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28/03/2018 1 Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora Profª Karina Coutinho Ferraz Março - 2018 1 Aula 4 – Anti-inflamatórios Não Esteroidais (AINEs) FARMACOLOGIA NIP3 – Turma B Doenças Componente inflamatório Anti-inflamatórios Existem mais de 50 tipos diferentes no mercado Estão entre os fármacos mais utilizados no mundo inteiro PROCESSO INFLAMATÓRIO Resposta normal de proteção às lesões teciduais causadas por agentes: - físicos (queimadura, radiação, trauma) - químicos (subst. cáustica, anticorpos) - biológicos (microorganismos) Calor Rubor Tumor Dor Perda de função SINAIS FLOGÍSTICOS OU CARDINAIS DA INFLAMAÇÃO - Aminas vasoativas (histamina e serotonina) - Fatores do sistema complemento (C3a, C5a) - Cininas (Bradicinina) - Fator ativador de plaquetas (PAF) - Citocinas / Quimiocinas - Radicais livres de oxigênio (NO) - Metabólitos do ácido araquidônico → Eicosanóides: Mediadores da Inflamação (Autacóides) PROSTAGLANDINAS (PG) TROMBOXANOS (TX) LEUCOTRIENOS 28/03/2018 2 Ácido araquidônico Prostaglandinas COX-1 COX-2 Proteção da mucosa gástrica; Agregação Plaquetária; Manutenção do fluxo renal e regulação do metabolismo de Na+ e K+; Indução contração uterina. Inflamação; Hiperalgesia por potencialização dos mediadores da dor; Febre. Anti-inflamatórios Esteroidais (AIE) Glicocorticóides Não Esteroidais (AINES) NÚCLEO ESTERÓIDE ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS - AINES Ex: Ácido acetilsalicílico (Aspirina®), Dipirona ou Metamizol (Novalgina®), Paracetamol ou Acetaminofeno (Tylenol®), Ibuprofeno (Alivium®), Diclofenaco (Cataflam, Voltarem®), Nimesulida (Nisulid®), Ácido mefenâmico (Ponstan®), Naproxeno, Fenoprofeno, Flurbiprofeno, Meloxicam, Piroxicam, Indometacina, Cetorolaco (Toragesic®), Aceclofenaco (Proflam®), Cetoprofeno (Profenid®), Etodolaco (Flancox®), Fenilbutazona. Ex: Celecoxibe (Celebra®), Etoricoxibe (Arcoxia®), Parecoxibe (Bextra®). ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS - AINES Inibidores seletivos da COX2. Coxibes - Vendidos sob controle especial desde 2008 - Controlados → Portaria 344/98 - Necessitam de retenção da receita. - Receita Controle Especial - 2 vias. - Uso: em pacientes com histórico de doenças gástricas 28/03/2018 3 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS - AINES - Comprendem um grupo de fármacos com propriedades anti- inflamatória, analgésica e antipirética; - Tratam os sintomas e não a doença → podem mascarar sinais e sintomas de infecção; - Ações terapêuticas e efeitos colaterais semelhantes; - Protótipo: Ácido Acetilsalicílico – AAS; - Não relacionados quimicamente → várias subclasses. Mecanismo de ação (Lesão tecidual) Estímulo Fosfolipase A2 Ácido araquidônico Ciclo-oxigenase (COX)Lipooxigenase Leucotrienos Inflamação Prostaglandinas Tromboxano Prostaciclina Inflamação Quimiotaxia Permeabilidade vascular Vasodilatação Febre Modulação dos leucócitos Vasodilatação Agregação plaquetária AINEs X X X X X Efeitos e usos clínicos 1) Efeito Anti-inflamatório: - ↓ PG e TX → ↓ resposta inflamatória → alivio dos sinais e sintomas da inflamação. Ex: artropatias crônicas (tendinite, osteoartrite, artrite reumatóide, artrose) e afecções inflamatórias agudas (fraturas, entorses, distensões, traumas). - Tratamento sintomático, não são modificadores da doença. 3) Efeito Analgésico: - ↓ PG que sensibiliza os nociceptores da dor; - cefaléia, dismenorréia, lombalgia, fraturas, dor pós- operatória. 2) Efeito Antipirético ou Antitérmico: - ↓ temperatura corporal patologicamente elevada 4) Efeito antiplaquetário: - Profilaxia de doenças tromboembólicas somente AAS baixa dosagem - 100mg/dia Efeitos e usos clínicos 28/03/2018 4 “Constitutiva” “Indutível” - Maioria dos tecidos e plaquetas; - Homeostase. - Induzida por processos inflamatórios; - Constitutiva em alguns órgãos (ex: coração). COX1 COX2 Isoformas da COX Cox-2 1.Induzida (normalmente não está presente nas células); 2.Usadas na sinalização da dor e da inflamação; 3.Produzem prostanoides para a resposta inflamatória; Cox-1 1.Continuamente estimulada no organismo; 2.Constitutiva – sua concentração se mantem estável; 3.Gera as PGs usadas na manutenção dos processos básicos do organismo; 4.PGs estimulam funções tais como, produção de muco na parede do estômago, regulação do ácido gástrico e excreção de água pelos rins. Isoformas da COX Classificação AINEs Tradicionais AINEs Seletivos Inibem COX-1 e COX-2 Inibem seletivamente a COX-2 Inibição da COX2 no tecido cardíaco → pode causar elevação da PA e predispor a eventos cardiovasculares adversos (AVE e IAM). Inibidores de COX2 - COXIBES Retirados do Mercado: Lumiracoxibe (Prexige®) Rofecoxibe (Vioxx®) Valdecoxibe Permanecem: Celecoxibe (Celebra®) Etoricoxibe (Arcoxia®) Parecoxibe (Bextra®) Cautela no uso de qq AINE em pacientes com risco cardiovascular - Resultam em sua maioria da inibição da COX-1 - Mais comum em portadores de doenças crônicas e em idosos → requerem altas doses e tratamentos prolongados Efeitos Indesejáveis CONSIDERAR USO DE CITOPROTETOR GÁTRICO → Omeprazol 1. Distúrbios Gastrintestinais - GASTRITES e ÚLCERAS → SANGRAMENTOS - IRRITAÇÃO GÁSTRICA → PODE VARIAR DE UM DESCONFORTO ATÉ FORMAÇÃO DE ÚLCERAS - Com inibição da COX, reduz produção de PGE2 que tem ação gastroprotetora INIBIDORES SELETIVOS DA COX-2 CAUSAM MENOS LESÕES GÁSTRICAS Efeitos Indesejáveis 28/03/2018 5 2. Riscos cardiovasculares - Aumento da volemia (ação a nível renal) - Aumento da PA - Arritmias Efeitos Indesejáveis Cautela em pacientes com problemas cardiovasculares - Com inibição da COX2, enzima constitutiva no tecido cardíaco, ocorre redução da formação de PGI2, que tem ação cardioprotetora. 3. Reações cutâneas - Significativo para ácido mefenâmico (desde reações eritematosas leves, urticárias, até síndrome fatal). 4. Comprometimento da função renal - Insuficiência renal aguda (importante em pacientes suscetíveis). - Nefropatia analgésica: abuso de AINEs. - Contra-indicados em Doença Renal Crônica Outros: Hematológico: sangramento Efeitos Indesejáveis AINEs MAIS USADOS - Primeiro AINE sintetizado - Um dos fármacos mais consumidos no mundo. - Inibe irreversivelmente COX-1 e COX-2 → não seletivo - Além de AINE, tem ação antiplaquetária IMPORTÂNCIA CLÍNICA TERAPIA de doenças cardiovasculares - Atenção: casos suspeitos de Dengue e Febre amarela - Risco maior de sangramento no uso concomitante com Varfarina ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) PARACETAMOL (ou ACETAMINOFENO) - Ação analgésica + antipirética - Baixa atividade anti-inflamatória → restrita a casos especiais (ex: inflamação após extração dentária). - Não apresenta efeitos adversos gástricos e plaquetários como os AINEs → porém apresenta efeito hepatotóxico Dose máxima diária: 4000 mg Dengue Febre amarela Alcoolismo DIPIRONA - No mercado mundial há + de 80 anos. - Comercializada em + de 100 países (Alemanha, Itália, França, Argentina, Brasil) - Uso proibido → Estados Unidos, Inglaterra, Canadá → risco de agranulocitose - É o analgésico e antipirético mais utilizado no Brasil. Dengue Febre amarela 28/03/2018 6 EFEITOS COLATERAIS MAIS FREQUENTES: – GI (20%): sangramentos, ulcerações ou perfuração parede – Hepatotoxicidade (15%): aumento transaminases - Medicamentos que contém Diclofenaco: Tandrilax®, Arten®, Voltaren®,Cataflan®) Diclofenaco Na+ e Diclofenaco K+ não apresentam diferenças farmacodinâmicas e farmacocinéticas significantes. DICLOFENACO IBUPROFENO APROVADO PARA USO EM CRIANÇAS AINES NA GRAVIDEZ PARACETAMOL (500 ou 750 mg) → analgésico de eleição para uso durante toda a gestação e amamentação. Não Recomendados. Fonte: Terapêutica medicamentosa em Odontologia Eduardo Dias de Andrade, 3ª edição, 2014 ESTUDO DIRIGIDO 1. Paciente com histórico de úlcera gástrica. 2. Paciente hipertenso. 3. Paciente hipertenso e com histórico de úlcera gástrica. 4. Paciente com suspeita de dengue. 5. Paciente com suspeita de febre amarela. 6. Paciente grávida 7. Criança Escolha o AINE adequado para as seguintes situações clínicas: 28/03/2018 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Rang, HP, Dale, MM, Ritter, JM, Moore, PK. Farmacologia. 8ª ed. Guanabara Koogan, 2016. cap. 26
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