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FURTO Bem jurídico: Patrimônio (propriedade, posse, detenção da coisa) Sujeito Ativo: qualquer pessoa Passivo: qualquer pessoa Obs: exceto a possuidora ou proprietária da coisa. Conduta típica: “Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel”. (Diminuir o patrimônio de alguém) Consumação: Momento – quando o agente tem a posse “tranqüila” da coisa furtada. Formas típicas: Forma principal ou fundamental: Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Formas qualificadas: Qualificadora lato sensu (causa especial de aumento de pena): § 1º - A pena aumenta de 1/3 se o furto for cometido durante o repouso noturno. (o repouso noturno depende do local e dos seus hábitos). Qualificadora stricto sensu (§ 4º, I, II, III, IV): Pena de reclusão de 2 a 8 anos, ou multa, se é cometido: Com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa. Ex: quebrar vidro do carro. Com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza. Fraude: levar a vítima ao engano. Escalar: subir em algum lugar. Destreza: agilidade, rapidez. Com emprego de chave falsa. (Fazer cópia de chave) Mediante concurso de duas ou mais pessoas. § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. Figura privilegiada: § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. FURTO DE COISA COMUM (Art. 156) Objeto jurídico: O patrimônio Sujeito Ativo: condômino, sócio e co-herdeiro. Passivo: Condômino, sócio e co-herdeiro. (crime bipróprio) Figura típica: Figura principal: Caput – Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Somente se procede mediante representação (ação penal pública condicionada à representação). Causa de exclusão do crime: § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente. ROUBO (Art. 157) Objeto Jurídico: O patrimônio, a integridade física e a vida. Sujeito: Crime comum em relação aos sujeitos ativo e passivo. Tipos de roubo: Roubo próprio: É aquele em que o agente usa a violência anteriormente à subtração da coisa roubada (157, caput). Roubo impróprio: Aquele em que o agente pratica a violência posteriormente à subtração da coisa. (§ 1º, art. 157) Pena: reclusão de 4 a 10 anos e multa. Consumação: Posse tranqüila da coisa. Conduta típica: Subtrair para si ou para outrem, coisa móvel alheia, com uso da violência ou grave ameaça. Tipos de violência: Física ou moral. Formas qualificadas: Lato sensu: § 2º (aumento da pena de 1/3 a ½) Roubo cometido mediante uso de arma (de fogo). Quando a vítima estava transportando valores, e o agente conhecia essa circunstância. (Carro-forte) Quando a coisa roubada for veículo automotor, e o agente transportá-lo para outro estado ou para o exterior. Roubo qualificado pela privação da liberdade (seqüestro relâmpago – Inciso V). Stricto sensu: § 3º Quando da violência resultar lesão corporal de natureza grave na vítima. (Roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave). Pena: 7 a 15 anos. Comporta tentativa. Quando da violência resultar morte da vítima. (Roubo qualificado pelo resultado morte) – “Latrocínio”. Pena: 20 a 30 anos. Obs: Se a pessoa não consuma o roubo, e mata em seguida – tentativa de roubo qualificada pelo resultado morte. EXTORSÃO (Art. 158) Objeto jurídico: O patrimônio, a integridade física e a vida. Sujeito: Crime comum quanto aos sujeitos ativo e passivo. Conduta típica: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, com o intuito de obter indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. Elementos: Constranger: obrigar, forçar ou compelir. Reduz qualquer capacidade de resistência da vítima. Violência ou grave ameaça. Intuito: dolo específico. Vantagem indevida “econômica”. Obs: O que diferencia o roubo da extorsão é o estado anímico. Figura qualificada stricto sensu § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. § 3º, Art. 157 - Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 a 15 anos e multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 a 30 anos. § 3o - Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave. Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. § 3º - Se resulta a morte. Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (Art. 159) Objetos Jurídicos: Patrimônio, integridade física, vida e a liberdade. Sujeitos: Qualquer pessoa Conduta típica ou tipo objetivo: Seqüestrar alguém, mediante violência ou grave ameaça, para obter qualquer vantagem, como condição de preço ou resgate. (Deveria ser vantagem financeira). Seqüestrar: privar alguém da sua liberdade. Condição: condição para a liberação do seqüestrado. Consumação: É pacífico na doutrina que é um crime formal, não necessitando do pagamento. Dá-se o crime com a consumação do seqüestro. Crime formal – não precisa ter o pagamento para se consumar. Tentativa: É admissível, apesar de ser crime formal. Formas típicas: Figura típica: caput do art. 159 Figura qualificada: § 1º, § 2º, § 3º. § 1º - “Se o seqüestro dura mais de 24 horas, se o seqüestrado é menor de 18 anos ou maior de 60 anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.” Pena: reclusão de 12 a 20 anos. § 2º - “Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave. Pena: reclusão de 16 a 24 anos.” § 3º - Se resulta a morte. Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. Delação premiada: § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. Classificação: Permanente, formal, comum. APROPRIAÇÃO INDÉBIDA (Art. 168) Difere do crime de furto pelo momento do contato do agente com a coisa a ser apropriada. Furto – subtração da coisa. Apropriação indébita – inversão da posse. O agente não subtrai a coisa, pois esta já se encontra em poder do mesmo. Ex: motorista da família que fica com o carro para si. Objeto jurídico: O patrimônio, puramente. Sujeito: Crime bicomum (qualquer pessoa). Ativo: Pessoa que tem a posse ou detenção da coisa alheia. Quando for funcionário público o crime é de peculato. Passivo: É o senhor da coisa dada ao sujeito ativo Conduta típica: Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tenha a posse ou detenção. Apropriar-se: tomar para si. Posse: Exteriorização da propriedade – exercício de fato (não de direito) da propriedade. Usufruto da coisa. Detenção: Guarda provisória, momentânea, da coisa. Consumação: Inversão da posse e recusa em devolver a coisa apropriada. Comporta tentativa. É crime formal Formas típicas Forma principal ou fundamental: Caput do art. 168. Pena: reclusão de 1 a 4 anos e multa. (mesma pena do furto) Formas qualificadas (lato sensu): § 1º, art. 168. Pena aumentada de 1/3. Quando a posse resultar de depósito necessário (guardar e preservar. Detém a coisa sob inteira responsabilidade, por lei ou contrato.) Quando o agente for tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro (quem elabora o testamento) ou depositário judicial. O agente recebeu a coisa em razão de ofício, emprego ou profissão. ESTELIONATO(Art. 171) Objeto jurídico: Patrimônio. Sujeito: Qualquer pessoa (crime comum). Tipo objetivo: “Obter, para si ou para outrem, vantagem indevida, em prejuízo alheio, induzindo alguém em erro, mediante artifício ardil ou qualquer outro meio enganoso ou fraudulento. Elementos fundamentais configuradores: Fraude: enganar, lubridiar. Praticada induzindo a vítima a erro (fazer esse alguém acreditar que está diante de uma situação verdadeira). Obtenção de vantagem indevida: pode ser de qualquer natureza, com expressividade econômica. Prejuízo alheio: deve haver a efetiva COMPROVAÇÃO do prejuízo. Comporta tentativa. Crime material. Formas típicas: Fundamental: caput. Pena: reclusão, de um a cinco anos, e multa. Esse crime comporta sursis (suspensão condicional) Privilegiada: § 1º, condições: Quando o agente for primário (não existe contra ele nenhuma sentença transitada em julgado). A vantagem obtida é de pequeno valor. Pena: art. 155, § 2º (Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa). O juiz observará a condição econômica da vítima, condições judiciais: art. 59. Qualificada: § 3º - A pena aumenta-se de 1/3, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. Diferença entre os crimes de: Estelionato, extorsão, furto com fraude. Estelionato ≠ Furto Elemento central: fraude Não há subtração da coisa, há entrega pela pessoa enganada ao agente devido à fraude cometida por este. Extorsão ≠ Estelionato Constrangimento mediante violência ou grave ameaça. Entrega da coisa contra a vontade (diferença pelo estado de animo da vitima). RECEPTAÇÃO (Art. 180) Crime assessório ou parasitário: tem como pressuposto a existência de um crime (como regra, contra o patrimônio) anterior praticado. Objeto jurídico: o patrimônio Sujeito Ativo: Crime comum, via de regra. § 1º - comerciante e industrial (próprio) Passivo: Aquele que foi o sujeito passivo do crime antecedente. Classificação: crime de ação múltipla. Consumação: crime material – adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar... Quando não acontecer nenhum desses fatos, não é consumação. Quando o 3º de boa-fé adquire, recebe ou oculta sobre influência – crime formal. Figuras típicas Caput: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Receptação dolosa própria (primeira parte): “Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime”. Receptação dolosa imprópria: “influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte”. O terceiro de boa-fé não comete o crime, por desconhecer a origem ilícita da coisa. Ele é influenciado a praticar o crime. § 3º - Receptação culposa: Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso. Pena: detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. Cabe perdão judicial: o agente deve ser primário e ter bons antecedentes. Figura privilegiada: Quando a receptação for dolosa, a coisa for de pequeno valor (analisar as condições econômicas da vítima) e o agente for primário. Substitui a pena de reclusão pra detenção e diminui 1/3 a 2/3 ou multa. Figura qualificada: Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro.
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