Buscar

Resenha Cap 1 Estado e produção de bens públicos no pensamento econômico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO GUAMÁ 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS 
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA DO CAPITULO I DO LIVRO “ECONOMIA E 
POLÍTICA DAS FINANÇAS PUBLICAS NO BRASIL: UM 
GUIA DE LEITURA” DE FABRÍCIO OLIVEIRA 
 
 
 
JOÃO PAULO ALVES DA SILVA (201605340021) 
RICKSON NIXON BARBOSA DE OLIVEIRA (201605340094) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém-PA 
2018 
O capítulo intitulado “Estado e produção de bens públicos no pensamento 
econômico”, inicia com a ideia de que o Estado moderno, cresce constantemente desde 
de sua formação, apesar de sua trajetória em desempenhar seu papel no sistema 
capitalista, ele não conquista a unanimidade no pensamento econômico. Mesmo assim, 
ele não para de avançar e de se consolidar como um mecanismo de organização da 
sociedade e de garantia da reprodução do sistema. 
O Estado cumpre determinados papéis na sociedade, para realizá-los ele necessita 
de meios que serão empregados no funcionamento da máquina pública, manutenção do 
exército, pagamento de seus funcionários e obras públicas. A atuação governamental é 
essencial para guiar, corrigir e suplementar este mecanismo em alguns aspectos. Em uma 
análise, quanto ao Estado e suas transformações pode-se dividir em quatro fases. 
A primeira fase, o Estado no Mercantilismo, onde condiz ao momento em que 
se gestam as condições necessárias para a emersão do capitalismo. Neste período, eram 
restritas as funcionalidades do Estado, onde este deveria evitar interferir na vida 
econômica, sob a pena de reduzir a eficiência do sistema. Seu papel era apenas de 
guardião do sistema, mantenedor da ordem e segurança do país, concedendo serviços de 
defesa, justiça, diplomacia e poucas obras públicas. Esta fase, é portanto uma fase de 
transição entre o sistema feudal e o capitalismo. 
No âmbito econômico, os mercantilistas acreditavam que a riqueza de um país era 
dado pelo lucro do comercio e indústria, que aumentava sua força pela exportação, com 
os quais se garantia o fluxo e acumulo de metais precisos, para ampliação de empréstimos 
necessários para o desenvolvimento, em paralelo, o Estado se alimentava dessa mesma 
força. Com o excesso de poder, ocorre o despertar de movimentos de resistência que 
acabam causando uma nova face ao Estado no século XVIII, o separando da imagem de 
governante e estabelecendo meios de controle da sociedade sobre sua forma de atuação e 
decisão sobre os gastos e cobrança de tributos. 
A segunda fase, o Estado no Capitalismo Concorrencial, época que prepondera 
os pensamentos liberais, de liberdade de escolha para o Capital em oposição a forte 
regulação do período anterior. O Estado dotado de um arbítrio poder regulatório e 
intervencionista na vida social e econômica do pais, revelou-se altamente funcional para 
os objetivos da novata burguesia. Foi então da obra de Montesquieu, O Espirito das Leis, 
que o Estado encontra sua gloria e ao mesmo tempo sua barreira contra o seu poder 
absoluto, a divisão de seu poderio entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. 
Sendo assim, surge para sociedade meios para influenciar e controlar a tomada de 
decisões do Estado. Apoiados nesse aspectos, economistas clássicos como Smith, Ricardo 
e Mill, tentam entender o funcionamento do corpo econômico, como se fosse dirigido por 
“leis naturais”, no qual a não interferência de causas exógenas, garantiria a auto eficiência 
desse organismo. O mercado então disporia, nesta ótica, de meios estabilizadores 
automáticos, por meio da concorrência, capazes de corrigir seus desequilíbrios e 
garantiria a sua eficiência. 
Entretanto, nota-se que nem tudo pode ser produzido e ofertado pelo mercado, já 
que não eram capazes de receber e conduzir, para certo tipos de bens, então cabe ao Estado 
a responsabilidade pela produção destes bens, chamados de bens públicos, com seu 
financiamento sendo assegurado pelos impostos em gerais, logo este seria um dos pilares 
que sustentava o equilíbrio geral do sistema. Assim, surge a função alocativa, através do 
reconhecimento desta incapacidade de produzir certos tipos de bens, o Estado deve suprir 
essa necessidade, como segurança, iluminação pública, proteção ambiental e bens e 
serviços indispensáveis para sociedade. 
A terceira fase, o Estado no Capitalismo Monopolista, onde o Estado é evocado 
para intervir e regular o funcionamento do sistema, no qual diante dos conflitos do período 
chamado de “Imperialista”, é importante a figura de uma força externa ao sistema, para 
organizar e unir, por meio de uma política econômica, os múltiplos interesses do capital, 
atuando como arbitro neste processo para garantir a reprodução do sistema, figura esta 
atribuída ao Estado. 
Com os desenrolar da crise de 1929, e com os ideias de Keynes, surge o suporte e 
as condições necessárias tanto no campo teórico como no prático para a intervenção do 
Estado no ambiente econômico. Em Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, 
manifesta-se a importância dos investimentos públicos, pondo o Estado no centro do 
cenário, logo, ele perde sua identidade de teoricamente passivo e improdutivo, para 
assumir seu posto de figura fortemente intervencionista, indispensável para a vitalidade e 
estabilidades do sistema. 
A quarta fase, o Estado no Capitalismo Mundializado, onde se retoma com 
força as ideias de desregulamentação e de maior liberdade para o capital. A teoria 
keynesiana entra em crise na década de 1970, surge um concepção teórica sobre o papel 
negativo do Estado, com a Terceira Revolução Industrial e do processo de globalização. 
Nasce, quatro escolas de pensamento nesse período, a Teoria da Regulação, onde 
não protege os interesses da indústria e setores regulados, pondo em xeque o papel 
intervencionista do Estado. A Teoria das Expectativas Racionais, onde completam o 
pensamento da teoria monetarista, corrigindo erros sobre a previsão de inflação, 
cometidos na ilusão monetária. A Teoria da Escolha Publica, apoiada na ideologia 
neoclássica, adota o método da economia convencional, e diverge ao aceitar o Estado 
como necessário para corrigir a falhas do mercado. E por fim, A Teoria de Resgate de um 
Estado Comportado, onde o Estado é proibido de cometer irresponsabilidade fiscal e 
desequilíbrio patrimonial, criando sustentabilidade da dívida pública. 
Na visão de marxista de Estado, a falta de consenso no pensamento dominante, 
justifica-se pela resistência em incluir, as relações de classes e as necessidades históricas 
colocadas para a propagação do sistema. O Estado, evolui do que Hirsch chama de uma 
“crítica ideológica” do Estado, que subentende uma polarização simples entre este e a 
classe operaria para uma etapa em que para alcançar o modo de funcionamento pelo qual 
a dominação da burguesia se reproduz, e encontrar seu ponto de cristalização 
contraditório no sistema institucional do Estado. 
Longe disto, a vertente ortodoxa/tradicional, que explica a intervenção do Estado 
na economia a partir de falhas apresentadas pelo mercado, mas não expõe os 
determinantes de sua composição e nem forma como se distribui o ônus de seu 
financiamento entre classes e frações. A vertente marxista entende que é a parti da 
compreensão de elementos da acumulação de capital que determina a natureza do papel 
do Estado no corpo econômico. 
 No Brasil, o Estado não percorreu os mesmos trajetos da Europa e dos EUA, com 
a instalação da república em 1889, é que se pode demarcar o início e uma construção do 
Estado no país. Contudo ele ainda se matem preso a oligarquia e aos interesses regionais, 
a concentração e centralização de poder, que o levara a um Estadobrasileiro, capitalista 
e burguês. 
Desta forma, a formação do Estado se divide em três períodos, o primeiro que que 
se estende até o início da década de 1930, onde este se encontra frágil institucionalmente, 
economicamente e financeiramente. Liberal na aparência e intervencionista na pratica, 
utilizando da política do laissez-faire, sua participação na economia, atua no campo 
financeiro pelo Banco do Brasil, e pelo fornecimento de garantias de rentabilidade 
mínima para entrada de capital estrangeiro no país. Sua política economia, ainda sobre o 
controle da oligarquias regionais, exerciam forte poder regulatório e intervencionista, 
principalmente por adotar medidas protecionistas voltadas para defender a produção de 
renda dessas oligarquias na época, o café. 
O segundo período, entre o início de 1930 a 1980, o Estado moderno, capitalista 
e de implementar policias de âmbito nacional, surge. Neste período, o Estado se destaca 
por forte envolvimento na economia e sociedade, sua características e sua forma peculiar 
de intervenção o colocam na condição de Estado desenvolvimentista, do ponto de vista 
marxista, representa o período em que a prioridade do Estado é conferida a função 
acumulação, procurando evoluir nas constituição das forças produtivas especificamente 
capitalistas. Durante até 1964, o chamado “Estado de Compromisso”, preso em bases 
fiscais e financeiras frágeis, que lhe impossibilita a realização de reformas instrumentais 
indispensáveis, o Estado então se compelido a lançar mão da empresa pública como seus 
instrumento de financiamento. 
O terceiro período que se inicia em 1980, mostra o Estado em crise, afundado em 
problemas fiscais, por conta disto, o Estado começa a se reconstruir seguindo as 
recomendações da doutrina neoliberal materializado nos postulados do Consenso de 
Washington. Isso significava, que o Estado, passou a assentar-se no compromisso de 
ampliação dos espaços para garantir soberania do mercado, promovendo reformas tanto 
para sua saída da vida economia, como para retirar barreiras que limitavam o capital 
privado, sobretudo o internacional. 
Nesta ótica, onde não há mais lugar para o Estado intervencionista nos campos 
socioeconômicos, ocorre a adoção de políticas de abertura comercial e financeira e de 
políticas sociais, desmonte do setor público e privatização de empresas estatais, reduzindo 
assim o compromisso do Estado com a oferta de políticas públicas. Com o governo de 
Luiz Inácio Lula da Silva, essa metodologia, foi aprofundada e se registaram avanços no 
campo social, graças a consolidação do programa “Bolsa-Família”. Essa remodelagem, 
de seu sistema, em prol da eficiência e eficácia, refletiu nas exigências colocadas pelo 
capital, neste período de globalização, onde o afastamento do Estado dessas atividades é 
por ele considerado essencial para garantir o “curso natural”.

Outros materiais