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União estável

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União estável (cont...)
Requisitos para o reconhecimento da união estável (art. 1723/CC):
 
- publicidade: as partes devem ter perante a sociedade uma aparência de casados, ou seja, a relação não pode ser escondida.
 
- continuidade: a relação não deve ser caracterizada por constantes interrupções. A união deve ser estável. Não há estabilidade se as interrupções forem prolongadas e com outros relacionamentos intercalados.
 
- durabilidade: não existe mais qualquer prazo previsto em lei para reconhecimento da união estável. Cabe ao juiz a análise do caso concreto, levando em consideração os demais requisitos.
 
- objeto: só haverá união estável se estiver presente e sendo colocado em prática o objeto de constituir família. Elemento determinante para a distinção entre a união estável e o namoro prolongado.
 
 
Elementos caracterizadores acidentais (tempo, prole e coabitação)
 
Embora não sejam essenciais para a caracterização da união estável, facilitam a sua demonstração judicial.
 
A coabitação e a procriação são requisitos para reconhecimento da união estável?
 
- Atualmente o entendimento é o de que a coabitação e a procriação não são requisitos, mas sim, fortes indícios da união estável.
Em relação ao tempo, apesar de não mais existir um tempo mínimo previsto em lei para o reconhecimento da união estável, quanto mais tempo existir de relacionamento, em tese, mais fácil a demonstração da união estável.
 
A exclusividade é um requisito para a caracterização da união estável?
Para responder essa pergunta deve ser levado em consideração o seguinte:
- se a lei permite que a pessoa casada possa estabelecer uma união estável, desde que esteja separada de fato ou de direito, isto significaria que a exclusividade seria requisito?
- o dever de lealdade previsto na lei implicaria fidelidade?
Existem as seguintes correntes a esse respeito:
 
1ª corrente (Maria Berenice Dias): defende que a exclusividade não é um requisito (haveria dever de lealdade, mas não de fidelidade). Ela entende que o não reconhecimento da união estável por ausência de exclusividade poderia ajudar convivente de má-fé (ex: homem que engana duas mulheres). Uniões estáveis plúrimas.
 
2ª corrente (Flávio Tartuce) – Só a primeira união estável é válida, mas em relação à segunda, devem ser preservados os efeitos em relação ao companheiro inocente, como se fosse a mesma situação do casamento putativo.
 
3ª corrente (Maria Helena Diniz) – Defende que nenhum dos relacionamento caracteriza união estável, pois não há lealdade e fidelidade. Baseia-se no princípio da monogamia, que também seria aplicado à união estável. É entendimento adotado em muitos precedentes do STJ.
 
Quem pode constituir uma união estável?
 
Qualquer pessoa que pode casar, pode constituir união estável (v. impedimentos do artigo 1521/CC)
 
Regime de bens
Assim como ocorre no casamento, é possível a escolha do regime de bens. Basta celebrar um contrato de convivência, sem solenidade. Para ter validade contra terceiros deve ser celebrado por escritura pública. Na ausência de qualquer contrato, prevalece o regime da comunhão parcial de bens.
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CONCUBINATO
 
 É a relação não eventual entre pessoas impedidas de casar. Corresponde ao antigo concubinato impuro.
 
Pode ser: 
a) adulterino – aquele mantido por pessoa casada (relações paralelas). Se estiver separado de fato ou de direito, não há concubinato.; 
b) incestuoso – é aquele mantido em infração aos demais impedimentos do artigo 1521/CC.
 
O reconhecimento da relação afetiva como concubinato implica no não reconhecimento da entidade familiar. Diversamente do que ocorre na União Estável, o concubinato não é protegido, mas sim combatido.
 
Concubinos não tem direito a alimentos, regime de bens, meação e sucessão. O único direito é a dissolução da sociedade de fato ( a ser discutido em Vara Cível).

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