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Resumo Direitos Fundamentais

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Direitos Fundamentais – Livro:
Considerações iniciais:
*Os Direitos humanos Fundamentais servem de parâmetro de aferição do grau de democracia de uma sociedade. Não se pode falar em democracia sem o reconhecimento e proteção dos direitos fundamentais.
*Os Direitos fundamentais tem um papel decisivo na sociedade, visto que é por meio deles que se avalia a legitimação de todos os poderes sociais, políticos e individuais.
*Os Direitos fundamentais reduzem acentuadamente a discricionariedade dos poderes constituídos, impondo-lhes deveres de ABSTENÇÃO (não dispor contra eles) e de ATUAÇÃO (dispor para efetiva-los).
Delimitação terminológica e conceitual dos Direitos fundamentais:
*Não há um consenso doutrinário no terreno terminológico e conceitual dos direitos fundamentais, visto que há uma continua e progressiva ampliação e transformação histórica dos direitos fundamentais ao longo do tempo.
*É muito comum, tanto na doutrina como na jurisprudência o uso de expressões como “liberdades públicas, direitos individuais, direitos subjetivos, direitos públicos subjetivos, direitos humanos”. Mas a expressão “direitos fundamentais” é preferida e é a adotada pela Constituição Federal por ser mais abrangente, de modo que compreende todas as outras.
*O termo “direitos fundamentais” é disposto como gênero e abrange todas as espécies de direitos, sejam eles referentes à liberdade, igualdade, solidariedade, direitos civis individuais e coletivos, direitos sociais, direitos políticos, direitos de nacionalidade, direitos econômicos, e etc.
*A expressão “direitos do homem” é muito vaga, acaba sendo insuficiente para a sociedade.
*Os Direitos fundamentais vêm sofrendo mutações e assumindo novas dimensões com o envolver da história, conforme exigências específicas de cada momento, o que dificulta uma conceituação material ampla e proveitosa.
*É preciso esclarecer que os Direitos fundamentais não passam de direitos humanos positivados nas constituições estatais.
*Os Direitos fundamentais são direitos que embora possuam raízes no direito natural, não se esgotam nele e não se reduzem a direitos impostos por ele. Há direitos fundamentais conferidos a instituições, pessoas coletivas ou grupos que são criados pelo legislador positivo.
*É preciso encontrar critérios fundamentais que sirvam de vetor para que se consiga identificar na ordem jurídica, os direitos fundamentais, sobretudo os previstos implicitamente na constituição.
*E qual seria o melhor critério para poder identificar e construir um conceito material de direitos fundamentais com relativa precisão? O critério é a dignidade da pessoa humana.
*O principio da dignidade da pessoa humana constitui o critério unificador de todos os direitos fundamentais da pessoa humana, ao quais todos os direitos do homem se reportam, em maior ou menor grau.
*Esse critério não é absoluto nem exclusivo, visto que existem direitos fundamentais também reconhecidos a pessoas jurídicas, o que significa que nem sempre a ideia de dignidade da pessoa humana pode, pelo menos diretamente servir de vetor para a identificação dos direitos fundamentais.
*Então, o principio da dignidade da pessoa humana pode, com efeito, ser tido como critério basilar, mas não exclusivo, para a construção de um conceito material de direitos fundamentais.
*Com base nesse critério podemos conceituar os direitos fundamentais como aquelas posições jurídicas que investem o ser humano de um conjunto de prerrogativas, faculdades, e instituições imprescindíveis a assegurar uma existência digna, livre, igual e fraterna de todas as pessoas.
*Os Direitos fundamentais são “fundamentais” porque sem eles a pessoa humana não se realiza, não convive, e às vezes não sobrevive. 
*Os Direitos fundamentais possuem duplo sentido, além de serem essenciais ao homem e a sua convivência na sociedade, também são essenciais para a existência do Estado de Direito. Eles representam os pilares éticos-politico-jurídicos do Estado, fornecendo as bases sobre as quais as ações dos órgãos estatais se desenvolvem.
*Os Direitos fundamentais são princípios jurídicos que concretizam o respeito à dignidade da pessoa humana, seja numa dimensão subjetiva, provendo as pessoas de bens e posições jurídicas favoráveis e invocáveis perante o estado e terceiros, seja numa dimensão objetiva, servindo como parâmetro conformados do modelo de Estado.
*Os Direitos fundamentais buscam resguardar o homem na sua liberdade (direitos individuais), nas suas necessidades (direitos sociais, econômicos e culturais), e na sua preservação (fraternidade e solidariedade).
*Alguns Direitos, mesmo não estando expressos na constituição, podem ser considerados fundamentais na sua materialidade, ou seja, no seu conteúdo.
*Os Direitos fundamentais representam a base de legitimação e justificação do Estado e do sistema jurídico nacional, na medida em que vinculam, como normas que são, toda atuação estatal, impondo-se lhe o dever arrogante de proteger a vida humana no seu nível atual de dignidade, buscando realizar, em ultima instancia, a felicidade humana.
*Direitos fundamentais: dignidade da pessoa humana, base estatal, e em alguns casos, pessoas jurídicas.
Teoria dos 4 status de Jellinek e funções dos Direitos fundamentais:
*De acordo com a teoria dos “4 status de Jellinek”, todo individuo, além de sua esfera privada de atuação, pode fazer parte de uma esfera pública enquanto membro da comunidade politica, dependendo apenas do reconhecimento estatal. Assim, enquanto membro dessa comunidade vincula-se ao Estado, adquirindo daí a personalidade e relacionando-se com este por quatro espécies de situações jurídicas, seja como sujeito de deveres, seja como titular de direitos.
Status passivo:
*Pelo status passivo, o individuo estaria subordinado aos poderes estatais, sujeito a um conjunto de DEVERES e não de direitos.
*O Estado, nessa relação, tem o poder de vincular juridicamente o individuo por meio de ordens e proibições.
*O status passivo na verdade não contempla nenhum direito, mas sim obrigações.
Status negativo:
*Pelo status negativo, ao individuo é reconhecido, por ser dotado de personalidade, uma esfera individual de liberdade imune à intervenção estatal.
*O individuo aproveita de um poder juridicamente delimitado no qual o Estado não pode interferir, salvo para garantir o exercício do próprio direito. 
*Cuida-se de liberdades asseguradas em face do Estado, comportando uma situação negativa ou de garantia frente à intromissão estatal em determinadas matérias.
*O individuo titulariza direitos de defesa em face do Estado, em virtude dos quais ele pode, quando se sentir ameaçado ou prejudicado por entes estatais, repelir a intervenção ilegítima destes no âmbito da sua autonomia individual garantida por lei.
*O status negativo deve ser compreendido, atualmente, como aquele contemplado e conformado pela própria constituição e assegurado por ela, contra todos os poderes constituídos, inclusive o legislativo.
Status positivo:
*Pelo status positivo, ao individuo são franqueadas as instituições estatais para exigir do próprio estado determinadas prestações positivas que possibilitem a satisfação de certas necessidades.
*Trata-se de uma situação positiva, da qual derivam autênticos direitos públicos subjetivos.
*O individuo pode exigir prestações do Estado para suprir suas necessidades.
Status ativo:
*Pelo status ativo, assegura-se ao individuo a possibilidade de participar ativamente da formação da vontade politica estatal, como membro da comunidade politica.
*Refere-se a uma situação ativa, na qual o cidadão desfruta de direitos políticos.
*Ex: por meio do voto.
*No status ativo o sujeito tem o direito de participar da vida politica da sua comunidade.
*Em suma, com base na teoria clássica de Jellinek, os Direitos fundamentais correspondem a esses status, desempenhando funções distintas.
*A teoria corresponde, de certo modo, ao processo histórico de emancipação humana. No inicio, os homens conquistam a liberdade e passam da condição de meroobjeto à condição de sujeito de direitos frente a esse Estado, depois, adquirem uma posição jurídica perante o Estado, do qual recebem prestações, e finalmente estão habilitados a participar ativamente do processo politico.
Função de Defesa ou de liberdade:
*De acordo com a concepção clássica de matriz liberal-burguesa, os Direitos fundamentais cumpriam, originariamente, somente a função de direitos de defesa do individuo contra os abusos gerados pela atuação do Estado.
*A partir desta perspectiva funcional, os Direitos fundamentais constituem “competências negativas” para o Estado, na medida em que se manifestam como dificuldades às intervenções dos órgãos Estatais na esfera juridicamente protegida do individuo.
*Os Direitos fundamentais, a partir desta perspectiva funcional também criam “posições subjetivas” que dão ao individuo o poder de exercer positivamente os seus direitos e de exigir omissões dos poderes estatais, de modo a evitar agressões lesivas por parte dos mesmos.
*Os Direitos fundamentais inibem que o Estado impeça ou obstaculize determinadas ações do titular do Direito. Logo o Estado não pode dificultar o exercício de liberdades franqueadas. Ex: não pode criar censuras previas.
*Os Direitos fundamentais de defesa tutelam os bens jurídicos fundamentais contra ações positivas do Estado que os venham o atentar.
*Os Direitos de defesa correspondem a “direitos à não afetação dos bens protegidos”.
*No âmbito dos Direitos fundamentais de defesa e liberdade, além de ficar garantido o exercício desses Direitos sem a interferência estatal, garante-se também o seu não exercício, sem que o Estado possa impor o seu desfrute.
*Ou seja, é cedido ao titular do direito, a possibilidade de aproveitar ou não a liberdade ou posição jurídica assegurada.
*Enfim, a função de defesa não torna os Direitos fundamentais totalmente imunes à atuação do Estado. Não exclui a atuação estatal por completo, apenas a atuação abusiva, que ultrapassa os limites constitucionais.
Função de Prestação:
*Os Direitos fundamentais a prestações são exercidos e realizados por meio do Estado, ou seja, que o individuo realiza através do Estado, para usufruir de uma prestação que só os órgãos estatais podem oferecer. Ex: saúde, educação, trabalho, cultura.
*Enquanto os Direitos de defesa asseguram as liberdades, os direitos a prestações procuram obter do Estado as condições jurídicas e materiais favoráveis e indispensáveis ao exercício efetivo e concreto dessas liberdades.
*Os Direitos a prestações impõem uma atuação positiva do Estado. Essa atuação positiva pode se referir a uma prestação jurídica ou a uma prestação material, conforme o objeto da prestação seja uma atuação normativa do Estado ou uma utilidade concreta (bens ou serviços) a ser proporcionada por ele.
*O direito fundamental à prestação jurídica é aquele que depende da atuação normativa do Estado para ganhar sentido. Então, a função de prestação dos direitos fundamentais tem a missão de capacitar o individuo de condições para exigir do Estado a imediata emanação de normas concretizadoras e integrativas dos direitos carentes.
*O direito fundamental à prestação material consiste em capacitar o individuo de condições para exigir do Estado a imediata realização de politicas públicas socialmente ativas (beneficio material, utilidade concreta, bem ou serviço).
*O direito à prestação corresponde aos Direitos sociais, que pressupõem uma atuação positiva material do Estado, criando serviços, instituições, ou fornecendo bens.
*Os Direitos sociais são efetivados dentro de uma reserva do possível, ou seja, sua existência depende dos recursos econômicos.
Função de proteção perante terceiros:
*Essa função consiste no dever do Estado de proteger os titulares de direitos fundamentais perante terceiros. Isto significa que o reconhecimento constitucional de um Direito implica também, além do dever de abstenção, o dever de prestação consistente na obrigação de adotar medidas positivas e eficientes vocacionadas a proteger o exercício dos direitos fundamentais perante atividades de terceiros que venham à afeta-los.
*O Estado possui o dever de proteger o Direito a vida, a inviolabilidade do domicilio, sigilo de dados e etc.
Função de não discriminação:
*A função de não discriminação tem a sua base no principio da igualdade. É uma função básica e primaria que impõe que o Estado trate os seus cidadãos em condições de absoluta igualdade.
*Essa função alcança todos os direitos fundamentais, para vedar a discriminação, por exemplo, o acesso aos cargos públicos, emprego, por conta da opção religiosa, ideológica, políticos e etc.
*É com base nessa função que se discute o problema das minorias (homossexuais, transexuais) e o problema das cotas (negros, mulheres, deficientes, pobres).
A evolução dos Direitos fundamentais:
*A consciência ética coletiva, como fundamento filosófico dos Direitos fundamentais não é um fenômeno estático, paralisado no tempo, ela amplia-se, e aprofunda-se com o envolver da historia.
*Partindo do fato de que os Direitos fundamentais vivem evoluindo e se atualizando conforme a mudança da sociedade é possível falar em “dimensões” ou “gerações” dos direitos.
*Essas dimensões constituem um processo cumulativo, de complementariedade, onde não há supressão de Direitos.
*Não pode reverter ou revogar os Direitos fundamentais já reconhecidos, e na medida em que outros vão sendo reconhecidos, ocorre uma complementação, e não alteração ou substituição.
*Os Direitos fundamentais passaram a se manifestar institucionalmente em três dimensões sucessivas (liberdade, igualdade, e fraternidade). Mas já se fala tranquilamente em direitos da quarta e quinta dimensão, visto que a essência do ser humano é evolutiva.
*As dimensões dos Direitos revelam a ordem cronológica do reconhecimento e afirmação dos direitos fundamentais, que se proclamam gradualmente na proporção das carências do ser humano, nascidas em função das mudanças das condições sociais.
Direitos fundamentais de primeira dimensão: CIVIS E POLITICOS
*Os Direitos fundamentais de primeira dimensão foram os primeiros direitos solenemente reconhecidos através das declarações do século XVII e das primeiras constituições.
*São Direitos evidentemente individualistas, afirmando-se como direitos do individuo frente ao Estado, mais propriamente como Direitos de defesa, demarcando uma esfera de autonomia individual impermeável diante do poder estatal indispensável ao digno desenvolvimento de cada individuo.
*Os Direitos de primeira dimensão correspondem às chamadas liberdades públicas dos franceses, compreendendo os direitos civis (direito a vida, a liberdade, a propriedade, a segurança).
*Esses Direitos de primeira dimensão constituíam um verdadeiro obstáculo à interferência estatal, por conta do poder opressivo do Estado na época.
*Os Direitos de primeira dimensão expressam poderes de agir, reconhecidos e protegidos pela ordem jurídica a todos os seres humanos. 
*Os Direitos fundamentais de primeira dimensão correspondem ao Status negativo da teoria de Jellinek.
*Esses Direitos são reconhecidos e consolidados universalmente, e são tão importantes que mesmo passados mais de 200 anos, eles continuam ocupando um lugar de destaque no cenário jurídico-constitucional.
*É natural do ser humano a tendência à ampliação da sua dimensão pessoal, e dos seus direitos. Por conta disso, o reconhecimento dos direitos fundamentais de primeira dimensão não foi suficiente para cessar a busca por novos direitos, e então surgem os direitos de segunda dimensão.
Direitos fundamentais de segunda dimensão: SOCIAIS, ECONOMICOS E CULTURAIS:
*O Estado liberal se caracterizava por ser mínimo, ou seja, alheio e indiferente à vida econômica e social dos indivíduos. 
*As funções fundamentais dos Estados eram de proteger a sociedade da violência e invasão, proteger cada membro da sociedade da injustiça e da opressão de qualquer outro membro, e criar certas obras e instituições públicas. (liberalismo econômico).
*O homem, livrepor natureza, estava sufocado e oprimido pelos graves problemas sociais, e foi buscar a proteção do Estado, passando a depender dele para desenvolver suas virtudes.
*Com isso, o Estado evolui e mostra-se capaz de realizar a libertação do individuo dessa opressão, o que pressupõe, evidentemente, a intervenção nas relações socioeconômicas que permaneciam a sua margem.
*Nesse contexto nasce o Estado do bem-estar social e da justiça social. Esse estado se faz intervencionista na sociedade e na economia nela praticada exatamente para que os direitos sociais e econômicos fossem assegurados.
*No inicio, essa intervenção tinha um caráter emergencial com fins econômicos e sociais. Posteriormente, passou a ter um caráter definitivo, presente no dia a dia dos indivíduos como essencial à satisfação das necessidades coletivas.
*Fracasso do Estado liberal, e nascimento do Estado Social. No Estado liberal, o Estado era visto como inimigo, e com o Estado social, foi convertido em amigo que está obrigado a satisfazer as necessidades coletivas.
*Então, com base no principio da solidariedade, passaram a ser reconhecidos como Direitos fundamentais, os direitos sociais, como categoria jurídica concretizadora do principio da justiça social e que se viabilizam por meio de politicas públicas, destinadas a garantir amparo e proteção social aos mais fracos e pobres.
*Então, após a primeira guerra mundial, são reconhecidos os direitos de segunda dimensão, denominados “direitos de igualdade”, visto que tem por objetivo reduzir concreta e materialmente as desigualdades sociais e econômicas até então existentes, que debilitavam a dignidade humana.
*Os Direitos fundamentais de segunda dimensão exigem uma atuação positiva do Estado, sob a forma de fornecimento de prestações. 
*São denominados de Direitos fundamentais positivos.
*Os Direitos fundamentais de segunda dimensão correspondem ao Status negativo da teoria de Jellinek.
*Os Direitos fundamentais de segunda dimensão são “direitos de exigir” ou “direitos de crédito” porque os indivíduos podem exigir do Estado a sua intervenção para atender as crescentes necessidades sociais, logo, os indivíduos são credores, e o estado é devedor.
*Embora reconhecidos e positivados em normas constitucionais, os direitos de segunda dimensão tiveram inicialmente eficácia duvidosa, em face da sua função de exigir do Estado prestações nem sempre realizáveis, ou por falta de vontade licita ou por falta de recursos.
Direitos fundamentais de terceira dimensão:
*Os Direitos fundamentais de terceira dimensão são recentes e ainda se encontram em fase embrionária. Surgem como resultado de novas reivindicações do gênero humano.
*Compreendem o Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o direito à segurança, o direito à paz, o direito à solidariedade universal, entre outros.
*Os Direitos fundamentais de terceira dimensão são denominados usualmente de direitos de solidariedade ou fraternidade, em razão do interesse comum que liga e une as pessoas, e em face da sua implicação universal.
*Os Direitos fundamentais de terceira dimensão não têm por fim a liberdade ou a igualdade, mas sim, a preservação da existência do grupo.
Direitos fundamentais de quarta dimensão: Biotecnologia 
*Os Direitos fundamentais de quarta dimensão compreendem, segundo Paulo Bonavides, os direitos à democracia direta, ao pluralismo, a informação, e constituem a base de legitimação de uma possível globalização politica.
*O direito contra manipulações genéticas, direito a mudança genética e os relacionados à biotecnologia também são considerados de quarta dimensão.
Direitos fundamentais de quinta dimensão: Direito à paz
*De acordo com Paulo Bonavides, o direito à paz merece uma maior atenção, logo, devia haver uma mudança de local. Ele deixa de ser terceira geração, e passa a ter uma geração só sua, a quinta.
*O Direito à paz é uma condição indispensável ao progresso de todas as nações.
Características dos Direitos fundamentais:
*Os Direitos fundamentais possuem características comuns que os identificam entre si e os distinguem das outras categorias jurídicas.
Historicidade:
*A historicidade dos Direitos fundamentais é, sem duvidas, uma das suas características mais marcantes. 
*Os Direitos fundamentais não são apenas o resultado de um acontecimento histórico determinado, mas sim, de todo um processo de afirmação que envolve antecedentes, evolução, reconhecimento, constitucionalização e até universalização.
*Os Direitos fundamentais são históricos, na medida em que emergem progressivamente das lutas que o homem trava por sua própria emancipação.
*Enquanto históricos, eles são mutáveis, e, portanto sujeitos a transformações e ampliações.
Universalidade:
*Os Direitos fundamentais, por serem necessários à convivência e existência digna, livre e igual da pessoa humana, são destinados a todos os seres humanos.
*Está na essência dos Direitos fundamentais a sua universalidade. É um fenômeno inevitável, portanto seria imperdoável falar de Direitos fundamentais do homem que não fossem universais.
*Porém, essa universalidade deve ser compreendida em termos, uma vez que existem direitos que são de todos os seres humanos, e interessam a todos eles (Direito à vida), e também existem direitos que só interessam a uma parcela da sociedade (Direitos do trabalhador).
*A universalidade não pode significar uma necessária e absoluta uniformidade dos direitos fundamentais. Os Direitos fundamentais podem assumir contextos distintos, de acordo com a realidade de cada sociedade.
Inalienabilidade:
*Os Direitos fundamentais são intransferíveis e inegociáveis, já que não se encontram à disposição do seu titular.
*O seu titular não pode dispor dos seus Direitos fundamentais.
*Além disso, são desprovidos de conteúdo econômico-patrimonial.
Imprescritibilidade:
*Em razão da sua inalienabilidade, os Direitos fundamentais não prescrevem, ou seja, não se perdem com o tempo, visto que são sempre exigíveis.
Irrenunciabilidade:
*Os Direitos fundamentais são irrenunciáveis, uma vez que seu titular não pode dispor deles, embora possa deixar de exercê-los.
*É admissível, portanto, sob certas condições, a autolimitação voluntaria ao exercício dos direitos fundamentais num caso concreto, que deve estar sempre sujeita à reserva de revogação.
Limitabilidade:
*Os Direitos fundamentais são, em essência, direitos relativos e, consequentemente limitáveis. Não há Direitos fundamentais absolutos.
*Essa possibilidade de limitação dos Direitos fundamentais é reciproca, de modo que, um direito pode limitar o exercício do outro.
*Ás vezes, dois direitos fundamentais podem se chocar. Ex: Direito de opinar x Direito à honra.
*Isso não significa que “o Direito de alguém termina quando o do outro começa”. Os Direitos devem conviver entre si, e quando houver conflitos, devem ser harmonizados.
*A limitação jamais poderá atingir o núcleo essencial, isto é, o conteúdo mínimo desses direitos. Não podem ser limitações abusivas.
*As limitações são necessárias para realizar a concordância entre os próprios direitos fundamentais.
Indivisibilidade:
*Os Direitos fundamentais existem em conjunto, integram um “todo indivisível”.
*São, portanto, indivisíveis, na medida em que todos os Direitos fundamentais formam um todo interdependente, onde o exercício pleno de um deles só é possível por meio da garantia e efetividade dos demais.
Concorrência:
*Os Direitos fundamentais podem ser exercidos cumulativamente, vale dizer, num mesmo titular podem-se acumular vários Direitos.
Proibição ao retrocesso:
*Sendo, os Direitos fundamentais o resultado de um processo evolutivo, marcado por lutas e conquistas, uma vez reconhecidos não podem ser suprimidos, abolidos ou enfraquecidos.
*O postulado da “proibição ao retrocesso” orienta a evolução dos Direitos fundamentais, em especial dos Direitos sociais, do sentido de que uma vez reconhecidos não podem ser suprimidos sob pena de inconstitucionalidade.
Constitucionalização:
*Os Direitos humanos são superiorese anteriores ao Estado e a qualquer positivação que a eles se intente, mas a sua existência jurídica fica sujeita ao reconhecimento formal, e isso se dá através das declarações e constituições.
*Mas, em razão da ausência de força jurídica das declarações, eles passaram a ser positivados em normas de hierarquia constitucional, daí falar-se em constitucionalização.
Declarações de Direitos:
*Muito embora já existissem os Direitos, foi somente com as declarações solenes que eles passaram a ser formalmente reconhecidos, ganhando dimensão jurídica.
*As declarações de Direitos são “a expressão mais elevada da crença na existência desses direitos e na sua natureza de bens anteriores e superiores ao Estado, como corolários que são da própria essência da personalidade humana”.
Magna Carta:
*A Magna Carta, foi assinada em 15 de junho de 1215 e tornada definitiva em 1225. Embora outorgada por “João Sem Terra”, representou um dos muitos pactos da historia constitucional da Inglaterra, uma vez que constituiu um acordo entre esse rei e os barões revoltados.
*Em face desse acordo histórico, foram reconhecidas e garantidas a liberdade e a inviolabilidade dos direitos da igreja e certas liberdades aos homens livres do reino inglês.
*Apesar do inegável significado histórico, a Magna Carta não pode ser considerada de natureza constitucional, não passando de uma carta feudal elaborada para proteger os privilégios dos barões e os direitos dos homens livres, deixando de fora os nãos livres que eram a maioria.
*A Magna Carta inaugurou a pedra fundamental para a construção da democracia moderna, pois, a partir dela, o poder do governante passou a ser limitado.
Petition Of Rights:
*A petição de Direitos de 7/06/1628 trata de um documento dirigido pelo parlamento ao Rei Charles I, em virtude do qual os membros das duas casas do Parlamento pediram o reconhecimento de diversos direitos e liberdades para os súditos.
*A petição de direitos pede a observância de direitos e liberdades já reconhecidos na própria Magna Carta. 
*A petição de Direitos constituiu um acordo entre o parlamento e o rei, em decorrência do qual, o monarca cedeu ao pedido, para obter em troca recursos financeiros que dependem da autorização do parlamento.
*Ninguém seja obrigado a contribuir com empréstimo e a pagar qualquer taxa ou imposto sem a autorização do Parlamento. Nem seja chamado a responder ou prestar juramento, ou a executar algum serviço, ou encarcerado ou de forma ou de outra, molestado, por causa de tributos.
*Nenhum homem livre fique sob prisão de forma arbitrária. Ninguém seja obrigado a hospedar em sua casa, militares.
Habeas Corpus Act:
*O Habeas Corpus Act, ou lei do Habeas corpus é uma lei do Parlamento inglês, aprovada em 1679 que teve o proposito de regular e fortalecer o antigo habeas corpus, como um remédio processual capaz de forças os tribunais a examinar a legalidade da detenção de um prisioneiro, visando ampliar a proteção da liberdade e locomoção do individuo, contra a prisão abusiva.
*O Habeas corpus Act reforçou as reinvindicações de liberdade, traduzindo-se na mais solida garantia de liberdade individual, tirando dos déspotas uma das suas armas mais valiosas, que eram as prisões arbitrárias. 
*A lei do Habeas Corpus Act prevê que, a requerimento escrito do detido ou de alguém por ele, algum juiz dos tribunais superiores concederá a providência de habeas corpus em beneficio do preso.
Bill of Rights:
*A chamada declaração de Direitos de 13/02/1689 é, de todos os documentos ingleses, o mais importante que decorreu da “Glorious Revolution” de 1688.
*O Bill of Rights eliminou o regime de monarquia absoluta, no qual todo o poder emanava do rei e em seu nome era exercido e trouxe a monarquia constitucional, organizada com base na divisão de poderes.
*Basicamente, o Bill of Rights inglês instituiu um sistema de divisão de poderes, com a declaração de que o parlamento é um órgão encarregado de defender os súditos perante o rei e cujo funcionamento não pode ficar sujeito ao arbítrio deste.
*O Bill of rights fortaleceu a instituição do júri e reafirmou alguns direitos fundamentais, como o direito de petição e a proibição de penas inusitadas ou cruéis.
*O Bill of Rights estabeleceu limites para os poderes da coroa e fixou direitos do parlamento, entre os quais, a liberdade de expressão e eleições livres.
Act of Settlement:
*O Ato de sucessão no trono de 1701, complementa o Bill of Rights e reforça o conjunto de limitações ao poder monárquico nesse período, dando importante contribuição para os Direitos fundamentais.
*O Act of Settlement, ou “lei de estabelecimento” foi adotado para garantir a sucessão ao trono inglês de um herdeiro protestante e para reforças as garantias para assegurar o sistema parlamentar de governo.
A declaração de Direitos do Bom Povo da Virginia:
*Esta declaração marca a transição dos direitos de liberdade do povo inglês para os direitos fundamentais constitucionais.
*Preocupou-se, essencialmente, com a fundação de um governo democrático e organização de um sistema de limitação de poderes, inspirada na crença da existência de Direitos naturais e imprescritíveis do homem.
Declaração dos Direitos do Homem e do cidadão:
*A declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 26/08/1789, tem profunda inspiração jusnaturalista e transformou-se, em razão da universalidade dos seus princípios, no marco culminante do constitucionalismo liberal.
*Proclamava os princípios da liberdade, igualdade, da propriedade e da legalidade, que ainda se encontram nas declarações contemporâneas.
*É a mais famosa das declarações, por ter sido, por mais de um século e meio, o modelo por excelência das declarações de direitos, ainda merecendo respeito.
*As características mais importantes são: intelectualismo, mundialismo, individualismo.
*Os Direitos do homem são as liberdades que consistem em poderes de agir, ou não agir, independentemente da intervenção do Estado, que, aliás, não pode criar nenhum obstáculo ao exercício daquelas prerrogativas.
*Os Direitos do cidadão são poderes que se traduzem em meios de participação do homem no exercício do poder politico.
Declaração universal dos Direitos do homem:
*A adoção pela Assembleia Geral das Nações Unidas, da declaração Universal de Direitos Humanos, em 10/12/1948, constitui o principal feito no desenvolvimento da ideia contemporânea de Direitos humanos.
*Essa declaração contem 30 artigos, todos reconhecendo os direitos fundamentais. Do artigo 1º ao 21º, reconhecem-se os chamados direitos e garantias individuais. Do artigo 22º ao 28º consagram-se os direitos sociais, no artigo 29º exigem-se os deveres da pessoa para com a comunidade, e no artigo 30º, institui-se o principio da interpretação da Declaração, sempre em beneficio dos direitos e garantias nela proclamados.
Dimensões subjetiva e objetiva dos direitos fundamentais:
*A moderna teoria dos Direitos fundamentais vem reconhecendo uma dupla dimensão, ou dupla perspectiva dos direitos fundamentais, manifestando-se ora como carta de concessões subjetivas, ora como limites objetivos de racionalização do poder.
*Os Direitos fundamentais devem ser apurados não apenas sob a ótica das posições subjetivas conferidas a seus titulares, mas também sob o enfoque da construção de situações jurídico-objetivas que concorram para o atendimento das expectativas por elas fomentadas.
*Vale dizer, os Direitos fundamentais devem ser concebidos não só como garantias de defesa do individuo contra o abuso estatal, mas também como um conjunto de valores objetivos básicos e diretrizes da atuação positiva do estado.

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