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Aula 5 Empregado 2018

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DIREITO DO TRABALHO I
Aula 5 – SEMANA 3
Sujeitos da Relação de Emprego
Os sujeitos da relação de emprego são: 
Empregado e Empregador
Empregado
A definição de empregado esta no art. 3º da CLT:
Empregado é toda pessoa natural que contrata, tácita ou expressamente, a prestação de seus serviços a um tomador, a este efetuados com pessoalidade, onerosidade, não-eventualidade e subordinação.
O empregado é sujeito da relação de emprego e não objeto.
Para a definição de empregado temos 5 requisitos, quais sejam:
Prestação de trabalho por pessoa física
A legislação trabalhista tutela a pessoa física do trabalhador
A prestação de serviço que o direito do trabalho leva em consideração é a aquela pactuada por uma pessoa física. Assim, a figura do trabalhador há de ser, sempre, uma pessoa natural.
Somente o empregador pode ser pessoa física ou jurídica, jamais o empregado.
Prestação efetuada com pessoalidade
É essencial à configuração da relação de emprego que a prestação de trabalho pela pessoa física tenha caráter de infungibilidade, deve ser intuito personae, que não poderá fazer-se substituir intermitentemente por outro trabalhador.
Salvo exceção, por exemplo: férias, licença-gestante, afastamento para cumprimento de mandato sindical, nesse caso o contrato de trabalho, apenas suspende ou interrompe, de acordo com o caso.
Lembrando que a pessoa que vai substituir esse empregado deve ser beneficiada pelas mesmas vantagens inerentes ao caso. (conforme súmula 159, I do TST)
Sendo personalíssima a obrigação de prestar serviço, ela não se transmite aos herdeiros, morrendo o empregado o contrato de trabalho se extingue.
A pessoalidade é elemento que se incide somente sobre o empregado.
Efetuada com não-eventualidade
Esse requisito tem haver com o princípio da continuidade da relação de emprego.
Para que haja a relação de empregatícia é necessário que o trabalho prestado tenha caráter de permanência.
Aquele que presta serviço com eventualidade não é empregado, o contrato de trabalho é um contrato sucessivo, de duração.
Efetuada sob subordinação
A subordinação é que ganha a maior proeminência dentre todos os elementos fáticos-jurídicos.
O empregado é dirigido pelo empregador, ou seja, ele compromete-se a acolher o poder de direção exercido pelo empregador.
A subordinação é a diferença entre o trabalhador autônomo, pois este exerce suas atividades com autonomia.
Prestação de Trabalho com onerosidade
A relação empregatícia é uma relação de fundo econômico, o contrato de trabalho é sinalagmático, bilateral e oneroso, por envolver um conjunto de prestações e contraprestações economicamente mensuráveis.
O serviço voluntário não é uma atividade remunerada, portanto não gera vinculo de emprego.
Espécies de empregados
Empregado doméstico – Lei Complementar 150/2015
O empregado em domicílio é originário do trabalhador artesanal, onde a confecção era feito em casa, por membros da família, sendo vendida para o consumidor final ou por intermediários.
Esse empregado em domicílio pode escolher o local de trabalho, sendo em casa, na sede do empregador ou até mesmo em outro lugar, desde que esse trabalho seja desenvolvido fora da fiscalização imediata e direta do empregador.
O art. 6º da CLT dispõe: "não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador e o executado no domicílio do empregado, desde que esteja caracterizada a relação de emprego".
O trabalho em domicílio é aquele prestado em favor do empregador, com subordinação, sob a dependência deste, mediante salário, sendo fora do ambiente da empresa, ou seja, na casa do próprio empregado. 
Esta é uma prática adotada em muitos países há algum tempo e cada vez mais as empresas aqui no Brasil também se utiliza desta alternativa para evitar gastos com transporte, fadiga no trânsito, riscos de acidentes, entre outros benefícios gerados tanto para a empresa quanto para o empregado. 
Assim, o empregado que trabalha em seu domicílio também terá direito ao FGTS, 13º salário, repouso semanal remunerado, aviso prévio, equiparação salarial entre outros direitos assegurados pela legislação trabalhista e previdenciária.
Não obstante, mesmo o empregado trabalhando em sua própria residência o empregador fica obrigado a observar as normas de segurança e medicina do trabalho, sob pena de ser responsabilizado pelos danos causados ao empregado em decorrência da atividade exercida.
Para caracterização do empregado em domicílio deve haver subordinação.
Essa subordinação pode decorrer de controle de produção, dia e hora determinado para pegar as mercadorias, preço determinado pela produção.
Suponhamos que uma indústria de brinquedos pré-moldados que contrate um trabalhador para que, em seu domicílio, execute a montagem (encaixe ou colagem) dos brinquedos, mediante as seguintes cláusulas:
a) o trabalhador deverá produzir, quinzenalmente, em média, 700 montagens de brinquedos;
b) o trabalhador receberá R$ 0,60 por peça aprovada pelo controle de qualidade da empresa. O pagamento será efetuado cinco dias após a aprovação dos serviços;
c) as peças para montagens dos brinquedos serão entregues ao trabalhador duas vezes por semana e os brinquedos serão recolhidos pelo empregador sempre que julgar necessário, sem pré-aviso;
d) o trabalhador deverá comparecer no estabelecimento, em dias previamente determinados ou sempre que o empregador entender necessário, para apresentar relatórios ou receber instruções;
e) o trabalhador não poderá contratar pessoas para auxiliá-lo em seus serviços.
Teletrabalho, também dito trabalho remoto, significa, literalmente, trabalho a distância, de forma autónoma, utilizando ferramentas telecomunicação e de informação que asseguram um contato direto entre o teletrabalhador e o empregador.
Art. 75-A. A prestação de serviços pelo empregado em regime de teletrabalho observará o disposto neste Capítulo.
‘Art. 75-B.  Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo.  
Parágrafo único.  O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho.
‘Art. 75-C.  A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. 
§ 1o  Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual.  
§ 2o  Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual.’ 
‘Art. 75-D.  As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito.  
Parágrafo único.  As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a remuneração do empregado.’ 
‘Art. 75-E.  O empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho.  
Parágrafo único.  O empregado deverá assinar termo de responsabilidade comprometendo-se a seguir as instruções fornecidas pelo empregador.”
3.3 Empregado Rural – Lei 5.889/73 e artigo 7º CF
Art. 2º - O empregado rural é a pessoa física que presta serviço de natureza não eventual, em propriedade rural ou prédio rústico, sob a dependência deste e mediante salário.
Art. 3º - O empregador rural é a pessoafísica ou jurídica, proprietária ou não, que explore atividade agro econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por meio de prepostos e com auxilio de empregados.
A Constituição Federal igualou os trabalhadores urbanos e rurais no art. 7º “caput”.
Compreende na atividade agro econômica todo método ou atividade em que se prepara ou transforma o produto in natura sem lhe retirar a natureza de matéria prima, ou seja, descascar, cortar. 	
Duas características importantes para o enquadramento do empregado rural são:
Enquadramento rurícola do empregador
Não importa o tipo de trabalho prestado pelo obreiro e muito menos os métodos e fins de seu trabalho, o importante são as circunstâncias de o trabalhador vincular-se a um empregador rural, laborando nesse espaço rural.
Portanto seja lavrador ou carpinteiro, tratorista ou até mesmo datilógrafo, será sempre um empregado rural se vinculado a um empregador rural.
Marco Tulio Viana: “o que importa mesmo é a natureza da atividade empresarial. Assim será rurícola o lavrador que cultiva uma horta no centro de São Paulo; e urbano o empregado de um armazém no mais perdido dos sertões”.
OJ 38 SDI-1. EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADE RURAL. EMPRESA DE REFLORESTAMENTO. PRESCRIÇÃO PRÓPRIA DO RURÍCOLA. (LEI Nº 5.889, DE 08.06.1973, ART. 10, E DECRETO Nº 73.626, DE 12.02.19/74, ART. 2º, § 4º) (inserido dispositivo) - DEJT divulgado em 16, 17 e 18.11.2010
O empregado que trabalha em empresa de reflorestamento, cuja atividade está diretamente ligada ao manuseio da terra e de matéria-prima, é rurícola e não industriário, nos termos do Decreto n.º 73.626, de 12.02.1974, art. 2º, § 4º, pouco importando que o fruto de seu trabalho seja destinado à indústria. Assim, aplica-se a prescrição própria dos rurícolas aos direitos desses empregados.
  B) Imóvel Rural ou prédio rústico
O local de sua prestação de serviço deve ser cumprido em imóvel rural ou prédio rústico.
Diferenças entre o trabalhador Urbano e Rural:
Trabalho noturno - acréscimo 25% sobre a hora diurna. (art. 7º paragrafo único)
Lavoura: 21 h às 5h. Urbano 22h às 5h
Pecuária: 20 h às 4 h
A hora noturna não é reduzida.
Aviso prévio rural tem 1 dia livre por semana.
Casos Concretos:
Josenilda foi contratada para trabalhar como cozinheira na residência da família Silva em março de 2013. Ficou ajustado entre as partes que Josenilda trabalharia pessoalmente de segunda a sábado iniciando seu trabalho às 07:00 e terminando às 17:00 com duas horas de almoço, recendo como contraprestação pelos serviços o valor de um salário mínimo. Passados dois anos, ou seja, em março de 2015, o empregador já não conseguia manter sozinho o sustento da casa e em face disso decidiu ampliar a renda familiar iniciando um negócio próprio de venda de doces e salgados na residência da família, a partir de abril. Como não tinha prática na cozinha, os serviços de Josenilda eram utilizados para preparação das encomendas. Tal situação perdurou até fevereiro do corrente ano, quando Josenilda foi demitida sem justa causa e recebeu os valores do extinto contrato de trabalho como se fosse empregada doméstica. Fundamente sua resposta. 
Questão Objetiva: 1-José foi contratado por Gabriel para cuidar de sua fazenda. As funções de José eram cuidar das árvores frutíferas, colher os frutos, cuidar dos animais e tirar o leite das vacas que era utilizado por Gabriel para alimentar sua família. José trabalhava de segunda a sábado, cumpria a jornada de 44 horas semanais na forma determinada por Gabriel e recebia um salário mínimo. As atividades desenvolvidas por José ao longo do contrato se enquadra em que tipo de trabalho?
 a)Rural
 b)Urbano
 c)Autônomo
 d)Doméstico
 e)Eventual

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