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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ DEPARTAMENTO DE CIENCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS ENGENHARIA QUÍMICA MOMENTO PENDULAR: DETERMINAÇÃO DA ACELERAÇÃO GRAVITACIONAL ILHÉUS – BA 2016 MOMENTO PENDULAR: DETERMINAÇÃO DA ACELERAÇÃO GRAVITACIONAL Relatório apresentado como parte dos critérios de avaliação da disciplina CET833 – Física Experimental II P (15), 15 de setembro 2016. Professora – Maria Jaqueline Vasconcelos ILHÉUS – BA 2016 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4 2. OBJETIVO ............................................................................................................ 6 3. MATERIAIS E MÉTODO ...................................................................................... 6 3.1. Materiais ............................................................................................................ 6 3.2. Método .............................................................................................................. 6 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 6 5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 10 6. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 11 7. APÊNDICE A........................................................................................................12 1. INTRODUÇÃO Cotidianamente estamos cercados por movimentos que tem movimentos repetitivos e com determinados intervalos e tempo, como por exemplo o pêndulo de um relógio Fig. (01), e na Física esses movimentos que tem repetições e intervalos de tempos delimitados são chamados de oscilações. FIGURA 01 – Relógio de pêndulo O pêndulo simples é um experimento físico que é tido como corpo ideal, uma vez que é constituído de uma partícula suspensa por um fio, onde sua flexibilidade é nula, e de massa desprezível, conforme a Fig. (02). FIGURA 02 – Relógio de pêndulo Quando o pêndulo é movimentado, tirando de seu estado de equilíbrio, e é liberado com um ângulo θ, o mesmo realiza um movimento oscilatório verticalmente sob ação da gravidade. No sistema do pêndulo simples as forças atuantes são as de tração, onde o fio exerce essa força sobre o corpo maciço, e a força gravitacional mg, que é decomposta de acordo com suas coordenadas. A força centrípeta resultante é a componente radial do sistema, sendo essa responsável pela trajetória do corpo. Já a força tangencial é restauradora, e esta tende a estabelecer o equilíbrio do pêndulo. Assim, temos que a força restauradora é: eq. (01) 𝐹 = −𝑚𝑔 𝑠𝑒𝑛𝜃 A força não é proporcional ao deslocamento de ângulo θ, e sim ao senθ. Deste modo, se o ângulo for pequeno, o senθ será aproximadamente igual a θ em rad. Assim: Senθ ~ θ Tem-se que, eq. (02) 𝐹 = −𝑚𝑔𝜃 = −𝑚𝑔 𝑥 𝐿 = ( 𝑚𝑔 𝐿 )𝑥 Utilizando de pequenas amplitudes, o período do pêndulo pode ser obtido fazendo k = mg/L. Assim, temos que: 𝑇 = 2𝜋√ 𝑚 𝑘 = 2𝜋√ 𝑚 𝑚𝑔/𝐿 Ou, eq.(03) 𝑇 = 2𝜋√ 𝐿 𝑔 Outro modo de calcular o período do pêndulo é a partir da razão entre o tempo e o número de oscilações, de acordo com a eq. (04) eq. (04) 𝑇 = 𝑡 𝑛 2. OBJETIVO O objetivo do experimento foi estudar o movimento harmônico do pêndulo simples, utilizando o período do mesmo em comprimentos diferentes para calcular a gravidade local, aplicando a equação do período e utilizando o método de Bessel. 3. MATERIAIS E MÉTODO 3.1. Materiais Fita métrica; Transferidor de ângulo; Sensores; Esfera metálica; Fio inextensível; Cronômetro; Suporte universal. 3.2. Método Ajustou-se o comprimento do fio com a fita métrica até o centro do objeto; Ajustou-se o fio no suporte universal; Ajustou-se o cronômetro; Utilizou-se o transferidor para medir o ângulo de aproximadamente 10º; Mediu-se o tempo de 10 períodos ,10 vezes; Repetiu-se o experimento encurtando o fio entre 50% e 30% do tamanho inicial. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Utilizando-se da fita métrica e do cronômetro para as medidas efetuadas, a estes foram associadas às incertezas instrumentais. Como a fita métrica utilizada era analógica, a sua incerteza instrumental 𝜎𝑋 fora dada pela metade do valor de sua medida: 𝜎𝑥 = 0,001𝑚 2 = 0,0005𝑚 = 0,5 𝑥 10−3𝑚 Incerteza do cronômetro dada foi de: 𝜎𝑦 = 5,0 𝑥 10 −5𝑠 No experimento 1, tomemos os tempos de 10 oscilações com a corda de 0,775m a 10º da posição de equilíbrio, obtivemos os dados da Tabela 1 expressos a seguir: Tabela 1- Tempos das 10 oscilações MEDIDA T10(s) 1 8,82725 2 8,82970 3 8,82940 4 8,82870 5 8,82595 6 8,82940 7 8,82220 8 8,82125 9 8,82740 10 8,82445 Repetimos o mesmo, para o experimento 2 com uma corda de 0,443 m, também a 10º graus. Tabela 2 – Tempos das 10 oscilações MEDIDA T10(s) 1 6,6661 2 6,6661 3 6,6649 4 6,65605 5 6,65955 6 6,6644 7 6,64115 8 6,6532 9 6,64065 10 6,65285 Para cada experimento tomou-se a média e dividiu-se por 5 para obter o tempo de um período. Deste modo a incerteza de 𝑇1 e 𝑇2 (conforme as equações no apêndice A) foram obtidas através das incertezas das médias e desvio padrão são, respectivamente: 𝑇1 = ( 1,76531 ± 0,00019 )𝑠 𝑇2 = ( 1,33130 ± 0,00061)𝑠 Para calcular a gravidade do experimento 1 e 2 utilizou-se a equação (3) isolando o g, como mostra a equação (5). 𝑔 = 4𝜋2𝐿 𝑇2 Com L igual ao comprimento da corda e T o período, obteve-se os seguintes resultados para g com as devidas incertezas(conforme as equações no apêndice A): 𝑔1 = (9,818 ± 0,063)𝑚/𝑠2 𝑔2 = (9,868 ± 0,112)𝑚/𝑠2 É perceptível que os valores obtidos se aproximam de maneira significativa em relação ao valor teórico da gravidade. Um dos objetivos do experimento é calcular a gravidade utilizando o método de Bessel. Para tal, deduzamos uma expressão que relacione os períodos e os diferentes comprimentos de corda. Tomemos a eq. (03), para dois dados comprimentos e diferentes períodos podemos reescrevê-la para os comprimentos medidos: 𝑇1 = 2𝜋√ 𝐿1 𝑔 𝑇2 = 2𝜋√ 𝐿2 �⃗� Onde 𝑇1e 𝐿1 são o período e o comprimento 1 respectivamente, 𝑇2 e 𝐿2 o período e o comprimento 2. Podemos elevar ambos os membros ao quadrado para remover a raiz: 𝑇1 2 = 4𝜋2 𝐿1 𝑔 𝑇2 2 = 4𝜋2 𝐿2 𝑔 Subtraindo as duas equações, temos: 𝑇1 2 − 𝑇2 2 = 4𝜋2 𝐿1 𝑔 − 4𝜋2 𝐿2 𝑔 Pondo 4𝜋2 em evidência temos: 𝑇1 2 − 𝑇2 2 = 4𝜋2 ( 𝐿1 − 𝐿2 𝑔 ) Multiplicando g por 𝑇1 2 − 𝑇2 2: 𝑔(𝑇1 2 − 𝑇2 2) = 4𝜋2(𝐿1 − 𝐿2) Isolando g temos: 𝑔 = 4𝜋2 (𝐿1 − 𝐿2) 𝑇1 2 − 𝑇1 2 Chamando a diferença 𝐿1 − 𝐿2 de d temos a eq. (06) eq. (06) 𝑔 = 4𝜋2 𝑑 𝑇1 2 − 𝑇1 2 Bessel foi o primeiroa deduzir tal relação ainda no século XVII. De acordo com a equação e com os devidos resultados obtidos anteriormente, encontrou-se o valor de g3 com a devida incerteza(conforme as equações no apêndice A) : 𝑔3 = (9,752 ± 0,208)𝑚/𝑠2 Neste caso nota-se que a incerteza foi pouco significativa quanto ao esperado por utilizar a equação de Bessel. 5. CONCLUSÃO A realização do experimento permitiu comprovar a aceleração gravitacional local com sucesso e poder observar o movimento realizado pelo pêndulo simples. Tendo em vista que vários fatores contribuíram para que o valor da gravidade obtido fosse tão próximo ao valor teórico, desde o cuidado para que o ângulo fosse exatamente 10º utilizando o transferidor, até a utilização dos cálculos, que foi a parte mais importante do experimento. De acordo com a tomada de dados e com a propagação de erros os valores mais próximos do teórico foram realizados utilizando a equação diferencial. O método de Bessel deveria ser o mais preciso para medir a aceleração gravitacional, no entanto “O método de Bessel tem o inconveniente de que, a cada vez, a diferença no comprimento e os respectivos períodos devem ser medidos; além disso; não permite medidas com o grau de precisão”. Apesar das medidas do comprimento e do período levarem em conta o desvio, não foi o necessário para ter o valor mais próximo utilizando o método de Bessel. Portanto, vale ressaltar que os desvios referentes ao valor teórico, foram pequenos, apesar da dificuldade de obter valores com maior grau de precisão, como a amplitude e o comprimento. Pode-se concluir que todo o procedimento para determinar a aceleração gravitacional foi realizado com cautela. 6. REFERÊNCIAS GUIA LABORATORIAL – MOVIMENTO PENDULAR: DETERMINAÇÃO DA ACELERAÇÃO GRAVITACIONAL; FREEDMAN, R. A.; YOUNG, H. D. Física II: Termodinâmica e Ondas. 12ª Edição. São Paulo: Prentice Hall, 2008. HALLIDAY, D; RESNICK, R; KRANE, K. S. Física 2. 4ª Edição. Rio de Janeiro: Jc, 1996; MOISÉS, N. H. Curso de física básica 2 – Fluidos, oscilações e ondas, calor. 3ª Edição. São Paulo: Edgard Blucher, 1981. 7. APÊNDICE A Estão listadas abaixo, todas as equações utilizadas nos cálculos que envolveram o experimento: MÉDIA 𝒙 = 𝟏 𝒏 ∑ 𝒙𝒊 𝒏 𝒊=𝟏 Utilizando o mesmo objeto, faz-se as medidas mais próximas e dividi pela quantidade de vezes que foi realizada. DESVIO PADRÃO DA MEDIDA 𝝈 = √ 𝟏 𝒏 − 𝟏 ∑(𝒙𝒊 − 𝒙)𝟐 𝟏𝟎 𝒊=𝟏 O desvio padrão quantifica o grau de dispersão das medidas realizadas em relação ao valor médio. INCERTEZA DO TIPO A 𝝈𝑨 = 𝝈 √𝒏 A incerteza do Tipo A associa ao valor médio. É estimado pelo desvio padrão da média. INCERTEZA DO TIPO B A incerteza do tipo B, é a incerteza instrumental, tomando como base o aparelho utilizado no experimento, foi a menor medida dividida por dois. INCERTEZA COMBINADA 𝝈𝑪√(𝝈𝑨𝟐 + 𝝈𝑩𝟐) A incerteza Combinada representa o valor total das incertezas associadas às medidas, ou seja, relaciona tanto a incerteza do Tipo A quanto a do Tipo B. Segue todo o calculo para as incertezas associadas a cada experimento, utilizando a propagação de erro. Incerteza da gravidade para o experimento 1 e 2: 𝑔 = 4𝜋2𝐿 𝑇2 De acordo com a equação foi necessário utilizar a derivada parcial, tendo em vista a incerteza do comprimento L e o período T. 𝜎𝑔2 = ( 𝜕𝑔 𝜕𝐿 ) 2 𝜎𝐿2 + ( 𝜕𝑔 𝜕𝑇 ) 2 𝜎𝑇2 𝜕𝑔 𝜕𝐿 = 4𝜋2 𝑇2 𝜕𝑔 𝜕𝑇 = −8𝜋2 𝑇2 Substituindo temos que 𝜎𝑔 = 𝑔√( 1 𝐿 ) 2 𝜎𝐿2 + ( 2 𝑇 ) 2 𝜎𝑇2 A incerteza vale tanto para o cálculo de g1 quanto para g2. Agora segue a demonstração para o g3 de acordo com a equação: 𝑔 = 4𝜋2 (𝐿1 − 𝐿2) 𝑇1 2 − 𝑇1 2 Logo será necessário 4 derivadas parciais em relação a T1,T2,L1 e L2, como: 𝜎𝑔32 = ( 𝜕𝑔 𝜕𝐿1 ) 2 𝜎𝐿12 + ( 𝜕𝑔 𝜕𝐿2 ) 2 𝜎𝐿22 + ( 𝜕𝑔 𝜕𝑇1 ) 2 𝜎𝑇12 + ( 𝜕𝑔 𝜕𝑇2 ) 2 𝜎𝑇22 𝜕𝑔 𝜕𝐿1 = 4𝜋2 𝑇12 − 𝑇22 𝜕𝑔 𝜕𝐿2 = −4𝜋2 𝑇12 − 𝑇22 𝜕𝑔 𝜕𝑇1 = −8𝜋2(𝐿1 − 𝐿2)𝑇1 (𝑇12 − 𝑇22)2 𝜕𝑔 𝜕𝑇2 = 8𝜋2(𝐿1 − 𝐿2)𝑇1 (𝑇12 − 𝑇22)2 Substituindo temos que 𝜎𝑔3 = 𝑔3√( 1 𝐿1 − 𝐿2 ) 2 𝜎𝐿12 + ( 1 𝐿1 − 𝐿2 ) 2 𝜎𝐿22 + ( 2𝑇1 𝑇12 − 𝑇22 ) 2 𝜎𝑇12 + ( 2𝑇2 𝑇12 − 𝑇22 ) 2 𝜎𝑇22 Essas foram às equações utilizadas para todo o cálculo do experimento.
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