Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIP - COMPLEMENTOS DE MECÂNICA DOS SOLOS E FUNDAÇÕES - 2016-2 - PROFESSORA MOEMA CASTRO, MSc. [ AULA 06] TENSÕES NO SOLOS - CAPILARIDADE Exercício 01 - Um terreno é constituído de uma camada de areia fina e fofa, com 317 /n kN m , com 3,0 metros de espessura, acima de uma camada de areia grossa compacta, com 319 /n kN m e espessura de 4 metros, apoiada sobre solo de alteração de rocha, como apresentado na figura abaixo. O nível da água encontra-se a 1m de profundidade. Calcule as tensões verticais no contato entre a areia grossa e o solo de alteração, a 7m de profundidade. Solução: Tensão vertical total: 𝜎𝑣 = 3 × 17 + 4 × 19 = 127𝑘𝑃𝑎 Pressão neutra: 𝑢 = (7 − 1) × 10 = 60𝑘𝑃𝑎 Tensão efetiva: 𝜎𝑣 = 127 − 60 = 67𝑘𝑃𝑎 Exercício 02 - No terreno do Exercício 1, se ocorrer um enchente que eleve o nível da água até a cota +2m acima do terreno, quais seriam as tensões no contato entre a areia grossa e o solo de alteração de rocha? Compare os resultados. Solução: Tensão vertical total: 𝜎𝑣 = 2 × 10 + 3 × 17 + 4 × 19 = 147𝑘𝑃𝑎 Pressão neutra: 𝑢 = (7 + 2) × 10 = 90𝑘𝑃𝑎 Tensão efetiva: 𝜎𝑣 = 147 − 90 = 57𝑘𝑃𝑎 Exercício 03 - Recalcule as tensões efetivas dos Exercícios 1 e 2, com os pesos específicos submersos. Solução: Peso específico submerso da areia fina: 𝛾𝑠𝑢𝑏 = 𝛾𝑛 − 𝛾𝑤 = 17 − 10 = 7 𝑘𝑁 𝑚³ Peso específico submerso da areia grossa: 𝛾𝑠𝑢𝑏 = 𝛾𝑛 − 𝛾𝑤 = 19 − 10 = 9 𝑘𝑁 𝑚³ Nível da água na cota -1m: 𝜎𝑣 = 1 × 17 + 2 × 7 + 4 × 9 = 67𝑘𝑃𝑎 Nível da água na cota +2m: 𝜎𝑣 = 3 × 7 + 4 × 9 = 57𝑘𝑃𝑎 Exercício 04 - No terreno da Figura apresentada no Exercício 1, determine as tensões na profundidade de 0,5m. Considere que a areia está saturada por capilaridade. Solução: Tensão vertical total: 𝜎𝑣 = 0,5 × 17 = 8,5𝑘𝑃𝑎 Pressão neutra: 𝑢 = −0,5 × 10 = −5𝑘𝑃𝑎 Tensão efetiva: 𝜎𝑣 = 8,5 − −5 = 13,5𝑘𝑃𝑎 Exercício 05 - Nos exercícios anteriores, admitiu-se que a areia superficial tivesse, acima do nível d'água, um peso específico natural igual ao seu peso específico abaixo do nível da água, o que é possível, pois, em virtude da capilaridade, ela poderia estar saturada. Se isto não estiver ocorrendo, e o grau de saturação for de 85%, como se alterariam os resultados, considerando-se que o valor de 17kN/m³ se ferira ao solo saturado? Solução: Pode-se calcular o índice de vazios da areia, admitindo-se que o peso específico dos grãos seja, por exemplo, 26,5 kN/m³. Conforme o esquema a seguir: UNIP - COMPLEMENTOS DE MECÂNICA DOS SOLOS E FUNDAÇÕES - 2016-2 - PROFESSORA MOEMA CASTRO, MSc. [ AULA 06] Figura 01 – Esquema das fases do solo. Desta forma, temos que: 𝛾𝑛 = 𝑃 𝑉 = 𝛾𝑠 1 + 𝑤 1 + 𝑒 17 = 26,5 × 1 + 𝑤 1 + 𝑒 Para determinação da expressão apresentada, será necessário determinar uma segunda expressão, em função do teor de umidade e do índice de vazios. Do esquema acima, tem-se: 𝑤 = 𝑃𝑤 𝑃𝑠 = 𝑃𝑤 𝛾𝑠 ∴ 𝑃𝑤 = 𝛾𝑠𝑤 𝑆𝑟 = 𝑉𝑤 𝑉𝑣 = 𝑉𝑤 𝑒 ∴ 𝑉𝑤 = 𝑆𝑟𝑒 𝛾𝑤 = 𝑃𝑤 𝑉𝑤 = 𝑃𝑤 𝑆𝑟𝑒 ∴ 𝑃𝑤 = 𝛾𝑤𝑆𝑟𝑒 Assim, a partir das expressões acima, obtém-se: 𝛾𝑠𝑤 = 𝛾𝑤𝑆𝑟𝑒 Para o solo 100% saturado, temos: 𝛾𝑠𝑤 = 𝛾𝑤𝑒 Das duas expressões acima, conseguimos fazer a seguinte correlação: 𝛾𝑠𝑤 = 𝛾𝑤𝑒 = 10𝑒 = 26,5𝑤 Conclui-se, portanto, isolando um dos fatores, que: 𝑒 = 26,5𝑤 10 = 2,65𝑤 Portanto, 17 = 26,5 × 1 + 𝑤 1 + 2,65𝑤 17 1 + 2,65𝑤 = 26,5 × 1 + 𝑤 17 + 45,05𝑤 = 26,5 + 26,5𝑤 45,05𝑤 − 26,5𝑤 = 26,5 − 17 18,55𝑤 = 9,5 𝑤 = 9,5 18,55 = 0,5121 𝑜𝑢 51% Assim, conclui-se que a umidade para uma saturação S=1 é de 51%. Não obstante, ainda precisamos determinar o índice de vazios, que se dá da seguinte maneira: 𝑒 = 26,5𝑤 10 = 2,65𝑤 = 2,65 × 0,51 = 1,36 Considerando a saturação igual a 85% (S=0,85), temos: 𝑤 × 1 = 51 × 0,85 𝑤 = 43,35% Pois, para o mesmo peso de sólidos o peso de água é 85% do anterior. Desta forma, o peso específico natural passa a ser: 𝛾𝑛 = 26,5 × 1 + 0,4335 1 + 1,36 = 16,1 𝑘𝑁 𝑚³ Observa-se, portanto, um diferença de cerca de 1 kN/m³, cerca de 6%. Tratando-se de peso específico submerso, a diferença passa a ser porcentualmente maior: (7-6)/7=14%. A influência é menor a medida que aumenta a profundidade; para as tensões na profundidade de 7 m, com no Exercício 1, por exemplo, haveria alteração da tensão efetiva de 67 kPa para 66 kPa, menos de 2%. Quando se dispõe de dados reais, é correto que se faça a diferença. Na maioria dos casos práticos de engenharia, o peso específico natural é estimado, e não se justifica o cuidado de diferenciar a situação acima ou abaixo do nível da água, diante da imprecisão da estimativa.
Compartilhar