos, o legislador repete porque ele está querendo exemplificar, tornar a coisa mais simples. Portanto, lenocínio é tráfico de pessoas. 
Mediação para servir a lascívia de outrem 
Art. 227, do CP: Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
-Por óbvio, o legislador não está envolvendo menor de 14 anos, porque se envolver menor de 14 anos, a hipótese é do Art. 218, do CP (crime de natureza sexual).
-Na última revisão do Código Penal, o legislador deveria ter revogada também esse tipo penal, porque é um tipo penal de incidência nula.
-A doutrina critica a mediação para servir a lascívia de outrem, é preciso que a pessoa seja extremamente ingênua e se submeta a uma intermediação, sem qualquer tipo de vantagem, sem que entenda o caráter daquilo que ela está sendo levada a fazer. 
-Crime comum, “induzir alguém” (qualquer pessoa) a “satisfazer a lascívia de outrem” (qualquer pessoa). 
Satisfazer a lascívia= qualquer ato sexual, qualquer ato que tenha por finalidade a satisfação do desejo sexual.
-Há o consentimento, porque a pessoa que se permite induzir, ela consente. A vítima consente, induzida a erro, mas de certa forma, ela consente.
-Há crítica a pena desse tipo penal, tendo em vista, que é um crime de menor potencial ofensivo com uma pena grande.
-Alguns doutrinadores dizem que é um crime sem resultado, porque a pessoa é maior de 18 anos e houve o consentimento. 
§1º: Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda: 
§2º: Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
§3º: Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual
-Prostituição em si, não é crime. Se uma pessoa decide se prostituir, ela está fazendo, exercendo a sua liberdade sexual. O Estado não tem como interferir na liberdade sexual de quem quer que seja, então se determinada pessoa decide se prostituir a conduta é absolutamente atípica. Crime é se favorecer da prostituição alheia. 
Art. 228, do CP:  Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone:
-Tipo penal de conduta múltipla, o crime se configura através de diversos verbos, quais sejam: induzir, atrair, facilitar, impedir ou dificultar. Tanto se tem uma conduta comissiva, quando você induz ou atraí, como se tem uma conduta omissiva, quando você impede ou dificulta. O agente deveria estimular que a vítima largasse a prostituição, no entanto, ele a impede. 
-O crime de favorecimento de prostituição, ele tem a característica de crime habitual. Para que se configure o crime de favorecimento de prostituição é preciso que essa praxe seja reiterada.
Exemplo: Digamos que determinada pessoa, em um dia qualquer, A agencia B para que sirva a C, e nunca mais volta a fazer isso. Essa conduta é atípica, porque para a configuração do crime, o legislador exige habitualidade, exige que isso se dê de forma reiterada. 
-Portanto, o crime de prostituição só ocorre quando há reiteração da conduta.
Induzir, atrair= dá ideia sempre de continuidade, portanto, uma conduta apenas nesse sentido, torna a conduta atípica.
-Nesse sentido, é muito difícil se falar em estado de flagrância, porque a polícia entra na casa de prostituição, não é a notoriedade, aquela é notoriamente uma casa de prostituição, mas notoriamente, não há como se provar que aquela praxe vem sendo feita de forma reiterada. 
Exemplo: No dia 15/01/2017, a polícia entra na casa de prostituição e há uma série de casais se relacionando. Mas aquele único fato não consegue provar a habitualidade, naquele dia havia todos os elementos presentes, mas não tem como provar a reiteração. Não quer dizer que não há a prática do crime, o crime existe, o que não existe é o estado Flagrancial, a ponto de justificar a lavratura de auto de prisão em flagrante.
-É mais cauteloso que se apreenda as provas e se instaure um inquérito policial. 
Crime habitual= se você pegar um fato isolado, você não tem o crime configurado, você tem apenas um elemento que precisará investigar para descobrir se, efetivamente, você só tem um fato ou mais, para configurar o crime.
-Não precisa ser todo dia, pode ser uma vez por semana, mas deve existir uma reiteração da conduta. Pode ser de ano em ano, durante a festa “Cabo Folia”, por exemplo, por isso é difícil ocorrer flagrante em Casa de Prostituição.
-O fato de não se conseguir provar o estado flagrancial, não quer dizer que não exista crime, o crime existe. 
-Doutrina Garantista= entende que todos estão na Casa de Prostituição por absoluto consentimento, portanto, não há a conduta típica. 
-Crime comum. A prostituição se dá tanto quando a vítima é homem ou mulher. 
-Crime de maior potencial ofensivo.
§ 1o: Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: 
-Se o agente tem uma função de autoridade, de vigilância, obrigação de proteção e essa pessoa intercede para que aquele que deveria ser protegido, se prostitua, por óbvio, deve haver uma exasperação da pena. 
§ 2º: Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
-Se aplica também a pena correspondente a violência. Invariavelmente, vamos ter a aplicação dessa pena se a violência praticada resulta em lesão corporal de natureza grave. Em geral, crime de lesão de natureza leve, não induz que a pena deva ser majorada.
§ 3º: Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
-Todo crime cometido com finalidade de lucro, existe somatório da multa. 
Casa de prostituição
Art. 229, do CP: Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
-Antigamente o legislador falava em “Casa de Prostituição”, hoje ele fala “estabelecimento em que ocorra exploração sexual”. Porque havia muita dúvida, na Casa de Prostituição, era evidente que a prática sexual se concretizasse naquele ambiente. Então, muitas vezes, excluía a hipótese de um bar, boate, então o legislador excluiu a palavra “Casa” e passou a falar “estabelecimento”. 
Não é preciso que o estabelecimento exista em caráter de exclusividade (destinado apenas a prostituição), pode ser um estabelecimento de funcionamento regular, mas que o agente utilize da estrutura para favorecer a prostituição. 
Exemplo: Bar em local de notória prostituição, o bar pode ser regularmente frequentado por prostitutas, como qualquer outro cliente qualquer, e por clientes das prostitutas, não configura o crime. O que não pode ocorrer, é a utilização do estabelecimento para a Prostituição. A venda de preservativos em bar, também não configura a figura típica, que ocorre é um tino comercial. 
O dono do bar tem uma promoção que os clientes das prostitutas que consumirem alguma coisa em seu bar terão descontos – nesse caso há a configuração do crime, porque se está vinculando a atividade econômica legal do bar com uma outra atividade que é ilegal, nesse caso o dono do bar está favorecendo a prática de prostituição.
-É preciso que haja a HABITUALIDADE, na mesma forma que o artigo anterior.
Intuito de lucro= não é necessariamente uma estrutura do tipo, pode existir uma exploração sexual sem que haja um lucro direto (lucro indireto). 
Exemplo: Eu sou um grande empresário e quando recebo alguns clientes de fora, para ser cortes, para dar um brinde, eu ofereço mulheres. 
Diferença entre Art. 228 e Art. 229
Na hipótese do art. 228, o crime pode ocorrer em via pública, já na hipótese do art. 229, o agente monta um estabelecimento.
 Rufianismo
-É uma palavra de origem francesa, é o cafetão. 
Art. 230, do CP: Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
-Exige HABITUALIDADE do agente para se configurar.
-O agente de certa forma se favorece. Ele
fica no entorno e tira um determinado percentual de lucro, em virtude desse favorecimento. No caso do Rufianismo, a parte maior é do agente, ele faz uma retirada excessiva, se sustenta integralmente disso. Essa é a atividade econômica preponderante dele. É aquela pessoa que se favorece diretamente da prostituição alheia. Exemplo: Cafetão.
-Em geral, os contratos particulares do cafetão são draconianos, ou seja, possui uma cláusula em que o cafetão possui uma vantagem muito expressiva, ele tem mais de 50% do valor obtido com a prostituição. A pessoa que está submetida a ela, vai levar a menor parte.
Diferença entre o Art. 230 e os anteriores: No rufianismo, o agente se sustenta integralmente disso, portanto, é a atividade econômica preponderante, já nos artigos anteriores, o agente apenas se favorece. 
-O próprio nome “Rufianismo” já é bem criticado, porque se estabelece um nome iuris em cima de uma palavra de origem estrangeira, o que não é muito palatável para nós. Na França, essa palavra tem um determinado significado natural, para nós não. 
Rufião= cafetão, quem vive às custas das prostitutas, não possui outra atividade econômica. - Mantenedor da situação. 
“Tirar proveito da prostituição alheia” - se for de si próprio a conduta é atípica.
§ 1o: Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
-Caso o agente seja filho da prostituta e se beneficie da prostituição dela, embora seja uma pessoa independente, ele mantém a mãe na prostituição. O legislador não fala em hipótese de aumento de pena quando o agente é descendente. O descendente, de forma geral, não deve ter autoridade sobre o seu ascendente.
Se ele for menor de idade e for dependente dela ou se ele for, embora maior de idade, não tenha meios próprios de subsistência e ele se vale disso em uma circunstância excepcional, a conduta é atípica. É necessário comprovar que ele não está induzindo ela. 
Se ele for uma pessoa que possui meios próprios de vida, independente, que é hábil para o trabalho, sobre tudo, se é ágil, possui uma boa qualificação, enfim, é uma pessoa que poderia estar trabalhando, no entanto, ele se favorece da prostituição da mãe, ele se enquadra no art. 230, “caput”, do CP. Para ele não vai existir a hipótese de exacerbação de pena, mas ele se enquadra no caput. 
§ 2o: Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:
-O lucro não constitui um elemento do tipo, se tiver é causa de aumento de pena, se não tiver, não torna a conduta atípica. 
Do Ultraje Público ao Pudor
Ato obsceno 
-Crítica da doutrina liberal= crítica o legislador, porque na reforma do Código Penal, era para ter revogado esse tipo penal também. O Brasil é um país extremamente liberal (Carnaval, televisão), não há o mínimo de sentido em criminalizar essa conduta.
Art. 233, do CP: Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: 
-Se configura o ato obsceno na medida em que a exposição se dá em local público (na praia, na rua, dentro do carro se estiver visível – se tiver com o vidro embaçado não configura o crime, pois dificulta a visibilidade). 
-Crítica da doutrina mais garantista= ato obsceno é aquele ato que tem por finalidade ferir moral sexual. Moral sexual (sentimento coletivo), o Brasil é bem hipócrita, porque temos determinados segmentos que são bem conservadores, mas no Carnaval todos saem quase sem roupa.
Praia de nudismo= o legislador/doutrina excluí a praia de nudismo, desde que haja uma determinação administrativa que naquela praia, efetivamente, aquela determinada praxe autorizada, local reservado, com regras pra acesso, então não se adequaria ao crime de ato obsceno, porque não estaria em local aberto (vai quem quer, existe placas e avisos, então ninguém indo lá, pode se sentir ofendido).
-O legislador não cria tipo penal para proteger uma pessoa extremamente sensível que se ofende com um homem sem camisa na rua, porque é uma coisa desmedida, nem tão pouco para aquela pessoa que não se ofende com nada, é absolutamente liberal. O legislador visa proteger o homem (natureza humana, termo genérico) médio. 
 -Urinar em via pública pode se enquadrar como ato obsceno.
-Crime de menor potencial ofensivo.
Escrito ou objeto obsceno 
Art. 234, do CP: Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:
Parágrafo único: Incorre na mesma pena quem:
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste artigo;
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter;
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno.
Aula 29/08/2017 – (Falta ouvir aula)
Registro de Nascimento Inexistente
 Art. 241, do CP: Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente: 
-O nascimento é inexistente, porém o autor efetua o registro com o intuito, geralmente, de herança.
-É necessário que o registro seja feito em Registro Geral de Pessoas Naturais (Cartório de Registro Civil – RCPN).
-Registro de nascimento= 
Suporte: documento falso 
Suporte verdadeiro: falsidade ideológica
1ª hipótese: Alguns doutrinadores intendem que o crime é de falsidade documental, sendo o registro simples exaurimento, não configurando um crime autônomo.
2ª hipótese: O documento seria simplesmente o meio de conseguir o registro (art. 241, do CP) 
3ª hipótese: A falsificação de documento e registro falso de nascimento seriam dois crimes autônomos, concurso material. (Melhor entendimento para Henrique).
Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido.
Art. 242, do CP:
-Tipo misto alternativo, significa que terá que se analisar a conduta praticada pelo agente. “Submeter, induzir ou atrair”, mesmo que o agente cometa as três condutas, ele só vai responder uma vez por esse crime, dentro da dosemetria que o juiz irá aumentar ou diminuir a pena de acordo com a gravidade do caso concreto. 
-No art. 242, o legislador dá 3 (três) condutas, não verbos, são condutas concretas e independentes. 
-No caso do art. 242, do CP, o tipo penal é misto cumulativo (EXCEPCIONAL). “Dar parto alheio como próprio e registra como seu o filho de outrem”, como exemplo, há a aplicação do artigo em cada conduta que o agente pratique dentro do artigo, as penas são cumulativas. 
-Crime próprio, porque só quem pode dar parto alheio como próprio é a mulher. Caso o parceiro a auxilie na prática do crime, se o caso concreto se enquadrar no art. 30, do CP, há coautoria. Não há coautoria, porque não há hipótese elementar. 
Elemento objetivo: Dar / Registrar / Ocultar
Elemento subjetivo: Dolo 
Elemento normativo: não há
-No estado puerperal, há um juízo de valor, portanto, é elementar, porque o legislador cria um conceito normativo, por isso há a incidência da hipótese de coautoria do art. 30, do CP. 
-Não há incidência da figura típica sobre pais que registram, movidos por questões emocionais, uma criança que sabe que não é seu filho. 
Na 3ª conduta há um dolo especial, se oculta o recém-nascido para tão somente suprimir ou alterar direito inerente ao estado civil, em geral, é direito material (financeiro, direito de herança). 
-Se houver a ocultação da criança pela mãe com a finalidade do marido não descobrir a traição, não configura a hipótese do artigo 242, do CP. 
Exemplo: Uma mulher dá como seu o parto de outrem e também efetua o registro. Art. 242 c/c Art. 242, do CP – Crime material (soma).
Paragrafo único: 
Elevada nobreza= agiu de forma não recomendável, mas com o intuito de dá uma melhor condição para a criança.
-Parte da doutrina entende que se há a nobreza, não deve haver a aplicação da pena.
-Admite a forma tentada. 
Sonegação de estado de filiação
Art. 243, do CP:
Asilo de expostos= orfanato.
-Antigamente, antes da separação do Estado e da Igreja, era uma prática legal (roda dos orfanatos). 
Dolo específico= Deixar em asilo expostos, com o ânimo de ocultar filiação. 
Dos Crimes Contra a Assistência Familiar
Abandono Material 
Art. 244, do CP: 
Justa causa= Elemento normativo do tipo, ocorre quando a pessoa deixa de prover a subsistência por falta de justa causa. 
-Não é o simples fato de estar desempregado que desobriga.
-Não há abandono crime de abandono afetivo, o legislador trata de abandono material. Exige apenas contribuições financeiras.
-Mesmo que o ascendente abandone o filho e nunca tenha dado afeto, no entanto, o descendente tem obrigação de cuidar do ascendente. 
-O legislador exige que haja abandono efetivo, que é deixar sobre perigo eminente. 
-Justa causa tem que haver um juízo de valor. 
Aula 05/09/2017 – (Falta ouvir aula)
Abandono intelectual 
Art. 246, do CP: 
Elemento objetivo: Deixar
Elemento subjetivo: dolo
Elemento normativa: sem justa causa, 
-É necessário que seja sem justa causa.
-Não ter condição de prover não é justificativa, porque há escola pública. 
-Não existe crime de abandono de caráter afetivo. Não quer dizer que se pode ter uma conduta ofensiva. 
-Tem uma certa cautela para aplicação desse tipo penal, tendo em vista, a realidade social de algumas localidades, o legislador não deixa de levar em conta as condições de escolaridade do Brasil.
Instituição Primária= se refere a alfabetização (ensino básico).
Subtração de incapazes
Art.249, do CP: 
-O crime se configura no momento em que o agente retira o menor de 18 anos da esfera de proteção de quem detêm a guarda judicial.
-Violação de cláusula de Visitação não configura o crime, porque não há a desestruturação do PÁTRIO PODER. 
-O legislador não fala apenas de menor, mas também de pessoas incapazes interditadas (INTERDITO), independente da faixa etária.
Quem tem a guarda em virtude de lei= os genitores.
Quem tem a guarda em virtude de ordem judicial= determinação judicial (responsável legal e curador)
§1º: 
-Caso o pai que tenha uma determinação judicial para realizar a visitação, não devolva a criança e mantenha o menor em local incerto e não sabido é crime de sequestro … 
§2º: 
-Não quer dizer que o crime não se configurou, a conduta delituosa existiu. 
-Toda vez que o legislador dizer “pode”, é facultativo. O juiz pode deixar ou não de aplicar a pena. 
-Alguns doutrinadores… 
Dos Crimes Contra a Incolumidade Pública
-Todo bem que visa proteger um bem de natureza pública, o titular do bem jurídico é a coletividade. (“Incolumidade Pública).
-Quem sofre a lesão é o Poder Público, ou seja, a coletividade.
Dos Crimes de Perigo Comum 
Incêndio
-Crime de Dano= Ofensa de natureza corpórea, a ofensa é perceptível pelos sentidos. Natureza corpórea, material, ou seja, perceptível pelos sentidos. 
Exemplo: Furto, homicídio, estupro, roubo (houve uma subtração material), falsificação material, lesão corporal, maus tratos...
-Crime de Perigo= não existe um dano imediato e efetivo, o que existe é o risco de uma ofensa. Portanto, existe o que a doutrina chama de “Antecipação de Tutela”. Não é preciso que com a conduta do agente, a coisa seja danificada, o resultado se dá com o mero risco. 
Exemplo: eu jogo pedra em um ônibus, soltar pipa, rixa, trasmissão de doença venéria, abandono de incapaz (se não configurar elemento de outro crime).. 
-O simples fato de soltar o pipa com linha de cerou, já configura crime de perigo.
-É razoável o legislador criar um crime de perigo, porque…
-O crime de perigo tem natureza subsidiária, porque se configurar uma lesão ou dano, o crime será de dano.
-Crime é aquilo que efetivamente produz um resultado, as vezes não há um resultado perceptível. 
-Em caso de tentativa, houve uma ofensa ou bem corpóreo, portanto, é crime de dano. O fato de ser tentativa, não tira o dano, o que vale é dolo do agente em produzir o dano. 
Crime de Perigo Abstrato= Há uma antecipação de tutela, não houve um risco real, 
Exemplo: A mantém uma fábrica clandestina, tudo na empresa funciona perfeitamente de acordo com a legislação, porém não possui autorização pra funcionar (alvará, por exemplo). Não existe reparo com relação a segurança da fábrica, está tudo certo, a única coisa que ele não tem é alvará. A cometeu o previsto no art. 253, do CP. “sem licença da autoridade”, porque a figura típica é crime de perigo. 
O legislador entende que essa conduta é extremamente arriscada. 
Crítica= Os doutrinadores dizem que é crime sem resultado, porque muitas vezes, existe uma outra empresa que possui alvará, mas não segue as recomendações de seguranças, torna-se injusto. 
-Armazenamento de botijão de gás se enquadra no tipo penal do artigo 253, do CP. 
Crime de Perigo Concreto= é preciso que o risco se evidencie, se mostre concreto. 
Exemplo: A na sua fazenda, em Trajano de Moraes, e dentro dessa fazenda tem uma edificação, para agilizar, A decide colocar fogo nessa edificação para treinar a abrigada de incêndio, treinar os seus empregados. Ele coloca incêndio, com todos os cuidados devido, ele mesmo controla e apaga o incêndio. Nesse caso, não há configuração de crime, porque não gerou risco a vida de outrem ou risco a integridade física de outrem.
Exemplo: Um homem coloca fogo em sua propriedade que fica na beira da pista, e ocorre um acidente co vítima fatal, devido a fumaça que dificultou a visão dos motoristas. O agente responderá pelo homicídio (art. 121, do CP). 
Caso não ocorresse mortes….
No caso de Crime de Perigo Concreto, o legislador fará uma referência, o legislador fará em comprovação de exposição a perigo. 
Art. 251, do CP: 
Crime de Perigo Concreto, porque o legislador diz “expor a perigo”, tem que ser possível o risco. Uma dinamite em um lugar distante, descampado, sem pessoas por perto, não configura o crime, por não haver um risco iminente. 
Art. 252, do CP: 
 
Crime de Perigo Concreto, porque vai ter que provar que de fato o perigo existiu.
Art. 253, do CP: 
Crime de Perigo Abstrato
Aula 12/09/2017 – Prescrição e Decadência 
Aula 19/09/2017
Incêndio 
Art. 250, do CP: 
-Todo crime de incolumidade pública…
 
Crime de Dano= tem natureza de crime material, aquele que efetivamente há uma ofensa, se observa a ofensa pelo mundo exterior. Exemplo: Estupro, homicídio, a destruição de determinado bem. 
Crime de perigo= é uma antecipação de tutela, é como se o legislador tivesse antecipando a barreira, evitando que o bem jurídico seja ferido (vida, integridade física, etc.). Exemplo: 
Perigo Concreto= a possibilidade do dano é muito provável. 
Perigo Abstrato= não é preciso que se prove efetivamente a lesão ao bem jurídico, porque não há lesão, a simples exposição já configura o crime. 
Perigo comum: o crime é genérico, o titular do bem público é o Estado (toda vez que houver risco a Fé Pública, a segurança, a saúde, a coletividade, o sujeito passivo é o Estado). 
“Causar incêndio expondo a perigo” - Crime de Perigo Concreto = é preciso provar que houve um risco efetivo. Tem que comprovar que houve um risco concreto.
Exemplo: A joga pedra no ônibus e atinge um passageiro. 
§1º: 
§2º: 
-Crime de menor potencial ofensivo. 
Art. 251, do CP:
Crime de Perigo Concreto, porque o legislador diz que só há crime que se efetivamente ofereceu risco real. É preciso provar, efetivamente, que a explosão colocou em risco o bem jurídico protegido (a vida, patrimônio e integridade física). 
-Pode praticar um crime de dano sem praticar um crime comum.
Art. 252, do CP: 
-Jogar uma bomba em uma casa… 
Art.
253, do CP (perigo abstrato): 
-Mesmo que se prove que essa conduta não traga nenhum risco, o mero exposição já configura o crime. O agente irá responder, mesmo que não haja a mínima possibilidade de risco.
Art. 254, do CP: 
 
“Expor a perigo”= Crime de Perigo Concreto – tem que comprovar o risco. Se a inundação foi controlada, a conduta é atípica.
Art. 256, do CP – Crime de Perigo Concreto: 
Subtração, ocultação ou inutilização de material de Salvamento 
Art. 257, do CP:
-Não é subtrair em qualquer momento, só configura esse crime quando o agente furta em situação de incêndio, naufrágio, etc. (Crime de Perigo Abstrato). 
Formas qualificadas de Crime de Perigo Comum 
Art. 258, do CP: 
-Hipótese de PRETERDOLO ou crime qualificado pelo resultado= dolo no antecedente e culpa no consequente. 
-Se o intuito do agente foi matar, o crime é de homicídio (Hipótese de Crime de Dano). O agente teve o ânimo de matar. 
-Se o intuito foi tirar os equipamentos, mas não matar, a morte foi apenas consequência da ação, ele vai responder a título de preterdolo. É necessário que o resultado mais grave se dê a título de culpa, com relação ao resultado, se quer ele previu a hipótese. 
-A hipótese de consciência sobre um possível resultado não muda o fato de ser o crime doloso ou não. O agente pode ter tido consciência de um possível resultado, mas essa não era a sua intenção.
Exemplo 01: A com ânimo de matar B – Crime de Dano (Art. 121 c/c Art. 14, CP)
Exemplo 02: A, querendo dá um susto em B, subtrai os equipamentos de salvamento durante um naufrágio, porém, em decorrência dessa atitude, B vem a falecer. - Crime de Perigo (Art. 257, na forma do art. 288, do CP).
“na forma de ...”= quando se refere a parte geral do CP.
Difusão de Doença ou Praga
Art. 259, do CP (Crime de Perigo Concreto): 
-Não é simplesmente difundir uma praga, é difundir uma doença ou praga que possa efetivamente causar risco. “que possa causar dano”, pode ser que a praga não cause dano. 
Perigo de Desastre Ferroviário
Art. 260, do CP – Crime de Perigo Abstrato:
-Obra de arte para Engenharia: Ponte, viaduto. 
IV – Crime de Perigo Abstrato: Porque terá que provar que aquele determinado ato pode efetivamente causar um risco. Qualquer ato que não seja tratado nos incisos anteriores.
Desastre ferroviário
§1º:
Art. 262, do CP – Crime de Perigo Concreto:
-Genérico, se enquadra viaduto, escada rolante, etc.
-”Expor a perigo.
Art.263, do CP: 
-Se o ânimo do agente é matar, o crime é de dano e não de perigo.
Art. 264, do CP – Crime de Perigo Abstrato: 
-Quando o legislador fala “Progétil”, ele fala em qualquer objeto que possa ser arremessado. 
-Arma= qualquer objeto que possa potencializar a ação de dano, quando o legislador que se referir a arma branca ou a arma de fogo, assim ele faz no artigo. 
-Autoridade= termo genérico, qualquer autoridade. Quando o legislador que se referir a autoridade policial ou autoridade judiciária, assim ele diz no artigo.
-O simples fato de arremessar com o intuito de atingir o ônibus, já configura o crime, mesmo que passe muito longe do ônibus, o que vale é a intenção do agente.
Art. 266, do CP - 
Dos Crimes Contra a Saúde Pública 
-O sujeito passivo é o Estado, o titular do bem jurídico protegido é o Estado. 
Epidemia 
Art. 267, do CP – Crime de Perigo Abstrato:
-É preciso provar, se analisar qual é a natureza do crime. 
-Tem natureza de crime subsidiário. 
-a prova penal se dá a fim de se comprovar para aplicar esse artigo. Como possui natureza subsidiária, a finalidade da prova e excluir a possibilidade de uma capitulação mais gravosa. 
-Se se evidência que tem risco de vida, o tipo penal é de natureza grave. 
Exemplo: Epidemia de piolho. 
Art. 269, do CP – Crime de Perigo Abstrato:
-Crime Omissivo Próprio: Apenas médico, omissivo porque só configura quando o médico se omite. 
-É preciso que o médico se informe no Ministério da Saúde para saber qual doença é compulsoriamente comunicável. 
-Autoridade Policial quando sabe que uma pessoa é portadora de HIV, não precisa a comunicar a ninguém. 
-É uma norma penal em branco, não há dúvida sobre a aplicação,não há dúvida sobre a pena, 
-O médico não pode alegar sigilo procedimental, porque desrespeita a saúde pública. 
Exemplos: Tuberculose, gonorréia, HIV, etc. 
Art. 271, do CP – Crime de Perigo concreto: 
-Corromper= é adulterar a essência. Exemplo: colocar óleo de soja na água.

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