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Centro superior de estudos de Manhuaçu Ltda Faculdade de Ciências Gerenciais de Manhuaçu MEDICINA Amebíase Profa. Msc Juliana Santiago Disciplina: Parasitologia Médica Entamoeba histolytica X Entamoeba dispar Amebíase • Causada ao homem pela Entamoeba histolytica • Intestino grosso – pulmão, fígado e cérebro • Pode ou não ter manifestações clínicas • Doença cosmopolita • Entamoeba dispar (fica mais no lúmen intestinal) Espécies que parasitam o homem • Entamoeba histolytica - Schaudinn, 1903 • Entamoeba hartmanni - von Prowazek, 1912 • Entamoeba coli - (Grassi, 1879) Hickson, 1909 • Entamoeba gingivalis - (Gros, 1849) Smith e Barret, 1914 – cavidade bucal • Endolimax nana - (Wenyon e O'Connor, 1917) Brug, 1918 • Iodamoeba bütschlii - (von Prowazek, 1912), Dobell, 1919 • Dientamoebafragilis - Jepps e Dobell, 1918. Prevalência • 500 a 600 milhões o número de pessoas infectadas pelo amebídeo • 40 a 50 milhões de indivíduos apresentam uma forma invasiva da doença, ou seja, a colite disentérica ou os abscessos hepáticos • 40 a 110 mil mortes anuais • 2ª parasitose que mata Dinâmica da infecção • O homem é o principal hospedeiro e reservatório • Doença encontrada no mundo todo • Maior prevalência nas regiões tropicais e subtropicais • Coincide com o mais baixo nível socioeconômico e higiênico-sanitário • Mais frequente em adultos • Algumas profissões são mais atingidas (trabalhadores de esgoto) Dinâmica da infecção • Ingestão dos cistos da E. histolytica por meio da água e de vegetais frescos e frutos contaminados • A transmissão direta fecal-oral é mais comum em presídios, hospitais de doentes mentais e asilos, em condições de absoluta falta de cuidados higiênicos primários • Pode também ser transmitida sexualmente, especialmente entre os homossexuais masculinos Dinâmica da infecção • Cistos da E. histolytica permanecem viáveis e infectantes por até 20 dias nas fezes • Podem ser levados por moscas e baratas • Cistos podem ser mortos pela dessecação, calor (temperatura acima de 68ºC) e níveis adequados de cloração na água • Trofozoítos são incapazes de viver no meio exterior e, se ingeridos, são destruídos pela secreção gástrica ácida • Cistos são resistentes à acidez e são muito disseminados por indivíduos assintomáticos Relação parasito-hospedeiro • E. histolytica pode ser um comensal no lúmen intestinal, transformando-se em cisto e não apresentar sintomas • Pode ser invasiva (trofozoítos) na mucosa intestinal e causar os sintomas mais graves • Depende da adesão à células para parasitar • Os trofozoítos possuem capacidade fagocítica para restos, bactérias e hemácias Invasão e colonização da mucosa intestinal Ingestão do cisto passa pelo estômago (Resistência) Desencistamento no final do intestino delgado ou início do intestino grosso Libera metacisto Divide-se em 8 trofozoítos Migram p/ o intestino grosso Vivem como comensais na parede do intestino (mucosa) Podem se transformar em cistos na luz intestinal Eliminados nas fezes Ciclo biológico Invadem a submucosa intestinal (forma invasiva ou virulenta) Multiplicam- se ativamente nas úlceras Fígado Rim Pulmão Cérebro Pele Ciclo patogênico Sangue No tecido são ativos e hematófagos. Não formam cistos PATOGENIA: o que determina a invasão ? quebra do equilíbrio parasito-hospedeiro ? estado nutricional, idade, sexo, alcoolismo, imunodepressão, virulência da cepa, flora bacteriana associada (bactérias anaeróbias e enterobactérias) invasão dos tecidos pelos trofozoítas como ocorre a invasão ? não está totalmente claro início adesão lectinas fagocitose liberação de enzimas proteolíticas destruição tecidual - necrose escassa reação inflamatória Trofozoítos se multiplicam + resposta imunológica Período de incubação • 2 a 4 semanas • Pode ser até anos Quadro Clínico • Assintomático - com eliminação de cistos nas fezes e 10% é causado pela E. histolytica • Sintomático 1. Amebíase intestinal Quadro Clínico 1. Amebíase intestinal ➢Colite não disentérica (não invasiva): duas a quatro deposições por dia de fezes moles ou pastosas, que contêm catarro ou sangue, sem febre, com desconforto abdominal ➢Peristaltismo acentuado ➢Típico da E. dispar Quadro Clínico • Sintomático 1. Amebíase intestinal • Disentérica (invasiva): cólicas intestinais e diarreia, com evacuações mucossanguinolentas e febre, geralmente moderada, ao lado de manifestações gerais, evacuações de 8 a 10 por dias, desidratação e as formas fulminantes pode ter perfuração intestinal Quadro Clínico • Disentérica (invasiva): ➢Ameboma: no ceco ou retossigmoide; formas trofozoítas invadem a mucosa intestinal causando edema e granuloma; causa dor, sangramento, obstrução e tumor benigno ➢Apendicite amébica: tratamento cirúrgico Quadro Clínico ➢Complicações: perfurações intestinais seguida de peritonite aguda ➢Podem haver hemorragias em decorrência das úlceras ➢Obstrução intestinal colonoscopia úlceras áreas de necrose no IG Estenose - fibrose Ulceração típica de amebíase intestinal, conhecida como “Fundo de garrafa/ botão de camisa Quadro Clínico 2. Amebíase extraintestinal ➢ Hepática (é a mais comum): hepatite amebiana aguda e necrose coliquativa aguda(abscesso) ➢ Abscesso: dor, febre e hepatoesplenomegalia dolorosa • Complicações: infecção bacteriana secundária, elevação acentuada da temperatura, em picos, calafrios, sudorese, leucocitose acentuada e abdômen pode romper Abcesso hepático Perfuração do abdômen Quadro Clínico 2. Amebíase extraintestinal ➢ Amebíase cutânea: úlceras na pele Diagnóstico diagnóstico por imagem raio X, tomografia, ressonância ➢ Em caso de abcesso laboratorial: exame parasitológico das fezes expulsão dos parasitos é intermitente e irregular coleta em dias alternados (MIF) fezes sólidas HPJ e métodos de concentração CISTOS fezes diarreicas TROFOZOÍTAS parasitológico material de abcesso TROFOZOÍTAS Drenagem do abscesso hepático – baixa positividade Realizar somente em casos refratários ao tratamento – alto risco em amebíase retossigmoidoscopia (ou sigmoidoscopia) TROFOZOÍTAS Visualiza ulcerações imunológico amebíase extraintestinal ELISA ▪ 95% de casos positivos em caso de abcesso hepático infecção atual IgM, IgG e IgE infecção passada IgG e IgE OBS • Difícil diferenciar E. histolytica da E. dispar • PCR Tratamento tratamento metronidazol, ornidazole, secnidazol, tinidazol atuam na luz intestinal e nos tecidos (comprimidos ou injetáveis) Controle • Evitar contaminação da água e alimentos por fezes • Construção de fossas sanitárias onde não exista esgoto • Fornecimento de água tratada • Identificação e tratamento do doente (reservatório) • Educação higiênica • Filtração da água ou fervura • Lavagem de vegetais com água fervida • Não ingestão de vegetais crus de áreas endêmicas Referência • NEVES, D. P. Parasitologia Humana. • Cap. 15 Prática Trofozoíto de E. histolytica
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