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CARBOIDRATOS Profa. Dra. Luciana Bastos Rodrigues CARBOIDRATOS Conceitos Gerais: • Os carboidratos (sacarídeos, açúcares) são as biomoléculas relativamente simples e as mais abundantes na natureza. Fórmula geral: [C(H2O)]n, daí o nome "carboidrato", ou "hidratos de carbono" (n 3). Unidades básicas: monossacarídeos • Classes: Monossacarídeos, dissacarídeos, polissacarídeos (> 20 unidades). São moléculas que desempenham uma ampla variedade de funções, entre elas: • Fonte de energia (glicose) • Reserva de energia (glicogênio) • Estrutural (celulose) • Reconhecimento e coesão entre células • Matéria prima para a biossíntese de outras biomoléculas Monossacarídeos • São os carboidratos mais simples, dos quais derivam todas as outras classes. • Sintetizados a partir de CO2 e H2O (fotossíntese) • Solúveis em H2O, sabor adocicado • Classificação: – Quimicamente São polihidroxialdeídos (ou aldoses) - ou polihidroxicetonas (ou cetoses), sendo os mais simples monossacarídeos compostos com no mínimo 3 carbonos. – Nº de C de suas moléculas TRIOSES (3) são os monossacarídeios mais simples, seguidos das TETROSES (4), PENTOSES (5), HEXOSES (6), HEPTOSES (7), etc. Projeção de Fischer para uma aldose e para uma cetose Quiralidade dos carboidratos • Feita exceção à dihidroxicetona, todos os outros monossacarídeos - e por extensão, todos os outros carboidratos - possuem centros de assimetria (ou quirais), e fazem isomeria óptica. » Ligações horizontais são aquelas projetadas para a frente do plano do papel, e as verticais representam projetadas para trás do plano. » O carbono mais oxidado é designado C-1. Os demais átomos de C estão numerados a partir desse carbono. • Cunhas pontilhadas e triângulos sólidos. Monossacarídeos – Projeção de Fischer • Na configuração D, o grupo hidroxila está à direita do carbono quiral de maior número, ao passo que, na configuração L, está à esquerda. Monossacarídeos – Projeção de Fischer • Número de estereoisômeros possíveis: 2nº de carbonos quirais • Quando os isômeros não se sobrepõem e nem são imagens especulares uns dos outros são chamados de diasteroisômeros. • Forma D ou L: definida pela posição do OH no carbono quiral mais distante da carbonila. Aldoses Cetoses Epímeros • Os carboidratos que se diferem apenas pela configuração em torno de um C são denominados epímeros uns dos outros Epímeros: diferem na configuração em apenas um centro quiral Monossacarídeos em solução aquosa • Os monossacarídeos em solução aquosa estão presentes na sua forma aberta em uma proporção de apenas 0,02% • O restante das moléculas está ciclizada na forma de um anel hemiacetal (aldeído) ou hemicetal (cetona) de 5 ou de 6 vértices. • O anel de 5 vértices é chamado de anel furanosídico • O anel de 6 vértices é chamado de anel piranosídico furano pirano Piranoses e Furanoses O carbono anomérico • Na estrutura do anel, o carbono onde ocorre a formação do hemiacetal ou hemicetal é denominado "Carbono Anomérico", e sua hidroxila pode assumir 2 formas: – Alfa Quando ela fica para baixo do plano do anel – Beta Quando ela fica para cima do plano do anel Mutarotação • A interconversão entre estas formas é dinâmica (livre) e denomina-se Mutarrotação • Exemplo: Para a molécula da glicose, em solução aquosa, temos as seguintes proporções: - D - Glicopiranose: 62% - D - Glicopiranose: 38% - D - Glicofuranose: menos de 0,5% - D - Glicofuranose: menos de 0,5% Forma aberta: menos de 0,02% • O açúcar cíclico pode assumir duas formas diferentes: α e ß, denominados anômeros. Derivados das hexoses importantes em biologia Parede celular bactérias Polissacarídeos de plantas glicoproteínas • A oxidação do açúcar fornece energia para a realização dos processos vitais dos organismos. Monossacarídeos – Reações – Óxido Redução • As aldoses são chamadas açúcares redutores, pois, quando um aldeído é oxidado, os agentes oxidantes devem ser reduzidos. • Cetoses também atuam como açúcares redutores, pois se isomerizam a aldoses. • A oxidação (completa) fornece CO2 e H2O. O oposto desta oxidação é o que ocorre na fotossíntese. Os monossacarídeos simples são agentes redutores São capazes de reduzir íons férrico (Fe 3+) ou cúprico (Cu 2+) Dosagem de glicose sanguínea: H2O + corantes – detecção (cor) DISSACARÍDEOS Maltose Lactose Sacarose Dissacarídeos • São carboidratos ditos Glicosídeos, pois são formados a partir da ligação de 2 monossacarídeos através de ligações especiais denominadas "Ligações O-Glicosídicas" • A Ligação Glicosídica Ocorre entre o carbono anomérico de um monossacarídeo e qualquer outro carbono do monossacarídeo seguinte, através de suas hidroxilas e com a saída de uma molécula de água. • Os glicosídeos podem ser formados também pela ligação de um carboidrato a uma estrutura não- carboidrato, como uma proteína, por exemplo. Dissacarídeos Extremidade redutora • A notação para a ligação glicosídica especifica qual forma anomérica do açúcar (α ou ß) é a que está envolvida na ligação e também quais átomos de C estão ligados. Dissacarídeos • O tipo de ligação glicosídica é definido pelos carbonos envolvidos e pelas configurações de suas hidroxilas. Exs: – Maltose Gli (1,4) Gli – Sacarose Gli (1,2) Fru (açúcar de mesa) – Lactose Gal (1,4) Gli • Intolerância a Lactose – Lactose digerida pela enzima Lactase em galactose (posteriormente convertida a glicose) e glicose. Adultos pouco contato com leite Lactase = lactose é fermentada, produzindo CO2, H2 e agentes irritantes = dificuldades e dores digestivas. Solução: leite previamente hidrolisado. sacarose Sacarose: formada pelos vegetais, açúcar comum, não redutor Lactose: açúcar do leite, açúcar redutor Trealose: constituinte da hemolinfa, não redutor Polissacarídeos (glicanos) • São os carboidratos complexos, macromoléculas formadas por milhares de unidades monossacarídicas ligadas entre si por ligações glicosídicas. • Classificados como homopolissacarídeos ou heteropolissacarídeos • Formam polímeros ramificados e lineares • Os polissacarídeos mais importantes são os formados pela polimerização da glicose. Amido, glicogênio, celulose Envoltório bacteriano, peptídeoglicaanos O Glicogênio • É o polissacarídeo de reserva da célula animal • Abundante no fígado e músculos (grânulos citoplasmáticos) • Muito semelhante ao amido, possui um número bem maior de ligações (1,6), o que confere um alto grau de ramificação à sua molécula • Os vários pontos de ramificação constituem um importante impedimento à formação de uma estrutura em hélice. • Estrutura compacta: grânulos densos Hepatócitos; glicogênio - 7% do peso do fígado -Estoque em glicogênio ao invés de glicoses – Por que? Hepatócitos – 0,4M de glicose - Osmolaridade celular -Concentração extracelular – 5mM: captação de glicose pela célula seria contra um gradiente. O Amido • É o polissacarídeo de reserva da célula vegetal • Insolúvel • Formado por moléculas de glicose ligadas entre si através de numerosas ligações (1,4) e poucas ligações (1,6), ou "pontos de ramificação" dacadeia • Sua molécula é muito linear, e forma hélice em solução aquosa. • Principal fonte de carboidratos na dieta humana • Digestão: saliva e pâncreas Amilase = hidrólise das ligações (1,4). Pâncreas enzima desramificadora = hidrólise das ligações (1,6). Estrutura do amido A Celulose • É o carboidrato mais abundante na natureza • Possui função estrutural (sustentação) na célula vegetal, como um componente importante da parede celular. 10 a 15 mil unidades de glicose. • Semelhante ao amido e ao glicogênio em composição, a celulose também é um polímero de glicose, mas formada por ligações tipo (1,4). Várias cadeias podem ser ligadas por pontes H. • Este tipo de ligação glicosídica confere á molécula uma estrutura espacial muito linear, que forma fibras insolúveis em água e não digeríveis pelo ser humano (Não temos Celulases). Estrutura polimérica da celulose. Longas cadeias que podem se unir por pontes de Hidrogenio. Fibras resistentes à tensão – Estrutura plana Celulase – quebra de ligações -1,4 Quitina - Homopolissacarídeo. - Exoesqueleto de artrópodes. - Segundo polissacarídeo mais abundante da natureza. • Difere-se da celulose na natureza de monossacarídeos; na celulose o monômero é a ß-D-glicose, e na quitina o monômero é a N-acetil- ß-D-glicosamina. Peptideoglicanos • Parede bacteriana e de algas: Heteropolissacarídeo – • Cadeia polissacarídica clivada pela lisozima (lágrimas, muco, clara de ovo) – forma de defesa. • Penicilina: proteína que inibe especificamente enzimas que fazem as ligações cruzadas das fitas de peptídeoglicanos. Glicosaminoglicanos • É a matriz gelatinosa de espaços extracelulares nos tecidos animais (cartilagens, tendões, pele e vasos) • São polissacarídeos não-ramificados (ácido urônico e hexosamina) com consistência gelatinosa e mucosa = elasticidade e viscosidade. – Ex: Ácido hialurônico (juntas, viscosidade,olhos) – Heparina (anti-coagulante – inibe formação indiscriminada de coágulos) Hialuronidase: Enzima que cliva ligações glicosídicas do hialuronato -Secretada por bactérias patogênicas Condroitina Sulfato: Contribui para resistência a tensão aorta, tendões Queranata sulfato: Presente na córnea, cartilagem, ossos, cabelo, chifres, unhas, cascos. Heparina: -Sintetizada nos mastócitos. - Anticoagulante natural, estimula a proteína anticoagulante antitrombina III. - Heparina purificada: adicionada a sangue em laboratório para evitar sua coagulação. Glicoproteínas • Cadeias polipeptídicas (controladas geneticamente) contendo cadeias de carboidratos = microeterogeneidade • Endereçamento de proteínas, interações célula-célula. • Proteoglicanos:Proteínas+Glicosaminoglicanos (estrutura em forma de escova altamente hidratada – presente em juntas e cartilagens) • Parede celular de bactérias: confere a forma e virulência (poder de causar doenças) de uma bactéria. Parede celular pode ser a causa da doença e o alvo para vacinas. Cadeias polissacarídeas e polipeptídicas ligadas covalentemente = peptídeoglicano Glicoproteínas Análise de carboidratos
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